sábado, 19 de dezembro de 2009

Um discaço do Pearl Jam

No mês passado estive aqui comentando o novo e médio disco do U2 lançado em fevereiro. Continuo com a minha mania de falar sobre os novos álbuns séculos depois de lançados com o mais recente trabalho do Pearl Jam, “Backspacer”. Fazer o que? Embora eu já tivesse escutado o disco lançado em setembro umas 15 vezes (fã é assim mesmo), me faltava tempo para teclar algumas palavras sobre o trabalho de Eddie Vedder (vocais e guitarra), Mike McCready (guitarra), Stone Gossard (guitarra), Matt Cameron (bateria) e Jeff Ament (baixo).

Quando saiu, o álbum foi inundado de críticas positivas das mais diferentes publicações, especializadas ou não, como “New York Times”, “Los Angeles Times”, a revista inglesa “Q”, a americana “Rolling Stone”, além do “The Guardian” e da “Spin”. Concordo com todos. “Backspacer” é um discaço nos seus enxutos e bem lapidados 36 minutos e 38 segundos.

Musicalmente é um disco de rock com suas canções mais pesadas alternadas a baladas sem qualquer vestígio do grunge que consagrou o Pearl Jam no seu début em 1991 com “Ten”. Um movimento natural é que já tinha se iniciado há 11 anos com “Yield”.

Suas letras, como os próprios integrantes da banda reconheceram em diversas entrevistas são mais positivas do que nos dois últimos álbuns de estúdio, “Riot Act” (2002) e “Pearl Jam” (2006). Fruto, dizem, da eleição de Barack Obama para a presidência dos Estados Unidos. Eddie Vedder sempre foi um anti-Bush (quem em sã consciência não seria?), a ponto de fazer campanha para os candidatos democratas e declarar na sua visita ao Brasil em 2005 para aquele espetacular concerto na Apoteose que a próxima vez que eles voltassem ao país seria muito melhor porque Bush não seria mais presidente.

“Eu tentei durante anos ser esperançoso nas minhas letras e acho que agora é mais fácil”, disse o cantor ao comentar suas novas composições durante o lançamento do álbum.

Assim, Vedder explica que “Gonna see my friend”, canção que abre com maestria os trabalhos de “Backspacer” é sobre um cara que busca os amigos para se livrar das drogas. Na seqüência, “Got Some”, outro rock inspirado, é sobre um “traficante” que vende, na realidade, grandes músicas, grandes rocks.

Terceira faixa, “The Fixer” é a mais pop do álbum. Tem refrão para grudar na cabeça e aquele “iêiêiêiêiêiê” para levar a plateia a uma esperada interação. É boa canção, mas longe da originalidade - dentro do trabalho do Pearl Jam, que fique bem claro – de “Johnny Guitar”, uma música-narrativa sobre um homem que se apaixona por uma mulher que nunca lhe dará bola.

Após uma parada para respirar com a balada “Just Breathe”, que lembra algumas das boas canções que Vedder compôs em “Into the Wild” (2007), trilha sonora do filmaço “Na Natureza Selvagem” (2007), “Amongst the Waves” surge como uma das mais inspiradas músicas do disco junto com as duas primeiras e “Supersonic”.

“Speed of sound”, “Force of Nature” e a balada “The End”, descrita por Vedder como uma “dolorosa canção de amor”, fecham o álbum com a conhecida competência do Pearl Jam.

Tudo isso faz de “Backspacer” um ótimo disco, que ainda vem com um trabalho multimídia e a possibilidade de baixar um show do grupo pela internet. Não confia em mim por ter dito no início ser fã da banda? Basta procurar as críticas citadas lá no segundo parágrafo ou conferir com seus próprios olhos e ouvidos nos vídeos abaixo tirados de shows da turnê do álbum. Tudo ao vivo, no palco, onde o Pearl Jam é mestre.

"Gonna see my friend"


"Got Some"

"The Fixer"



"Johnny Guitar"

"Amongst the Waves"

"Supersonic"

2 comentários:

Luiz Felipe Reis disse...

É realmente um discaço! Estão aliando cada vez melhor aquela energia crua de banda iniciante com uma sofisticação que só vem com a expeiência. Teu blog tá muito bom! Abs!

marcelo alves disse...

É verdade. Concordo plenamente.
Obrigado pelo elogio.
abs.