sábado, 27 de junho de 2009

O Rei se vai

Uma das maneiras de conhecer a força de um artista é perceber que ele atravessa gerações mesmo quando passa por um longo período de hibernação. Como explicar que uma criança de apenas oito anos consiga lembrar, ou melhor, saber quem é Michael Jackson a ponto de falar de seu jeito inconfundível de dançar mesmo jamais o tendo visto cantar ao vivo, no auge, ou mesmo numa turnê caça-níquel?

Sim, porque quando essa criança nasceu, Michael lançava o dispensável “Invincible” (2001) e estava mais preocupado em se defender das acusações de pedofilia do que em fazer música. Se lembrarmos que o artista prolífico “morreu” há 16 anos então, fica difícil acreditar nessa história. Mas ela me foi contado nesta semana, um dia depois da morte daquele que outrora foi chamado de o Rei do Pop. É uma prova da força de sua música.

Indo para uma geração mais antiga, que acompanhou o auge do cantor em sua carreira solo – leia-se os discos “Thriller” (1982) e “Bad” (1987) – dizem que não havia festa que não tocasse Michael Jackson e saber fazer o moonwalking, o passo de dança mundialmente conhecido em que você anda para trás sem deixar que os pés não fiquem em contato com o solo um único momento, poderia ser o diferencial entre conquistar a garota da festa e ficar sozinho na pista.

Eu nasci dez meses antes do lançamento de “Thriller”, mas, criança, também gostava de imitar Jacko, de assistir aos seus revolucionários videoclipes, e, já adolescente, comprava seus discos antigos como qualquer fã. Uma das 100 milhões de cópias vendidas de “Thriller”, um recorde que jamais será batido porque a indústria fonográfica morreu antes de Michael, ocupa lugar de destaque na minha “CDteca” particular.

Revolução é uma palavra que acompanhou toda a carreira de Michael Jackson. Muitos o comparam a um Elvis negro e com muita razão. Se o Rei do Rock aproximou o ritmo que antes era dos negros as conservadoras famílias americanas e é considerado um dos precursores de tudo o que viria em seguida, Michael também fez sua pequena revolução ao misturar ritmos que iam da black music e do soul ao rock num liquidificador pop vitaminadíssimo com um balanço cada vez mais aperfeiçoado por ele e que ganhou elogios até do mestre dos mestres Fred Astaire.

O moonwalking era apenas o seu cartão de visitas numa série de coreografias criadas por sua mente genial que não se resumiam apenas as suas letras. Michael Jackson cantava com o corpo. Daí a importância dos clipes.

Antes de Jackson, salvo algumas exceções, os clipes musicais mostravam trechos de shows, artistas cantando ou simulando cantar com uma banda num palco. O máximo de ousadia eram trechos de filmes dos Beatles condensados em improvisados videoclipes.

Com o cantor, o videoclipe vira negócio, entretenimento, diversão, lucro e linguagem. Envolve produção de cinema em microfilmes que fizeram história como os 13 minutos de “Thriller”, que consumiu dezenas de milhares de dólares. Suas coreografias foram repetidas centenas de milhares de vezes. Copiadas, parodiadas. Michael Jackson atingia o Olimpo da música para nunca mais sair por mais que se esforçasse em tragédias como o já citado “Invincible” e resquícios encontrados em coletâneas e remixes como “History” (1995) e “Blood on the dance floor” (1997).

Ao lado de Madonna, Michael Jackson foi um dos pilares da música pop numa era completamente diferente da de hoje, quando o sucesso se media mais facilmente através da venda de discos.

Bem antes dele, os Beatles do amigo e depois desafeto Paul McCartney dominavam o planeta. Quando a banda acabou, uma série de outras ótimas bandas puderam se declarar as melhores do mundo, mas talvez nenhuma delas tivesse o nível de idolatria que tiveram Elvis ou que teve Jackson.

Junto com Madonna já nos anos 80, quando se consolidava com sua carreira solo após a saída dos Jackson 5, eles eram o Rei e a Rainha do Pop, dando as cartas na indústria fonográfica. Chegaram a ensaiar uma parceria para o disco “Dangerous” (1991), último sopro de vida do artista, mas, diz a lenda, Madonna queria primeiro que Jackson assumisse uma homossexualidade que nunca se soube se ele tinha. A idéia morreu. Mas seria retomada na série de shows que o cantor já tinha marcado na O2 Arena, em Londres, para 2010, num adiamento de um ano em relação ao prazo inicial que deixou todos desconfiados sobre as reais condições físicas do astro.

Sua imagem junto ao mundo da música jamais foi arranhada em 50 anos de vida e mais de 30 de carreira. Mas seus hábitos estranhos e as constantes mudanças de aparência fizeram com que Jackson figurasse com destaque numa galeria de freaks do show business.

Sua obsessão por gostar de dormir com crianças (o que gerou não apenas críticas como processos milionários, embora ele em seguida tivesse sido inocentado de todas as acusações), a construção de um rancho chamado “Neverland”, a Terra do Nunca criada pelo escritor J.M.Barrie para as histórias de Peter Pan, um lugar onde não se crescia, e seus hábitos infantilizados e presenças constantes em lojas de brinquedos que ele comprava para si conotavam sérios problemas psicológicos. A exploração que seu pai fazia dele e de seus irmãos cobrava seu preço. Jackson foi uma criança que não teve uma vida normal, uma vez que desde a tenra infância já era um artista famoso.

Trabalhava arduamente como um adulto enquanto outros de sua idade tinham uma vida mais prosaica. Pode-se argumentar que se não fosse assim, ele não teria sido o gênio que foi. Talvez. A genialidade cobra um preço muito alto das pessoas que a desenvolvem em todos os ramos da arte. Mas Jackson foi levado, controlado, meio sem saber se realmente queria tudo aquilo. Pelo menos essa é a impressão de quem viu de fora os acontecimentos.

Ao mesmo tempo em que agia como criança, o cantor era cobrado a ter uma postura de homem, o que gerou constrangedores e meteóricos casamentos com Lisa Marie Presley, filha de Elvis, e com a enfermeira Debby Rowe, que na verdade serviu apenas de barriga de aluguel para seus dois primeiros filhos, Paris, e Prince Michael, hoje com 11 e 12 anos, respectivamente. Prince Michael II, terceiro filho do cantor e hoje com sete anos, nunca teve a mãe identificada. Além disso, houve uma pergunta na lata feita numa entrevista pela apresentadora Oprah Winfrey se ele era gay. O que gerou uma resposta ainda pior após uma risadinha infantil: “Eu sou um cavalheiro”.

Com suas virtudes e defeitos, Jackson apesar de tudo foi um verdadeiro gênio da música pop. Ajudou crianças, pediu com sua música mudanças e que cuidassem melhor do planeta ("Earth Song") e dos mais pobres na África ("We are the world").
Foi um artista daqueles que merecem ter ao lado do seu nome o termo “divisor de águas”. E um artista que morreu depois do seu tempo, que era o da venda exorbitante de discos. Bem diferente de faixas compradas e baixadas, que não exigem mais toda aquela produção de hoje em dia. Com sua morte, a música perde a sua majestade.

Haverá outro rei no futuro? Jamais. Da mesma forma que a indústria mudou, os artistas de hoje andam cada vez mais efêmeros. O herói de hoje é o decadente e desaparecido de amanhã. A música virou fast food e isso é ainda mais frenético no pop, sua versão mais comercial. Em diferentes momentos, bandas como Babyshambles e Luxúria, por exemplo, brilharam e desapareceram na poeira da estrada. Os grandes de outrora, portanto, são insubstituíveis e ficarão apenas na lembrança de quem gostava de vê-los e ouvi-los.

Discografia de Michael Jackson: “Got to be there” (1972), “Ben” (1972), “Music and Me” (1973), “Forever, Michael” (1975), “Off The Wall” (1979), “Thriller” (1982), “Bad” (1987), “Dangerous” (1991), “History” (1995), “Blood on the dance floor” (1997) e “Invincible” (2001).


Abaixo, alguns clássicos de Michael Jackson numa homenagem do blog a este grande artista:

"Beat it"

"Smooth Criminal"

"Thriller"

"Bad"

"Dirty Diana"

"The way you make me feel"

"Man in the Mirror"

"Billie Jean"

domingo, 21 de junho de 2009

Uma inspiração e uma utopia

“Intrigas de Estado” é uma inspiração para um jovem repórter. O filme mostra a história de uma grande reportagem feita por um experiente jornalista, Cal McAffrey, vivido pelo quase sempre ótimo Russel Crowe, envolvendo conspirações no alto escalão do governo, muito dinheiro e interesses em jogo.

O filme de Kevin McDonald, mesmo diretor de “O último rei da Escócia” (2006), acompanha a investigação de Cal, um repórter sagaz apresentado em cena como tudo o que o jornalismo tem de mais sedutor, perigoso e, por que não, clichê, numa história que pode custar a cabeça do seu melhor amigo, o congressista republicano Stephen Collins, vivido pelo quase sempre péssimo Ben Affleck.

Ao seu lado, uma jovem jornalista que escreve um blog sobre o Capitólio, Della Frye (Rachel McAdams), e vai aprender na marra a ser repórter. A mulher é tratada quase como uma desqualificada, mas aos pouco vai provando o seu valor numa, digamos, bela integração entre o papel e o online.

O filme de McDonald é uma inspiração, mas também é uma utopia. Que nos leva a uma triste constatação. Com ou sem diploma, provavelmente nunca mais existirão repórteres como Cal. Seja pela pressão de donos de jornal que vêem apenas o lucro na frente, bem mostrada no filme na interpretação da editora-chefe Cameron Lynne (Helen Mirren e seu belo sotaque britânico) “apertando as bolas” de Cal porque seus patrões estão com a faca no seu pescoço, seja pelo imediatismo, a concorrência nociva e a necessidade de tudo ser para ontem, muito mais até do que o jornalismo sempre foi, que gera apurações incompletas e histórias semi-escritas, ou melhor, semi-contadas.

Depois da excitação de uma reportagem que todo jovem jornalista sonha em escrever, a conclusão que fica é que hoje jamais alguém atrasaria a capa de um jornal por quatro horas por causa de uma matéria importante. Há prazos e custos a cumprir. Todos no fio da navalha. O mais fácil seria ir contando a história em fragmentos, de preferência com idas e vindas como uma novelinha que venda diariamente mais e mais jornais. O lance é produzir em massa para a massa.

O tom parece depressivo, mas "Intrigas de Estado" é um dos melhores filmes do ano. Escrito pelo craque Tony Gilroy – que escreveu, entre outros, “O Advogado do Diabo” (1997) e os três filmes do herói Jason Bourne e escreveu e dirigiu o recente “Duplicidade” (2009) e o excelente “Conduta de Risco” (2007) – o trabalho tem diálogos primorosos que casam perfeitamente com a câmera de McDonald e a interpretação de Crowe, outro craque na tela.

Acontece que o fictício Cal McAffrey ou os bem reais Bob Woodward, Carl Bernstein ou Gay Talese estão tão distantes da realidade atual que bate um desânimo. O romantismo e a liberdade ficaram apenas para o cinema.

domingo, 14 de junho de 2009

Faltou o Schwarzenegger

Não adianta repetir a frase “Il’l be back” nem tocar “You could be mine” do Guns’N’Roses se a principal estrela da companhia só aparece num quase holograma de 30 anos atrás. “O exterminador do futuro: a salvação” quarto filme da franquia que transformou o “governator” em estrela nos anos 80 e promessa para uma nova trilogia é honesto, tenta reconquistar velhos fãs ao mesmo tempo em que assedia uma nova platéia, mas não tem o principal: a presença da estrela da companhia.

Um filme sobre o exterminador sem a presença de Arnold Schwarzenegger é como tirar o ingrediente principal de uma receita de bolo. Dificilmente vai dar certo. E pode-se dizer que praticamente não deu. E olha que não faltou “esforço e dedicação” de seu ator principal, Christian Bale, que usando a mesma voz que usa para fazer o Batman foi incumbido de viver o escolhido John Connor, o líder da resistência, na sua fase adulta.

A “dedicação” de Bale foi tamanha que ele até perdeu a cabeça no set e durante as filmagens disse alguns zilhões de palavrões para um técnico em iluminação que acidentalmente deixou uma luz cair, provocando a necessidade de regravar uma cena que acredito que estivesse perfeita. Melhor do que qualquer uma que eu tenha visto no filme. O desabafo do valentão você pode ouvir no fim do post. É “fuck” para todos os gostos, tamanhos e bocas sujas.

Enfim, de volta ao filme, Bale se esforça, mas quem rouba a cena é Sam Worthington, que vive Marcus Wright, um humano condenado a pena de morte no final do século XX ou início do século XXI que aceita doar o seu corpo à ciência para novos experimentos e “salvar a humanidade”. Pelo menos é o que diz a doutora Serena Kogan (Helena Bonham-Carter).

Wright volta a vida em 2018, o ano em que se passa o novo filme do exterminador e será figura fundamental nos planos dos humanos para vencer a guerra contra as máquinas. Se eu disser mais do que isso, estrago o filme. Se é que você pretende vê-lo.

Além de inundar a minha cabeça com uma música chiclete como “You could be mine” (ao menos ela é boa), o novo filme causou uma certa confusão aqui na cachola. Se Connor, alguém ainda por nascer no primeiro filme de 84, um pré-adolescente no segundo filme de 91 e um “pré-adulto” problemático no terceiro de 2003, agora é finalmente o líder da resistência contra a Skynet, que vemos começar a guerra nuclear no final do terceiro filme, como ele agora ressurge para proteger não apenas a si mesmo como Kyle Reese, aquele que será o seu pai no futuro?

Durmam com um barulho desses John D. Brancato e Michael Ferris. Ainda mais porque em “O exterminador do futuro 3: a rebelião das máquinas”, o exterminador vivido por Schwarzenegger diz que o matará em 2032, apenas 14 anos depois dos eventos do quarto filme. Será que existiu mais de um John Connor? Olha eu tentando salvá-los da sinuca de bico.

Seja como for, não é a confusão histórica o principal problema do filme. É apenas um deles. O outro é McG. Autor do insípido “As Pantera” (2000) e que agora planeja filmar o clássico de Júlio Verne “20.000 léguas submarinas”, o diretor não imprime nada de fundamental neste novo filme, não dá uma cara, não traz uma idéia diferente. Seus filmes são sem cores. McG apenas se limita a repetir fórmulas que deram certo e vai reproduzindo.

Daí vale até repetir a trilha sonora do “Exterminador do futuro 2”, quando o Guns estava no auge da carreira. Hoje, a banda de Axl Rose não é mais a mesma, lançou um disco meia-boca depois de 14 anos de espera e ainda não conseguiu produzir algo perto sequer de “You could be mine”. Mas se serve de consolo para o velho Axl, ele continua sendo ouvido em 2018. Pelo menos na ficção.

Para piorar a situação, Bale, um bom ator, sem sombra de dúvida, não é nem um pouco carismático como o “governator” ou Worthington, que o engole quando os dois aparecem juntos em cena. Claro que ele é um Connor melhor do que Nick Stahl, que vive o herói no terceiro filme. Mas isto não configura nenhuma vantagem para um ator que atingiu o nível de Bale enquanto Stahl ainda tem muita estrada pela frente e que ainda não tem trabalhos de muito quilate para apresentar.

Tudo seria compensado, claro, se o novo filme tivesse a presença – mesma – de Schwarzenegger. O grandalhão austríaco que hoje está mais preocupado com o meio ambiente, em "exterminar livros" e em governar a Califórnia daria ao novo filme do exterminador o único ponto de nostalgia necessário para uma continuação da série. Bem, agora se fala num quinto filme do exterminador previsto para 2011. E McG, que estaria a frente do projeto, já deu entrevistas dizendo “quem sabe ele não volta”.

Tomara. No papel do exterminador ele é insubstituível e dá de mil a zero em todas as geringonças criadas para esta película de motos exterminadoras a rastreadores exterminadores.
Abaixo o áudio de Christian Bale perdendo a cabeça durante as gravações do filme e o videoclipe clássico de "You Could be Mine" do Guns.


sexta-feira, 12 de junho de 2009

Os roqueiros também amam – parte I

É Dia dos Namorados e “Memórias da Alcova” não poderia deixar de homenagear os casais apaixonados. Por isso, e para provar que os roqueiros, tal qual os brutos, também amam, preparei uma seleção com grandes canções do rock and roll para embalar este dia.

Tem de bandas de metal até o rock mais farofa. O importante é fazer aquela cara de sofrimento e de paixão, cantar com a voz vindo do fundo do coração (de preferência de olhos fechados) e dizer tudo o que sente. Há baladas para todos os gostos. Vamos a elas então.
Músicas para declarar o seu amor:
Kiss – “Forever”
Paul Stanley é responsável por uma das mais belas baladas da história do rock. Os fãs xiitas do Kiss a detestam. Dizem que é coisa de mulherzinha. Mas no íntimo eles viram para as mulheres e repetem as palavras de Paul: “I see my future/when I look in your eyes”. Isso amolece o mais gelado dos corações.


Cazuza – “É preciso dizer que te amo”

Música para casais inocentes: Oasis – “Live Forever”
Até o Liam Gallagher já dedicou uma vez num dos seus shows essa música para os mentirosos. Convenhamos, viver para sempre hoje, só na letra do Oasis. Mas é Dia dos Namorados, acreditemos, pelo menos por hoje, no refrão dos irmãos de Manchester.

Música para conquistar sem perder os princípios: Audioslave – “Be Yourself”

Conselho de Chris Cornell: “Be yourself is all that you can do”.

Música com o melhor assobio: Guns’n’Roses – “Patience”

A melhor de todas as baladas com assobio. Tudo bem que eu não consigo me lembrar de outras, mas este é um mero detalhe. Além do mais, no amor, é preciso ter paciência.

Música para os que não sabem de nada: Whitesnake – “Is this love”

David Coverdale ainda se pergunta se aquilo que ele está sentindo é realmente amor há mais de duas décadas. Será que ele não descobriu ainda?

Mas em seguida ele vai e canta: “Love ain’t no stranger”

Música para a eterna procura da mulher amada: Bon Jovi – “This ain’t a love song”.

O Bon Jovi é provavelmente a banda que mais faz baladas na história do rock. Não é a toa que é um dos representantes com duas canções aqui. Neste clipe, Jon Bon Jovi, com direito a paradinha no final da música, diz que isso não é uma canção de amor, mas ele grita que chorou demais e que houve noites que morreria por você, baby. E o clipe ainda mostra um veterano de guerra em busca da mulher amada décadas depois. Tocante.

Música para amores platônicos: Radiohead – “Creep”

Thom Yorke sofrendo pela garota que “ruuuuuuuuuunnnnnnnnn”, que é especial como ele gostaria de ser. O resto fica a cargo da guitarra de Jonny Greenwood. Linda canção.

Música para amores eternos: Guns’n’Roses – “November Rain”
Axl Rose e Slash se unem neste épico do Guns.

Músicas para loucos de amor: Aerosmith – “Crazy” e “Cryin”.

Música para amores possessivos: U2 – “All I want is you”
Essa é para aqueles que são humanos, mas não desistem. Mas poderia ser uma música para os amores impossíveis como o do anão do circo com a bela trapezista do clipe que você confere clicando aqui.

Música para abrir o olho com a melhor amiga: Bon Jovi – “Always”

Jon Bon Jovi mostra para as mulheres que é preciso ficar de olho nas suas melhores amigas. O clipe tem uma bela duma chifrada e uma vingança ainda pior. Sobrou para o cara que não tinha nada a ver com isso. É Dia dos Namorados, mas o velho Jon mostra que o perigo mora ao lado.

Música para amores de estrada: Roy Orbison – “I drove all night”

Mick Jagger já disse que aprendeu a cantar baladas com Roy Orbison. O cara era bom e essa música é espetacular. E, convenhamos, vale a pena realmente dirigir a noite toda para “fazer amor” com a Jennifer Connelly. Lamentavelmente, os vídeos do youtube dele não estão disponíveis para colocar aqui (bola fora total), mas é só clicar neste link que você será direcionado para o clipe.

Música para transar por horas: The Doors – “Touch Me”

Jim Morrison era um poeta. E foi certeiro quando cantou: “I gonna love you/till the heaven stops the rain”. A partir daí é só usar camisinha e se divertir.

Música para transar na praia: Chris Isaak – “Wicked Game”.

Ora, se deu certo com o Chris Isaak que pegou essa modelo espetacular do clipe, porque não daria certo com você?

Música para todas as formas de amar: Van Halen – “Can’t stop loving you”

Um épico espetacular: Led Zeppelin - "Stairway to heaven"

Os roqueiros também amam - parte II

Música para reatar um romance: Scorpions – “Still Loving You”
Tá difícil para aquela cara metade te aceitar de volta? Ora convoque Klaus Meine e seu Scorpions e saia por aí cantarolando: “If we go again/all the way from the start/I would try to change/the things that killed our love”. E o ponto máximo da música: “You should give me a chance/this can’t be the end/I still loving yoooooooooooooooouuuuuuuuuuu/ I need your love/I still loving yooooooooooooooooouuuuuuuuuuuu”. Infalível.

Música para metaleiros românticos: Helloween – “Forever and one (Neverland)”

Andy Deris solta a voz numa de suas mais belas canções que eu nunca tive a oportunidade de ver ao vivo, mas que já foi cantada em shows no Brasil como bem lembra meu amigo Lionel. Eu dissera antes que ela nunca fora executada em Pindorama. Para os fãs do metal melódico.

Músicas para metaleiros menos românticos: Iron Maiden – “Wasting Love”, uma jóia do disco “Fear of the dark” (1992) e Metallica – “Nothing Else Matters” porque hoje nada mais importa.


Porque o grunge também ama: Pearl Jam – “Black”

Mas o amor também machuca: R.E.M. – “Everybody Hurts”

Música para sofrer por amor no bar: U2 – “One”
O amor é único como canta Bono Vox, mas já que é para sofrer, que seja num bar minimamente decente.

Músicas para amores despedaçados: Velvet Revolver – “Fall to pieces”

Música para dizer que sempre amou: Rolling Stones – “Angie”

Música que homenageia o amor: Eric Clapton – “Layla”

Essa foi uma mulher de sorte. Ex de George Harrison, acabou com Clapton que escreveu esta canção para ela.

Uma balada eterna: Queen – “Love of my life”
Rock in Rio de 1985 e aquelas vozes que ainda ecoam.

Música para fechar um post: Nat King Cole – “Unforgettable”

O que mais um grande amor pode ser além de inesquecível?

domingo, 7 de junho de 2009

Para tardes insones

Se você assistisse a muitos filmes e fosse instado a fazer uma relação, digamos, bastante substancial dos 200 melhores filmes que já viu, eu apostaria o seu salário que não colocaria “Anjos e Demônios” nela. Mas, com o perdão do trocadilho infame, ora diabos, não é que o trabalho de Ron Howard até satisfaz o freguês (até certo ponto e desde que ele não seja lá muito exigente).

Tudo bem que a referência anterior é a pior possível. “O Código Da Vinci” (2006) é um filme ruim de doer. Tem um Tom Hanks no piloto automático em uma historinha que não convence ninguém. Além de provavelmente ser um filme absolutamente chato para quem tinha lido o livro antes. Como eu tive a sorte de não ler, até deu para me divertir um pouco com uma ou outra reviravolta na película.

Também não li “Anjos e Demônios” (sinceramente, não perco meu tempo com Dan Brown ou qualquer outro autor de best-seller grudento que faz “o livro que todo mundo está lendo”), o que talvez tenha me causado a impressão de uma leve satisfação com o novo trabalho de Howard. Como se da ignorância viesse a inocente diversão de um filme que não faria feio numa tarde fria, sem trabalho, embaixo do edredom e assistindo à boa e velha "Sessão da Tarde".

Sobre Hanks? Tudo bem, no seu retorno ao papel do simbologista Robert Langdom, a primeira vez que ele repete um personagem, aliás, Hanks só melhorou um pouquinho, mas diante de um Ewan McGreggor (Carmelengo Patrick McKenna) numa das piores atuações de sua vida, ele parece exibir um trabalho digno de Oscar. Claro que eu estou nivelando por baixo.

Aqui cabe um parêntese na crítica. Os filmes baseados nos livros de Brown parecem malditos com os atores que participam deles. Como eles parecem esquecer essa tal de arte de atuar quando entram no set. McGreggor, e é triste dizer isso, é quase uma piada em “Anjos e Demônios”.

Anyway, pode-se dizer que “Anjos e Demônios” é um filme palatável. Tem um roteiro relativamente simples: basicamente um assassino é contratado para matar os quatro preferiti, os favoritos do conclave para ser o novo papa, que acaba de morrer, numa trama de vingança supostamente orquestrada pelos Iluminati, uma sociedade secreta infiltrada na Igreja que teve como expoente o pensador e matemático Galileu Galilei. Com isso, Langdom e Vittoria Vetra (Auelet Zurer), sua parceira neste filme, são chamados para ajudar a impedi-lo.

Sua estrutura ao estilo “24 horas”, com reloginho e tudo (É Jack Bauer fazendo escola), ajuda a manter o clima de suspense e ansiedade até um fim menos polêmico e iconoclástico que “O Código Da Vinci”. Talvez seja por isso que a Igreja dessa vez se manteve calada sobre a película.

Uma atitude correta. Até porque a melhor maneira de manter um filme apenas razoável longe da mídia é falando pouco dele. Em breve “Anjos e Demônios” estará nas locadoras e na TV a cabo. Sem muito destaque e como uma boa diversão para aquela tarde chuvosa debaixo do edredom.