quarta-feira, 28 de abril de 2010

Ciclos

Hábitos rítmicos
Como pedras
Explodindo na água

Lampejos sônicos
Bomba de nêutrons
Devastação, silêncio
Ditirambos histriônicos

Eterno retorno
Conceito alemão
Kant, Schopenhauer
Nietzsche rejeita Platão

Filosofia na vida
Práxis, eternidade
Oráculos se visita
Por caminhos de lealdade

Círculos concêntricos
Elipses no compasso
Almas se repetem
Diferentes são os passos

E tudo se encerra
Onde absolutamente começa
Aos que não aprendem
As falhas se repetem

Mas como questionar, reprimir
Um mísero comportamento
tão humano,
demasiado humano?

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Triste ousadia

Chaga eterna
A não cessar
Uma cruz
A carregar

Sangue se esvaindo
Repetido bate-estaca
Interior gritando
Sufoco numa arma

Quando chora o coração
Apressam-se a indicar
Que esta é
A pior sensação

Fica a questão:
Quando virá a lágrima final?
Terá desfecho esse torpor?
O que diferencia...
Viver de sobreviver
É a intensidade da dor

Desejo é necessidade
O sofrimento com
Requintes de crueldade

Oceano de tristeza
Jorrados pelo sol
Outrora a profunda beleza
Eclipsada pela negação

Inocente adversidade
O jogou no purgatório...
Inesperado,
Infinidade

Dias de nada
Horas de vazio
Motivação alquebrada
Num horizonte sombrio

Ao olhar o relógio
O ponteiro gira ao contrário
Voltar no tempo
Ilusão definitiva

Abismo para a dor
Dias intermináveis não queria
Completa opacidade
Resultado da ousadia

domingo, 18 de abril de 2010

Um ótimo filme de ação

O cineasta inglês Paul Greengrass tem sido responsável por fazer alguns dos melhores filmes de ação dos últimos anos. As frutíferas parcerias com Matt Damon renderam os dois melhores filmes da trilogia Bourne, “A Supremacia Bourne” (2004) e “O Ultimato Bourne” (2007), e agora ele volta a filmar com o ator um excelente filme do gênero: “Zona Verde”.

Tendo como pano de fundo a busca americana pelas armas químicas no Iraque de Saddam Hussein, “Zona Verde” seria um ótimo filme com teorias conspiratórias e aspectos de informação e contra-informação se não fosse uma história absurdamente real. A manipulação americana da informação – aliada a um cenário de subserviência da imprensa em pleno governo Bush que pegou muito mal quando tudo foi revelado - para ganhar o apoio numa guerra infundada e derrubar a ditadura iraquiana foi mais do que ficção. Esteve escrita nas páginas dos jornais, nos sites e em qualquer lugar que circule a informação neste mundo.

Greengrass, aliás, não é nada amigável com os amigos da imprensa. Coloca na parede a jornalista Lawrie Dayne (Amy Ryan), personagem fictícia que trabalha para o “Wall Street Journal”, ao fazer o seu herói, o sargento Roy Miller (Matt Damon), questionar claramente: “Mas você não checou a informação”? É com essa pergunta seca que Miller joga a imprensa no banco dos réus e avisa que ela não fez o seu trabalho direito ao embarcar na doutrina Bush e não questionar fontes supostamente seguras vindas de um governo nada confiável representado no filme por um burocrata ambicioso vivido por Greg Kinnear.

Apesar da porradinha na imprensa, o alvo do diretor é mesmo o governo Bush. É contra ele que seu herói se insurge ao questionar informações furadas vindas da “inteligência” que levam sua infantaria a arriscar a vida por privadas velhas ao invés das armas de destruição em massa que jamais existiram. Para isso, ele conta com a ajuda de um veterano agente da CIA experiente em Oriente Médio que por suas idéias polêmicas de querer se unir ao exército local para reconstruir o país é marginalizado dentro do governo republicano.

É Martin Brown (Brendan Gleeson) quem vai dar a Miller o caminho para encontrar a verdade que ele almeja e desmascarar seu próprio governo e facções do seu próprio exército numa jornada em que ser ingênuo pode ser a diferença entre viver e morrer e deve-se observar tudo a sua volta, principalmente no terreno árido em que se pisa.

Ao sabermos como acaba essa história, pode-se até dizer que “Zona Verde” é um filme previsível. Mas ele agrada muito. Agrada pela maneira com Greengrass conduz a película com uma história bem escrita por Brian Helgeland a partir do livro de Rajiv Chandrasekaran. Agrada pela ótima atuação de Damon, um ator que tem talento para filmes de ação (mas não apenas para eles) e os ajuda a levá-los um pouco mais a sério ao contrário de Sylvester Stallone ou Jason Statham, que provocam risos em qualquer plateia.


“Zona Verde” é um trabalho superior até aos filmes Bourne e mais uma ótima colaboração de Greengrass à cinematografia de ação. De negativo que fica na película só a imagem do governo Bush. Mas isso não é novidade para ninguém e foi ela o que proporcionou a ascensão de Obama.

sábado, 10 de abril de 2010

A ressurreição de Axl Rose

Nós fãs do Guns N’Roses parecemos aquela mulher de malandro que não se importa de apanhar desde que o orgasmo venha no fim. Só assim você explica que a galera "abra as pernas" assim que Axl Rose e sua competente banda adentram o palco da Apoteose depois de pelo menos duas horas de chá de cadeira para abrir os trabalhos da madrugada (a hora exata da peleja foi 1h03m) com “Chinese Democracy”.

Por ser uma canção que não é das melhores do até há pouco tempo interminável novo disco do Guns, ainda havia alguns resistentes que se alternavam entre vaias, xingamentos e homenagens à mãe do cantor. Mas quando o guitarrista Richard Fortus deu a introdução para um dos clássicos da banda, a plateia engoliu a raiva a seco e se derreteu por completo, esquecendo as excentricidades de Axl de gostar de equilibrar seus fãs entre o amor e o ódio atrasando seus shows de maneira quase épica. Mas isso não é novidade e já se disse até no passado que Axl chegaria atrasado até no próprio enterro. Enterro que pelo menos do ponto de vista artístico está muito longe de acontecer pelo que se viu na Apoteose.

Mas como eu dizia, daqueles acordes de Fortus se seguiu um petardo cruel e delicioso na alma de cada gunner: a seqüência “appettite for destruction” formada por “Welcome to the jungle”, “It’s so easy” e “Mr. Brownstone”. Orgasmos múltiplos na galera. A partir daí Axl poderia sair e voltar mais duas horas depois que ninguém mais iria se importar.

“Valeu a pena a espera”. “Que show!!!”. “Ele está cantando como nos discos”. “Parece que estou ouvindo os discos do Guns”. Estas foram algumas das frases colhidas durante a notívaga apresentação do Guns em diferentes momentos da madrugada que se estendeu por 2h30m, encerrando a apresentação por volta de 3h30m com uma bonita homenagem do guitarrista Ron Bumblefoot que tocou o hino nacional brasileiro enquanto Axl fazia os agradecimentos. Acho até que as autoridades de Pindorama deviam adotar o modelo. É bem melhor que o tradicional.

Sim, meus amigos. Como vocês vêem nas frases acima, Axl continua fat, mas apresentou uma surpreendente forma física e vocal. Surpreendente porque muitos dos 30 mil incautos que estiveram na Apoteose também estavam entre os 180 mil da Cidade do Rock há nove anos e se lembra bem que aquele show foi marcado por duas coisas. Primeiro a emoção de reencontrar uma figura que estava desaparecida do cenário musical após o esfacelamento da banda que alçou o Guns ao status de mega grupo de rock. Segundo pelos graves erros cometidos nas execuções de muitas músicas, bem como a total falta de fôlego e alcance vocal de Axl.

O marco daquele show no Rock in Rio para mim não foi a secretária brasileira que tirou o Axl do buraco entrando no palco, mas a absoluta falta de sincronismo da banda e de Axl em “Paradise City”, que fechara o show por volta de 4h depois de também 2h de atraso para começar, afinal vocês não achavam que atrasar show fosse uma novidade na vida dele.

Até a entrada de Axl no palco havia um certo temor mais ou menos geral de decepção, que só aumentava a cada minuto em pé com as dores nas costas e nos pés aumentando na espera pela democracia chinesa que jamais vinha. Isso porque algumas horas antes, o ex-vocalista do Skid Row, Sebastian Bach, fizera um ótimo show calcado nas músicas do seu mais recente disco solo, “Angel Down” (2007), além dos sucessos da velha banda, que foi o que levou mesmo a plateia a balançar a cabeça junto com ele. Especialmente em músicas como “Monkey Business” e nas baladas “In a darkened room”, “18 and life” e “I remember you”.

Amigo pessoal de Axl e, portanto, conhecedor do seu estilo de lidar com os fãs, Sebastian já dera a letra de que a noite seria longa antes de cantar “You don’t understand”.

“Muitas pessoas me perguntam: Sebastian, você é mesmo amigo do Axl? Eu respondo que sim. Então elas dizem: Ora, então onde está o Axl? E eu respondo: Oh. man, você não entende”. “Mas ele está vindo”, completaria depois o cantor. Como quem diz, tu não sabe que o cara é assim?

Simpático e sempre tentando falar algumas frases em português graças a uma providencial colinha no palco, Sebastian conquistou a galera e até ganhou um parabéns da aterradora área vip por causa dos 42 anos que completara na véspera.

O ex-cantor do Skid Row foi infinitamente superior ao Majestike, que iniciou os trabalhos da noite com um som meio Pitty, meio Nightwish tupiniquim, mas cuja apresentação foi comprometida por um inexplicável cover de Lady Gaga. Quando a vocalista Tatiane Rulêz anunciou que já conhecíamos a saideira esperávamos algo mais no clima da noite e não o que se ouviu. Mas o show teve o seu lado interessante. Vale a pena ouvir melhor o Majestike antes de emitir qualquer opinião definitiva.

Mas quando o show do Sebastian Bach terminou a sensação que ficou era de que Axl teria que sacudir muito aquela pança para superá-lo. E foi exatamente o que ele fez. Como eu dissera, Axl está em forma. Não se deixe enganar pelo tecido adiposo extra. Aos 48 anos, ele mostra no palco a mesma disposição de priscas eras. Aqueles piques de um lado ao outro do palco, sua dancinha característica com os quadris, pulos do piano. Está tudo lá como no século passado. A única diferença é a banda que o acompanha. Mas Axl conseguiu reunir um sexteto tão bom quanto o do Guns original.

Além do velho companheiro Dizzy Reed (teclados), fazem parte do império de Axl atualmente o tecladista Chris Pitman, o baterista Frank Ferrer, o baixista Tommy Stinson e os guitarristas Richard Fortus, Ron Bumblefoot e DJ Ashba.

Ferrer é melhor que Matt Sorum, um baterista que confesso que nunca gostei nem no Guns, nem no The Cult, muito menos no Velvet Revolver. E Stinson não deve nada a Duff McKagan, embora este seja mais carismático. Já Fortus, Bumblefoot e Ashba são excelentes guitarristas que não ficam atrás de Gilby Clark, Izzy Stradlin e do lendário Slash.

Os três, aliás, se revezam nos solos que eram de Slash, algo que fica bem claro durante a execução de “November Rain”, enquanto cabe a Ashba a clássica introdução de “Sweet child o’mine”.

Diferentes nos estilos, Fortus é aquele guitarrista performático que sacode e maltrata o instrumento e tira a camisa para mostrar que é macho. Bumblefoot é técnico e minimalista. Cabe a ele manusear a guitarra de dois braços. Já Ashba é o mais carismático e excêntrico. Reúne um pouco das qualidades dos outros dois e está ali para ser o novo braço direito de Axl. Foi um achado do cantor. Inclusive, em alguns momentos ele toca com um chapéu, o cigarro no canto da boca e uma guitarra Gibson que nos lembra vocês sabem muito bem quem. Natural para alguém que antes de entrar se dizia um fã da banda.

Cada um também ganha um momento para solar em paradas estratégicas que servem para apresentar a banda. Fortus usa um tema de James Bond que serve como boa introdução para o cover de “Live and let die”, dos Beatles, trilha sonora de “007 – Viva e deixe morrer” (1973) e um dos quatro covers da noite, que contou ainda com Knock on heaven’s door, de Bob Dylan, “Another brick in the wall”, do Pink Floyd, e Whole Lotta Rosie, do AC/DC. Bumblefoot, por sua vez, atacou de pantera cor de rosa.

Esta foi uma tática que poderia ser interpretada maldosamente como momentos estratégicos para Axl descansar o corpo e a voz, mas que já era usada na década de 90. Basta observar os DVDs da turnê dos discos “Use your illusion” (1991), onde são mostrados o sonolento solo de bateria de Matt Sorum, Duff cantando “14 years” e Slash solando o tema de “O poderoso chefão” (1972).

Com uma banda competente e Axl em forma, o repertório do Guns fala bem alto. O show é praticamente uma reunião de clássicos do “Appetite for destruction” (1987), primeiro disco do Guns, com músicas de “Chinese Democracy”, o álbum que há nove anos era uma lenda que circulava pela internet e foi lançado em 2009 depois de 14 longos anos de espera e gravações e regravações. O resultado, como eu já descrevi aqui no ano passado, foi um trabalho irregular, mas com algumas boas músicas que casaram bem com o repertório antigo do Guns na Apoteose. Estou falando de músicas como “This I Love”, “Madagascar”, “Street of Dreams” e “Sorry”.

Além dos já citados “Welcome to the jungle”, “It’s so easy” e “Mr. Brownstone”, são do primeiro álbum do Guns algumas canções inesperadas no show como “Rocket Queen” e “Nightrain”, além de “Paradise City”, que fecha espetacularmente o show.

Permeando as músicas destes dois álbuns, os covers e faixas pinceladas de outros discos. É assim que entra “Patience”, do “Lies” (1988), e “You could be mine” e “November Rain”, da dupla “Use your illusion”. Claro que por conta da óbvia preferência dada a “Chinese Democracy”, muita coisa boa ficou de fora como “Civil War”, “Don’t Cry” e “Stranged”, mas estas duas, por exemplo, também não estavam no set list do show de 2001.

O importante, contudo, é que o show do Guns é redondo e conduzido por uma banda afiada. Valeu a pena a espera dos anos para a volta e das horas para o início. Numa madrugada de segunda, pós-domingo de Páscoa, pode-se dizer que assistimos à ressurreição de Axl Rose. O que vem daí para frente, só o próprio Axl pode responder. Esperamos que na hora certa e sem atrasos.

Abaixo o set list do show e alguns bons momentos dos shows do Guns e do Sebastian Bach.

Chinese Democracy
Welcome to the jungle
It’s so easy
Mr. Brownstone
Sorry
Better
Live and let die
This I Love
Rocket Queen
Street of Dreams
You could be mine
Sweet Child O’Mine
Another brick in the wall
November Rain
Knockin’ on heaven’s door
Nightrain
Madagascar
Whole lotta Rosie
Patience
Paradise City
Guns N'Roses - "Welcome to the jungle"

Guns N'Roses - "November Rain"

Guns N'Roses - "It's so easy"

Guns N'Roses - "Mr. Brownstone"

Guns N'Roses - "Sweet child O'Mine"

Guns N'Roses - "Paradise City"

Sebastian Bach - "I remember you"

Sebastian Bach - "In a darkened room"

Sebastian Bach - "18 and life"

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Silêncio

O sorriso da vitória
A felicidade na memória
Para tudo há um profundo,
Silêncio

A conquista pessoal
Uma mudança genial
E a resposta é,
Silêncio

A novidade que chega
Um encanto que sobeja
Um olhar, o horizonte, o mar
Nada há que não seja,
O silêncio

Como os rios o tempo flui
A existência se dilui
No corante por do sol
O crepúsculo em bemol
E um incômodo silêncio

Um sorriso, um choro
Trabalhando como um mouro
Em busca da ficção
Que só acomete o truão
Abandonado em silêncio

Somar é dividir
Numa matemática a extinguir
Quando o triunfo ganha o vazio
Do silêncio

E como ensurdecedor é
Esse silêncio

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Um homem sério

Os irmãos Coen são mestres em fazer filmes em que seus personagens passam pelas situações mais nonsense possíveis ou bizarras ou as duas coisas. Por causa de trabalhos em que não há necessariamente um força motriz que indique o caminho mais centrado de começo, meio e fim de uma história e da ausência de um roteiro até certo ponto linear é até frequente que as pessoas saiam do cinema dizendo que não entenderam o filme.

Foi assim com “Onde os fracos não têm vez” (2007), que lhes rendeu os Oscar de melhor filme, roteiro e direção, como também é com “Um homem sério”, que recebeu merecidas indicações de roteiro e filme neste ano, mas deixou a festa de mãos vazias.

Anunciado como o mais autobiográfico dos filmes da dupla, “Um homem sério” conta a história de Larry Gopnik (o relativamente desconhecido Michael Stuhlbarg), professor judeu que tenta levar uma vida, digamos, séria e centrada, mas é alvo das maiores adversidades pelas quais um homem pode passar em sua trajetória. Só que tudo de ruim que um cidadão pode viver numa vida, ele recebe em alguns dias apenas. O cara parece até ter sido amaldiçoado por um dibbuk (um espírito maligno), como o apresentado na divertida esquete que abre a película.

Fato é que Gopnik não vive bons dias. E pior. Aceita as mazelas de sua existência com uma passividade até irritante que o faz parecer um mero bobalhão e leva o espectador a se perguntar: “Como pode?”.

No ponto mais alto, digamos assim, da película, ele aceita sair de casa a pedido da mulher de quem está se separando e em seguida chega ao cúmulo de pagar o enterro do amante dela, morto num acidente de carro.

Todas essas situações esquisitas parecem ter sido criadas para que os irmãos Coen tenham a chance de ridicularizar os dogmas religiosos, com suas hierarquias bizarras e falta de explicação para diversos eventos humanos, demasiado humanos. Se a religião judaica, que os irmãos Coen seguem, é a escolhida para ser exposta na tela, não significa que a crítica bem humorada não possa ser estendida a outros credos. Todos eles seriam alvos fáceis do típico humor da dupla.

“Um homem sério” pode ter vários significados e eu mesmo me incluo entre os que não entenderam plenamente o filme. Precisaria vê-lo de novo para tirar ainda mais conclusões do trabalho. Mas aqui neste espaço abro um vértice do debate expondo que em minha opinião o filme é um pouco um retrato cético dos dogmas humanos. Sim, pois são os humanos que criam os conceitos religiosos e os seguem com excessiva fé.

E quando Gopnik questiona ao seu líder religioso o por quê de tudo aquilo estar acontecendo com ele, o cara o enrola de uma maneira como quem diz para seguir o que está escrito e vê se não enche o saco porque está escrito e é a lei superior. E me deixa em paz ouvindo o meu Alan Parsos Project. Enquanto isso, mais uma tragédia se aproxima na vida de Gopnik.