Em 2017 eu falei mal e cornetei um monte de filme. E prometo
fazer o mesmo em 2018. Mas para mostrar que eu também sou fofo, encerro o ano
com a lista abaixo que comprova que eu também distribui muitos elogios.
Senhoras e senhores, vamos aos 30 melhores filmes de 2017 do Corneta Ballon
D’or Awards:
1º lugar - Dunkirk (ING, HOL, FRA e EUA). Diretor: Christopher
Nolan.
2º- Moonlight (EUA). Diretor: Barry Jenkins.
3º- A qualquer custo (Hell or High Water, EUA). Diretor: David Mackenzie.
4º- Blade Runner 2049 (EUA, ING, HUN e CAN). Diretor: Dennis Villeneuve.
5º- Fragmentado (Split, JAP e EUA). Diretor: M. Night Shyamalan.
6º- Mother! (EUA). Diretor: Darren Aronofsky.
7º- Frantz (FRA e ALE). Diretor: François Ozon.
8º- Logan (CAN, AUS, EUA). Diretor: James Mangold.
9º- A paixão de Van Gogh (Loving Vincent, ING e POL). Diretores: Dorota Kobiela
e Hugh Welchman.
10°- Eu, Daniel Blake (I, Daniel Blake, ING, FRA, BEL). Diretor: Ken Loach.
11º- O cidadão ilustre (El ciudadano ilustre, ARG e ESP). Diretores: Gastón Duprat
e Mariano Cohn.
12º- Neve Negra (Nieve Negra, ARG e ESP). Diretor: Martin Hodara.
13º- Paterson (EUA, FRA e ALE). Diretor: Jim Jarmusch.
14º- Animais Noturnos (Nocturnal Animals, EUA). Diretor: Tom Ford.
15º- Baseado em uma história real (D’après une histoire vraie, FRA, BEL, POL).
Diretor: Roman Polanski.
16º - A melhor escolha (Last Flag Flying, EUA). Diretor: Richard
Linklater.
17º- Como nossos pais (BRA). Diretora: Laís Bodanzky.
18º- Jackie (CHI, FRA, EUA e HKG). Diretor: Pablo Larraín.
19º- La la Land (EUA, HKG). Diretor: Damien Chazelle.
20° - Um limite entre nós (Fences, EUA e CAN). Diretor: Denzel
Washington.
21º- Corra! (Get Out, JAP e EUA). Diretor: Jordan Peele.
22º- Lucky (EUA). Diretor: John Carroll Lynch.
23º- Monsieur & Madame Adelman (Mr. & Mme Adelman, FRA e BEL). Diretor:
Nicolas Bedos.
24º- Um homem chamado Ove (En man som heter Ove, SUE). Diretor: Hannes
Holm.
25º- Lady Macbeth (ING). Diretor: William Oldroyd.
26º- De canção em canção (Song to Song, EUA). Diretor: Terrence Malick.
27º- Mulher Maravilha (Wonder Woman, HKG, CHI e EUA). Diretora: Patty
Jenkins.
28º- T2: Trainspotting (ING). Diretor: Danny Boyle.
29º- Em ritmo de fuga (Baby Driver, ING e EUA). Diretor: Edgar Wright.
30°- Fátima (FRA e CAN). Diretor: Philippe Faucon.
Mas espera aí! Eu não posso me despedir de 2017 sem o top-10 do
horror. Vamos agora aos piores filmes do ano.
1° lugar - Perdidos em Paris (Paris pieds nus (FRA e BEL).
Diretores: Dominique Abel e Fiona Gordon.
2º- Antes que eu vá (Before I fall, EUA). Diretora: Ry Russo Young.
3º- A Múmia (The Mummy, CHI, JAP, EUA). Diretor: Alex Kurtzman.
4º- Cinquenta tons mais escuros (Fifty Shades Darker, EUA e CHI). Diretor:
James Foley.
5º- Polícia Federal - a lei é para todos (BRA). Diretor: Marcelo Antunez.
6º- Baywatch: S.O.S. Malibu (ING, CHI e EUA). Diretor: Seth Gordon.
7º- Rei Arthur: a lenda da espada (King Arthur: Legend of the sword, EUA).
Diretor: Guy Ritchie.
Woody Allen é uma instituição. Amado por muita gente, ele
costuma ser daqueles tipos que se usa a arrogante frase: “um filme ruim de
fulano é melhor do que muita coisa por aí”. Como se ele pudesse ter privilégios
por conta de sua produção cinematográfica e sua história. E como se tais
privilégios fossem relevantes ou necessários para ele. Na verdade, Woody Allen
atingiu há algumas décadas um status de que não precisa de elogios e ninguém
sendo condescendente com ele. Este é, portanto, apenas mais um texto sobre
“Roda Gigante”.
Perfeita metáfora de sua carreira cinematográfica recente
- por vezes você está por cima, por vezes por baixo - “Roda Gigante” pode ser
visto de duas formas sob um mesmo prisma. É um filme nostálgico de um homem com
seus recém-completados 82 anos que aposta em interpretações teatrais com uma
pegada, ou diria até, um olhar, para os filmes da Hollywood dos anos 40 e
50.
E isso pode ser bom ou ruim, dependendo do gosto do
freguês. Apesar da brilhante interpretação de Kate Winslet, uma grande atriz
que brilha em quase todos os projetos que participa, “Roda Gigante” soa
particularmente aos meus ouvidos como um filme monocórdico com estilos de
interpretação que parecem não caber nos dias atuais. Confesso ser um pouco
irritante certos tons histriônicos. Mas isso é um gosto puramente
pessoal.
Se eu tivesse que avaliar a produção recente de Woody
Allen dentro da metáfora da roda gigante, diria que o seu mais novo filme está
no meio do trajeto. Nem no topo de um “Meia-noite em Paris” (2011) ou “Match Point” (2005),
nem lá embaixo de produções como “Magia ao luar” (2014).
“Roda Gigante” tem méritos. Além de Kate Winslet
brilhando solo como Cate Blanchett em “Blue Jasmine” (2013), ao viver uma garçonete de
meia idade aspirante a atriz que trabalha num marisqueiro, tem um casamento
infeliz com Humpret (Jim Belushi) e se envolve com o salva-vidas do posto 7 de
Coney Island, há uma boa participação de Juno Temple, como Caroline, filha de Humpret
que está marcada pela máfia e volta para casa depois de denunciar o marido, Frank Damato, para o FBI para encontrar um esconderijo e refazer a vida.
Mas Justin Timberlake não convence como narrador dessa
história e aspirante a escritor e autor teatral, que quebra a quarta parede
para conversar com o espectador, mas não diz nada de muito relevante nesta
história agridoce com pegada de fábula moral.
Se nostalgia é a marca do filme, os fãs de “Sopranos”
reconheceram dois atores muito queridos. Steve Schirripa e Tony Sirico que faziam Baccala e
Paulie na série, vivem justamente dois mafiosos na película de Allen que,
embora tenham nomes diferentes, interpretem como os velhos personagens da série
da HBO. Até a característica risada do Paulie é usada pelo ator em sua
pequena participação. Impossível imaginar que isso não foi de propósito.
Assim gira a “Roda Gigante” de Woody Allen, um filme que
está longe de ser brilhante, mas que pregará com desenvoltura para os já
doutrinados. Ainda que ele tenha menos daquele humor característico do diretor.
É um trabalho que alinha com “Café Society” (2016) e não é exatamente marcante na
filmografia do diretor.
A Corneta foi
para uma galáxia muito, muito distante, esperando encontrar um filme épico e
impecável. Mas saiu da seção de “Star Wars - os últimos Jedi” com a seguinte
questão: “Precisava ser tão longo? Até porque, se espremer bem, não dá 30
páginas de roteiro”. Verdades precisam ser ditas sobre esse Star Wars de Rian
Johnson. E a primeira delas é: não é um grande filme. A segunda é: Quando Kylo
Ren (Adam Driver) tornar-se-á um vilão do padrão de Darth Vader?
Sim, o novo Star Wars é reverente ao cânone.
Sim, é emocionante ver o Mark Hamill de volta ao papel de Luke Skywalker, da
mesma forma que é muito legal ver o mestre Yoda em versão entidade espírita
falando alemão. E não deixa de ter um significado especial cada vez que a
saudosa Carrie Fisher aparece na tela. Mas o que de fato acontece neste filme?
Pouca coisa.
(ATENÇÃO! CUIDADO, QUE A FORÇA ESTÁ COM OS
SPOILERS A PARTIR DE AGORA)
São 2h30 de muitos diálogos pobres, frases
retiradas de livros de auto-ajuda (vamos ter esperança, tenha fé, a Força ajuda
a quem cedo madruga, etc...), irritantes piadinhas Marvel-style que nada tem a
ver com a mitologia de “Star Wars” e uma história que não avança muito, não
traz grandes embates e nem se alinha para alguma definição momentânea que seja.
O tempo todo, o filme é um 0 a 0 para não ferir suscetibilidades e deixar tudo
em suspenso para o episódio XIX. Depois do ótimo “O Despertar da Força”, era
preciso mais.
Podemos resumir “Os últimos Jedis” da seguinte
maneira: Os rebeldes estão sendo massacrados, o governo imperialista está se
dando bem, destruindo os rivais e fazendo as reformas da previdência e
trabalhista, tem um monte de libriano indeciso sobre o que quer da vida e
vários personagens vivendo momentos em que esticam a corda até o limite, a
trilha sonora vai acompanhando, a câmera vai ampliando o zoom e.... nada,
absolutamente nada de fato impactante acontece nestes momentos. Ou seja, é
aquele filme padrão terraplanagem para o que vem pela frente.
Por outro lado, acredite, ainda assim, “Star
Wars: os últimos Jedi” é divertido. Cansativo pela sua longa duração, mas
legal. Porque é sempre legal ver as naves se pegando no espaço e porque sempre
tem um duelo de sabre de luz maneiro. A da Rey (Daisy Ridley) com o Kylo Ren e
os capangas do Snoke (Andy Serkis), que esperamos que não tenha morrido, é
excelente. E de fato faltam mais momentos como esse. Além de batalhas mais
inspiradas.
O filme começa com uma batalha no espaço em
que o Poe Dameron (Oscar Isaac) mostra a sua veia Han Solo de desobediência
para destruir um cruzador inimigo. Tudo muito bom, tudo muito bem, só que o
partido do governo é mais esperto, saca as táticas dos rebeldes e consegue
rastreá-los na velocidade da luz.
Aí é que o buraco vai mais embaixo. A nave mãe
dos rebeldes precisa usar um escudo defletor para rebater os ataques dos
inimigos. O problema é que isso gasta muito combustível e o posto Ipiranga mais
próximo é na Constelação de Tatooine. Ou seja, a general Leia (Carrie Fisher) e
a almirante Holdo “Big Little Lies” (Laura Dern) estão correndo o risco de
emular o Rubinho Barrichello e ter pane seca.
Enquanto isso, Rey vai em busca do elemento
que os rebeldes precisam para tentar virar o jogo. São armas? São exércitos?
Não. ESPERANÇA. Então tá né.
Ela se dirige até Dragonstone (opa, série
errada). Ela vai até Fernando de Noronha, onde Luke Skywalker curte a sua
aposentadoria de uma maneira tão largada que ele nem faz mais a barba.
Rey quer fazer o mestrado em Jedaismo, mas
Luke tá desiludido da vida, não acredita mais no amor, acha que a religião que
seguia não era isso tudo que o pastor Obi Wan Kenobi dizia e não quer saber
mais da Força. Só que mesmo não sendo o He-Man, Rey tem a força. O problema é
que o treinamento dado pelo Luke é digno de um professor cansado e que não está
muito a fim de dar aula. Ele até começa bem com o lance das pedras, bem senhor
Miyagi style, mas não dá muito certo. Rey então resolve terminar o mestrado por
conta própria na universidade da vida. Mas ela mexe pedras como poucos.
Ah, mas tem outro problema. Rey tem uma
espécie de WhatsApp telepático com o Kylo Ren em que eles ficam tendo uma
cansativa DR telecinética forçando cada um a entrar para o partido deles.
- Você tem que vir para o PMDB. Nós somos
maioria. Temos mais verba, mais soldados, estamos no poder. Estamos fazendo as
reformas que a galáxia precisa para o século XXVIII. Junte-se nós. Vamos
governar a galáxia numa chapa conjunta. Juntos somos mais fortes!
- Fala sério, Kylo! Aqui no PSOL somos pequenininhos, temos pouca gente, mas
confiamos no nosso trabalho de formiguinhas intergalácticas. Vem pro meu lado.
Todos os dirigentes históricos que brilharam na galáxia estão comigo. Seu pai,
o Han, era um dos nossos líderes, temos Luke, temos Leia...
- Ih, isso tudo é passado, Rey. Quem vive de passado é museu. Eu sou o presente
e o futuro desse governo. O projeto “Acelera Galáxia” vai mudar a vida de
todos.
- É, não vai rolar. Pensei que pelo cheiro de tinta aqui estava até pintando um
clima entre a gente. Afinal, a gente tinha uma conexão com excelente Wi-Fi. Mas
você está com ideias muito erradas. Acho que vou aceitar aquele date do Poe.
Sorry, Kylo. Você é muito dark and twisted para mim.
Enquanto isso, o Finn (John Boyega)... o que
faz o Finn nesse filme a não ser fracassar, levar uma volta do Benício del Toro
e ganhar um beijo da japonesinha? Ah, ele acerta as contas com a chefona do
aquário dos stormtroopers. Um duelo que não foi exatamente emocionante.
Até que chegamos ao momento que prometia ser
épico. A batalha no planeta sal, onde a meia dúzia de rebeldes que ainda existe
tenta sobreviver. Está tudo pronto para ser uma vitória arrasadora do governo.
Os caras levaram um canhão da Estrela da Morte e tem milhares de soldados
enquanto os rebeldes são tão poucos que cabem numa kombi.
Kylo Paterson não quer saber de poesia e
lirismo. Libera o Metallica e grita: “Kill ‘Em all! No mercy!”.
Tudo ia correr bem para o lado negro da força.
Mas se isso acontecesse, não teria outro filme. Então surge Luke Skywalker.
Andando de boa pelo sal sem qualquer preocupação com a pressão alta. Afinal,
Jedis são senhores do equilíbrio.
O mesmo não se pode dizer dos Vader Boys. Kylo
fica possesso! Manda descarregar todas as metralhadoras em Luke, que sorri e
limpa a poeira do casaco. Aí o Kylo enlouquece. Desce e parte para a porrada. O
problema é que ele não é um mestre. Com apenas alguns movimentos de “Matrix”,
Luke não se abala e parece até que beberia um cafezinho se estivesse a mão.
Até que ele cansa. Desliga o sabre de luz,
pois a bateria devia estar acabando. Kylo vê a chance e ataca com força e
vitalidade. Os fãs prendem a respiração e temem pelo pior. Temem pelo mesmo que
aconteceu com Han Solo. Temem pelo fim de Luke. O PAVOR nos acomete até a ALMA.
Mas só quem é um Jedi nível master sabe o que
é ser um Jedi nível master. Luke vira para o Kylo, a gente, a sociedade e o
governo e diz: “Pegadinha do malandro! Glu -glu!”. Foi seu último ato antes de
virar poeira lá em Fernando de Noronha e entrar de vez para a categoria das
entidades Jedis. Luke não é mais um corpo, mas de repente volta como espírito.
Luke, você realmente é alma desse filme.
“Star Wars: os últimos Jedi” podia ter
entregue um pouco mais. Mas Rian Johnson tem o mérito de estar clareando o
terreno e passando o bastão para uma nova geração de heróis e vilões
tornarem-se protagonistas, renovando a saga e mantendo a franquia firme e forte
na cultura pop. Naturalmente, como a resistência foi dizimada, é de se esperar
que uma nova geração de personagens e heróis apareça no próximo filme, que
provavelmente se passará muitos anos à frente. Espera-se que Poe torne-se o
líder que Leia gostaria que ele fosse e que Rey passe a treinar uma nova
geração de Jedis.
O filme atual não chega a ser brilhante, mas
ao menos promete que algo realmente interessante pode vir a acontecer. Pelo
menos essa é a minha ESPERANÇA. No fundo, não é sobre isso que “os últimos
Jedi” fala?
Amigos, que
golaço da Marvel e da Netflix é esse “Justiceiro”. Voltei a shippar o casal
Marflix (ou Netvel é melhor?). A primeira temporada foi tão linda que me deu
vontade de catar os meus quadrinhos do Justiceiro lá em casa para reler.
Dito isso, vamos ao que só a Corneta viu.
(E A PARTIR DE AGORA, UM OCEANO ATLÂNTICO DE
SPOILERS).
1- Em primeiro lugar, já temos séries
suficientes para fazer o ranking Marflix. Rankings são sempre divertidos e
causam polêmica. E adoramos polêmica. Vamos a ele:
1- Demolidor - primeira temporada
2- Justiceiro
3- Demolidor - segunda temporada
4- Defensores
5- Jessica Jones
(Baía de Guanabara)
6- Luke Cage
(Grand Canyon)
7- Punho de Ferro (que é uma grande porcaria,
né?)
2- A Netflix recuperou o Demolidor depois
daquela coisa pavorosa com o Ben Affleck. Recuperou a Elektra depois daquela
coisa pífia com a Jennifer Garner e agora recuperou o Justiceiro depois de
várias encarnações sofríveis. Alô, Papa Francisco! Já são três milagres.
Canoniza!
3- Aliás, diante desse belo trabalho de
recuperação dos nossos heróis, deixo aqui o meu pedido. O Motoqueiro Fantasma
precisa muito de uma versão digna que nos faça apagar da memória os filmes com
o Nicolas Cage. É o único meio possível, já que não existe aquele flash
apagador de memória de “Homens de Preto”. Investe nisso aí, Netflix!
4- Jon Bernthal é disparado o melhor
Justiceiro da história, mas meu deus, como é um ator canastrão. Tem cada cena
de doer os olhos de um shakespeariano convicto. Porém, quando ele veste o
colete de kevlar, empunha as suas armas, a faca e vai para a luta, ninguém
segura. Que homem!
5- Porém, não aprovamos chameguinhos com Karen
Page. Ainda não superamos, na verdade, a morte de Ben Urich, que devia ser sempre
O jornalista destas histórias todas. Cadê o Beyonder para ressuscitar o Ben?
Acho que ele consegue, hein?
6- Mas entendemos que não dava para usar pela
enésima vez a Enfermeira da Noite como elo de ligação entre as séries.
Finalmente deram um descanso para a Claire.
7- “Justiceiro” tem vários pontos positivos e
até as alterações em relação aos quadrinhos ficaram boas. Foi um bom acerto
tratar da questão da guerra e o que ela faz com o soldado. E colocar a história
da vingança dele por conta da morte na família numa questão maior envolvendo
conspirações da CIA e a atuação do governo americano nas guerras pelo mundo.
8- E gosto muito do violãozinho do tema de
abertura. Tanto que eu vi a abertura completa nos 13 episódios.
9- Agente Madani muito badass. Não é qualquer
mulher que capota feio com o carro, vai trabalhar no dia seguinte e à noite
ainda faz sexo selvagem com o Billy Russo.
10- Amigas, se vocês achavam o Billy Russo
gatinho, adeus. Agora é que o buraco vai mais embaixo. Foi lindo demais ver o
Frank Castle reconfigurando a cara renascentista do Billy Russo para uma
aguardadíssima versão cubista do Retalho. É o famoso Suderj informa: Sai
Michelangelo, entra Picasso.
11- Mas nem tudo foram flores na série.
Podíamos ter menos momentos tatibitati do tipo: Quem é o agente laranja? Corta
para o cara da CIA. Para quem é a metáfora do bode? Corta para o Frank Castle.
Não precisa desenhar tanto assim. É uma série, não um programa do Daniel
Azulay.
12- Também é boring demais todo o lenga lenga
com o Frank e a família do Micro (zzzzzz). Assim como os eternos devaneios do
Frank sonhando com a mulher e as crianças falando as mesmas frases. Dava para
cortar a metade destas cenas. A gente sabe o quanto ele amava a família.
13- Porra, Frank. Tu vai atrás do cara da CIA
e acha que a mansão da CIA não é a prova de balas? Garoteou legal.
14- Só eu achei too much o Frank Castle
urrando como se fosse o Hulk esmaga? Eu entendo que a ideia talvez seja mostrar
ele liberando os fantasmas do passado, mas isso não ficou exatamente incrível.
Também é meio forçado ele usar quatro vezes a tática do “atira logo ou sai do
meu caminho que eu não tenho tempo para você”. Uma hora metem uma bala nele.
15- Tinha simpatia pelo Stein. RIP, my friend.
16- Esperava mais do episódio 12, mas achei o
Rawlins um panaca filhinho da mamãe que nem merecia o esforço de uma morte no
gênero Montanha x Oberyn Martell. Porém, o episódio 13 foi muito bom. A começar
pelo Billy detonando seus rivais como quem faz um pão na chapa.
17- Cotação da Corneta: nota 8,5.
18- É isso. Vou ali ver a segunda temporada de
“The Crown” é já volto.
Os números sempre foram sedutores. No cinema do século
XXI, então, eles são moeda de troca natural numa sociedade que só vê o lucro. O
sucesso de fórmulas leva a repetições incansáveis. E é essa a sensação que
causa ao assistir à nova versão do clássico filme “Assassinato no Expresso do
Oriente”.
Ao contrário da versão de 1974, o filme atual dirigido e estrelado
por Kenneth Branagh transformou-se numa obra digna dos filmes da Marvel, onde
piadinhas e traquejos caminham lado a lado com a história. Sua versão do famoso
detetive Hercule Poirot, criado pela escritora Agatha Christie, parece um
super-herói com superpoderes de dedução e uma imensa capacidade intelectual,
muito acima da média, como se fosse um humano que atingisse um estágio de
singularidade. Além de um peculiar charme com sotaque belga e a esquisitices de
um bigode moldado e irretocável. Afinal, todo super-herói tem características
únicas.
Isso traz consequências. Para o bem e para o mal.
“Assassinato no Expresso do Oriente” é um filme agradável de se ver até certo
ponto. Tem uma irresistível história do gênero “quem matou fulano?”, com uma dúzia
de suspeitos e um detetive a investigar o caso enquanto você se pergunta quem é
o assassino. Não deixa de ser uma diversão descompromissada para uma tarde sem
grandes anseios.
Por outro lado, a narrativa tem aquele cheiro de “eu já
vi isso dezenas de vezes”. Se até os filmes da Marvel estão cansando, que dirá
as cópias que não fazem parte do seu universo cinematográfico.
Além disso, o Poirot de Branagh guarda enorme semelhança
com o Sherlock Holmes vivido por Benedict Cumberbatch na série da BBC. Tem uma
certa arrogância, uma inteligência fora do normal, os superpoderes de dedução,
manias únicas e até a paixão por uma mulher misteriosa/talvez impossível... A
diferença está apenas no charme que Cumberbatch impõe a Holmes. Branagh prefere
dar um tom caricatural ao seu Poirot.
Diretor mais conhecido por suas adaptações de
Shakespeare, cujo tom clássico acabou virando uma assinatura própria, Branagh
acabou por ter o mérito de sair da sua zona de conforto para construir uma
história agridoce para as massas. Há méritos em assumir riscos. E nele, o
diretor inglês colhe frutos e maçãs podres no processo. Mas o resultado final é
aceitável.
Fica no ar, porém, que Branagh está apenas começando.
Estaria inaugurando uma franquia. O final do filme dá a entender que Poirot ainda voltará em mais
alguns filmes. O Expresso do Oriente é apenas o ponto de partida para novas
aventuras.
“Batman vs Superman” foi um erro tão grande que eu nem
sei como repetir todos os problemas. Foi uma grande tragédia. Diante disso, a
expectativa pelo filme da Liga da Justiça tinha baixado consideravelmente.
Talvez por isso eu tenha achado até uma agradável diversão.
“Liga da Justiça” tem problemas graves, é claro. O
primeiro deles é o Ben Affleck jamais me convencer como Batman. Perdoem-me, mas
depois de Christian Bale é difícil encontrar alguém que faça um Batman tão bom.
E Affleck não consegue superar sequer Michael Keaton. Ele emparelha ali com
George Clooney (melhor, mas num filme ruim) e Val Kilmer.
O segundo problema é o Flash ser um idiota. Cara, por que
o Barry Allen precisa ter a alma de um adolescente deslumbrado feito o
Homem-Aranha nos Vingadores? Por que ele tem que achar tudo AWESOME como se já
não tivesse passado por poucas e boas. Por que ele tem que ser o cara das
piadinhas? Lamentável o que fizeram com o Flash.
O terceiro problema é essa brodagem entre o Superman e o
Batman. Para piorar, o Bruce Wayne ainda tem sensação de culpa. Tipo, a relação
deles não é bem essa. Só falta agora eles voltarem a falar do nome da mãe ser
igual. Para piorar, ainda tem essa tensão sexual fake com a Mulher Maravilha.
Sai para lá, Bruce que a Mulher Maravilha é meu crush! Você já é rico e
poderoso.
Se a gente releva essas coisas, a “Liga da Justiça” pode
ser uma boa diversão. Até porque tem a Mulher Maravilha brilhando as usual. Já
são três filmes e a Gal Gadot está sempre roubando a cena. Gosto muito dela
nesse personagem. Caiu como uma luva no papel.
E gosto também do new Aquaman bombado e trabalhado nas
tatoos do Jason my sun and stars de Daenerys Momoa. Super entendo quem vier a
sentir falta da versão roots louro nórdico e magrelo e seu uniforme laranja e
verde. Mas o Aquaman macho alfa não chegou a ser um problema para mim.
Duro de engolir é o background da história principal.
Peraí, quer dizer que um dia na história o povo de Atlantis, as Amazonas da
Grécia antiga, os deuses gregos, os alienígenas e a humanidade se uniram para
combater uma raça de insetos da dengue alienígenas liderados por um ser bizarro
chamado Steppenwolf (Boooooorn to be wiiiiiide)? Então tá. Isso é tão
heterogêneo que é tipo as alianças do PT para chegar à presidência do Brasil.
Mas é melhor aceitar que dói menos.
Fato é que o Superman morreu (ou voltou para o seu
planeta como um jornal mostra com a foto do David Bowie) e o Steppenwolf
(Booooorn to be wiiiiiiide) resolveu ficar saidinho achando que a humanidade
estava perdida.
Ele só não contava que o Batman anda mais sociável e
pensando até em dates. Bruce então resolve reunir uma super equipe porque a a
coisa está ficando feia e o mundo, ADIVINHEM, pode ser destruído mais uma vez.
Nem na Guerra Fria se cogitou destruir tantas vezes o mundo quanto nos filmes
da Marvel/DC.
Bruce acena para o Flash, Diana manda um how you doing
para o Cyborg. De repente o Aquaman acha que deve participar e volta para casa
só para pegar o seu garfo gigante. Quer dizer, tridente. E logo a equipe está
quase completa. Só falta O CARA.
E aqui, CUIDADO, temos SPOILER.
Pois é, amigos, o Superman não ia ficar fora dessa festa.
Foi ressuscitado mesmo com técnicas mais modernas que as do Cristianismo e veio
participar brilhantemente da peleja. Rolou até uma lagriminha aqui quando ele
abraçou a mãe. Welcome back, Clark.
“Liga da Justiça” está longe de ser um filme perfeito.
Mas não dá para dizer que não é uma boa diversão. Já é bem melhor que “Batman
vs Superman”, por exemplo. Quem sabe a DC não está começando a aprender?
Enquanto não chega o Liga da Justiça 2, o inimigo agora é
Lex Luthor e sua gangue, a Corneta deixa uma nota 7 para a “Liga da Justiça”.
Depois de mais de um século de indústria cinematográfica, é muito
difícil encontrar algum filme que traga algo de original e diferente do que já
tenha sido feito. Mas parece-me que os diretores Dorota Kobiela e Hugh Welchman
conseguiram esse feito em pleno 2017. Boa parte da beleza de “A paixão de Van
Gogh” (Loving Vincent, no original) está na ousadia de sua execução.
Foram cinco anos trabalhando numa cinebiografia diferente de qualquer
outra coisa que já tenha sido feita sobre outro artista. “A paixão de Van Gogh”
é uma animação toda feita com pintura a óleo e tinta no estilo que consagrou o
pintor holandês (infelizmente só) após a sua morte, em 1890, aos 37 anos. Um total de 120
artistas pintaram 65 mil fotogramas utilizando a mesma técnica de Van Gogh para
dar vida a esse filme que é de uma beleza ímpar e um deleite para os fãs do pintor.
O objetivo da diretora polonesa e do seu colega inglês era fazer com
que as obras de Van Gogh falassem por si, ganhassem vida na tela. Em uma hora e
meia, vemos muitas telas e muitas referências aos trabalhos do artista. Vemos
personagens reais retratados por ele nos seus quadros ganharem vida e um papel
ainda mais relevante do que meros rostos em telas pós-impressionistas.
Mas tratando-se de Van Gogh, o filme não ficaria apenas na ousadia do
formato. “A paixão de Van Gogh” também foge do tema tradicional das
cinebiografias, que costumam contar a história do artista da infância até a morte. O filme
prefere criar uma narrativa detetivesca procurando investigar como o pintor teria
falecido.
Oficialmente, Van Gogh, cometeu suicídio ao atirar em si mesmo no dia
27 de julho de 1890. Mas há teorias de que ele poderia ter sido assassinado,
por acidente ou não, por René Secretan, um jovem que vivia implicando com o pintor
na cidade francesa de Auvers-sur-Oise. O filme resolve explorar isso e as
declarações contraditórias de personagens que conviveram com o artista em seus
momentos finais na França.
Com isso, a ação se passa justamente um ano depois de sua morte. Na ocasião,
uma carta nunca enviada para o seu irmão, Theo Van Gogh, surge nas mãos do
jovem Armand Roulin (Douglas Booth), que, antes de enviá-la para a agora viúva
de Theo, irmão mais novo de Van Gogh e que morreu seis meses depois do pintor.
Roulin traça a linha de investigação conversando com todas as pessoas
que de alguma forma conviveram com Van Gogh em Auvers-sur-Oise. Entre elas,
personagens pintados pelo artista, como Marguerite Gache (Saoirse Ronan) e o
doutor Gachet (Jerome Flynn, o Bronn de “Game of Thrones”).
Os diretores consideram que surgiram várias declarações contraditórias
sobre a morte de Van Gogh, que permaneceria hoje, mais de 100 anos depois,
cercada de mistério. A tese do assassinato já havia sido defendida em 2011
pelos biógrafos do escritor Steven Naifeh e Gregory White Smith. E o próprio
reconhecimento de René Secretan no fim da vida dizendo que havia atormentado
demais o pintor, conhecido por suas psicoses e depressões reforçaram, para os
diretores, a tese do potencial assassinato.
Mas a película não toma uma posição. Apresenta os argumentos e deixa em
aberto para o espectador pensar sobre qual poderia ter sido o final deste
artista genial. O que não deixa de ser uma boa postura.
Embora “A paixão de Van Gogh” tenha sido um filme trabalhoso e que
demorou um longo tempo para ser feito, os diretores não pretendem abandonar o
estilo de animação pintada que fizeram com este trabalho. Pelo menos por mais
um filme. O próximo objetivo de Dorota e Hugh é uma película de terror todo
pintado baseado nos trabalhos que Goya fez no fim de sua vida. Desde já estou
ansioso pelo resultado dessa nova jornada.
Enquanto ele não
chega, “A paixão de Van Gogh” ganhará uma nota 8.
A Corneta
abandonou o gerúndio, mas jamais deixou de lado a língua afiada. E ela voltou
em sua versão internacional para contar um segredo sobre “Thor: Ragnarok”: toda
vez que toca a música do Led Zeppelin vem uma cena muito maneira. Então,
prestem atenção. Quando o Robert Plant vem com aqueles versos “Valhalla I am
coming”, podes crer que o Thor (Chris Hemsworth) vai nos entregar uma
pancadaria digna do Deus do Trovão.
Mas “Thor: Ragnarok” não se resume a isso.
Podemos dizer que este é o melhor dos três filmes do herói que me fez amar a
mesóclise e as segundas pessoas do singular e do plural. Sim, pois muito antes
dele virar um fanfarrão nas mãos dos diretores de cinema, Thor era um cara....
bom ele era um pouco fanfarrão também nos quadrinhos, mas tinha um tom solene
na voz. Tinha uma vibe de deus no meio dos mortais. O que era justamente o que
ele era.
Mas ser o melhor filme não significa grande
coisa, é verdade. Embora eu goste bastante do primeiro filme com sua pegada
shakespeariana, entendo que ele não caiu exatamente nas graças de público e
crítica.
Na terceira aventura, a que narra os
acontecimentos da profecia do RAGNAROK, toda a mitologia do Thor entra na
fórmula do cinema da Marvel: aventura, piadinhas, algumas boas cenas de combate
e um vilão que basicamente quer destruir tudo isso que está aí e, de quebra,
dominar o mundo. No caso, Asgard.
Tratar com humor a mitologia nórdica talvez
até seja melhor opção, visto que todas as vezes que os americanos meteram as
mãos em mitologia ou qualquer coisa sobre o tempo antes de Cristo pareceu tão
ridículo quanto novelas da Record. Quem não lembra de “Tróia” (2004),
“Alexandre” (2004), “Deuses do Egito” (2016) e outras pérolas de Hollywood?
Mas a pergunta que fica da Corneta é:
precisava tratar o Thor com aquele humor físico misto de Jerry Lewis com
Trapalhões? Só faltou torta na cara.
“Ragnarok” começa com uma nota triste. Odin
(Anthony Hopkins) está partindo para Valhalla e não há nada que Thor e Loki
(Tom Hiddleston, sempre maravilhoso neste papel) possam fazer. O problema é que
quando um deus vira deus (imagino que depois da morte, ele vire uma divindade
eterna, né), sempre tem complicações. Tipo, a saída de cena de Odin libera um
monstro. Um belíssimo monstro, sem dúvida, a quem eu me curvaria sem pestanejar.
Estamos falando de Cate Blanchett. Quer dizer,
de Hela, a poderosíssima emo fã de Linkin Park DEUSA DA MORTE. Como primogênita
de Odin, Hela reclama o trono de ferro (e ouro) de Asgard. E o que as quatro
temporadas de “Vikings” nos ensinou é que quando alguém reclama o trono, sai de
baixo porque cabeças rolarão e sangue será jorrado em cachoeiras.
Hela quer escravizar, possuir, dominar. Hela é
o Christian Grey e quer transformar o universo no seu grande quarto vermelho.
Começando por Asgard.
Claro que o Thor terá que impedir isso. Pois é
isso que os heróis fazem. O problema é que antes ele precisa passar por uma
longa e quase enfadonha viagem pelo planeta Sakkar, espécie de Capital perdida
de “Jogos Vorazes”, onde lutará com o Hulk e terá uma DR (soooono) com o
monstro verde e o Bruce Banner (Mark Ruffalo). Ah, ele também vai recrutar a
última Valquíria (Tessa Thompson) sobrevivente da guerra contra Hela. Uma
Valquíria alcoólatra, mas nada que alguém que tenha convivido com Tony Stark
não possa lidar.
Mesmo sem o seu inseparável martelo Thor salva
o dia (isso não é spoiler, pois os filmes da Marvel são previsíveis) e prepara
o seu povo para colonizar um espacinho da Noruega em Midgard (a Terra para os
asgardianos). Será que os noruegueses vão receber bem essa leva enorme de
imigrantes? Por muito menos, tem gente na Europa gritando. Mas esta é uma
resposta que só teremos no próximo Thor. Ou talvez em “Guerra Infinita”, onde o
bicho promete pegar feroz.
Antes de ir embora, duas coisas:
1- A cena com o Doutor Estranho é uma das
minhas favoritas.
2- Repararam na participação especial do Matt Damon?
No início dos anos 90, o grunge dava as cartas e Seattle
parecia a capital do rock. Já no fim desse movimento, surgia na Inglaterra uma
banda calcada no jeito de galã de seu vocalista que tinha uma voz grave e
rascante que lembrava alguns dos expoentes cantores da cidade americana. Era o Bush
que estourava num cenário pós-grunge com seu álbum de estreia, "Sixteen
Stone" (1994).
Desde então, a banda viveu altos e baixos, lançou quatro
discos de estúdio e se separou em 2002. Oito anos depois, o vocalista Gavin
Rossdale decidiu reativar o Bush, mas sem o guitarrista Nigel Pulsford e o
baixista Dave Parsons, que faziam parte da formação original da banda, a mesma
que gravou o clássico primeiro álbum. Vieram o guitarrista Chris Traynor e o
baixista Corey Britz. Foi com essa formação e mais o baterista original Robin
Goodridge que a banda britânica apresentou o show do novo álbum "Black and
White Rainbows" (2017), no Coliseu de Lisboa, em Portugal.
Primeiro disco lançado após um hiato de três anos, o
álbum não ganha muito destaque no show da capital portuguesa. Apenas “Nurse” e
“Peace-S” são tocadas. Canções, aliás, que não chegam a figurar entre as
melhores já feitas pelo grupo. O novo disco só dá as caras na quarta música do
show. Antes disso, Gavin amacia a plateia com sucessos do passado como
"Everything Zen" e "The Chemichal Between Us".
A partir daí, a banda alterna sucessos do passado, mais
precisamente da primeira fase do grupo, quando viveu o seu auge de
popularidade, com canções dos três discos lançados após a volta. Além do atual,
há "The Sea of memories" (2011) e "Man on the run" (2014).
Naturalmente, é a primeira fase da banda a que arranca mais reações positivas
da plateia. Com canções como "Swallowed", "Machinehead" e a
grande balada do Bush, “Glycerine”.
O Bush atual é claramente calcado no carisma e talento de
Gavin Rossdale. Os holofotes são todos voltados para ele, as atenções da
plateia são todas para ele. Os demais músicos, apenas cuidam bem da cozinha
para que Gavin brilhe. E ele não faz por menos ao se entregar de corpo e alma
ao espetáculo ao mesmo tempo em que parece estar se divertindo muito no palco.
Gavin cantando no meio da galera/Marcelo Alves
O ponto alto desta entrega acaba sendo na última música
da primeira parte do show. Durante "Little Things", o vocalista anda
por todo o Coliseu, no meio da galera na pista e também nas arquibancadas no
fundo da casa deixando a plateia em êxtase. Se fosse possível fazer uma
comparação, é como se o vocalista andasse por uma Fundição Progresso lotada enquanto
canta um dos seus sucessos.
Depois disso, o Bush volta com um bis arrebatador formado
por "Machinehead", "The One I Love", "Glycerine"
e "Comedown". Um cover do R.E.M. e três clássicos do "Sixteen
Stone" para fechar com chave de ouro sua apresentação de 1h45min.
O
Bush não toca no Brasil desde 1997, quando fez shows no Rio, São Paulo e
Coritiba. Se o novo álbum levar a banda de volta ao país, os fãs brasileiros não vão se arrepender do show. Playlist com o set list do show