quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Um desastre completo

A ácida crítica de Isabela Boscov na Veja era um fortíssimo sinal. O reconhecimento da própria Nicole Kidman que havia atuado pessimamente no filme, reforçava que a película era uma verdadeira bomba. Mas sabe como é, este blog é leitor voraz, mas não é influenciável. Por isso eu fui conferir pessoalmente e tirar minhas próprias conclusões sobre “Australia”, novo trabalho de Baz Luhrmann ora em cartaz.

O que dizer? O filme não é ruim. É constrangedoramente ruim. Há muito tempo não lamentava ter gasto tanto dinheiro (R$ 11) com um filme no cinema. Acho que a última vez foi com “Titanic” (1997). Naquela época eu pagava meia e, se não me engano, meu ingresso foi (R$ 4). Ainda sim, eu lamentei profundamente ter desperdiçado tanto tempo e dinheiro naquela coisa horrorosa.

O sentimento com "Austrália" é praticamente o mesmo. Responsável por dar uma revitalizada e até ressuscitada nos musicais com o bom “Moulin Rouge” (2001), Luhrmann quis dessa vez retomar o épico romântico bem ao estilo “E o vento levou...” (1939) ou “Casablanca” (1942). Mas ao contrário dos filmes estrelados, respectivamente, por Thomas Mitchell e Vivien Leigh e Humphrey Bogart e Ingrid Bergman, este filme só tem uma coisa em comum e apenas com “E o vento levou...”: o longo tempo de duração, 2h45m de tortura.

Na salada de Luhrmann você encontra um épico sobre a Austrália no início do século XX, ataques chinfrins da II Guerra Mundial bem ao estilo de outra bomba do cinema, “Pearl Harbour” (2001), de Michael Bay. Tem ainda uma história paralela sobre o preconceito, a luta dos aborígines para manterem sua cultura. E os clichês mulher frágil e petulante vs vaqueiro másculo que sofreu no passado e agora não quer mais se envolver seriamente com as mulheres.

Some isso a um vilão caricato e leve para casa um filme para ser esquecido. Ou melhor, não leve para casa. Não vá ao cinema. Vá jogar truco, sueca, andar na praia, dar milho aos pombos, qualquer coisa. Ou escolha outro filme. Porque “Austrália” só não é pior que comida estragada do Outback.

Resumindo, a história é mais ou menos assim. Lady Sarah Ashley (uma irreconhecível e abobalhada Nicole Kidman) é uma inglesa que acha que o marido anda pulando a cerca na Oceania com aborígines e negros e resolve ir até o país para vender logo sua fazenda e voltar para a Inglaterra.

Lá encontra o marido morto e uma fazenda cujo gado é constantemente roubado por Carney (Bryan Brown), seu concorrente nos negócios, e um funcionário infiltrado, Neil Fletcher (David Wenham). Depois de demitir Fletcher, Sarah vai precisar de ajuda para levar 1.500 cabeças de gado até o porto e vendê-las por um preço melhor do que Carney. É quando entra em cena o Capataz (Hugh Jackman, em uma atuação que só pode ser classificada como ridícula), que conta com a ajuda dos amigos Magarri (David Ngoombujarra) e Goolaj (Angus Pilakui), além de uns agregados para fazer a travessia. No meio disso tudo e de muita tensão sexual, o casal principal (dãaa) vai se apaixonar. Bastante original não?

Além disso tudo, há a saga do pequeno Nullah (Brandon Walters), um mestiço, cujo avô, King George (David Gulpilil), lhe ensinou tudo sobre a cultura aborígine. Das cantorias a mágica que o faz, humm, parar uma manada de bois em meio a um desfiladeiro. É mais ou menos por ai.

Só que apesar de tudo, a música que o garoto mais gosta mesmo é “Somewhere over the rainbow”, que Sarah canta para ele e que ele batiza de música do arco-íris. Nada mais é do que a trilha do “Mágico de Oz” (1939), filme estrelado por Judy Garland que até aparece em alguns trechos quando o menino vai ao cinema. Bom, alguma coisa em “Austrália” tinha que ser boa, mesmo que isso não seja originalmente do filme, mas de outro trabalho bem mais qualificado feito por Victor Fleming, também diretor de “E o vento levou...”.

Infelizmente, desta vez Baz Luhrmann errou na mão. “Austrália” é devastadoramente ruim como as terras daquele país na época da estiagem. E a prova disso é o fato de o diretor sair em defesa do filme em entrevistas. Quando isso é preciso, desconfie. É sinal de bomba.

Indicação ao Oscar: Melhor figurino para Catherine Martin.

sábado, 24 de janeiro de 2009

Um Oscar mais...alegre?

Contradições da Academia. Justamente no ano em que o Oscar tem como provavelmente nunca antes o maior número de comédias concorrendo a prêmios importantes, não caberá a um comediante ser o mestre-de-cerimônias e sim a Hugh Jackman, ele mesmo, o Wolverine. Vai entender.

Fato é que o Oscar deste ano, como todo prêmio político, eu diria até, vaselina, resolveu ser mais pop. Olhar um pouco para as bilheterias e ver que bicho isso vai dar. Só isso pode explicar tantas comédias no páreo. “Trovão Tropical”, por exemplo, um filme dirigido e estrelado por Ben Stiller – um nome que eu jamais imaginaria ver associado ao Oscar - foi premiado com uma indicação de ator coadjuvante para Robert Downey Jr.

Brigando pela estatueta de atriz coadjuvante, Penélope Cruz, minha musa de 2008, com sua participação em “Vicky Cristina Barcelona”, ótimo filme de Woody Allen.

Na categoria roteiro original, que no ano passado premiou a ex-stripper Diablo Cody por “Juno”, mais duas comédias estão no páreo: “Na mira do chefe”, filme estrelado por Colin Farrell e Raph Fiennes que já saiu de cartaz, e “Simplesmente Feliz”, de Mike Leigh, cuja previsão de estréia no país é na antevéspera da cerimônia de entrega das estatuetas, dia 20 de fevereiro.

Depois dos fenômenos “Pequena Miss Sunshine” e “Juno”, parece que o Oscar tomou gosto por dar umas risadas de vez em quando em meio aos dramas que sempre tiveram a preferência na hora que a frase “And the Oscar goes to...” é proferida. E, cá entre nós, normalmente essa preferência é justificada. Os comediantes que me desculpem, até porque os acho quase sempre muito bons, mas um drama é sempre mais desafiador e interessante. Pelo menos para o meu gosto particular.

Apesar da fartura de comédias, o “Pequena Miss Sunshine” da vez atende pelo nome de “Quem quer ser um milionário?”. A película de Danny Boyle que conta a história de um jovem indiano que tenta mudar sua vida participando de um programa de TV de perguntas e respostas com um prêmio milionário (e infelizmente não tem previsão de estréia no país) recebeu dez indicações, ficando abaixo apenas de “O Curioso Caso de Benjamin Button”, de David Fincher, 13 vezes indicado. Se “Benjamin Button” aparece como favorito, o trabalho de Boyle pode surpreender como fez no Globo de Ouro, quando conquistou o prêmio de melhor filme na categoria drama.

Apesar da abertura lenta e gradual da Academia, os dramas continuam comandando a festa. É do gênero os cinco indicados a melhor filme - que, aliás, como no ano passado, serão alvo de análises especiais deste blog a partir do dia 7 de fevereiro. Além de “Benjamin Button” e “Quem quer ser um milionário”, concorrem ao prêmio os ainda inéditos no país “O Leitor” (estréia dia 6 de fevereiro), “Milk – a voz da igualdade” (também estréia dia 6) e “Frost/Nixon” (estréia prevista para o dia 20 de fevereiro). A princípio nenhum filme que tenha gerado grandes expectativas até aqui. Mais para frente sentiremos a real força deles.

Outro fato incomum no Oscar deste ano ao foi a presença de “Batman – O Cavaleiro das Trevas”, com oito indicações, sete delas técnicas, é verdade, mas uma para Heath Ledger como ator coadjuvante. Será que a Academia começou a levar os filmes baseados em quadrinhos mais a sério ou a morte de Ledger a fez preparar uma festa póstuma para o ator? Pergunta difícil de responder. Minha tendência é ficar com a segunda opção, apesar do jeitão mais pop da festa deste ano.

A indicação póstuma de Ledger, que foi premiado na mesma categoria no Globo de Ouro, foi merecidíssima. Se ele vai ganhar é outra história. Até porque tem como concorrente um sempre ótimo ator, Phillip Seymour Hoffman, que concorre por “Dúvida”, que estréia no dia 6.

Como todos os gêneros foram de certa forma homenageados, houve espaço até para uma animação sair do seu habitat natural de concorrer a melhor animação. Wall-E ganhou cinco indicações, mesmo número de “Dúvida” e “Frost/Nixon”. Nada mal para o filme da Disney e da Pixar, que entre as categorias que disputa, está no páreo em roteiro original.

Duas aparentes surpresas me chamaram a atenção num primeiro momento. A primeira foi o fato de a Academia praticamente ter ignorado “Foi apenas um sonho”, filme bastante cotado, que no Globo de Ouro concorreu a melhor filme e melhor ator com Leonardo DiCaprio, além de ter dado a Kate Winslet a premiação de melhor atriz. Entre os principais prêmios, a película aparece apenas concorrendo a melhor ator coadjuvante com Michael Shannon.

Mas Kate Winslet terá a chance de conquistar sua primeira estatueta ao disputar o prêmio de melhor atriz por “O Leitor”, filme que no Globo de Ouro lhe deu o prêmio de atriz coadjuvante. Vai entender. Para uma premiação, ela é coadjuvante, para outra é principal. Bom, eles que são americanos que se entendam. Vou torcer por ela. É a sétima indicação e nunca levou nada. O problema é que Kate concorre com Angelina Jolie, que tem uma boa atuação, mas nada marcante em “A Troca”, Anne Hathaway, uma boa atriz, que concorre por “O casamento de Rachel”, e Meryl Streep, estrela de “Dúvida”, que, bem, é Meryl Streep, atriz que dispensa comentários, conquistou sua 15ª indicação, um recorde, e já tem duas estatuetas na estante de sua casa. Ou seja, a concorrência é pesada.

A outra “surpresa” é a ausência de Clint Eastwood da festa. Seu filme “Gran Torino”, que estréia aqui no dia 13 de fevereiro, foi também ignorado pela Academia. Ele estava cotado a concorrer como ator. Já “A Troca” – que ainda será tema de análise aqui no blog - concorrerá apenas aos prêmios que realmente mereceu alguma indicação: atriz, direção de arte e fotografia. Poderia até concorrer pela trilha sonora, composta pelo próprio Eastwood, mas acabou sendo preterido.

Bom, agora só resta esperar o dia 22 de fevereiro chegar para sabermos quem será o grande vencedor e quem será o grande derrotado. Concorrentes não faltam neste Oscar bastante eclético. Façam suas apostas.

Abaixo os indicados e a situação nos cinemas brasileiros:

Melhor filme:

"O curioso caso de Benjamin Button" – Em cartaz
"Frost/Nixon" - estréia dia 20/2
"O leitor" – estréia dia 06/02
"Milk - A voz da igualdade" – estréia dia 6/02
"Quem quer ser um milionário?" – sem previsão de lançamento no Brasil


Melhor Diretor:

Danny Boyle - "Quem quer ser um milionário?" – sem previsão de lançamento no Brasil
Stephen Daldry -"O leitor" – estréia dia 06/02
David Fincher -"O curioso caso Benjamin Button" – Em cartaz
Ron Howard - "Frost/Nixon" – estréia dia 20/02
Gus Van Sant - "Milk - A voz da igualdade" – estréia dia 06/02


Melhor Ator:

Richard Jenkins - "The visitor" – Sem previsão de lançamento no Brasil
Frank Langella - "Frost/Nixon" – estréia dia 20/02
Sean Penn - "Milk - A voz da igualdade" – estréia dia 06/02
Brad Pitt - "O curioso caso de Benjamin Button" – Em cartaz
Mickey Rouke - "O lutador" – estréia dia 13/02


Melhor Atriz:

Anne Hathaway - "O casamento de Rachel" – estréia dia 13/02
Angelina Jolie - "A troca" – Em cartaz
Meryl Streep - "Dúvida" – estréia dia 06/02
Kate Winslet - "O leitor" – estréia dia 06/02
Melissa Leo - "Frozen river" – estréia dia 09/04


Melhor Ator Coadjuvante:

Robert Downey Jr. - "Trovão tropical" – Já saiu de cartaz. Pode ser encontrado nas locadoras
Heath Ledger - "Batman - O cavaleiro das trevas" – Já saiu de cartaz. Pode ser encontrado nas locadoras
Philip Seymour Hoffman - "Dúvida" - estréia dia 06/02
Michael Shannon - "Foi apenas um sonho" - estréia dia 30/01
Josh Brolin, "Milk - A voz da igualdade" – estréia dia 06/02


Melhor Atriz Coadjuvante:

Amy Adams - "Dúvida" – estréia dia 06/02
Penelope Cruz - "Vicky Cristina Barcelona" – Em cartaz
Viola Davis - "Dúvida" – estréia dia 06/02
Marisa Tomei - "O lutador" - estréia dia 13/02
Taraji P. Henson - "O curioso caso de Benjamin Button" – Em cartaz


Melhor Animação:

"Bolt - Supercão" – Em cartaz
"Kung fu panda" – Já saiu de cartaz. Pode ser encontrado nas locadoras
"Wall-E" – Já saiu de cartaz. Pode ser encontrado nas locadoras


Melhor Roteiro Original:

Martin McDonagh - "Na mira do chefe" – Já saiu de cartaz. Pode ser encontrado nas locadoras
Mike Leigh - "Simplesmente feliz" - estréia dia 20/02
Dustin Lance Black - "Milk - A voz da igualdade" – estréia dia 6/02
Andrew Stanton e Jim Reardon - "Wall-E" – Já saiu de cartaz, pode ser encontrado nas locadoras
Courtney Hunt - "Frozen river" – estréia dia 9/04


Melhor Roteiro Adaptado:

Simon Beaufoy - "Quem quer ser um milionário?" – Sem previsão de lançamento no Brasil
David Hare - "O leitor" – estréia dia 06/02
Peter Morgan - "Frost/Nixon" – estréia dia 20/02
Eric Roth - "O curioso caso de Benjamin Button" – Em cartaz
John Patrick Shanley - "Dúvida" – estréia dia 06/02


Melhor Filme Estrangeiro:

"The Baader Meinhof Complex" - Alemanha – Sem previsão de lançamento no Brasil
"Entre Les Murs" - França – estréia dia 13/03
"Valsa com Bashir" - Israel – estréia dia 10/4
"Departures" - Japão – Sem previsão de lançamento no Brasil
"Revanche" - Áustria – Sem previsão de lançamento no Brasil, Foi exibido no festival de cinema de São Paulo


Melhor Trilha Sonora:

Alexandre Desplat - "O curioso caso de Benjamin Button" – Em cartaz
James Newton Howard - "Defiance" – estréia dia 27/02
A. R. Rahman - "Quem quer ser um milionário?" – Sem previsão de lançamento no Brasil
Hans Zimmer - "Frost/Nixon" – estréia dia 20/02
Danny Elfman - "Milk - A voz da igualdade" – estréia dia 06/02
Thomas Newman - "Wall-E" – Já saiu de cartaz. Pode ser encontrado nas locadoras


Melhor Canção Original:

"Down To Earth", de "Wall-E" - Música: Peter Gabriel, Thomas Newman; Letra: Peter Gabriel – Já saiu de cartaz. Pode ser encontrado nas locadoras
"Jai Ho", de "Quem quer ser um milionário?" - Música: A.R. Rahman; Letra; Gulzar – sem previsão de lançamento – Sem precisão de lançamento no Brasil
"O Saya", de "Quem quer ser um milionário?" - Música e Letra: A.R. Rahman e Maya Arulpragasam – sem previsão de lançamento – Sem previsão de lançamento no Brasil


Melhor Direção de Arte:

"A duquesa" - Michael Carlin, Rebecca Alleway – Já saiu de cartaz. Pode ser encontrado nas locadoras.
"Foi apenas um sonho" - Kristi Zea, Debra Schutt – estréia dia 30/01
"O curioso caso de Benjamin Button" - Donald Graham Burt, Victor J. Zolfo – Em cartaz
"A troca" - James J. Murakami, Gary Fettis – Em cartaz
"Batman - O cavaleiro das trevas" - Nathan Crowley – Já saiu de cartaz. Pode ser encontrado nas locadoras


Melhor Fotografia:

"Quem quer ser um milionário?" - Anthony Dod Mantle – Sem previsão de lançamento no Brasil
"A troca" - Tom Stern – Em cartaz
"O curioso caso de Benjamin Button" - Claudio Miranda – Em cartaz
"Batman - O cavaleiro das trevas" - Wally Pfister – Já saiu de cartaz. Pode ser encontrado nas locadoras
"O leitor" - Chris Menges e Roger Deakins – estréia dia 06/02

Melhor Figurino:

"Austrália" - Catherine Martin – Em cartaz
"O curioso caso de Benjamin Button" - Jacqueline West – Em cartaz
"A duquesa" - Michael O'Connor – Já saiu de cartaz. Pode ser encontrado nas locadoras.
"Milk - A voz da igualdade" - Danny Glicker – estréia dia 06/02
"Foi apenas um sonho" - Albert Wolsky – estréia dia 30/01


Melhor Montagem:

"O curioso caso de Benjamin Button" - Kirk Baxter e Angus Wall – Em cartaz
"Batman - O cavaleiro das Trevas" - Lee Smith – Já saiu de cartaz. Pode ser encontrado nas locadoras
"Frost/Nixon" - Daniel P. Hanley e Mike Hill – estréia dia 20/02
"Milk - A voz da igualdade", Elliot Graham e Gus Van Sant – estréia dia 06/02
"Quem quer ser um milionário?" - Chris Dickens – Sem previsão de lançamento no Brasil


Melhor Maquiagem:

"O curioso caso de Benjamin Button" – Em cartaz
"Batman - O cavaleiro das trevas" – Já saiu de cartaz. Pode ser encontrado nas locadoras
"Hellboy 2 - O exército dourado"– Já saiu de cartaz. Pode ser encontrado nas locadoras

Melhor Documentário em Longa-metragem:

"The betrayal (Nerakhoon)" - Ellen Kuras, Thavisouk Phrasavath – Sem previsão de lançamento no Brasil
"Encounters at the end of the world" - Werner Herzog e Henry Kaiser - Sem previsão de lançamento no Brasil
"The garden" - Scott Hamilton Kennedy - Sem previsão de lançamento no Brasil
"Man on wire" - James Marsh e Simon Chinn - Sem previsão de lançamento no Brasil. Passou no festival do Rio
"Trouble the water" - Tia Lessin e Carl Deal - Sem previsão de lançamento no Brasil. Passou no festival do Rio


Melhor Edição de Som:

"Batman - O cavaleiro das trevas" - Richard King – Já saiu de cartaz. Pode ser encontrado nas locadoras
"Homem de Ferro" – Frank E. Euner e Christopher Boyes. – Já saiu de cartaz. Pode ser encontrado nas locadoras
"Quem quer ser um milionário?" - Tom Sayers – Sem previsão de lançamento no Brasil
"Wall-E" (Walt Disney) - Ben Burtt e Matthew Wood – Já saiu de cartaz. Pode ser encontrado nas locadoras.
"Procurado" - Wylie Stateman – Já saiu de cartaz. Pode ser encontrado nas locadora.


Melhor Som:

"Procurado" - Chris Jenkins, Frank A. Montaño e Petr Forejt - Já saiu de cartaz. Pode ser encontrado nas locadoras.
"O curioso caso de Benjamin Button" - David Parker, Michael Semanick, Ren Klyce e Mark Weingarten – Em cartaz
"Batman - O cavaleiro das trevas" - Lora Hirschberg, Gary Rizzo e Ed Novick - Já saiu de cartaz. Pode ser encontrado nas locadoras.
"Quem quer ser um milionário?" - Ian Tapp, Richard Pryke e Resul Pookutty – Sem previsão de lançamento no Brasil
"Wall-E" - Tom Myers, Michael Semanick e Ben Burtt - Já saiu de cartaz. Pode ser encontrado nas locadoras.


Melhores Efeitos Visuais:

"O curioso caso de Benjamin Button" - Eric Barba, Steve Preeg, Burt Dalton e Craig Barron – Em cartaz
"Batman - O cavaleiro das trevas" - Nick Davis, Chris Corbould, Tim Webber e Paul Franklin - Já saiu de cartaz. Pode ser encontrado nas locadoras."Homem de Ferro" - John Nelson, Ben Snow, Dan Sudick and Shane Mahan - Já saiu de cartaz. Pode ser encontrado nas locadoras.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

O novo single do U2

O site U2.com divulgou o primeiro single do novo álbum da banda, o 12º de estúdio, “No line on the horizon”. A julgar por este primeiro trabalho, o novo disco, cuja capa você vê aí em cima, será mais parecido com o “Achtung Baby” (1991) do que com os mais recentes trabalhos “All that you can’t live behind” (2000) e “How to dismantle an atomic bomb” (2004).

“Get on your boots” (que você pode escutar clicando aqui), é um rock bem mais dançante do que o U2 está acostumado a fazer nos últimos tempos e lembra até certo ponto “Even better than the real thing”, segunda faixa do “Achtung Baby”. Em outros momentos ela se parece com “Vertigo”, do último disco da banda.

O resultado não é inesperado. Em entrevistas o cantor Bono Vox já andava dizendo que o novo disco teria muitos ritmos. Em declaração no fim de 2007, ele afirmou que “normalmente quando se toca uma música do U2 a pista esvazia. Isso talvez não aconteça com este álbum”. Bono também disse que há no disco influências do trance (argh!!), mas também de sons mais pesados vindos do sempre ótimo guitarrista The Edge. O cantor ainda adiantou que o novo disco seria diferente de tudo o que a banda já fez.

Como Bono disse, “Get on your boots” parece realmente para agradar às pistas de dança. Talvez seja por isso que eu, na primeira escutada, tenha torcido um pouco o nariz. Mas na segunda e na terceira vez, já achei a música mais simpática com a sua introdução pela bateria de Larry Mullen Jr. e os solos de The Edge. Só espero que ela não seja a melhor canção do álbum. O U2 é muito melhor do que eu ouvi.

Minha cautela se justifica por dois motivos. A última tentativa do U2 de soar mais pop, justamente no disco “Pop” (1997) e sua horrenda faixa “Discotheque”, foi um total fracasso. Seguramente aquela foi a pior fase da banda.

Além disso, embora “Achtung Baby” seja um bom álbum, com pelo menos duas excelentes canções, “One” e “Mysterious Ways”, não está entre os melhores discos da banda como “October” (1981), “War” (1983), “The Joshua Tree” (1987), o All that you can’t leave behind” e o ao vivo “Rattle and Hum” (1988).

Produzido por Daniel Lanois, Brian Eno e Steve Lillywhite, com quem o U2 já trabalha desde 1984, “No line on the horizon”, teve boa parte de suas canções compostas em Fez, no Marrocos. Uma das 11 faixas do álbum, inclusive, se chama “Fez – Being Born”. As demais faixas vão se chamar “No line on the horizon”, “Magnificent”, “Moment of surrender”, Unknown Caller”, “I’ll go crazy if I don’t go crazy tonight”, Stand Up Comedy”, “White as Snow”, “Breathe” e “Cedars of Lebanon”.

A imagem da capa do disco é (pelo menos pelo que li na internet) uma foto em preto e branco do encontro do mar com o céu feita pelo fotógrafo japonês Hiroshi Sugimoto.

Claro que o pior U2 ainda é melhor do que muita coisa por aí. Mas vamos esperar pelo disco inteiro para saber se valeu a pena a espera de cinco anos. “No line on the horizon” será lançado mundialmente no dia 3 de março.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Coração esterilizado

Não se deu a chance de chorar
De ter ciúmes do que atravessa,
do beijo que trespassa

De sentir o coração despedaçado
A alma arrancada
A tristeza amargurada
O olhar perdido

Não se deu a chance de
sentir a angústia do primeiro toque
A intensidade do primeiro beijo

Não sorriu, não cantou
Não dividiu o sorvete da esquina,
a alegria pequenina

Os dias frios, invernais,
são lamentosos tangos
O escaldante verão
não é calor humano

Não vislumbrou uma trilha sonora
quando os músicos tocaram
Não abraçou
quando os atores choraram

Tantas oportunidades...
Será que as teve?
Dúvidas só se respondem com ousadia
O mundo não é para covardes

Sobrou esperança
Faltou perseverança
Não se deu a chance de viver

Agora é tarde
Perdeste o trem da história

sábado, 10 de janeiro de 2009

Sob o domínio da máfia

Perto da Camorra, os traficantes de drogas brasileiros são crianças inocentes e até um problema fácil de controlar. A máfia italiana que tem sua sede em Nápoles, mas comanda diversos negócios ilegais em todo o mundo, só não conseguiu esconder parte de sua história para um jornalista que com muita coragem escreveu “Gomorra”. Um dos livros mais vendidos atualmente, o corajoso trabalho de Roberto Saviano lhe custou a liberdade de ir e vir ao desnudar boa parte dos negócios da máfia.

Hoje Saviano tem que andar com seguranças, pois está marcado para morrer. A máfia italiana chegou a pedir a cabeça dele numa bandeja até o Natal. Não conseguiu, mas Saviano já reconheceu temer a morte.

Do livro, surgiu um projeto maior capitaneado pelo diretor Matteo Garrone, que resolveu filmar "Gomorra" com a anuência e supervisão do roteiro do próprio Saviano. O resultado é um trabalho merecidamente aplaudido pelos festivais que passou por mostrar sem rodeios e com extrema crueldade - porém bem mais leve do que o livro apresenta - o trabalho da máfia de Nápoles que comanda desde o tráfico de drogas a negócios envolvendo o lixo, pirataria, contrabando de armas, moda, etc. São muitos os tentáculos da Camorra. Nenhum deles passa pela legalidade ou por negociações sérias.

Quem passa na frente dela é dizimado. Quem atrapalha os negócios, também. O filme mostra que a Camorra não perdoa ninguém e age com a arrogância de quem comanda o país. Num dos seus melhores trechos, Franco (Toni Servillo), uma espécie de Don Corleone sem o charme ou traquejo de Marlon Brando, vira para um enojado Roberto (Carmine Paternoster), que pede demissão de seu trabalho por não agüentar a maneira escusa como o chefe conduz seus negócios, e diz com o olhar de quem é invencível: “Nós colocamos essa merda de país na Europa”.

Muito comparado a “Cidade de Deus” aqui no Brasil, “Gamorra” só guarda semelhança com o filme de Fernando Meirelles ao retratar o submundo do tráfico. De resto, as diferenças são marcantes. “Gamorra” é cru. O som das balas cruelmente atingindo a cabeça de mais uma vítima da máfia ecoa na sua mente enquanto Garrone passa para a próxima cena como quem acabou de filmar um prosaico piquenique.

Apesar de tamanha frieza, ela reflete brilhantemente o pensamento da máfia. A morte, afinal, é um negócio. “Gomorra” não tem o impacto visual de “Cidade de Deus”. Você não vê corpos estrebuchando. Apenas o seco e intermitente estrondo dos tiros e corpos envolto em poças de sangue. Além da limpeza posterior.

É outra proposta. Não significa que um filme seja melhor do que outro. São apenas maneiras diferentes de se fazer esse tal de cinema. O impacto de “Gomorra” é sonoro.

Por outro lado, a maneira como jovens são recrutados, sempre tendo que mostrar de alguma forma um misto de coragem e crueldade, une os dois trabalhos. Se Dadinho tem que atirar a queima-roupa na mão de uma criança em “Cidade de Deus”, Totó (Salvatore Abruzzese) deve ser marcado com um tiro a queima-roupa protegido apenas por um colete a prova de balas. É o suficiente para deixar uma marca sem feri-lo e para provar que ele está pronto para encarar a morte de frente e trair até quem sempre esteve ao seu lado, como Maria (Maria Nazionale).

“Gomorra” não é pop como “Cidade de Deus”, mas reflete tão bem a dura realidade de Nápoles quanto o trabalho de Meirelles fala sobre o tráfico de drogas no Rio. É um trabalho tão corajoso quanto o livro de Saviano e que dá cores, feições, som e imagem a ele. Dá uma cara à máfia. E ela é aterrorizante e como num labirinto sem saída, apesar dos esforços do governo e da polícia italiana para encontrar uma.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Valeu Ron

É com muita tristeza que fiquei sabendo hoje da morte do guitarrista dos Stooges, Ron Asheton. Aos 60 anos, ele foi encontrado morto em casa em Ann Arbor, Michigan, após um ataque cardíaco. Lembro até hoje da apresentação incendiária que ele e seus companheiros de banda, o irmão e baterista Scott Asheton, o baixista Mike Watt e, claro, Iggy Pop, fizeram no festival “Claro Que é Rock” em novembro de 2005, na Cidade do Rock.

Foi um dos melhores shows que já vi. Muito peso e a guitarra de Asheton conseguia brilhar mesmo com toda a intensidade, atitude e porra-louquice de Iggy Pop a frente do grupo mostrando a bunda e incitando a platéia a subir no palco e cantar junto com ele. No palco, Asheton era o oposto de Iggy Pop. Econômico nos gestos, fazia, porém, sua guitarra ecoar nos ouvidos da platéia.

Um showzaço da banda que surgiu em 1967 e pelo seu peso influenciou todo o movimento punk que viria no início da década de 70 com Sex Pistols, Clash e tantos outros arrombando a porta e arrotando na cara da rainha.

Ashton participou dos quatro discos de estúdio da banda, “The Stooges” (1969), “Fun House” (1970), “Raw Power” (1973) – este como baixista - e o recentemente lançado “The Weiderness” (2007). Ajudou a compor clássicos como “I wanna be your dog”, “No Fun”, “1969” e “Down on the street”.

Embora seja mais conhecido pelo trabalho no Stooges, Asheton também tocou em outra banda como “The New Order” – que não tem nada a ver com o grupo de Peter Buck – Destroy All Monsters, New Race e Dark Carnival.

Fanático pelo Newcastle United, estava sempre presente em St. James Park acompanhando sua equipe que anda mal das pernas na Premier League, ocupando apenas a 14ª colocação.

Sua morte foi lamentada pelos companheiros de banda, que demonstraram seu pesar em um comunicado: “Estamos chocados e abalados com a notícia da morte de Asheton. Ele foi um grande amigo, irmão, músico e camarada. Insubstituível. Ele será sempre lembrado”.

Asheton cresceu no subúrbio de Detroit. Era fanático por rock e, lamentavelmente, pelo nazismo. Em entrevista a “Rolling Stone” americana, ele disse que “tinha suásticas espalhadas por todos os seus livros”.

Em meados dos anos 60, ele e um dos seus poucos amigos, Dave Alexander, que viria a ser o baixista do Stooges, viajaram até a Inglaterra. Durante um show do The Who no Cavern Club, Asheton ficou completamente fascinado.

“Foi minha primeira experiência num pandemônio. Nunca tinha visto as pessoas tão loucas. Aquela música poderia levar as pessoas a limites perigosos. Foi quando eu decidi que era isso que eu gostaria de fazer”.

Pouco tempo depois, formaria a banda com seu irmão, Dave e um tal de Jim Ostenberg, que ficaria mais conhecido como Iggy Pop. Os dois primeiros discos foram um sucesso absoluto. No terceiro, Iggy resolveu contar com mais um membro na banda, o guitarrista James Williamson. A decisão desagradou Asheton, que ainda assim tocou baixo no álbum.

Após o seu lançamento, porém, a banda se dissolveu devido a brigas internas. Foram 25 anos sem ver Iggy até que em 1998 o cantor o ouviu tocando velhas canções do Stooges na trilha sonora do filme “Velvet Goldmine”. Assim, resolveu chamar os irmãos Asheton para participarem de seu disco de estúdio “Skull Ring” (2003). Dentro do possível, uma vez que Dave Alexander falecera em 1975, a velha banda estava reunida.

Os Stooges fizeram turnês, lançaram um novo álbum e Asheton estava feliz com o momento. “É fantástico tocar para o divertimento da platéia. Nos sentimos como velhos bluesman, pois tivemos que esperar 30 anos para sermos aceitos por todos. Levou algum tempo para o mundo nos entender. Mas valeu a pena esperar, pois este é o momento mais divertido que eu já tive no palco em toda a minha vida”. Uma pena que ele teve que ser interrompido justamente quando os Stooges retomavam a carreira.

Abaixo três clássicos da banda:

“No Fun”

“1969” e “Down on the streets”

“I wanna be your dog”

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

O retorno de Axl

Se o mundo dependesse de Axl Rose para que a China virasse uma democracia, estaríamos todos perdidos. Depois de 14 anos e milhões e milhões de dólares foi lançado em novembro o novo álbum do Guns N’Roses, que hoje em dia conta apenas com o próprio Axl e o tecladista Dizzy Reed da formação clássica.

Álbum mais esperado desde o século passado, “Chinese Democracy” provocou controvérsia não apenas por estes problemas de lançamento, gravações e regravações, mas também questionamentos políticos. O governo chinês baniu o disco do país porque a faixa título tem uma referência ao Falun Gong, uma seita combatida pelos governantes locais.

Coisa de quem está devendo. Se o disco fosse realmente revolucionário, espetacular e fosse tocar no mundo inteiro, eu, se fizesse parte da ditadura chinesa, talvez ficasse preocupado. Acontece que “Chinese Democracy” é um CD bem mais ou menos que só ganhou alguma notoriedade por dois motivos: É o novo álbum do Guns e levou 14 anos para ser lançado. Ponto. Nada mais.

Musicalmente, ele não acrescenta muito à carreira da banda, que não lançava um disco novo desde o desmantelamento após o “The Spaghetti Incident?” (1993), e não lançava um disco decente desde a dupla “Use Your Illusion I” e “Use Your Illusion II”, ambos lançados em 1991.

Em 14 faixas, Axl Rose, que contou com nada menos do que 12 colaboradores – mais do que o Titãs jamais pensou em ter e quase uma orquestra –, não diz a que veio. Em algumas delas, até é possível lembrar vagamente algo do que o Guns fez de melhor, como em “Street of Dreams”, com sua entradinha a la “November Rain” ou “There was a time”, que tem um solo de guitarra de Robin Finck bem ao estilo da banda.

Guitarrista do Nine Inch Nails, uma das declaradas influências, aliás, de Axl no disco, Finck é o que há de melhor entre os colaboradores do cantor e nos premia com outro ótimo solo em “This I Love”, uma balada, que é outra tentativa válida, embora infrutífera, de criar uma nova “November Rain”.

Além do guitarrista, participaram do disco Ron “Bumblefoot Thal (guitarra), Buckethead (guitarra), Paul Tobias (guitarra), Richard Fortus (guitarra), Tommy Stinson (baixo), Chris Pitmann (baixo), Bryan “Brain” Mantia (bateria), Frank Ferrer (bateria), Dizzy Red (teclados) e Josh Freeze (bateria).

Com tantos músicos diferentes, só de guitarrista são cinco, mais do que o Iron Maiden jamais pensou em ter, o disco parece mais uma colagem do que um álbum coeso. Com isso, apenas algumas faixas pontuais acabam se salvando. Além das três já citadas, destacaria ainda “I.R.S.” e “Madagascar”, ambas tocadas durante o Rock in Rio de 2001 que me causou uma boa impressão. “Madagascar”, então, é que fica mais perto de lembrar o velho Guns.

E só. A faixa título, que tanto incomodou o governo chinês, é confusa. Aliás, em diversos momentos do disco a voz de Axl parece escondida. Ouve-se melhor os instrumentos do que o cantor. Além disso, o disco é um tanto quanto “sujo” em determinados momentos.

Em “Shackler’s Revenge” ele solta a voz pela primeira vez e em alguns momentos me faz pensar que está tentando de criar uma nova “Welcome to the jungle”, música clássica do disco igualmente clássico “Appetite for Destruction” (1987), mas ele não consegue nem de longe repetir aquele clima.

“Better”, sua primeira tentativa de balada no álbum é um fracasso enquanto “Catcher in the rye” dá nova vida ao disco, apesar de um incômodo e esquisito “lalala”. “If the world” chega a ser constrangedora, enquanto “Scraped”, “Riad N’Bedouins” e “Sorry” são dispensáveis. O álbum termina com “Prostitute”, um hard rock meia-boca que mais parece feito por estas bandinhas de quinta que temos hoje em dia.

Enfim, no cômputo geral, “Chinese Democracy” é um disco que serve apenas para os fãs do Guns que sentiam saudades da banda, de Axl soltando seus gritos ou tocando piano. Eu iria mais além. Diria que é um disco para fãs colecionadores.

Andei lendo que este é o primeiro álbum de uma trilogia que Axl sonha em fazer, cujo último disco seria lançado em 2012. Se o projeto é esse mesmo e ele planeja cumprir verdadeiramente os prazos a que se impôs, espero que os dois próximos álbuns sejam mais inspirados, pois “Chinese Democracy” não valeu os 14 anos de espera.
Abaixo uns vídeos piratas colhidos no YouTube com quatro canções do álbum:
"Madagascar"


"There Was a Time"

"Street of Dreams"

"This I Love"