terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Querendo crescer logo

Começo a achar que a ideia de colocar dez películas concorrendo ao Oscar de melhor filme não foi das mais acertadas. Nenhum trabalho que estreou neste ano até agora, por exemplo, conseguiu superar a tríade “Distrito 9”, “Bastardos Inglórios” e “Guerra ao Terror”, nos cinemas desde o ano passado. Bom, dos dez concorrentes ainda faltam estrear “Um homem sério”, dos irmãos Coen, e “Um sonho possível”, o tão falado filme com a Sandra Bullock. Os dois ainda podem se igualar aos três já citados, formando um quinteto que tenha um mínimo de respeito. Os demais, porém, - “Avatar”, “Preciosa”, “Amor sem escalas” e “Up – Altas Aventuras” – não podem ser colocados no mesmo nível.

Assim como “Educação”. O filme da dinamarquesa Lone Scherfig com roteiro do escritor Nicky Hornby é deveras simpático, tem uma jovem atriz, Carey Mulligan, 24 anos, com uma boa atuação, além de personagens falando aquele sotaque britânico, o melhor do mundo, e que junto com as tomadas de Londres e de Paris só me trazem aquela saudade e a vontade de voltar para lá.

Contudo, convenhamos, é um trabalho bonitinho, mas que não justifica as indicações para ele a não ser pela falta de opções, o que me parece ter acontecido dada a safra de filmes que vem estreando por aqui. Mesmo a atuação de Carey não tem a qualidade de uma Meryl Streep em “Julie & Julia”, apenas para ficar nos três dos cinco trabalhos concorrentes que já vi.

“Educação” conta a história de Jenny, uma estudante do segundo grau que vive a estressante rotina de se preparar para os exames para tentar entrar na Universidade de Oxford. Estamos nos anos 60, Jenny é de uma família conservadora, cujos pais Jack (Alfred Molina) e Marjorie (Cara Seymour) querem que a filha estude e por isso a moldam para ser a aluninha perfeita. Na cabeça dos pais, seu futuro é invariavelmente se tornar uma professora como Miss Stubbs (Olívia Williams). Um futuro que Jenny, na sua ebulição adolescente, vê como algo medíocre.

Além disso, ela não vê muito sentido na escola, cheia de sacrifícios e com um currículo enfadonho. Quer do alto dos seus 16 anos crescer logo para fazer somente o que quer. Entenda-se isso como ler Camus e outros dos seus autores favoritos, estudar francês e visitar o país de De Gaulle, que ela tanto admira.

Num belo dia, o destino resolve lhe dar essa chance para acelerar o tempo. É quando ela conhece David (Peter Sarsgaard, numa bela atuação que merece maior atenção), homem bem mais velho, que sabe das coisas, conhece a vida, mas tem um jeitão misterioso com negócios ainda mais misteriosos (e que não serão muito bem esclarecidos na película).

Uns sorrisos, umas cantadas baratas e meia dúzia de jantares e clubes de jazz e Jenny já está enamorada e tendo a vida excitante que sempre sonhou. E tudo sem ter que se preocupar com as famigeradas traduções de latim.

Jenny está sendo educada, portanto, pela escola da vida. Algo bem mais interessante que a pilha de livros sem graça e a rigidez da educação tradicional de sua instituição de ensino. Ela quer entender de arte? Aparece em leilões de peças raras e visita os locais apropriados. Ouvir as melhores músicas? Estão aí os clubes sofisticados com tudo o que a chanson française pode lhe oferecer. Muito melhor do que a boring coletânia que sua escola oferece.

O que ela não sabia é que David é um homem maduro que tenta insistentemente se repetir numa vida com a liberdade e irresponsabilidade da juventude que ele não tem mais, vivendo, em ciclos, mentiras que uma hora se voltam contra ele. E quando este ciclo se encerra para Jenny, logo ela que fora tão longe largando a escola para viver um noivado quase casamento de araque, a jovem que perdera tudo descobre que como diz aquela velha máxima, "não existe almoço grátis".

Assim, Jenny precisa engolir a seco sua arrogância e com o orgulho ferido e muita humildade, buscar ajuda para recomeçar. É hora de parar de brincar de ser adulta e deixar que a vida siga o seu destino natural. Começando por Oxford.


Indicações ao Oscar: Melhor filme, melhor atriz para Carey Mulligan e melhor roteiro adaptado para Nick Hornby

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Lamúria em excesso

Devo confessar que gosto daqueles dramas americanos com personagens sofrendo e olhando para o nada, dilemas existenciais franceses e alemães chegando ao limite da loucura, mas “Preciosa – Uma história de esperança” é demais até para mim. O segundo trabalho do diretor Lee Daniels, cuja estréia foi com “Matadores de Aluguel” (2005), mostra basicamente uma adolescente, Clarice Precious (vivida por Gabourey Sidibe), negra, semi-analfabeta, portadora do vírus da Aids, que vive em uma família desestruturada, foi estuprada pelo padrasto e por causa disso teve dois filhos, sendo um com síndrome de down, tentando se reerguer de alguma forma de toda essa situação difícil.

Baseado no livro “Push”, da escritora Sapphire, “Preciosa” concorre a seis Oscar, mas aparentemente não é favorito em nenhum deles. Apesar das elogiadas atuações de Gabourey e da comediante Mo’Nique, que faz a mãe de Precious, elas seriam aparentemente zebras nessa disputa. Principalmente Sidibe, que concorre com a favorita Sandra Bullock (nunca pensei que um dia leria ou escreveria isso), cujo filme “Um sonho possível” ainda não estreou no Brasil.

Produzido pela apresentadora Oprah Winfrey e com cantores pop fazendo participações de uma maneira como nunca imaginávamos que os veríamos – Mariah Carey larga toda a sua, bem, digamos, “sensualidade”, para viver uma assistente social comportadinha e de cara fechada e Lenny Kravitz toda a sua marra de rock star poser para viver um enfermeiro – “Preciosa”, porém, não é tudo aquilo que dizem que é.

O filme, contudo, tem todo o perfilzão de Oscar pelo tema abordado e porque a Academia gosta de um sofrimento ou uma dedicação extrema. Basta lembrar “Crash” (2004), que era um (bom) rio de lágrimas e venceu em 2006, ou a entrega de Nicole Kidman que por duas horas abriu mão de sua beleza para viver a escritora Virgínia Wolf no belíssimo filme “As Horas” (2002) e foi premiada com uma estatueta em 2003. Estes são apenas alguns dos exemplos que me vem a mente. Por outro lado, “Preciosa” é um filme comum que causa entre algumas reações o extremo incômodo com o tamanho sofrimento de sua protagonista ou aquela sensação de enfado. Pessoalmente, achei o filme uma verdadeira chatice.

O roteiro de Geoffrey Fletcher é no máximo ok e a direção de Daniels não tem nada que justifique uma indicação ao Oscar. E mesmo a tão propalada atuação de suas protagonistas não é muito diferente do que já vimos por aí em outros filmes. Mo’Nique, por exemplo, poderia entrar naquela “cota de sacrifício” que listei acima por ser uma comediante que se desprende de sua veia cômica para viver uma violenta e atormentada mulher que maltrata com requintes de crueldade a sua filha. Mas é pouco. Muito pouco para verdadeiramente competir, por exemplo, com Vera Farmiga, que brilha com mais intensidade em “Amor sem escalas”.

Por outro lado, ela até poderia ganhar, pois não há uma grande favorita no Oscar de atriz coadjuvante. Concorrem ainda Penélope Cruz, por “Nine”, Anna Kendrick, também por “Amor sem escalas”, e Maggie Gyllenhal, por “Coração Louco”, ainda inédito em Pindorama.

Fato é que “Preciosa” não me empolgou nem um pouco. É um filme comum sem muitas interpretações inspiradas. Mas depois de “Quem quer ser um milionário?” no ano passado, não cravo nada na disputa do dia 7 de março em Hollywood.

Indicações ao Oscar: Melhor filme, melhor diretor para Lee Daniels, melhor atriz para Gabourey Sidibe, melhor atriz coadjuvante para Mo’Nique, melhor roteiro adaptado para Geoffrey Fletcher e melhor edição.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Um time e um campeonato históricos

Corria o ano de 1994 e Nelson Mandela acabara de se tornar presidente de uma nova e democrática África do Sul apenas quatro anos depois de deixar Robben Island, prisão em que ele viveu durante 27 anos. O apartheid não mais existia no papel, mas a África do Sul ainda vivia sérios problemas de racismo com a desconfiança dos brancos e o desejo de vingança de muitos negros, além de focos de violência. Tudo isso num país com sérios problemas econômicos e a população sem ter suas necessidades básicas atendidas.

Neste cenário de pura pólvora, Mandela (vivido magistralmente por Morgan Freeman) resolve dar um passo absolutamente arriscado: dar todo o apoio aos Springboks, o time nacional de rugby, emblema do apartheid, na Copa do Mundo que seria disputada no ano seguinte na África do Sul.

Novo trabalho do diretor Clint Eastwood, “Invictus”, baseado no livro “Conquistando o Inimigo” do jornalista John Carlin, conta a história de como Mandela usou o esporte para tentar unir um país dentro de uma nação multirracial, a “rainbow nation” sonhada por ele.

Ao perceber que em um jogo contra a Inglaterra, os negros torciam para os ingleses enquanto os brancos torciam para a equipe nacional, Mandela teve a ideia de dar o apoio à equipe sul-africana comandada pelo capitão François Pienaar (Matt Damon, também irrepreensível), que contava apenas com um jogador negro, Chester Williams, para dar o exemplo que na nova África do Sul não haveria mais espaço para divisões. Os Springboks, portanto, acabaram se tornando um instrumento político. Não seria a primeira vez que isso aconteceu no esporte, mas talvez fosse a primeira por uma boa causa.

Aquele desacreditado time acaba servindo com perfeição à causa e contra todos os prognósticos que davam conta que a equipe só chegaria na segunda fase acabou levantando o torneio dando o pontapé inicial na tentativa da sociedade um pouco menos dividida desejada por Mandela.

Mas outra coisa também torna “Invictus” interessante. Se o foco principal é a jogada arriscada de Mandela, o trabalho de Eastwood também é a história de um time que não era nada e se tornou uma potência no esporte. Por causa daquela equipe, hoje o rugby é um dos principais esportes sul-africanos. Campeões daquela edição da Copa do Mundo de maneira invicta e enfrentando entre outros grandes times a então campeã Austrália e os temidos All Blacks da Nova Zelândia, a equipe ainda voltaria a repetir a dose em 2003.

Os Springboks são hoje uma seleção de primeira linha. Tudo graças àquele torneio que teve muito de componente político e começou a transformar o esporte na África do Sul. Quem dera Parreira pudesse ter uma injeção de ânimo semelhante para a combalida seleção de futebol que, assim como aquela equipe de rugby, é apontada como futura fracassada e a primeira da história que será eliminada na primeira fase de uma Copa do Mundo. É claro que os Bafana Bafana não serão campeões, mas bem que o trabalho de Eastwood podia inspirá-los a pelo menos chegaram nas oitavas de final.

Como filme, “Invictus” não é o melhor trabalho do diretor. Numa comparação com suas películas mais recentes, é sem dúvida superior a “A Troca” (2008), mas está bem abaixo de “Gran Torino” (2008). Ainda assim, no entanto, um trabalho de Clint Eastwood é melhor do que muita coisa que vemos no cinema.

Por que vale a pena então assistir ao filme? Em primeiro lugar pelas atuações de Freeman e Damon, indicados ao Oscar de melhor ator e ator coadjuvante. Em segundo lugar, porque apesar de sua direção mais conservadora - você não vê nada muito diferente do que em outros filmes que retratam casos de superação pelo esporte como “Um domingo qualquer” (1999), de Oliver Stone, ou “Duelo de Titãs” (2000), de Boaz Yakin, estrelado por Denzel Washington – o filme é realmente emocionante.

E ainda há o componente de que aquilo tudo verdadeiramente aconteceu. Claro que após a decisão, e isso não é mostrado no filme, os jogadores da Nova Zelândia reclamaram de que teriam ingerido comida estragada, o que os teria deixado debilitados para a final, mas ainda que isso tenha ocorrido, não desmerece a virada da África do Sul, a dramaticidade de ter que passar por cada decisão desde a estreia contra a Austrália, passando por Romênia, Canadá, Samoa e França até a final contra os All Blacks no Ellis Park. Tudo com aquele componente político ao fundo. Nesse ponto, portanto, o filme ganha paralelo com outro trabalho de Washington, “Hurricane” (1999), além de “Ali” (2001), de Michael Mann.

Em resumo, “Invictus” não é o melhor de Eastwood, mas ainda é um cinema de primeira linha que merecia não apenas as indicações que lhe foram dadas, mas também uma por melhor filme. Principalmente conhecendo alguns dos candidatos que estão entre os 10 da Academia.

Indicações ao Oscar: melhor ator para Morgan Freeman e melhor ator coadjuvante para Matt Damon.

Abaixo os melhores momentos da decisão da Copa do Mundo de Rugby de 1995 e a festa dos sul-africanos:


terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Um Juno para adultos

“Amor sem escalas”, horroroso título em português para “Up in the air”, é um “Juno” (2007) para adultos. No lugar dos dilemas da jovem Juno MacGuff (Ellen Page), que engravida do namorado sem estar preparada para isso e resolve entregar o bebê para um casal que procurava uma criança para adotar, entra a história de Ryan Bingham (George Clooney vivendo algo como George Clooney), homem de meia idade rico e solteiro que passa a vida viajando pela sua empresa para demitir pessoas pelos Estados Unidos e que nunca teve qualquer relação minimamente duradoura.

Claro que é um “Juno” um pouco mais turbinado. Se o trabalho anterior do diretor Jason Reitman custou US$ 6,5 milhões (e arrecadou US$ 200 milhões nos cinemas), “Amor sem escalas” chegou às salas depois de um investimento de US$ 25 milhões. Muito desse dinheiro deve ter sido dado pela American Airlines, que ganha generoso merchandising em 1h49m de película.

Mas como eu falava, o novo trabalho de Reitman é uma tentativa de repetir a fórmula de sucesso de “Juno”. Como o seu último filme, é basicamente uma comédia dramática que usa um roteiro, digamos, descolado e simpático. Mesmo com a ausência da roteirista Diablo Cody, o espírito que Reitman e Sheldon Turner impuseram à adaptação do livro do escritor Walter Kim é o mesmo da ex-stripper que faturou o Oscar em 2008. São diálogos rápidos, frases curtas e tiradas engraçadinhas que fariam qualquer pedra de gelo no mínimo dar um sorrisinho de canto de boca. A trilha sonora também é bem escolhida e de qualidade, embora inferior ao trabalho anterior.

O desfecho do filme também é semelhante ao de “Juno”. Quando você imagina que ele vai ser aquela lição de moral, aquela renovação dos valores tradicionais, ele dá uma guinada de 180 graus para mostrar que se o cinema imita a vida, ele não pode ser tão mentiroso com uma conclusão semelhante ao paraíso na terra. E nem precisa ser o inferno de Dante. Ou seja, Reitman pode ter se vendido para a American Airlines, mas pelo menos manteve algumas convicções.

Como “Juno” e por causa de suas qualidades semelhantes, “Amor se escalas” também é um filme agradável. É daqueles trabalhos que nunca estarão naquela lista de 50 filmes da sua vida, mas que você sempre vai se lembrar de uma sessão agradável no cinema.

E ainda tem Vera Farmiga, bela atriz de 36 anos, que engole Clooney quando contracena com ele através de sua Alex Goran e a sem sal e bobinha Natalie Keener vivida por Anna Kendrick. Alex é o caso de ponte aérea de Clooney nas andanças pelos Estados Unidos enquanto Natalie é a companheira de trabalho sonhadora de Clooney que em nome da economia (o filme tem a crise econômica como pano de fundo) quer diminuir drasticamente o número de viagens da empresa de Ryan, que passaria a demitir os funcionários on-line. Natalie é mala. Alex é o desejo de qualquer homem.

Como curte a sua vida de falcão solitário, Ryan não gosta nada dessa mudança tecnológica na empresa e a carrega a contragosto para o mundo real. Aos poucos, os dois vão vendo os lados bom e ruim a partir do ponto de vista de ambos, contudo nada que possa mudá-los profundamente. Mas digamos que o frio Ryan passe a querer viajar menos depois de tantas experiências.

Se “Amor sem escalas” repetirá o sucesso comercial de “Juno” e também será laureado com um Oscar, só saberemos no futuro. Mas pelo menos o novo trabalho de Reitman é divertido. Isso ele prova que sabe fazer bem.

Indicações ao Oscar: Melhor filme, melhor ator para George Clooney, melhor atriz coadjuvante para Vera Farmiga e Anna Kendrick, melhor diretor para Jason Reitman, melhor roteiro adaptado para Jason Reitman e Sheldon Turner

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Os filmes do Oscar por aí

E eis que conhecemos finalmente os indicados ao Oscar deste ano. Todos os leitores deste blog já leram na grande, média, pequena e diminuta imprensa que a cerimônia marcada para o dia 7 de março será o duelo do ex-marido James Cameron e sua suprema bobagem chamada “Avatar” contra a ex-mulher Kathryn Bigelow e o filmaço “Guerra ao Terror”.

Nove indicações para cada um, recorde deste ano, realmente os credenciam a monopolizar as atenções, mas eu não colocaria tão de lado assim os escalpeladores de nazistas de Quentin Tarantino e seu “Bastardos Inglórios”, que vem logo ali em seguida, com oito indicações. Mas como isso já foi dito, prefiro me ater a outros comentários.

O primeiro é que de certa forma as indicações de “Avatar” confirmam o que eu já disse quando escrevi aqui sobre o filme no ano passado. É um trabalho ruim de Cameron, que não conquistou indicações para o seu sofrível roteiro e suas lamentáveis atuações. Junto com a indicação de diretor (aceitável) e a de melhor filme (discutível) vieram indicações em sete categorias técnicas, algo normalmente reservado a filmes-pipoca, de ação, etc... São elas: direção de arte, fotografia, edição de som, mixagem de som, trilha sonora, edição e efeitos visuais.

Se o filme fosse realmente bom, estaria concorrendo em outras das principais categorias. Arrisco-me a dizer que “Avatar” vai abocanhar todas as categorias técnicas. Se levar como filme e diretor será uma injustiça do tamanho da de “Titanic”, que levou o prêmio num ano que estavam concorrendo “Los Angeles – Cidade Proibida”, “Gênio Indomável” e “Melhor é Impossível”, três filmes muito superiores. Ou do tamanho da de “Quem quer ser um milionário?”, filmezinho comum e inferior a “Frost/Nixon” entre os concorrentes do ano passado.

Já “Guerra ao Terror”, concorre com Bigelow como melhor diretora, filme, ator para Jeremy Renner, roteiro original para Mark Boal, e mais cinco categorias técnicas: fotografia, mixagem de som, edição de som, trilha sonora original e edição.

Outro ponto que eu gostaria de ressaltar são as indicações de Renner como ator, mais do que merecida, e de Vera Farmiga como atriz coadjuvante. Ela realmente está muito bem em “Amor sem escalas”.

Também foram bem interessantes as lembranças para Morgan Freeman, que incorporou Nelson Mandela em “Invictus”, e Matt Damon, que vive o capitão do time de rugby da África do Sul François Pienaar no filme de Clint Eastwood, que bem poderia estar entre os agora 10 indicados a melhor filme. Pode não ser o melhor trabalho de Clint, mas um filme dele ainda é melhor que muita coisa por aí. Inclusive “Amor sem escalas”. Falarei sobre ambos nos próximos posts, aliás.

Freeman e Renner estão muito bem, mas não devem ter chance diante de Jeff Bridges, que tem conquistado os prêmios pré-Oscar com sua atuação em “Coração Louco”, ainda inédito por aqui. O mesmo deve-se dizer de Damon, que terá que encarar outro bicho-papão, o austríaco Christoph Waltz, que brilha em “Bastardos Inglórios”.

Chamou-me a atenção também que um musical como “Nine” só tenha uma música entre as cinco indicadas a canção original. Normalmente musicais entram com umas três no páreo. Ou seja, o novo trabalho de Rob Marshall, que ainda não assisti, deve ser realmente bem discutível como andam dizendo. Mas pelo menos Penélope Cruz concorre como atriz coadjuvante. Se valesse o quesito beleza, ela ganharia, mas a questão aqui é outra.

Também achei bem legal as quatro indicações para um filmaço: “Distrito 9”. As indicações para filme, roteiro adaptado, edição e efeitos visuais foram merecidas. E acredito que o trabalho de Neill Blomkamp tenha chances na premiação de roteiro.

Estas foram apenas algumas, as primeiras considerações. Daqui até o dia do Oscar vou tentar escrever sobre o maior número possível de filmes que concorrem às estatuetas, focando principalmente nos 10 que tentam a premiação máxima. Quatro deles já foram criticados aqui no ano passado (é só clicar nos nomes para ler): “Avatar”, “Distrito 9”, “Guerra ao Terror” e “Bastardos Inglórios”, escolhido pelo blog o melhor trabalho de 2009. No próximo post falarei sobre “Amor sem escalas” e assim ficarei devendo comentários sobre os cinco filmes restantes, que serão devidamente criticados conforme forem estreando no Brasil, ou assim que eu pegar na locadora, caso de “Up – Altas Aventuras”. Enquanto isso, abordarei filmes que concorrem em outras categorias.

Para o leitor que também gosta de ver os filmes que concorrem às estatuetas, repito o que fiz no ano passado e coloco abaixo os indicados nas principais categorias com as prováveis datas das estreias ou a situação dos filmes no Brasil. Claro que muita coisa pode mudar agora que saíram os indicados da Academia (para vocês terem uma ideia eu fui trocando o post até o minuto final da publicação), mas a listagem abaixo nos dá uma noção do que esperar nas próximas cinco semanas.

Filme:

“Avatar” – nos cinemas
“Um sonho possível” – estreia dia 26
“Distrito 9” – nas locadoras
“Educação” – estreia dia 19
“Guerra ao Terror” – nos cinemas e na locadora
“Bastardos Inglórios” – nos cinemas, mas em poucas salas
“Preciosa” – estreia dia 12
“Um homem sério” – estreia dia 19
“Up – Altas Aventuras” – nas locadoras
“Amor sem escalas” – nos cinemas

Ator:

Jeff Bridges (“Coração Louco”) – estreia dia 19
George Clooney (“Amor sem escalas”) – nos cinemas
Colin Firth (“Direito de Amar”) – sem previsão de estreia nos cinemas
Morgan Freeman (“Invictus”) – nos cinemas
Jeremy Renner (“Guerra ao Terror”) – nos cinemas e nas locadoras

Atriz:

Sandra Bullock (“Um sonho possível”) – estreia dia 26
Helen Mirren (“The last station”) – sem previsão de estréia
Carey Mulligan (“Educação”) – estreia dia 19
Gabourey Sidibe (“Preciosa”) – estreia dia 12
Meryl Streep (“Julie & Julia”) – nos cinemas, mas em poucas salas

Ator Coadjuvante:

Matt Damon (“Invictus”) – nos cinemas
Woody Harrelson (“O mensageiro”) – passou no festival do Rio. Sem previsão de estreia
Christopher Plummer (“The last station”) – sem previsão de estreia
Stanley Tucci (“Um olhar do paraíso”) – sem previsão de estreia
Christoph Waltz (“Bastardos Inglórios”) – ainda no cinema, mas em poucas salas

Atriz Coadjuvante:

Penélope Cruz (“Nine”) – nos cinemas
Vera Farmiga (“Amor sem escalas”) – nos cinemas
Maggie Gyllenhaal (“Coração Louco”) – estreia dia 19
Anna Kendrick (“Amor sem escalas” – nos cinemas
Mo’Nique (“Preciosa”) - estreia dia 12

Diretor:

Kathryn Bigelow (“Guerra ao Terror”) – nos cinemas e nas locadoras
James Cameron (“Avatar”) – nos cinemas
Lee Daniels (“Preciosa”) – estreia dia 12
Jason Reitman (“Amor sem escalas”) – nos cinemas
Quentin Tarantino (“Bastardos Inglórios”) – nos cinemas, mas em poucas salas

Filme Estrangeiro:

“Ajami”, de Scandar Copti e Yaron Shani (Israel) – sem previsão de estreia
“A fita branca”, de Michael Haneke (Alemanha) – estreia dia 12
“O segredo de seus olhos”, de Juan José Campanella (Argentina) – estreia dia 26
“Um profeta”, de Jacques Audiard (França) – sem previsão de estreia
“A teta assustada”, de Claudia Llosa (Peru) – nas locadoras

Roteiro Adaptado:

“Distrito 9” (Neill Blomkamp e Terri Tatchell) – nas locadoras
“Educação” (Nick Hornby) – estreia dia 19
“In the Loop” (Jessé Armstrong, Simon Blackwell, Armando Iannucci e Tony Roche) – sem previsão de estreia
“Preciosa” (Geoffrey Fletcher) – estreia dia 12
“Amor sem escalas” (Jason Reitman e Sheldon Turner) – nos cinemas

Roteiro Original:

“Guerra ao Terror” (Mark Boal) – nos cinemas e nas locadoras
“Bastardos Inglórios” (Quentin Tarantino) – nos cinemas, mas em poucas salas
“O mensageiro” (Alessandreo Camon e Oren Moverman) – passou no festival do Rio. Sem previsão de estreia
“Um homem sério” (Joel Coen e Ethan Coen) – estreia dia 19
“Up – Altas Aventuras” (Bob Peterson, Pete Docter e Tom McCarthy) – nas locadoras

Direção de Arte:

“Avatar” – nos cinemas
“O Imaginário do Doutor Parnassus” – estreia dia 14 de maio
“Nine” – nos cinemas
“Sherlock Holmes” – nos cinemas
“The Young Victoria” – sem previsão de estreia

Fotografia:

“Avatar” – nos cinemas
“Harry Potter e o enigma do príncipe” – nas locadoras
“Guerra ao Terror” – nos cinemas e nas locadoras
“Bastardos Inglórios” – nos cinemas, mas em poucas salas
“A fita branca” – estreia dia 12

Mixagem de som:

“Avatar” – nos cinemas
“Guerra ao Terror” – nos cinemas e nas locadoras
“Bastardos Inglórios” – nos cinemas, mas em poucas salas
“Star Trek” – nas locadoras
“Transformers: a vingança dos derrotados” – nas locadoras

Edição de Som:

“Avatar” – nos cinemas
“Guerra ao Terror” – nos cinemas e nas locadoras
“Bastardos Inglórios” – nos cinemas, mas em poucas salas
“Star Trek” – nas locadoras
“Up – Altas Aventuras” – nas locadoras

Trilha Sonora Original:

“Avatar” – nos cinemas
“O fantástico Sr. Raposo” – nas locadoras
“Guerra ao Terror” – nos cinemas e nas locadoras
“Sherlock Holmes” – nos cinemas
“Up – Altas Aventuras” – nas locadoras

Canção Original:

“Almost There”, de Randy Newman em “A princesa e o sapo” – nas locadoras
“Down in New Orleans”, de Randy Newman em “A princesa e o sapo” – nas locadoras
“Loin de Paname”, de Reinhardt Wagner e Frank Thomasfrom em “Paris 36” – sem previsão de estreia
“Take it all”, de Maury Yeston em “Nine” – nos cinemas
“The Weary Kind”, de Ryan Bingham e T. Boné Burnett em “Coração Louco” – estreia dia 19

Figurino:

“Bright Star” – Passou nos festivais do Rio e de São Paulo. Sem previsão de estreia
“Coco Antes de Chanel” – nos cinemas, mas em pouquíssimas salas
“O imaginário do Dr. Parnassus” – estreia dia 14 de maio
“Nine” – nos cinemas
“The Young Victoria” – sem previsão de estreia

Edição:

“Avatar” – nos cinemas
“Distrito 9” – nas locadoras
“Guerra ao Terror” – nos cinemas e nas locadoras
“Bastardos Inglórios” – nos cinemas, mas em poucas salas
“Preciosa” – estreia dia 12

Maquiagem:

“Ill Divo” – passou nos festivais do Rio e de São Paulo. Sem previsão de estreia
“Star Trek” – nas locadoras
“The Young Victoria” – sem previsão de estreia

Efeitos Visuais:

“Avatar” – nos cinemas
“Distrito 9” – nas locadoras
“Star Trek” – nas locadoras