sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Cotação da corneta: 'Maze Runner - correr ou morrer'

Só correr interessa
O cinema está vivendo uma ondinha de personagens sem memória. Tem um tal de "Doador de memórias", com uma sociedade futurista que vive em harmonia sem saber o que aprontou no verão passado, e o "Maze Runner - correr ou morrer", que a corneta foi conferir de perto nesta semana.

"Maze Runner" é um sub-“Jogos Vorazes” com o defeito de não ter a Jennifer Lawrence. Isso já é um problema sério. Mas não vamos ser preconceituosos. Aceitemos que Jennifer não pode estar em todas as produções do mundo.

A história é sobre meninos sem memória perdidos num lugar ermo e estranho parecido com a ilha de “Lost”. Ali eles vivem calmamente, respeitando os limites de um paredão onde se encontra um labirinto aparentemente inexpugnável. Tudo corre na mais profunda paz sob a liderança de Alby (Aml Ameen) e Newt (Thomas Brody-Sangster, que surge aqui fazendo um bico pós-Game of Thrones). Até que surge (tchãrãm!) nosso herói Thomas (Dylan O’Brien).

Thomas é a Jennifer Lawrence da história. Jovem impetuoso, abusado, curioso e que não gosta de seguir regras. É o líder que surge para bagunçar o coreto e dar uma agitada naquele mundo certinho de garotos que seguem as regras do labirinto protegido por aranhas metálicas nojentas.

A partir dai tudo se dá como numa escola. Thomas tem que lidar com o valentão Gally (Will Poulter), vai proteger o gordinho Chuck (Blake Cooper), fará novos amigos, e até vai se dar bem com a menina mais bonita do pedaço. Bom, nesse caso ele não tem nenhuma chance de escolher mesmo.

Neste grande videogame filmado que é "Maze Runner", chega um momento da história que "The Sims" sai de campo e entra "Sonic". É quando Thomas exibirá ao mundo a sua habilidade de Usain Bolt correndo como um louco pelo labirinto maléfico, escuro e cheio de pegadinhas.

No fim tudo acaba... bem, na verdade não acaba. Afinal, quantos filmes produzidos hoje em Hollywood tem um "The end" seguido dos créditos? É claro que "Maze Runner" deixa tudo em aberto para a continuação da brincadeira. É um videogame e Thomas e seus amigos só passaram de fase. Ainda nem chegamos no confronto final com o vilão.

A corneta saiu da sala cansada de tanta correria e tantos clichês, mas precisa admitir que "Maze Runner" tem um final, digamos, instigante. Aguardemos a segunda fase do videogame. Por enquanto, a nota para Thomas e seus amiguinhos é 5,5.