segunda-feira, 12 de novembro de 2012

A vida começa aos 100

Fred, o novo ídolo do Flu/Photocamera
Há quem diga que a vida começa aos 40. Outros adotam a expressão “melhor idade” para falar sobre quem vive serelepe acima dos 60. Para o Fluminense, a melhor fase da sua vida começou aos 100 anos. Em 2002, o time tricolor conquistou o seu primeiro título no século XXI. O Campeonato Estadual. Um título menor, um torneio de bairro, é verdade, mas foi o início de uma arrancada que fez destes primeiros 12 anos do novo século os melhores da história do clube. 

Os títulos e as boas campanhas em torneios importantes comprovam que o Fluminense mudou de patamar no futebol brasileiro. Alimentada pelo dinheiro da Unimed, a empresa que atua como mecenas do clube das Laranjeiras, a geração dos anos 2000 surgiu para tirar da sarjeta um clube que sofrera três rebaixamentos seguidos na fase mais devastadora da sua história.

Se os anos 90 foram os piores da história do Flu, o século XXI veio para compensar todo o sofrimento que o torcedor tricolor sofreu naquele período. O Flu vive a sua era de ouro. Uma era maior até do que a Máquina de Francisco Horta ou o periodo do Casal 20.

A máquina tricolor da década de 70 comandada por Rivellino foi histórica. Até hoje é lembrada como um dos times que praticou o melhor futebol da história do clube, mas ganhou dois estaduais (numa época que eles valiam muito, é verdade), mas fracassou caindo nas semifinais de dois Campeonatos Brasileiros. E ainda ficou mais marcada por uma derrota, a famosa invasão corintiana do Maracanã, do que propriamente pelas conquistas.

A década de 80 trouxe um time pragmático e vencedor como o Fluminense atual. A equipe de Washington, Assis e Romerito foi tricampeã estadual (1983-84-85) e conquistou o segundo título nacional da história do clube, o Brasileiro de 1984 derrotando o Vasco na final. Fora isso e jogando numa década em que qualquer conquista deveria ser celebrada, pois o grande rival de todos no Brasil era o Flamengo de Zico, o time se destacou apenas por um quinto lugar no Brasileiro de 1982 e um sexto no de 86. Quando jogou a Libertadores sofreu um retumbante fracasso.

São duas gerações heroicas para o torcedor do Fluminense. Históricas. Mas nenhuma delas e nem outras tantas como a de Telê e Valdo ou a que levou o primeiro título brasileiro do clube em 1970 foram tão vencedoras como a atual. Nos últimos seis anos, o Fluminense ganhou três títulos nacionais. Foi campeão da Copa do Brasil em 2007 e campeão brasileiro em 2010 e 2012. Nesse período, disputou Libertadores em sequência, foi vice-campeão do torneio em 2008 e vice-campeão da Copa Sul-Americana em 2009. No período também emendou boas campanhas no Brasileiro. Foi quarto colocado em 2002, quinto em 2005, quarto em 2007, terceiro em 2011... 

Em 2009 foi 16º, mas a arrancada para fugir do rebaixamento foi tão espetacular e heroica que entrou para a história tricolor como o momento em que o Flu desmoralizou os matemáticos e forjou o novo apelido do clube, o do “time de guerreiros”.

O Fluminense também ganhou novos ídolos. Até a geração dos anos 2000, o último ídolo do clube fora Renato Gaúcho, o dono da barriga mais famosa do futebol carioca. Agora o tricolor pode chamar de ídolo nomes como Thiago Silva, Conca, Emerson (pois quem faz gol de título está na história), Fred, o artilheiro que ajudou a resgatar o time em 2009 e foi fundamental na campanha do título deste ano.

Se você tivesse que escalar um time de todos os tempos do Fluminense, provavelmente nenhum deles estaria na equipe. Mas são eles que ajudaram a conduzir e continuam conduzindo o clube às maiores conquistas de sua história.

Agora resta ao clube finalmente ganhar um título de expressão internacional. Ano que vem, o Fluminense disputará a sua quarta Libertadores em seis anos e a terceira consecutiva. Será mais uma chance de o time tricolor consolidar o início do século XXI como um período singular na história do clube.

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Em tempo, seleção do campeonato, como eu faço todos os anos, só quando o campeonato acabar. E aceito sugestões para a lateral-esquerda. Está feia a coisa.