segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

The Post

Eu tenho os documentos todos. E agora?
O menino Steven Spielberg é muito malandrinho. Ele sabe que guerras e conspirações são bons temas para ganhar um Oscar. Ele mesmo ganhou dois graças à Segunda Guerra Mundial com “O resgato do soldado Ryan” (1998) e “A lista de Schindler” (1993). Ele também sabe que nestes tempos doidos que vivemos, o jornalismo e todo aquele blá-blá-blá de primeira emenda, liberdade de imprensa, matérias investigativas, blá-blá-blá... também dá um Oscar. Não é à toa que aquele MEDIANO filme do “Spotlight” ganhou o careca dourado há dois anos. Um erro terrível. E eu ainda tive que ouvir que era vitória do jornalismo.
Então, o que o Spielberg fez? Reuniu os dois assuntos, a guerra e o jornalismo, e juntou num filme só para ver se sai da seca de 20 anos sem faturar o prêmio da festinha fancy de Los Angeles.
E para reforçar o argumento de que seu filme é top, ele ainda convocou a Meryl Streep, a única pessoa do planeta que é indicada ao Oscar todo ano em que trabalha (já são 21 indicações), e o Tom Hanks, um bicampeão do careca dourado, ator de excelência, e provavelmente o único homem que vai sobrar em Hollywood quando todas as denúncias de assédio e agressão contra mulheres forem devidamente apuradas (Se o Tom Hanks for acusado de algo eu não acredito mais na humanidade e vou me isolar numa ilha deserta).
O resultado dessa mistura deveria ser IMPLACÁVEL. E “The Post” tinha tudo para ser isso se não fosse em muitos momentos um filme TEDIOSO.
(E ATENÇÃO! PAREM AS ROTATIVAS QUE LÁ VEM SPOILER).
“The Post” conta basicamente a história de um jornal pequeno que sonhava em ser grande. Naqueles anos 70 de black power, governo Nixon, óculos grandes e hippies, o “Washington Post” era uma espécie de Manchester City sem o dinheiro dos árabes. Um PSG sem a grana do Qatar. Um jornal mediano que lambia as botas do poder de Washington e não queria saber de se envolver em muita confusão.
Seus donos e muitos jornalistas viviam o dolce far niente da bajulação ao governo de Truman a Lyndon Johnson. Pelo menos é isso o que o filme dá a entender. Se você tem reclamações, cartas para o Spielberg.
Só que alguns jornalistas já começavam a se incomodar com tudo isso. Em especial Ben Bradlee (Tom Hanks, como você foi esnobado pela Academia??!!), aquele editor-chefe que você sempre quis ter. Ben não aguentava mais o 7 a 1 que estava tomando do “New York Times”. Todo dia era um furo por causa dos documentos secretos produzidos a mando do ex-secretário de Defesa Robert McNamara (Bruce Greenwood) sobre a Guerra do Vietnã que só manchavam ainda mais o governo Nixon e muitos governos anteriores.
Você sente o quanto Ben está puto da vida com os caras do Times. Praticamente ouve os pensamentos dele: “Maldito Rosenthal (Michael Stuhlbarg)! Fica aí nas férias na Itália posando de pai amoroso de filho gay em “Me chame pelo seu nome”, mas vai lá, faz a barba e me ferra comandando o Times”.
Só que Bradlee planeja a reação. Vai atrás dos documentos duela a quién duela. E não tem ninguém naquela redação mais bem capacitado para conseguir isso do que... Saul Goodman, ou melhor, Ben Bagdikian (Bob Odenkirk).
Bagdikian então diz: “Better call Dan (Mathew Rhys)”. E voilá, eis que surgem quatro mil páginas de podridão na história da América.
Os jornalistas fazem então aquilo para o qual são pagos: começam a escrever a matéria sem nenhuma garantia de que ela vai sair. Isso porque falta a decisão final de Kay Graham (Meryl Streep), cujos laços com o poder eram tão fortes a ponto de McNamara ter sido convidado para a sua festinha de aniversário.
A senhora Graham não era muito bem vista pelos acionistas. Embora fosse dedicada, eles a achavam fraca e sem pulso para comandar o jornal que fora do marido dela até o seu suicídio. Bradlee sabia que o problema era grande e foi logo mandando a real:
- Chefinha, não quero pressionar muito, mas o que você vai fazer quando eu tiver estes documentos em mãos? Porque eu os terei. Tenho meus melhores repórteres nisso.
A pressão dos acionistas contrários à fazer alguma coisa tipo jornalismo também era grande. Mas foi justamente neste momento que Mrs. Graham botou o pau na mesa e mostrou quem manda: “Publiquem essa joça! Não quero saber das consequências! Isso é um jornal, não é uma paróquia!”.
O resto é história. Nixon depois cairia por conta de outra série de reportagens do mesmo jornal e retratadas em “Todos os homens do presidente” (1976), o “Washington Post” é hoje um jornal grande e respeitado (É o que dizem) e “The Post” conseguiu duas indicações ao careca dourado. Mas Spielberg ficou sem a dele para diretor. Talvez porque... não era para tanto mesmo, meus caros. Aliás, “The Post” nem merecia estar concorrendo à melhor filme. Deve ter entrado na cota da imprensa.
Cotação da Corneta: nota 6.
Indicações ao careca dourado: melhor filme e atriz (Meryl Streep).


sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Que jogada certeira

Que roubada que você se meteu, hein?
Acho pôquer um jogo muito maneiro. Coisa de gente rica né. Eu me sentiria com mais dinheiro se eu jogasse pôquer, mesmo que minhas apostas tivessem o peso de um croissant de amêndoa e um pão de Deus. Mas eu entendo tanto de pôquer quando de física quântica.
Aaron Sorkin fez uma bela tentativa de me fazer aprender o jogo, mas eu continuo não entendendo BULHUFAS. Só acho que uma jogada que tenha o nome de Royal Straight Flush devia ter a maior pontuação em todos os jogos de carta possíveis.
Ainda bem que “A grande jogada” não é um filme apenas sobre pôquer. É um filme sobre ousadia, sobre apostar contra a banca e ver no que dá. É também sobre Freud e sobre orgulho.
É um filme também do Aaron Sorkin. Quem viu “A rede social” (2010) e “Steve Jobs” (2015) sabe que ele é VERBORRÁGICO a ponto de quase ser impossível acompanhar as legendas. Tem aqueles cortes secos e você fica meio que disputando corrida com as letrinhas. Mas no fim tudo dá certo, porque os filmes do Sorkin são muitas vezes divertido.
(E AGORA VAMOS A UM FLUSH DE SPOILERS)
“A grande jogada” conta a história de Molly Bloom (Jessica Chastain, a senhora quase absoluta do filme). Ex-atleta de esqui, ela tem que abrir mão da vida na neve por causa de uma lesão na coluna. Mas, vocês sabem, ganhar está no sangue de qualquer atleta muito competitivo.
Diante disso, Molly vai para Los Angeles decidir o que quer da vida. Ela não sabe se casa, se compra uma bicicleta, se vira advogada... Até que na night ela descobre uma mina de dinheiro chamada pôquer.
Maluca, obsessiva e muito mais inteligente que eu, Molly logo aprende todos os fundamentos do jogo, as artimanhas, os blefes e os tiques dos atletas da alta roda. Queria ter uma filha assim.
Aos poucos, ela vai se tornando a grande dama da jogatina (e aí de você se chamá-la de princesa). E tudo sem infringir a lei. Mas andando bem na margem dela. BEEEEEEM na margem.
É claro que quanto maiores as apostas de Molly, maior a chance de dar merda. E quando ela se mete com os russos.... aí ferrou né. Pô, Molly, uma mulher tão inteligente como você não pode dizer que não era suspeito um dinheiro vindo de uns caras com nomes com fim OFF E OV que jogavam despretensiosamente no Brooklyn. Isso fedia num nível...
Claro que o FBI bateu na porta dela. E ela foi bater na porta do Idris Elba. Elba ainda não é um agente secreto, mas veio para salvar o dia no papel do advogado Charlie Jaffey. No início ele reluta. Não quero me envolver com você. Você é fria. Mas Molly sempre entra para ganhar. De alguma forma consegue convencer o advogado a trabalhar para ela. Só não sabe ainda como pagar os US$ 250 mil de honorários.
No momento pré-tribunal, o filme transforma-se em um filme sobre a honra. Os advogados de acusação oferecem imunidade se ela contar tudo o que sabe sobre quem esteve jogando nas suas mesas. Molly se recusa e diz que só tem uma coisa que presta na vida: seu nome. Bate o pé e diz não. “Eu não sou uma personagem de James Joyce, mas sou uma Bloom de respeito”.
Aí o filme vai para a Sessão de Terapia. Porque o pai dela, o Larry Bloom (Kevin Costner), resolve falar umas verdades. “Você só organizou essa porcaria toda aí para ter o prazer de ter os homens no cabresto. Você gosta de dominar os homens. Porque você não gosta do seu pai porque eu tinha uma amante”. Molly só diz: “Você está de sacanagem? Lavação de roupa suja a essa hora?”
O paizão responde: “Eu sou terapeuta, freudiano na veia. Você desprezou Freud na infância e agora ele veio te assombrar”.
Eu não consegui engolir muito bem a explicação psicanalítica para Molly ter se tornado quem é. Porém, se foi assim que aconteceu na vida real, paciência né?
Ah, faltou contar isso. Molly Bloom existia mesmo, teve esse império do pôquer mesmo e há quem diga que o jogador X, vivido por Michael Cera no filme, era o Tobey Maguire (daí a piadinha no roteiro: “Ele era o meu super-herói”, pois Maguire já foi o Homem-Aranha). E sabe que outras celebridades já estiveram na mesa de carteado de Molly? Leonardo Di Caprio, Matt Damon, Ben Affleck, Pete Sampras... Pelo menos é o que dizem na boca pequena. Molly mesmo nunca revelou as identidades de quem jogou com ela, como o filme mostra.
“A grande jogada” é uma boa diversão, tem uma Jessica Chastain brilhando, tem um Idris Elba muito bem, mas Sorkin já nos entregou filmes melhores. Eu acho, por exemplo, “Steve Jobs” (2015) e “O homem que mudou o jogo” (2011) trabalhos mais interessantes. Porém, o filme valeu cada centavo. Não chega a ser um royal straight flush, mas passa por um full house.
Cotação da Corneta: nota 7,5.

sábado, 13 de janeiro de 2018

Um Black Mirror mais ou menos

Que isso, fera
Pode não ter sido a melhor temporada de “Black Mirror”, mas “Metalhead” (Excelente. E nunca confiei em cachorros), “Black Museum” (apavorante) e “Hang The DJ” (super Tinder, ativar!) foram episódios que eu gostei bastante. Nesta ordem, inclusive.
“Hang the DJ” perdeu pontos porque tem final feliz. Onde já se viu final feliz? Se eu quisesse isso não via “Black Mirror”, via “A Bela e a Fera”. Gostamos do horror e da humanidade mostrando o seu lado perverso, vil, vingativo, cruel, obsessivo, possessivo e egoísta com o auxílio das tecnologias.
‪Depois, meu ranking teria “Crocodile” (quase um “Eu sei o que vocês fizeram no verão passado” abaixo de zero), “Arkangel” (final molenga e decepcionante para uma ideia boa) e “USS Callister”.
Este último só valeu mesmo pela zoeira com “Star Trek” e pelo Charlie Brooker mostrar qual é o limite desta série exemplificado na frase da personagem Nanette Cole que ilustra este post.
Vou ali ver Arquivo X e já volto.

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Esse grego tem problema (ainda bem)

Você mal perde por esperar a minha vingança
Tem um maluco relativamente novo no pedaço. Ele é grego, mas não é tão difícil falar o nome dele. Chama-se Yorgos Lanthimos. Isso não é nada para quem já teve que escrever PAPASTATHOPOULOS, o nome do zagueiro do Borussia Dortmund. Mas como eu dizia, não sei o que dizer sobre Lanthimos. Só sentir.
Só vi dois filmes dele, mas agora desejo ver toda a sua curta filmografia. As únicas coisas que eu posso dizer dos filmes que eu vi é:
1- Ele gosta de histórias que incomodam, causam desconforto e te deixam bolado dentro do desconforto.
2- Ele gosta de títulos de filmes com nomes de bichinhos (lagosta, cervo... sabe lá qual será o próximo)
3- Ele tem obsessão pelo Colin Farrell, pois ninguém é perfeito.

Mas poucas vezes eu saí de um cinema tão embasbacado e pensando: “Cara, você foi longe demais”. Mas eu logo censurei esse pensamento. Não há longe demais para a arte. Então, “cara, você esticou a corda dos limites com esse “O sacrifício de um cervo sagrado”.
(E A PARTIR DE AGORA, AVANCEM POR SUA CONTA E RISCO PORQUE É UMA MANADA DE SPOILERS)
Falemos o português claro, “O sacrifício de um cervo sagrado” é uma história sobre ciência e macumba e no que você acredita. Eu poderia ser pedante-místico-moralista e dizer que é uma PELÍCULA sobre a lei do retorno e de como sempre pagamos pelos nossos pecados. Dizer que nunca um filme foi tão longe em sua ousadia ao expor os conflitos de um homem, um profissional e um pai que definha em desespero até encontrar uma saída sobre uma escolha tão difícil e inimaginável. Eu poderia buscar metáforas em Derrida, Nietzsche, Platão...
Mas é tudo BALELA.

No fundo, é um filme sobre ciência e macumba. Porque tudo começa com um jovem muito esquisito. Aliás, o filme todo é formado por gente esquisita e que anda e fala de um jeito meio robótico, frígido e monocórdico. Até a menina quando canta parece ter a emoção de uma BJORK. Um prato cheio para o Colin Farrell. Sem muito esforço ele consegue uma atuação digna, pois basta fechar a cara e falar.
Então, o Farrell vive um médico cardiologista que vai sendo stalkeado na vida real por um menino misterioso chamado Martin (Barry Keoghan). Martin é um jovem curioso que fica querendo saber tudo da vida de Steven (Farrell), da família, do casamento com a Nicole Kidman, etc....
Steven até então achava que o menino só estava perturbado pela perda do pai. Mas a coisa fica esquisita quando surge do nada a... ALICIA SILVERSTONE. Eu não sei vocês, mas acho que a última vez que vi a Alicia Silverstone foi em “Batman e Robin” (1997). Enfim, Alicia vive a mãe de Martin, dá em cima de Steven com um papinho de que “você tem mãos lindas e tal”, mas Steven dribla a moça e avisa: “Para com isso! Eu sou casado e amo a minha mulher! Eu pego a Nicole Kidman!!”. É quando ela responde: “Pelo menos experimenta a minha torta de limão”? (Aparentemente não era uma metáfora).
Steven declina da proposta. Mal sabia ele que aquela torta de limão seria o menor dos seus problemas. Nos ultimas seis meses, Martin estava preparando uma vingança. Uma macumba sinistra, magia negra pesada que faria os dois filhos e a mulher de Steven caírem doentes. Primeiro perderiam os movimentos, depois a vontade de comer. Por fim, chorariam sangue. E eles só melhorariam quando o médico assassinasse um membro da família. Tudo porque o moleque perdeu o pai na mesa de operação do médico.
Steven diz que isso é bobagem. Que não acredita em galinha morta e farofa na encruzilhada, mas vai vendo os filhos caírem e não há exame que dê jeito ou ache uma maneira de curar as crianças. Enquanto isso, Martin segue pregando a sua vingança travestida de metáfora bíblica: olho por olho, dente por dente e spaghetti se come enrolando o macarrão e jogando na boca.
Steven sofre, chora, vê suas convicções científicas sofrerem abalos tectônicos... mas no fim, sabe que o seu destino está no acerto de contas espiritual com a vingança de Martin. É o famoso aqui se faz, aqui se paga. Para Yorgos Lanthimos é muito mais legal quando o vilão vence no final (acrescente áudio de risada maléfica de Dr Evil).
Agora eu quero ver os outros filmes desse maluco.
Cotação da Corneta: 8,5.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

The Crown é lindo demais

Claire Foy está perfeita como a rainha
Como eu amo essa família. Como eu sentirei falta desse elenco. O que dizer da segunda temporada de “The Crown”? Apenas as linhas malemolentes abaixo:
(AND GOD SAVE THE SPOILERS A PARTIR DE AGORA)
1- Claire Foy, amigos, merece um Oscar. Eu sei que é impossível, mas ela tinha que ganhar um Oscar, pois a sua interpretação da rainha Elizabeth é impecável. Arrisco-me a dizer que nem a própria Elizabeth atuou tão bem como rainha Elizabeth do que a Claire Foy. Os silêncios, os olhares, a postura, a forma de falar, o como falar... tudo foi maravilhoso. Vai embora, não, Claire. Fica até passar o bastão para a Helen Mirren.
2- Vanessa Kirby e Matt Smith também estão de parabéns pelos seus trabalhos como Margaret, a irmã porra-louca da rainha, e Philip, o marido desbocado e sem noção da mesma. Já estamos com saudades.
3- Por falar no Philip, que temporada do marido hein. Achou que ia faturar a jornalista e levou uma volta bonita dela para deixar de ser otário. Perdeu o assessor que, como diria o Tite, FALA MUITO, viu o ridículo clube do bolinha ficar queimado por causa de um caso de divórcio, vacilou ao frequentar casas pouco ortodoxas com pessoas pouco republicanas e ainda teve que botar o rabo entre as pernas e pedir arrego para a rainha. Ok, os dois se amam, blá-blá-blá, mas será que ele aprendeu?
4- A julgar pelas gafes que ele comete até hoje, não.
5- Aliás, ela deve amar demais o Philip, pois, suportou fazer a ceninha da vaca leiteira e o momento Caco Antibes dele zoando o cabelo dela e comparando a um capacete.
6- “Não fazer nada às vezes é a melhor opção”. Essa lição da rainha pode ser aplicada em algumas situações.
7- Por falar na rainha, qual a vantagem de ter o cargo dela e ser sempre última a saber das fofocas?
8- Por outro lado, só ela pode convocar uma audiência oficial apenas para fofocar sobre um jantar.
9- A segunda temporada só reforçou o quanto a Margaret era uma excelente personagem nessa família e o quanto o Charles, coitado, era um zé ninguém desde sempre.
10- Por falar no Charles, foi impossível não rir quando a Elizabeth solta em plena década de 50 a frase: “Ele é o futuro da coroa”. Está esperando até agora. Nunca uma promoção demorou tanto a chegar. E olha que nem tem aumento de salário.
11- Mas ninguém sai mais chamuscado dessa temporada do que o irmão do antigo Rei George. Edward já tinha fama de covarde por abdicar do trono, mas como foi por amor muita gente perdoou. Agora, depois das provas e da sua relação com Hitler e o nazismo, com direito a episódios de traição à coroa... não sei como não tem fila de pessoas cuspindo no túmulo dele.
12- Lorde Altrincham ganhou o prêmio jornalismo ousadia e alegria por criticar a rainha quando ninguém podia falar mal dela e, graças a isso, provocar umas mudanças no castelo de Windsor. Deixaram até os pobres entrarem para visitar o castelo e brincar com os cachorros de Lilibeth.
13- “The Crown” é lindo, maravilhoso, tem um cuidado enorme com a história e a produção, dá para enumerar pelo menos umas 15 cenas absolutamente brilhantes nessa temporada... Então como conseguiram arranjar uma Jackie Kennedy tão sem sal? Uma Jackie Kennedy que não brilharia nem no jantar de Natal das nossas famílias, quiçá falando com o Charles de Gaulle e a Elizabeth. Deviam ter convocado a Natalie Portman que já estava treinada para o papel.
14- Vocês repararam que toda vez que um assessor tinha um assunto delicado para falar com a rainha, chegava sempre com duas ou três bundices antes? É tipo, “mãe, fiz o dever de casa e lavei a louça, mas quebrei a janela do vizinho jogando bola”.
15- Cotação da Corneta: nota 10.
16- É isso. Vou ali me dedicar a “Black Mirror” e qualquer dia eu volto.