sábado, 31 de dezembro de 2011

Best Of 2011 - Cinema

"A árvore da vida", o melhor filme
Finalizando a série de posts retrospectivos, hoje é a vez de cornetar a produção cinematográfica de 2011. Não vi todos os filmes que eu gostaria por problemas que variaram entre questões de saúde, falta de oferta, pouco tempo em cartaz e a famigerada proliferação de filmes dublados nas salas de cinema. Só consigo relacionar o aumento da dublagem a um processo de emburrecimento da sociedade. E não adianta virem com papinho que na Alemanha os filmes também são dublados. É bizarro do mesmo jeito.

Neste ano me debrucei em 45 dos 314 filmes lançados para chegar à listagem dos dez melhores, além dos melhores trabalhos individuais e minhas já conhecidas (pelo menos para os meus sete leitores) categorias alternativas. Assim como em 2010, comecei com uma lista inicial de 17. No corte final, ficaram de fora “Biutiful”, “X-Men: Primeira Classe”, “Um sonho de amor”, “Contágio”, “A árvore do amor”, “Inquietos” e “Um conto chinês”. Estes três últimos foram excluídos com muita dor porque são muito bons, mas acho que o top 10 ficou honesto. Sendo assim, vamos a ele:

10º lugar – “Margin Call – o dia antes do fim” – O filme que ainda está em cartaz conta a história do início da crise econômica de 2008. É um belo trabalho de estreia de J.C. Chandor com grandes atuações de Kevin Spacey e Jeremy Irons.

9º lugar – “Em um mundo melhor”Filmaço dinamarquês dirigido por Susanne Bier sobre a questão do bullying e suas consequências numa escola na Suécia traçando um paralelo com a realidade medieval-tribal num país africano. Ligando os dois mundos equidistantes, um médico honrado e com princípios vivido por Mikael Persbrandt que tem que ensinar aos filhos o caminho das coisas certas da vida ao mesmo tempo em que não tem muito poder para lidar com questões de conflito na área onde atende os necessitados na África.

8º lugar – “Meia-noite em Paris” – A doce fábula de Woody Allen que reflete sobre a questão da nostalgia de tempos não vividos que ao mesmo tempo é uma homenagem à arte e à própria capital francesa. A película conta ainda com uma surpreendente boa atuação de Owen Wilson, perfeito no papel do personagem principal da trama.

Jeff Bridges em "Bravura Indômita"
7º lugar – “Bravura Indômita” – Excelente faroeste dos irmãos Coen. Um dos melhores filmes da dupla em um trabalho que conta ainda com ótimas atuações de Jeff Bridges e Josh Brolin e ainda resgata um duelo inesquecível no final do filme como os bons western faziam no passado.

6º lugar – “Cópia Fiel” – O filme do iraniano Abbas Kiarostami é uma grande discussão sobre a arte e a vida a partir do relacionamento do casal vivido por Juliette Binoche e William Shimell. Como cenário de fundo, as belezas da Toscana.

5º lugar – “O discurso do Rei” – Belíssimos trabalhos de Colin Firth e Geoffrey Rush são a garantia da qualidade deste filme de Tom Hopper sobre o Rei George VI, que precisa curar a sua gagueira para fazer um discurso importante durante a II Guerra Mundial.

Bale e Whalberg em "o Vencedor"
4º lugar – “O Vencedor” – Uma das melhores atuações da vida de Christian Bale. O ator é o ex-boxeador drogado e desajustado Dicky Eklund, que treina o irmão Micky (Mark Whalberg) para tentar o título mundial. Além da belíssima trilha sonora (Led Zeppelin, Whitesnake, Aerosmith), o filme de David O.Russel conta ainda com um elenco que está muito bem em cena. Além de Bale e Whalberg, Melissa Leo, que faz a mãe dos irmãos, Alice, e Amy Adams, que vive Charlene, a namorada de Micky, dão um show.

3º lugar – “A pele que habito” – Três filmes me deixaram de boca aberta neste ano. Um deles é “A pele que habito”. O trabalho de Pedro Almodóvar é simplesmente genial e nem cabe a mim explicar em poucas linhas. Leia a minha crítica, ou melhor, ainda, veja o filme porque é espetacular.

2º lugar – “Cisne Negro” – Espetacular como o trabalho de Darren Aronofsky sobre a bailarina esquizofrênica Nina Sayers (Natalie Portman), que tem que lidar com a pressão de ser a estrela principal de uma montagem de “O Lago dos Cisnes”. Eu sou um fã dos filmes de Aronofsky e este é barbaramente dirigido e escrito. Certamente foi um dos melhores trabalhos de 2011.
1º lugar – “A árvore da vida” – Nunca pensei que um dia eu colocaria no primeiro lugar da minha lista de melhores filmes um trabalho de Terrence Malick. Mas se tem um filme que merece receber a alcunha de genial em 2011, é “A árvore da vida”. É um trabalho difícil, sem dúvida. Não é para os que gostam de roteiros mais lineares. Mas uma obra-prima de Malick que conta ainda com uma atuação soberba de Brad Pitt no papel de um pai de família duro e conservador dos Estados Unidos nos anos 50. A viagem de Malick com ecos de “2001 – Uma odisseia no espaço”, de Stanley Kubrick, é definitivamente para mim o grande filme do ano.

Piores filmes – Abaixo a lista das cinco bombas de 2011

5º lugar – “O Planeta dos Macacos: a origem” – O problema do filme de Rupert Wyatt é que James Franco e Freida Pinto formam o casal mais inexpressivo de 2011. E os dois estão na linha de frente do filme. Assim fica difícil e você acaba torcendo para os macacos exterminarem a humanidade o quanto antes.

4º lugar – “Bruna Surfistinha” – Aqui nós temos o inverso. Deborah Secco se esforça muito e não está mal no filme, mas o restante não deu para engolir. História clichê, batida sobre a prostituta que fazia sucesso e deixa a vida dura para casar com um cliente apaixonado por ela. Mas se você é fã da Deborah, vale a pena ver.

3º lugar - “O amor chega tarde” – Teve quem achasse esse filme de Jan Schütte sobre um escritor octogenário fofinho, mas eu achei uma tremenda malice. Não é divertido, não é engraçado, não é dramático, não é nada. Tinha potencial para ser uma coisa meio David Lynch, mas o resultado e patético, pífio mesmo.

2º lugar – “Rio” – O filme de Carlos Saldanha é uma dispensável coletânea de clichês, óbvio e sem graça. Mas você vai achar fofo o Rio de Janeiro retratado ali, o sambinha e blábláblá. Nada que apague que é um filme muito fraco.

Evans e seu patético Capitão América
1º lugar – “Capitão América – O primeiro Vingador” – Este filme é uma ode à ruindade. Se fosse futebol, eu diria que ele é ruim do goleiro ao ponta-esquerda. Ou melhor, do presidente ao ponta-esquerda. Nada escapa. Do protagonista Chris Evans ao diretor Joe Johnston. É uma grande piada de mau gosto da Marvel, que sabotou um dos seus heróis. Que Evans não consiga estragar o filme dos “Vingadores” que estreia no ano que vem.

A decepção do ano – Lars Von Trier e o seu “Melancolia” – O diretor falou bobagem com aquela piada nazista em Cannes, só que mais decepcionante foi o seu “Melancolia”. Não é que o filme seja ruim, mas é muito abaixo do que se espera do dinamarquês, que fez um filme um tanto óbvio quando eu esperava algo mais metafórico.

Depp como Jack Sparrow
O herói do ano – Se “Piratas do Caribe –Navegando em águas misteriosas” serviu para alguma coisa foi nos dar mais um filme do velho pirata Jack Sparrow para nos divertir. O filme, aliás, é bem divertido, embora o roteiro seja um tanto confuso. Mas o personagem de Johnny Depp é garantia de boas risadas. Ainda mais com a presença de Keith Richards ao seu lado no papel do pai de Sparrow.

O vilão do ano – Ninguém em 2011 foi mais cruel, frio, calculista, maquiavélico e sei lá qual outro adjetivo poderíamos aplicar do que Robert Ledgard (Antonio Banderas). Eu só não posso descrever tudo o que o cirurgião plástico de "A pele que habito" fez porque isso estragaria a história para os que ainda não a viram. Mas eu garanto que é de uma vilania nunca antes vista na história do cinema (pelo menos não por mim). Por isso, Ledgard é o vilão do ano.

A frase do ano – Eu gosto de frases cortantes e a de Benjamin, personagem de Selton Mello em “O Palhaço” é de doer na alma: “Eu faço todo mundo rir, mas quem é que vai me fazer rir?”. Um dilema que permaneceu até o fim do filme.

Melhor trilha sonora – Em qualquer lugar que você reúna Led Zeppelin, Aerosmith e Whitesnake só pode sair coisa boa. “O Vencedor” não é apenas um filmaço, é também um trabalho com uma sensacional trilha sonora rock and roll.

Cecile de France, a musa de 2011
A musa do ano – A minha categoria favorita. Aquela que requer uma análise muito bem feita. É claro que Deborah Secco chegou apelando aparecendo nua e fazendo de tudo em “Bruna Surfistinha”, mas se engana quem pensa que ela é a minha musa de 2011. É preciso muito mais do que ser bela e fazer sexo para ser uma musa. É preciso ser linda e ter um certo altruísmo. Nesse ponto, Anne Hathaway ganharia uma certa vantagem por seu personagem em “O amor e outras drogas”. Ou mesmo a bela guerreira Amy Adams, que com sua Charlene defende com unhas e dentes o namorado lutador Micky em “O Vencedor”.

Sem dúvida três belas mulheres que sucederiam com brilhantismo um reinado iniciado por Sharon Stone (2006) e que passou por Eva Mendes (2007), Penelope Cruz (2008), Kate Winslet (2009) e Anna Mouglalis (2010).

Mas eu devo confessar que se você fala francês leva uma certa vantagem na minha eleição. As francesas não são apenas lindas, elas tem classe e são charmosas. E ai, Laetitia Casta, a Brigitte Bardot de “Gainsbourg – o homem que amava as mulheres”, dá um passo a frente. Dois passos a frente, no entanto, surge um velho amor: Juliette Binoche, a bela Elle de “Cópia Fiel”.

Só que este ano o prêmio de musa vai para alguém que fala francês, mas não é da França. Quem me conquistou foi a bela belga Cecile de France, 36 anos, que apareceu linda em “Além da Vida”, de Clint Eastwood, e brilhou em “O garoto da bicicleta”, dos irmãos Dardenne. Além de linda, Cecile ainda gosta de trabalhar com bons diretores. É a musa do ano.

Natalie e Mila se conhecendo melhor
A melhor cena de sexo – Não quero nem saber se ela aconteceu realmente ou foi só na cabeça da Nina Sayers. O que importa é que Darren Aronofsky filmou, colocou em “Cisne Negro” e o encontro carnal louco entre Natalie Portman e Mila Kunis merece todas as homenagens deste signatário. Perto delas, o resto é papai-mamãe.

A melhor cena de briga – Gosto de Amy Adams estapeando as irmãs do namorado em “O Vencedor” e curti muito a melhor cena de “O Planeta dos Macacos: a origem” da tomada da ponte Golden Gate em São Francisco, mas vou me permitir ser nostálgico para eleger como a melhor o duelo final de “Bravura Indômita” envolvendo Jeff Bridges e os vilões do filme. Um grande momento do trabalho dos irmãos Coen.

O retorno do ano – Embora esteja sempre presente em trabalhos como atriz, Jodie Foster não filmava desde 1995, quando lançou “Feriados em família”. Neste ano, a diretora Jodie Foster reapareceu com um bom filme chamado “Um novo despertar”, que mostra a história de um empresário em depressão vivido por Mel Gibson que precisa resolver seus conflitos familiares e ainda apresenta um quadro de esquizofrenia.

Gainsbourg - o homem que amava as mulheres
O filme francês do ano“Minhas tardes com Margueritte” é bem simpático, mas o meu filme francês favorito deste ano foi “Gainsbourg – o homem que amava as mulheres”. Dirigido por Joann Sfar, a película é uma bela e lisérgica cinebiografia do popular músico francês Serge Gainsbourg, pai da atriz Charlotte Gainsbourg.

O filme brasileiro do ano – Mais uma vez Selton Mello aparece com um bom filme. Depois do ótimo “Feliz Natal”, um dos melhores de 2008, “O Palhaço” é uma linda e terna história sobre um palhaço em busca de si mesmo e do seu lugar no mundo. Além de uma bonita homenagem aos artistas de circo.

Melhores roteiros – Gostei neste ano dos trabalhos de David Seidler (“O discurso do Rei”), dos irmãos Coen (“Bravura Indômita”), Abbas Kiarostami (“Cópia Fiel”), Woody Allen (“Meia-noite em Paris”) e Anders Thomas Jensen (“Em um mundo melhor”). Dos filmes que não ficaram no meu top 10 inicial, é preciso ressaltar os trabalhos de Joann Sfar (“Gainsbourg – o homem que amava as mulheres”) e Sebastian Borensztein (“Um conto chinês”). Mas o meu top 3 vai ficar com Scott Silver, Paul Tamasy e Eric Johnson, por “O Vencedor”, Mark Heyman, Andrés Heinz e John J. McLaughlih pelo trabalho em “Cisne Negro” (eu gosto de filmes loucos) e, para mim o melhor de todos, Pedro Almodóvar e seu “A pele que habito”. Aquilo ali não existe. Só na cabeça do diretor espanhol.

Piores roteiros“O retrato de Dorian Gray” (Toby Finlay) é lamentável, “Rio” (Carlos Saldanha) é muito clichê e “O amor chega tarde” (Isaac Bashevis Singer e Jan Schütte) é triste. Mas nada é pior do que a tragédia escrita por Christopher Markus e Stephen McFeeley em “Capitão América – o primeiro vingador”. A bomba do ano.

Melhores diretores – A se destacar os trabalhos de David O. Russel (“O Vencedor”), Tom Hooper (“O discurso do Rei”), dos irmãos Coen (“Bravura Indômita”), Abbas Kiarostami (“Cópia Fiel”) e Woody Allen (“Meia-noite em Paris”). Dos filmes que não ficaram entre os melhores, gostei dos trabalhos de Matthew Vaughn (“X-Men:primeira classe”) e Zhang Yimou (“A árvore do amor”). Mas o meu top 3 ficou assim e em ordem decrescente: Pedro Almodovar por “A pele que habito”, Darren Aronofsky por “Cisne Negro” e o melhor de todos, Terrence Malick por “A árvore da vida”. Grande momento.

Piores diretores – A essa altura você já deve saber de quem estou falando. Oliver Parker foi lamentável em “O retrato de Dorian Gray” e já fiz todas as críticas necessárias a Jan Schütte por “O amor chega tarde”. Mas nada pode ser pior do que Joe Johnston e seu “Capitão América – o primeiro vingador”.

Melhores atuações masculinas – Dois nomes de filmes pouco lembrados aqui, mas bons trabalhos individuais: Javier Bardem por “Biutiful” e John Hawkes por “Inverno da Alma”. Colin Firth como o rei George VI em “O discurso do Rei” também está excelente, assim como Jeff Bridges em “Bravura Indômita”, Ricardo Darín em “Um conto chinês” e Kevin Spacey e Jeremy Irons em “Margin Call – o início do fim”. E Andy Serkis dá um show como o macaco Caesar em “O Planeta dos Macacos: a origem”. Para mim, no entanto, as três melhores atuações do ano foram as de Geoffrey Rush pelo terapeuta Lionel Logue em “O discurso do Rei”, Christian Bale, soberbo no papel do ex-boxeador Dicky Eklund em “o Vencedor” e aquela que foi a melhor de todas: a magistral atuação de Brad Pitt em “A árvore da vida”. Para mim a grande atuação de 2011.

Piores atuações masculinas – Tudo bem que Ben Barnes se esforçou no papel de Dorian Gray em “O retrato de Dorian Gray” e Anthony Hopkins vem manchando a sua história com atuações como a de Odin em “Thor”. Chris Evans também é lamentável como o Capitão América, mas este título não pode deixar de ir para James Franco, o cientista Will Rodman em “Planeta dos Macacos: a origem”. É uma coisa, eu diria, lamentável.

Kirsten Dunst em "Melancolia"
Melhores atuações femininas – O elenco feminino de “O Vencedor” está muito bem. Melissa Leo, que ganhou um Oscar, e Amy Adams dão um show no filme. Juliette Binoche também está muito bem em “Cópia Fiel” assim como Mia Wasikowska em “Inquietos”.  Só que o meu pódio ficará da seguinte maneira: Tilda Swinton com a medalha de bronze pelo ótimo trabalho em “Um sonho de amor”, muito bom filme que ficou de fora do meu top 10. O segundo lugar vai para Natalie Portman e sua atuação visceral em “Cisne Negro”. Não menos brilhante e para mim a melhor de todas vem Kirsten Dunst. Sua atuação é o que “Melancolia” tem de melhor e o que faz pagar o ingresso.

Piores atuações femininas – René Russo paga mico pela esposa de Odin em “Thor”, mas muito pior é a constrangedora atuação de Demi Moore em “Margin Call – o dia antes do fim”. Só que ainda pior é Freida Pinto, a namorada de James Franco em “Planeta dos Macacos: a origem”. Que casal, amigo. Casal tristeza.


E assim termina o Best Of 2011. É claro que no ano que vem eu continuarei cornetando tudo e todos. Um feliz ano novo aos que me aturaram neste ano. Eu desejo que em 2012 continuem me aturando.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Best Of 2011 - Música

O Pearl Jam/Reprodução do site da banda
O ano de 2011 foi bom para shows. Muita gente boa passou por aqui, o que tornou ingrata a minha escolha dos cinco melhores shows da temporada. Na hora de fazer o top 5, gente do naipe de Iron Maiden, que fez um grande show em março, Joss Stone e Eric Clapton ficaram de fora. Assim como o show do Sepultura com o Tambours do Bronx com participação de Mike Patton, outro destaque do Rock in Rio (que mais parecia micareta, mas até teve uma coisa ou outra de rock).

Também ficaram fora da minha lista o U2, que fez um show muito bom em abril, e a Tarja Turunen com uma bela apresentação em março. Além do Ozzy Osbourne, que pode não ter feito um showzaço em abril, mas é o Ozzy né. Sempre empolga.

Feitas então as menções honrosas, vamos ao meu top 5. Sempre seguindo a ideia do blog de gostar mais dos mares revoltos do rock ao banquinho e violão de outras praças, a lista ficou da seguinte maneira em ordem decrescente:

O Slipknot no Rock in Rio/Reprodução da internet
5º lugar - Slipknot – Dentre o pouco de rock que teve no Rock in Rio, a banda americana foi uma das que mais se destacaram. O octeto de Des Moines foi também a banda que mais mostrou ter se divertido no festival. E eles fizeram de tudo para contagiar e levar o público ao delírio. Teve desde integrante da banda se jogando no meio da galera até a imagem antológica da bateria virando de cabeça para baixo com o cidadão ainda tocando ali! Espetacular! Fizeram um grande show e conquistaram um cara como eu que nunca gostou do Slipknot. Mas no palco eles são sensacionais.

4º lugar – Paul McCartney – Dono do melhor show do ano passado na opinião deste signatário, o ex-Beatle voltou ao Brasil desta vez para finalmente se apresentar no Rio de Janeiro. Foram dois shows simplesmente especiais. Na minha lista, no entanto, vai entrar o segundo, realizado no dia 23 de maio no Engenhão. Neste espetáculo, Paul estava mais solto, improvisando mais e teve um set list com poucas mudanças, mas que me agradaram mais e fizeram deste espetáculo melhor que o primeiro.

3º lugar – Metallica – De volta ao Rock in Rio para registrar outro show fantástico. O Metallica fechou o dia do metal dando o melhor de si e mais um pouco numa apresentação que eu diria que foi praticamente perfeita. James Hetfield, Lars Ulrich, Kirk Hammett e Robert Trujillo levaram o público presente na Cidade do Rock ao delírio com uma série de clássicos da banda e canções do mais recente disco, “Death Magnetic”. Foi tão bom, mas tão bom, que nem o horroroso disco “Lulu” que a banda lançou depois com Lou Reed não apaga o que eles fizeram no Rock in Rio.

O vocalista do System/Reprodução da internet
2º lugar – System of a Down – No ultimo dia do Rock in Rio, vimos o melhor show do festival. O System of a Down encerrou uma longa espera dos seus fãs brasileiros com um show, deixe-me exagerar um pouco porque eu acho que devo, histórico. No dia, um amigo também presente resumiu em três palavras e com simplicidade o que nós estávamos vendo os americanos de origem armênia e libanesa Daron Malakina, Serj Tankian, Shavo Odadjian e John Dolamayan fazerem. Ele disse: "Que show foda". É isso. Talvez o show do System of a Down tenha sido o melhor do ano. Foi uma apresentação perfeita. O que desempatou aqui na minha lista foi mais uma questão de coração, uma questão pessoal do que propriamente uma diferença de qualidade. Aliás, os cinco selecionados e mais o Iron Maiden tiveram pouquíssimas diferenças entre si. O seu posicionamento na lista foi mais uma questão de gosto pessoal, ineditismo, momento, enfim, valores subjetivos. Só posso dizer que o System of a Down me deixou com vontade de ver novamente um show deles o quanto antes. Foi simplesmente antológico.

O melhor do ano – Pearl Jam – Quando o Pearl Jam veio ao Brasil em 2005 fizeram um show antológico que eu achava que nunca seria superado nem por eles mesmos. Certamente foi o melhor espetáculo daquele ano, mas eu não tinha ainda um blog para dizer isso e deixar registrado. Quando Eddie Vedder, Matt Cameron, Stone Gossard, Mike McCready e Jeff Ament voltaram ao neste ano eu esperava um showzaço, mas não algo melhor do que o de 2005. Pois eles conseguiram me surpreender e se superar fazendo um espetáculo único. Tudo foi perfeito do primeiro acorde de “Unthought Know” ao último de “Yellow Ledbetter”. Por isso que a banda de Seattle que veio aqui para comemorar os seus 20 anos de estrada merece o título de “Memórias da Alcova” de melhor show de 2011.

O pior show do ano – Seria fácil pescar na minha lista um Rockz, um Gloria ou um Coheed and Cambria, mas para ser o pior não basta fazer um show ruim, você tem que decepcionar um público que tem alguma expectativa de você. O Stevie Wonder, por exemplo, fez um show ruim. Que me desculpem os que gostaram dele. Mas neste ponto nada, absolutamente nada, supera o Gun N’Roses. E veja como o mundo da voltas. A banda que fez um dos melhores shows do ano passado, voltou neste ano para fechar o Rock in Rio e pagar aquele mico homérico com o Axl Rose sem voz errando tudo. Eu disse tudo! Até o assobio de “Patience” saiu errado. E para variar, o cantor ainda se atrasou por horas irritando todo mundo. De fãs a jornalistas. Merece o troféu mala de 2011.

No próximo post, os melhores e os piores filmes do ano.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Best Of 2011 - Esportes

O Barça ergue o título europeu/Reprodução da internet

Tão tradicional quanto a corrida de São Silvestre ou o Réveillon de Copacabana é a lista dos melhores (e piores) do ano que está se encerrando feita por este signatário. Como é de praxe, começo pelos esportes. Amanhã falarei sobre os melhores shows e no derradeiro dia do ano sobre os melhores filmes da temporada. Sem mais delongas, vamos à lista.

Dez jogos marcantes de 2011 – Em ordem cronológica, dez partidas que entraram para os anais do esporte.

Espetáculo catalão na casa do rival – No dia 27 de abril, o Barcelona foi até o Santiago Bernabéu para enfrentar o Real Madrid no primeiro jogo das semifinais da Liga dos Campeões da Europa. E Messi acabou com a partida. Em mais um jogo em que o time catalão mostrou toda a sua superioridade sobre o rival, o argentino fez os dois gols, sendo um deles espetacular e ajudou o Barcelona a conseguir uma boa vantagem para a partida de volta no Camp Nou, quando em outra partida muito boa deixou o campo com o empate em 1 a 1 e a classificação para a final. O jogo foi o terceiro de uma série de quatro partidas que os rivais fizeram num intervalo de 18 dias. O Barça levou a melhor na Champions, empatou no Campeonato Espanhol, cujo título conquistaria, e perdeu na Copa do Rey por 1 a 0.

Emoção no rugby – Northampton Saints e Leinster Rugby entraram em campo no dia 21 de maio para decidirem a Heineken Cup, um dos tradicionais torneios do esporte. E o que se seguiu no estádio Millenium, em Cardiff, no País de Gales, foi um dos jogos mais emocionantes do ano. O Leinster começou perdendo, mas conseguiu uma espetacular virada e venceu a partida por 33 a 22. O destaque e personagem do jogo foi Jonathan Sexton, que na final marcou dois tries, três conversões e dois pênaltis, sendo responsável por um total de 28 pontos do Leinster e se tornando o segundo jogador da história em número de pontos em uma única partida da Heineken Cup. Foi uma grande atuação individual do atleta.



Uma aula de futebol – No dia 28 de maio, o Barcelona entrou em campo para dar mais uma aula de futebol na decisão da Liga dos Campeões da Europa. O time de Pep Guardiola engoliu o Manchester United em Wembley e conseguiu uma vitória por 3 a 1 que não disse o que foi o jogo tamanha a superioridade dos catalães sobre um dos melhores times do mundo. Foi uma partida espetacular coletivamente do Barça e mais uma atuação de gala do trio Messi, que fez um gol, Xavi e Iniesta. Pedro e David Villa marcaram os outros gols do Barcelona, com Wayne Rooney descontando. Para quem só descobriu o Barcelona na final do Mundial Interclubes, esta foi uma grande oportunidade perdida de uma aula de futebol-arte.



Nadal com o troféu/Reprodução da internet
A velha rivalidade no saibro francês – O ano foi de muitas grandes partidas no tênis, principalmente envolvendo os três principais nomes do esporte atualmente: o suíço Roger Federer, o espanhol Rafael Nadal e o número 1 do mundo, o sérvio Novak Djokovic. A final de Roland Garros no dia 5 de junho foi mais um daqueles duelos épicos entre Federer e Nadal. O suíço não fez uma boa temporada, mas vinha de uma vitória heroica sobre Djokovic na semifinal. Na decisão jogou muito, mas mais uma vez sucumbiu ao talento de Nadal, que venceu por 3 sets 1, parciais de 7/5, 7/6, 5/7 e 6/1. Com o título, o espanhol igualou a marca de seis conquistas de Bjorn Borg na lendária quadra francesa.

Basquete de alta qualidade – Dallas Mavericks e Miami Heat fizeram uma série de seis jogos fantásticos na decisão da NBA deste ano. O último deles foi disputado no dia 12 de junho, quando o Mavericks venceu por 105 a 95 e conquistou o primeiro título de sua história. Apesar de o Miami ter três astros (LeBron James, Dwayne Wade e Chris Bosh), quem brilhou muito nos playoffs e conduziu o Dallas ao campeonato foi o alemão Dirk Nowitzki, eleito o MVP das finais.

Mais uma vez na fila – Aqueles que acham que futebol feminino não é esporte deviam ver o VT de Brasil 2 x 2 Estados Unidos pela Copa do Mundo feminina disputada na Alemanha no dia 10 de julho. Brasileiras e americanas podem não ter feito um jogo de grande técnica, mas protagonizaram a partida mais emocionante do torneio. No final, as americanas venceram por 5 a 3 nos pênaltis, com duas cobranças defendidas pela goleira-musa Hope Solo e se classificaram para a semifinal. Na decisão, as americanas acabariam sendo derrotadas pelo Japão também nos pênaltis. As japonesas conquistaram o primeiro título de sua história.

Uruguai novamente protagonista – De volta ao futebol masculino, uma partida emocionante na soporífera Copa América. Argentina e Uruguai entraram em campo em Santa Fé, na Argentina, na disputa por uma das vagas nas semifinais da competição. Jogando em casa e com Messi tendo boa atuação, os argentinos perdem incontáveis gols. O Uruguai joga com a sua conhecida garra e leva a partida para os pênaltis após o empate em 1 a 1. Na decisão, brilha a estrela do goleiro Muslera, que garante a vitória uruguaia por 5 a 4. Mais um jogo emocionante protagonizado pela Celeste, que conquistaria o título da competição após derrotar o Paraguai por 3 a 0 na final.

O jogo do Campeonato Brasileiro – O Brasileirão foi emocionante como sempre, mais técnico do que o anterior e teve muitos bons jogos, embora nada que faça a crítica dizer que o Brasil está no topo do planeta. Por favor. O melhor jogo do torneio deste ano aconteceu na Vila Belmiro, onde o Santos de Neymar recebeu o Flamengo de Ronaldinho. A partida no dia 27 de julho foi um daqueles momentos que sempre serão lembrados no esporte. O Santos abre 3 a 0 com 30 minutos numa grande atuação e dá a impressão de que vai aplicar uma goleada histórica. Borges (2) e Neymar marcam os gols. Mas o Flamengo reage, faz dois gols com Ronaldinho e Thiago Neves e diminui. Um pênalti é marcado para o Santos, mas Elano dá uma cavadinha ridícula e é Felipe quem tira sarro do meia na defesa. Logo depois, Deivid empata para o Flamengo. No segundo tempo, Neymar faz um golaço e coloca o Santos na frente, mas Ronaldinho faz um gol genial e empata. Em seguida, o mesmo Ronaldinho na sua grande atuação do ano vira a partida para o Flamengo. O rubro-negro no fim perderia o fôlego na disputa do título. Já o Santos após essa derrota só fez figuração no Brasileiro, apesar de seguidas boas atuações de Neymar, e acabaria humilhado pelo Barcelona no Mundial no Japão.

Magnano e Marcelinho comemoram a vaga/Reprodução
Vitória emocionante no basquete – No dia 7 de setembro, o basquete brasileiro pareceu ter nascido de novo. Comandada pelo técnico Ruben Magnano, a seleção derrotou a Argentina de forma heroica em Mar del Plata por 73 a 71, triunfo que foi fundamental na campanha do Pré-Olímpico que levou a equipe masculina de volta às Olimpíadas depois de 16 anos. No ano que vem o Brasil estará em Londres. Tudo graças ao argentino Magnano e sua jovem equipe que superou tudo para arrancar uma vaga para Londres-2012.

Why Always me? – Fechando a minha lista, uma goleada histórica no dia 23 de outubro. O Manchester United recebeu o rival da cidade Manchester City em Old Trafford. O estádio conhecido como Teatro dos Sonhos foi palco do pesadelo da equipe de Sir Alex Ferguson impiedosamente goleada por 6 a 1, um chocolante que quebrou uma série de tabus: Desde 2008 o United não perdia para o rival no Campeonato Inglês, desde 1996 não tomava seis ou mais gols em casa e a goleada foi a pior derrota do United para o City desde janeiro de 1926. Foi também a pior derrota de Ferguson em 25 anos de Manchester United. “Foi o nosso pior dia na história”, resumiu o treinador escocês. E um dos personagens do chocolate foi o atacante Balotelli, que ao abrir o placar levantou a camisa e mostrou outra com a mensagem: “Why Always me?” (Por que sempre eu?), uma referência à polêmica que ele se envolvera naquela semana, quando colocou fogo na própria casa depois de “brincar” com fogos de artifício. Por que sempre você, Balotelli?

Messi, o craque, o mito/Reprodução da internet
O craque do ano – Tem alguma dúvida de que mais uma vez o prêmio de Memórias da Alcova vai para Lionel Messi? O cara continua decidindo tudo. Foi o craque e artilheiro da Liga dos Campeões, fez gol na final, foi decisivo no Campeonato Espanhol, foi decisivo nos confrontos contra o Real Madrid, foi decisivo no Mundial de Clubes. Messi é o cracaço do ano e tem tudo para conquistar pelo terceiro ano consecutivo a Bola de Ouro de melhor jogador do planeta. Que continue jogando muito por muitos e muitos anos.

O time do ano – Quantas equipes do mundo têm três craques? O Barcelona é uma delas com Messi, Xavi e Iniesta. Quantos times praticam o futebol-arte? O Barcelona é um deles e talvez o único que encante os amantes do futebol do Alaska a Nova Zelândia. Além disso, o Barcelona foi campeão espanhol, europeu, da Supercopa da Espanha, da Supercopa da Europa e no apagar das luzes ganhou só o título mundial com uma goleada acachapante sobre o Santos por 4 a 0. Ou seja, o Barcelona ainda é o time a ser batido e a equipe do ano.

O técnico do ano – Seguindo a mesma lógica culé, se você comanda o time do ano que pratica o futebol mais brilhante e tem os craques, tem como você não ser o treinador da temporada? Pep Guardiola é o cara por comandar uma equipe que está fazendo história.

O herói – Um herói, não, um super-herói. Novak Djokovic talvez tenha sido o esportista do ano. O cara assumiu o primeiro lugar do ranking do tênis, massacrou gente do porte de Rafael Nadal e Roger Federer e ganhou nada menos do que três dos quatro Grand Slams da temporada (Austrália, Wimbledom e Estados Unidos). Foi um monstro em quadra e um dos grandes nomes do esporte em 2011.

O vilão – José Mourinho é um grande treinador. Um dos melhores do mundo, certamente. Mas não se comportou dignamente em 2011. Quando enfrentava o Barcelona, o treinador do Real Madrid parecia um Eurico Miranda nos tempos de Vasco x Flamengo falando bobagens e sem focar no seu time. Pior, deixando o sua equipe pilhada, o que só a fez entrar na roda culé. Mas não foi só isso. Mourinho ainda deu uma dedada no olho do auxiliar de Guardiola. Pegou muito mal para o português. Quem em 2012 ele fique mais calminho.

O mico do ano – Eu poderia citar a derrota do Corinthians para o Tolima e a eliminação na Pré-Libertadores, mas o time paulista depois se recuperou e foi campeão brasileiro. Mico mesmo foi o do Atlético-MG, que poderia ter rebaixado o rival Cruzeiro, mas apanhou de 6 a 1 na última rodada do Brasileirão. Resultado, a Raposa ficou na elite e com a derrota o Galo ficou de fora até da Copa Sul-Americana. Micaço!

O tabu quebrado do ano – O recorde de jardas conquistadas em uma única temporada (5.084) estava há 27 anos nas mãos de Dan Marino. Mas o quarterback do New Orleans Saints, Drew Brees, o pulverizou com uma rodada de antecedência do fim da temporada regular da NFL durante a vitória da sua equipe sobre o Atlanta Falcons por 45 a 16. Agora são 5.087 jardas e ainda falta um jogo. Um grande feito para Brees, que celebrou a marca em grande estilo: com um passe para touchdown que você vê abaixo.



Balotelli e sua camisa/Reprodução da internet
O figuraçaMario Balotelli merece muito essa alcunha em 2011. Ele comemora gol com a camisa “Why Always me?”, ele não comemora gol, tira sarro fazendo gol de ombro, se mete em confusão fora de campo. É o personagem bizarro do ano. Coloca fogo na própria casa quando brinca com fogos de artifício, sai com atriz pornô, é flagrado comprando revistinha erótica. Balotelli, o rei dos tabloides ingleses e figuraça de 2011.

O golaço do ano – O gol de Neymar contra o Flamengo foi espetacular, o de Wayne Rooney contra o Manchester City foi sensacional, mas eu vou ficar com o gol de Messi nos 2 a 0 do Barcelona sobre o Real Madrid no Santiago Bernabéu. Serve para representar também os outros golaços espetaculares que o craque argentino fez no ano.





A jogada do ano – Não existe prêmio aqui para touchdown, mas não posso deixar de registrar o que Jerome Simpson, do Cincinnatti Bengals, fez no jogo contra o Arizona Cardinals, na NFL. O cara simplesmente deu uma cambalhota para marcar um touchdown. Foi a jogada de 2011. Veja no vídeo abaixo.



A seleção do ano – Minha equipe ideal de 2011 ficou assim: Neuer (Schalke 04), Daniel Alves (Barcelona), Piqué (Barcelona), Vidic (Manchester United) e Marcelo (Real Madrid); David Silva (Manchester City), Xavi (Barcelona) e Iniesta (Barcelona); Van Persie (Arsenal), Messi (Barcelona) e Cristiano Ronaldo (Real Madrid).

Amanhã, os melhores shows do ano.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Sessão nostalgia

Tudo começou com um comentário de uma amiga totalmente excelente que vibrara ter um dia de folga que coincidia com a exibição de um dos seus filmes favoritos na “Sessão da Tarde”. No dia seguinte, tomado por um certo tom nostálgico, crise dos 30 ou qualquer coisa do gênero, pensei: Tem muitos anos que eu não fico em casa vendo um filme da "Sessão da Tarde".

Foi quando tive a ideia de reunir 30 filmes inesquecíveis da "Sessão da Tarde" num mega post aqui em Memórias da Alcova. Inicialmente seria apenas o meu top 10, mas um almoço com a mesma amiga e outras duas pessoas ampliaram o leque de tal forma que eu não resisti. Afinal, aqui no meu espaço a edição é como o gol para o Parreira, apenas um detalhe. Então vamos à minha lista.

1-“Curtindo a vida adoidado” (Ferris Bueller’s Day Off – 1986) – Disparado o número 1 da "Sessão da Tarde". Vi pelo menos umas 15 vezes. O filme conta a história de Ferris Bueller (Matthew Broderick), que num belo dia de sol de Chicago resolve inventar que está doente para matar aula e curtir o dia. Para acompanha-lo nas desventuras, Ferris convoca o melhor amigo, o hipocondríaco Cameron (Alan Ruck), e a namorada Sloane Peterson (Mia Sara), que ele tira da escola dando um dos seus muitos golpes. Dirigido por John Hughes e com diversas cenas antológicas, “Curtindo a vida adoidado” tem o seu ponto alto com Ferris cantando “Twisted and Shout”, dos Beatles, em uma parada alemã fazendo todos os cidadãos de Chicago dançarem com ele. Até o pai, que acha que o filho está doente em casa. Como todo bom filme de "Sessão da Tarde", “Curtindo a vida adoidado” tem a participação de um ator desconhecido que ganharia notoriedade depois. É Charlie Sheen, que aparece numa ponta na delegacia beijando a irmã de Ferris.



2- Gotcha! – uma arma do barulho (Gotcha! – 1985) –Um dos meus favoritos. Na trama dirigida por Jeff Kanew, Jonathan Moore (Anthony Edwards) é um estudante da UCLA que joga com seus amigos de faculdade um jogo muito popular chamado “Gotcha”, uma espécie de paintball jogado sempre em qualquer lugar. A cada vez que alguém acertava um alvo, ele dizia: “gotcha”. E isso valia para ela se vingar de garotinhas que lhe davam um fora manchando as roupas delas com a tinta vermelha. Um dia, Moore e seu colega de apartamento, o espanhol Manolo (Jsu Garcia), vão passar férias em Paris. Lá, o nosso herói conhece a sexy Sasha (Linda Fiorentino), uma gata tcheca que vai tirá-lo a virgindade, e leva-lo para Berlim. Mas tantas nights de sexo cobram um preço. Moore acaba envolvido em uma trama de espionagem na Alemanha envolvendo a CIA, soviéticos, enfim, todas essas coisas de antigamente de um tempo em que o mundo era mais simples. Com isso ele acaba tendo de lidar com uma arma de verdade, mas sua habilidade com o “Gotcha” vai acabar ajudando a se dar bem e ficar com a Sasha, porque, afinal, é um filme de "Sessão da Tarde".



3- “O grande dragão branco” (“Bloodsport” – 1988) – A melhor atuação da vida de Jean-Claude Van Damme! Não que isso seja grande coisa, mas “O grande dragão branco” é um clássico. No filme de Newt Arnold, Van Damme é Frank Dux, um jovem do exército que passou a vida inteira sendo treinado pelo pai adotivo Tanaka e deseja honrar o nome da família no Kumite, um torneio de artes marciais em Hong Kong. Van Damme dá seus melhores golpes neste filme, se apaixona por uma jovem jornalista que quer se infiltrar no local secreto para escrever uma reportagem (ô raça), e ainda faz de bobo os dois policiais que vão ao seu encalço. Um deles é vivido por Forest Whitaker 18 anos antes de ganhar um Oscar por “O último rei da Escócia”. É claro que tudo dá certo (finais felizes são fundamentais na "Sessão da Tarde"), Dux ganha o torneio, a mulher e ainda humilha o vilão caricato Chong Li (Bolo Yeung) fazendo-o dizer: “matêeeee”.



4- Karaté Kid – A hora da verdade (Karatê Kid – 1984) – Nós que éramos crianças e adolescentes nunca imaginamos, mas este filme tinha muita qualidade. Tanto é que Pat Morita foi indicado ao Oscar de ator coadjuvante em 1985. Dirigido por John G. Avildsen, o filme conta a história de Daniel San (Ralph Maccio), jovem nerd, fracote, idiota e boboca da escola, que apanha dos valentões, não consegue pegar ninguém e ainda me entra numa festa a fantasia vestido de banheiro. Mas a vida resolve sorrir para Daniel. Embora a dublagem faça a gente pensar que ele é gay, Daniel gosta de mulher e consegue até sair com Ali Mills (Elisabeth Shue, uma espécie de musa da "Sessão da Tarde"). Mas é o senhor Myagi que será fundamental na vida de Daniel. Usando técnicas revolucionárias de ensinar o karatê (coisa como limpar o carro e pintar cercas), o garoto aprenderá a se defender dos valentões e ainda vai vencer um torneio de karatê usando o famoso golpe do balé!



5- Top Gun – Ases Indomáveis (Top Gun – 1986) – Na minha adolescência, Tom Cruise era amado por todas as meninas (quer dizer, menos as mais roqueiras que idolatravam o Axl Rose). E a culpa disso é deste filme. “Top Gun” é um clássico da "Sessão da Tarde" onde um jovem Tom Cruise (ele tinha 24 anos) vivia o personagem Maverick, piloto de aviação que sonha em fazer parte dos ases indomáveis, da elite, dos Top Gun da Força Aérea americana. Mas é claro que nesta sua caminhada ele terá algumas pedras pelo caminho. A maior delas é Iceman, o vilãozinho do filme vivido por Val Kilmer. Como um bom filme de "Sessão da Tarde", nosso herói vai se apaixonar pela única mulher em cena em praticamente todo o filme e será correspondido após um pequeno momento de conflito. Esta mulher vem a ser Charlotte (Kelly McGills), uma das instrutoras do programa (olha a "Sessão da Tarde" nos ensinando que devemos pegar nossas professoras). É claro que no final Tom Cruise vai se dar bem e as menininhas vão suspirar ao som de “Take my breathe away”, do Berlin. Um verdadeiro clássico este filme de Tony Scott e agora se fala até numa sequência. Será que o velho Tom (hoje com 50 anos) ainda encara essa?



6- Caçadores de emoção (Point Break – 1991) – As mulheres amam “Dirty Dancing” e “Ghost”, mas o melhor filme de Patrick Swayze é este dirigido por, vejam só, Kathryn Bigelow muitos anos antes de sequer imaginar que um dia ganharia um Oscar, o que aconteceu há dois anos com “Guerra ao Terror”. No filme, Swayze é Bodhi, um surfista líder de uma quadrilha de assaltantes de banco que se disfarça de ex-presidentes americanos (Ronald Reagan, Lyndon Johnson, Richard Nixon e Jimmy Carter). Para tentar desmascarar a quadrilha dos Ex-presidentes, o agente do FBI Johnny Utah (Keanu Reeves) tem que se infiltrar nela. Mas para isso, este rauli tem que aprender a surfar e vai levar muitos caldos. Mas Bodhi é um “bandido-beleza”, um cara que rouba para realizar um sonho: ele quer viajar para Bells Beach, na Austrália, onde uma mega tempestade formará uma onda única e mortal que ele precisa surfar. Como na convivência os dois, bandido-surfista e policial-neo-surfista, atingem um ponto de camaradagem, tudo termina numa boa onda no mar. Uhuuu!!!



7 – Os Goonies (The Goonies – 1985) – Dirigido por Richard Donner, este é um verdadeiro clássico da "Sessão da Tarde". Mostra um grupo de garotos numa aventura atrás de um tesouro depois que eles encontram um mapa de um pirata qualquer. O mais legal de rever “Os Goonies” é perceber que alguns nomes que se envolveram nele viraram pessoas famosas. É o caso de Josh Brolin. O ator que já foi indicado ao Oscar de coadjuvante por “Milk” em 2009 e estrelou filmes como “Onde os fracos não tem vez”, “Bravura Indômita” e “W”, era uma das estrelas dos “Goonies”. Ele tinha 17 anos quando fez o papel de Brand Walsh. O nome de Sean Astin também pode não te trazer muitas lembranças, mas o ator que então tinha 14 anos e fez o irmão de Brand, Mikey Walsh, ficaria mais tarde conhecido por ser o Sam, o melhor amigo de Frodo na trilogia do “Senhor dos Anéis”. Verdadeira “divisão de base” do cinema, o filme tinha ainda como roteirista Chris Columbus, que ficaria conhecido por ser o diretor de dois filmes da série “Harry Potter”.



8 – Velocidade Máxima (Speed - 1994) – Um dos melhores filmes de Keanu Reeves. Dirigido por Jan de Bont, ele se passa em uma Los Angeles ameaçada por um terrorista maluco vivido por Dennis Hopper. Reeves é o policial Jack Traven que terá que salvar as pessoas que estão dentro de um ônibus desgovernado pelas ruas de LA. Ônibus que em parte do filme será dirigido pela mocinha Annie Porter (Sandra Bullock), por quem o policial vai se apaixonar e, bem, você sabe como essas coisas funcionam.



9 – Elvira – a rainha das trevas (Elvira – mistress of the dark – 1988) – Descrito com muita propriedade no YouTube como o primeiro pornô de toda criança, o filme é estrelado por Cassandra Peterson, que ficaria eternamente conhecida pela personagem que usava roupas com decotes generosíssimos. Era impossível não ficar vidrado nos peitos da Elvira. A história? Bem, em Los Angeles, Elvira deixa o emprego depois de ser assediada sexualmente pelo novo dono da TV que ela trabalhava. Se muda para a pequena e conservadora Fallwell, em Massachusetts, e logo provoca um verdadeiro auê na região com suas roupas e estilo, digamos, chocantes. Elvira acaba dando a volta por cima a tempo de nos premiar com a inesquecível cena dos peitos giratórios.



10 – De volta para o futuro (Back to the future – 1985) – Todo fã de "Sessão da Tarde" idolatra Michael J. Fox. Afinal, ele é o astro de uma das trilogias mais legais da história do cinema. Neste primeiro filme dirigido por Robert Zemeckis, Fox, ou melhor, o inesquecível Marty McFly, parte no carro invocado do doutor Emmett Brown (Christopher Lloyd) para o ano de 1955, e encontra os seus futuros pais no ginásio. Num verdadeiro drama freudiano, ele ainda tem que lidar com o interesse de sua futura mãe nele, romance que se fosse consumado mudaria completamente o futuro e o faria desaparecer! Ou ser pai dele mesmo! Na história, McFly descobre ainda que o pai sofria bullying na escola e os três acabam vivendo grandes aventuras. E McFly acaba se tornando involuntariamente o inventor do skate.



11 – Uma linda mulher (Pretty Woman – 1990) – Você que acha que Julia Roberts, o mais belo sorriso de Hollywood, é a “namoradinha da América”, saiba que ela já fez um papel de prostituta. Tudo bem que era uma puta de luxo e sem cenas quentes, afinal, os filmes da "Sessão da Tarde" são família. Pois neste filme de Garry Marshall com a bela trilha sonora de Roy Orbison Julia é Vivian Ward a linda prostituta por quem Edward Lewis (Richard Gere) vai passar o filme inteiro tentando conquistar. Ai vem aquelas coisas típicas de comédias românticas: os dois mundos em conflito, as diferenças, um tendo que aceitar o outro como ele é até viverem felizes para sempre. E pensar que originalmente o filme era para ser um drama sobre prostituição em Nova York. Acabou virando uma película light passada em Hollywood que deu a Julia uma indicação ao Oscar.



12 – Procura-se Susan Desesperadamente (Desperately Seeking Susan – 1985) - Tudo o que a Madonna faz no cinema é tosco. Mas este filme é tão tosco, mas tão tosco, que chega a ser bom. Quando fez este "Procura-se Susan desesperadamente", Madonna era uma estrela em ascensão na música. Tinha acabado de lançar “Like a Virgin” e começava a ser conhecida como a material girl que todo homem desejava. Ai a Susan Seidelman a escalou para ser a garota porra-louca Susan que marca encontros com o namorado por anúncios de jornal. Só que nisso surge Rosanna Arquette e sua Roberta, dona de casa de vida sem graça que mora em Nova Jersey e se mete na história para tentar dar alguma emoção a sua existência. As duas brigam, ficam amigas e no final tudo acaba bem. No meio dessa história toda, uma ponta de John Turturro, o mestre de cerimônias de um clube aonde as duas vão.



13 – As minas do Rei Salomão (King Solomon’s Mine – 1985) – Muito antes de Sharon Stone dar aquela cruzada de pernas inesquecível, ela já mostrava o seu potencial como a heroína que dá trabalho e leva Allan Quatermain (Richard Chamberlain) a loucura neste clássico da "Sessão da Tarde". Sharon era Jesse Huston, moça que contrata Quatermain para tentar encontrar o pai que teria desaparecido numa expedição na tal mina do título da película. A partir daí eles vão viver aventuras e passar por poucas e boas na tribo de Kukuana. E, claro, vai rolar um affair entre os dois.



14 – Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida (Raiders of the lost ark – 1981) – Mas quando se trata de aventuras em lugares bizarros, nada supera o grande Indiana Jones (Harrison Ford). Escolhi o primeiro filme para representar aqui toda a trilogia de Steven Spielberg e George Lucas. Neste trabalho, nosso bravo arqueólogo vai para o Nepal e o Cairo numa trama que envolve artefatos históricos, nazistas (o filme se passa em 1936), muita correria, algumas brigas e o seu velho chicote. “Os Caçadores da Arca Perdida” ganhou quatro Oscars em 1982, todos em categorias técnicas.



15 – Esqueceram de mim (Home Alone – 1990) – Chris Columbus dirige a jovem estrela (que ficou presa no passado) Macaulay Culkin no divertido filme sobre o garoto de oito anos (o ator tinha dez na época) que é abandonado pelos pais quando saem de viagem. Ai ele terá que aprontar muito para impedir que dois ladrões vividos por Joe Pesci e Daniel Stern roubem a casa de sua família. Como o filme se passava no Natal, era figurinha carimbada na "Sessão da Tarde" quando dezembro chegava.



16 – Meu primeiro amor (My Girl – 1991) – Mas o jovem Macaulay Culkin não sabia apenas fazer comédia. A estrela prodígio que naufragaria na idade adulta também sabia fazer um drama e o filme que tinha a trilha sonora da conhecida música dos Temptations fez muito marmanjo chorar. O filme se passa na Pensilvânia onde duas crianças vivem as experiências do primeiro amor. Fofo, né? O problema é que uma tragédia acontece e o luto fará Vada Suntelfuss (Anna Chlumsky) aprender muitas coisas sobre a vida com o pai Harry (Dan Aykroyd). Mas a grande questão disso tudo é: por onde anda Anna Chlumsky? Na época do filme ela tinha 11 anos. Três anos depois, estrelou a bizarra continuação “Meu primeiro amor 2” (não deveria ser Meu segundo amor?) e desapareceu. Participou de algumas séries e não fez nada de relevante no cinema. Será sempre lembrada pela garotinha do “Meu primeiro amor”.



17 – Os Caça-Fantasmas (Ghostbusters – 1984) – Muito antes do Gasparzinho, o Geleia também era um fantasminha camarada. Embora fosse um pouco gosmento. “Os Caça-Fantasmas” reunia um trio de malucos da Universidade de Columbia que, como o próprio nome dizia, saia pelas ruas de Nova York a caça de fantasmas. Com Dan Aykroyd, Bill Murray e Harold Ramis como astros, o filme de Ivan Reitman contava ainda com a participação de Sigourney Weaver e chegou a ter duas indicações no Oscar de 1985, uma delas para a música “Ghostbusters” que era um dos chicletes da "Sessão da Tarde". E quem não se lembra do inesquecível marshmallow gigante aterrorizando Nova York? Nunca houve um vilão tão, digamos, fofo.



18 – Máquina Mortífera (Lethal Weapon – 1987) – Martin Riggs é um dos meus heróis favoritos. O personagem de Mel Gibson em “Máquina Mortífera” sempre me divertia nas tardes com seu jeito insano e a maneira com ele se relacionava com o parceiro meio medroso Roger Murtough (Danny Glover). Os quatro filmes da série são de Richard Donner e resolvi escolher o primeiro para representar todos na lista como uma forma de homenagear a divertida série.



19 – Um tira da pesada (Beverly Hills Cop – 1984) – Por falar em policiais divertidos (filmes de policiais eram muito comuns na "Sessão da Tarde"), como não lembrar nesta lista de Eddie Murphy e seu Axel Foley? “Um tira da pesada” era tão bom, mas tão bom, que chegou a ganhar uma indicação ao Oscar de roteiro. “Um lugar no coração”, que ninguém lembra, acabou ganhando o prêmio num ano em que também concorria “Splash, uma sereia em minha vida” (meldels!). No filme de Martin Brest, Foley, um policial gaiato de Detroit vai até Beverly Hills investigar a morte de um amigo. Só que ele não está autorizado a fazer isso e durante o filme enrola o sargento John Taggart (John Ashton) e o detetive Billy Rosewood (Judge Reinhold), policiais encarregados de prendê-lo. Sem contar o tenente Andrew Bogomil (Ronny Cox). Era um tempo em que Eddie Murphy era diversão garantida.



20 – Corra que a polícia vem ai (The naked gun: from the files of police squad! – 1988) – Seguindo a linha de policiais inesquecíveis, Leslie Nielsen não poderia faltar nesta lista. Astro deste primeiro filme de uma trilogia, o ator é o detetive Frank Drebin, o policial mais atabalhoado que se tem notícia e que se mete em incontáveis e hilárias cenas. No elenco, a musa de Nielsen era a ex-mulher do Rei, Priscilla Presley. Sem contar O.J. Simpson, que apanhava bastante. O ex-jogador de futebol americano acabaria no futuro sendo preso e condenado a 33 anos de prisão pela morte de sua ex-mulher, Nicole Brown Simpson e um amigo dela, Ronald Goldman.



21 – Mad Max (Mad Max – 1979) – Continuemos na seara da lei para falar de um policial do futuro. Estrelado por um então menino de 23 anos chamado Mel Gibson, “Mad Max” fala de um policial num futuro apocalíptico em busca de uma vingança após uma gangue de motoqueiros ter matado a sua família. Gibson então vai fazer justiça com as próprias mãos e mostrar aos caras quem é que manda. Esse é o filme mais legal da trilogia. George Miller agora planeja um quarto filme, mas já disse que Mel Gibson está fora. Aí não tem graça. Ele é a alma do filme.



22 – Rambo – programado para matar (First Blood – 1982) – É claro que em qualquer lista de filmes da "Sessão da Tarde" não podia faltar algum do Sylvester Stallone. E o grande herói mentiroso (afinal, ele derruba um helicóptero sozinho no terceiro filme) John Rambo é o representante. Rambo é o herói amargurado das forças especiais do exército americano que descobre que um amigo morreu por causa da exposição ao agente laranja, arma química que os militares jogaram na população vietnamita. Rambo acaba se envolvendo com problemas com as autoridades da cidade de Hope, em Washington, é torturado e lembra dos seus tempos de prisioneiro de guerra. Tsc, tsc, péssimo momento para o xerife da cidade provocá-lo. Rambo vai mostrar que ele se meteu com o cara errado e iniciará uma jornada de vingança contra os caras e nem o Coronel Trautman (Richard Crenna) conseguirá impedí-lo.



23 – Edward, mãos de tesoura (Edward Scissorhands – 1990) – Este filme comprova que desde cedo Johnny Depp gosta de interpretar um tipo esquisito. No trabalho de Tim Burton, Depp é o personagem do título, homem gentil e melancólico por ser diferente, ter as mãos de tesoura. É ai que o filme faz o merchandising da Avon: é uma vendedora dos produtos vivida por Dianne Wiest quem resolve visitá-lo e ao vê-lo tão sozinho o leva para a sua casa. Logo Edward fica amigo do filho dela e do marido, vivido por Alan Arkin. Mas é pela filha deles, Kim (Winona Ryder antes da cleptomania) que ele vai se apaixonar. Ai é aquela história, amor impossível, dor e um desfecho melancólico para Edward e Kim. Mas o Avon deve ter faturado muito com a popularidade.




24 – Flashdance – em ritmo de embalo (Flashdance – 1983) – Um filme feito basicamente para mostrar como é dura a vida da bailarina. No filme de Adrian Lyne, Jennifer Beals é Alex Owens, mocinha de Pittsburgh que trabalha como soldadora durante o dia e à noite solta a franga dançando em um bar. Seu sonho? Virar uma dançarina famosa. Para isso ela tem que treinar muito para entrar para uma companhia de balé profissional. Não consegue em duas tentativas, perde a confiança, mas é aí que o filme nos ensina que não devemos desistir nunca dos nossos sonhos. Ou qualquer coisa do gênero. E no fim, ela dá um show na audição ao som da música-chiclete “What a feeling”. Depois deste filme, Jennifer, então com 20 anos, acabou desaparecendo, não fez nada muito relevante até reaparecer como uma lésbica no seriado “The L World”.



25 – Dirty Dancing – ritmo quente (Dirty Dancing - 1987) – Filme sobre dança, música-chiclete, bem temos outro representante desta safra aqui. Estrelado por Patrick Swayze e Jennifer Grey, “Dirty Dancing” é daqueles filmes que se você falar mal compra uma briga daquelas com sua patroa. Por quê? Ora, porque ele conta uma história de amor que todo mulher gosta. Swayze é o cara bonitão e forte que briga até o fim pela menina frágil mesmo com os pais sendo contra o relacionamento porque acham que ele é um vagabundo e não serve para a filha. No meio disso tudo tem gravidez, acusações falsas de roubo, demissão do instrutor de dança vivido por Swayze. Sabe como é, né, o clichê faz sucesso. E tome de Patrick Swayze rebolando ao som de “The time of my life”.



26 – Cocktail (Cocktail – 1988) – Esse papo de funcionário se apaixonar por uma mulher que está ali passando pelo seu emprego me lembrou de outro filme. No caso de “Cocktail” é o barman Tom Cruise quem vai para a Jamaica trabalhar e ai...ele conhece Elisabeth Shue, que estava ali passando férias. Papo vai, papo vem, Cruise exibe toda a sua técnica para preparar drinques e pronto, o amor está selado. Como numa novela da Globo, Cruise pisa na bola, Elisabeth não gosta, se separa, fica devastada, mas o herói vai atrás dela, enfrenta a sua família porque o que importa é o amor. Fica tudo bem e o casal até abre um barzinho no final.




27 – Robin Hood – o príncipe dos ladrões (Robin Hood – Prince of Thieves – 1991) – Esqueça a recente versão com Russell Crowe. Era até boa, mas muito mais legal é este filme estrelado por Kevin Costner. O ator faz o príncipe dos ladrões, cuja clássica história é contada pelo diretor Kevin Reynolds com a ajuda de um elenco conhecido, como Morgan Freeman (Azeem), Mary Elisabeth Mastrantonio (Lady Marian), Christian Slater (Will Scarlett) e Alan Rickman (xerife de Notthingham). A estragar apenas uma música chata do Bryan Adams, mas que rendeu à película uma indicação ao Oscar.



28 – Beethoven – o magnífico (Beethoven – 1992) – Eu detesto filme de bichinhos, mas tenho que reconhecer que não existe "Sessão da Tarde" sem filme de bichinhos (tá, fui também convencido a incluir um na lista). O filme conta a história do são bernardo com nome de compositor clássico que é adotado pela família Newton, mas tem uma galera que quer fazer experiências mortais com ele ou coisas assim. Beethoven faz todo o seu papel de cachorro fofo dos filmes de bichinho e todos vivem felizes para sempre no filme. Curiosidade da vez: os atores principais desapareceram na história do cinema. Foram os coadjuvantes que vingaram como Stanley Tucci e Oliver Platt, que aparecem como sequestradores de cães, e David Duchovny, que na época do filme ainda não tinha estreado no Arquivo X, série de TV que o tornaria famoso.



29 – Mudança de Hábito (Sister Act – 1992) – Não existe "Sessão da Tarde" sem Whoopi Goldberg. E “Mudança de Hábito” é o seu filme mais divertido. No filme, Whoopi é a cantora Deloris Van Cartier que acaba sendo colocada por um programa de proteção a testemunhas num convento em São Francisco para fugir do namorado mafioso, Vince (Harvey Keitel). Lá ela vai se meter em um monte de situações engraçadas que foram o riso garantido das nossas tardes.



30 – A Lagoa Azul (The Blue Lagoon – 1980) – Para fechar a lista, não poderia deixar de citar o filme mais repetido da história da "Sessão da Tarde". Tudo bem, eu não tenho estatística disso, mas alguém duvida? Estrelado por Brooke Shields e Christopher Atkins, o filme conta a história de dois jovens que ficam isolados numa ilha após uma tempestade destruir o seu barco. Os anos passam, eles descobrem o amor, fazem um sexo e, enfim, vocês conhecem o resto da história. Esta versão já é a refilmagem de um filme de 1949, mas prepare-se para o pior: algum louco está planejando uma nova versão do filme. Meu Deus! Depois de “A Lagoa Azul” tanto Brooke (hoje com 46 anos) quanto Atkins (hoje com 50) não fizeram nada de relevante. Ficaram eternamente presos na ilha da fantasia da Lagoa Azul.