sábado, 30 de dezembro de 2023

Os melhores e os piores filmes de 2023

Chegamos ao grande momento de 2023. A divulgação do prêmio Corneta Ballon D´Or de melhores filmes do ano. Foi um ano com vários diretores de prestígio lutando por um lugar na lista final elaborada pelo conglomerado Corneta Inc.

Após um esforço hercúleo do júri formado por mim mesmo em ver uma gama de filmes de fazer inveja a Cannes, Berlim e Hollywood, chegamos à lista dos 30 filmes que de alguma forma passaram pelo crivo implacável da Corneta.

Como nunca é demais repetir, é preciso deixar as regras bem claras aqui. Para se tornar elegível ao prêmio, o filme precisa ter passado nos circuitos de cinema do Rio de Janeiro ou de Lisboa entre o primeiro dia e o dia 27 de dezembro do ano corrente. Ou ter estreado nos cinco principais serviços de streaming no mesmo período. Não vale ter passado em festival. Tem que estar amplamente disponível para o povo ver. Portanto, não venham reclamar que a minha lista não tem o vencedor de Cannes ou aquele famoso filme coreano da vez, porque se não estreou em circuito comercial não pode ser inscrito para o prêmio da Corneta.

Esclarecidas as regras, vamos ao ranking definitivo dos filmes que brilharam em 2023:

1- “Assassinos da lua das flores” (Killers of the flower moon — EUA). Diretor: Martin Scorsese.

2- “Sem ursos” (Khers Nist — IR). Diretor: Jafar Panahi.

3- “Tár” (Tár — EUA). Diretor: Todd Field.

4- “R.M.N” (R.M.N. — ROM, FRA, BEL, SUE). Diretor: Cristian Mungiu.

5- “Oppenheimer” (Oppenheimer — EUA, ING). Diretor: Christopher Nolan.

6- “Os Banshees de Inisherin” (The Banshees of Inisherin — IRL, ING, EUA). Diretor: Martin McDonagh.

7- “Dias em chamas” (Kurak Günler — TUR, FRA, ALE, NL, GRE, CRO). Diretor: Emin Alper.

8- “As oito montanhas” (Le otto montagne — ITA, BEL, FRA, ING). Diretores: Felix van Groeningen e Charlotte Vandermeersch.

9- “Barbie” (Barbie — EUA, ING). Diretora: Greta Gerwig.

10- “Close” (Close — BEL, NL, FRA). Diretor: Lukas Dhont.

11- “Rebelde” (Rebel — BEL, LUX, FRA). Diretor: Adil El Arbi e Bilall Fallah.

12- “Godzilla Minus One” (Gojira -1.0 — JAP). Diretor: Takashi Yamazaki.

13- “Guardiões da Galáxia — vol. 3” (Guardians of the Galaxy Volume 3 — EUA, CAN, NZL). Diretor: James Gunn.

14- “Os filhos dos outros” (Les enfants des autres — FRA). Diretora: Rebecca Zlotowski.

15- “Retratos Fantasmas” (Retratos Fantasmas — BRA). Diretor: Kléber Mendonça Filho.

16- “O Assassino” (The Killer — EUA). Diretor: David Fincher.

17- “A menina silenciosa” (An Cailín Ciúin — IRL). Diretor: Colm Bairéad.

18- “Homem-Aranha: através do Aranhaverso” (Spider-man: Across the Spider-Verse — EUA). Diretores: Joaquim dos Santos, Kemp Powers e Justin K. Thompson.

19- “Terra de Deus” (Vanskabte Land — DIN, ISL, FRA, SUE). Diretor: Hlynur Pálmason.

20- “Saltburn” (Saltburn — EUA, ING). Diretora: Emerald Fennell.

21- “Foe” (Foe — EUA, AUS, ING). Diretor: Garth Davis.

22- “A sindicalista” (La Syndicaliste — FRA, ALE). Diretor: Jean-Paul Salomé.

23- “O Conde” (El Conde — CHI). Diretor: Pablo Larraín.

24- “Missão: Impossível 7 — acerto de contas — parte 1” (Mission: Impossible — Dead Reckoming part One — EUA). Diretor: Christopher McQuarrie.

25- “O pub de Old Oak” (The Old Oak — ING, FRA, BEL). Diretor: Ken Loach.

26- “Segredos de um escândalo” (May December — EUA). Diretor: Todd Haynes.

27- “Clonaram Tyrone!” (They Cloned Tyrone! — EUA). Diretor: Juel Taylor.

28- “Nostalgia” (Nostalgia — ITA, FRA). Diretor: Mario Martonne.

29- “Broker” (Beurokeo — COR, JAP). Diretor: Hirokazu Koreeda.

30- “O pacto” (The Covenant — ING, ESP, EUA). Diretor: Guy Ritchie.

Menções honrosas: “John Wick 4: Baba Yaga”, “Air — a história por trás do logo”, “Maestro”, “BlackBerry” e “Tetris”

E agora, para fechar o ano, vamos ao prêmio Titanic de piores filmes de 2023:

1- “Som da Liberdade” (Sound of Freedom — EUA, MEX). Diretor: Alejandro Monteverde.

2- “Hypnotic — A Ameaça Invisível” (Hypnotic — EUA, ING, CAN). Diretor: Robert Rodriguez.

3- “Shazam! Fúria dos Deuses” (Shazam! Fury of the Gods — EUA). Diretor: David F. Sandberg.

4- “Jogos Vorazes: A Cantiga dos pássaros e das serpentes” (The Hunger Games — The Ballad of Songbirds & Snakes — EUA)” — Diretor: Francis Lawrence.

5- “65 — Ameaça pré-histórica” (“65” — EUA, CAN). Diretor: Scott Beck e Bryan Woods.

6- “Aquaman 2: O Reino Perdido” (Aquaman and the lost kingdom — EUA, ING, CAN, AUS, ISL)” — Diretor: James Wan.

7- “Batem à porta” (Knock at the cabin — EUA, JAP, CHI). Diretor: M. Night Shyamalan.

8- “Ghosted: Sem resposta” (Ghosted — EUA). Diretor: Dexter Fletcher.

9- “The Flash” (The Flash — EUA, CAN, AUS, NZL). Diretor: Andy Muschietti.

10- “Rebel Moon — parte 1: A menina do fogo” (Rebel Moon: part 1 — Child of Fire — EUA, HUN, SUE, DIN, ING). Diretor: Zack Snyder.

E assim despeço-me deste ano, Que venha 2024 já começando com a maravilhosa temporada do Oscar.

sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

As melhores séries e minisséries de 2023

O ano está quase acabando e chegou a hora da divulgação dos vencedores da quarta edição do prêmio Golden Cornetemmy Globe de melhores e piores séries de 2023. Foi mais um ano de excelentes produções, o que faz com que o meu trabalho não remunerado de escolher o top-15 fosse ainda mais difícil. Porém, não enrolarei mais os meus 17 leitores. Aqui estão as 15 melhores séries e minisséries de 2023:

1- “Succession” (Succession — EUA — HBO) — A temporada final da saga da família Roy definitivamente colocou “Succession” na minha lista particular de melhores séries de todos os tempos. Sentirei falta destes personagens maravilhosamente deploráveis, egoístas, sem ética, moral ou qualquer senso de humanidade. A quarta temporada valeu em cada segundo.

2- “The Last of Us” (The Last of Us — CAN, EUA — HBO) — Mais uma série com o padrão HBO de qualidade e que quebrou um tabu. Finalmente temos uma adaptação de um game verdadeiramente incrível. A primeira temporada foi uma das grandes séries do ano.

3- “Poker Face” (Poker Face — EUA — Peacock) — Imagina uma série em que a sua protagonista detecta todo tipo de mentira e viaja pelos Estados Unidos resolvendo assassinatos enquanto ela mesma precisa fugir de um bandido que a quer ver morta. “Poker Face” foi a minha descoberta particular no oceano de séries espalhadas pelo planeta. A personagem da Natasha Lyonne talvez seja a minha favorita do ano.

4- “Cangaço Novo” (Cangaço Novo — BRA — Prime Video) — Esta série brasileira foi outra grata surpresa de 2023. Conta a história de uns assaltantes de banco, cangaceiros modernos em meio a disputas políticas de uma cidade do interior do Ceará. Excelente série com o selo #CríticaSocialFoda em que espero que tenha uma nova temporada porque precisamos de mais histórias da maravilhosa Dinorah Vaqueiro.

5- “O Urso” (The Bear — EUA — FX) — A segunda temporada desta série conseguiu superar a ótima primeira temporada. Aqui continuamos seguindo a saga de Carmen (Jeremy Allen White) para abrir um novo restaurante enquanto todos os personagens lidam com o luto pela morte do irmão de Carmen, Michael (John Bernthal). O sexto episódio é uma obra-prima.

6- “A Diplomata” (The Diplomat — ING, EUA — Netflix) — Taí uma série que eu comecei a ver por acaso através de uma indicação de um podcast que escutava e foi se revelando ótima ao longo dos episódios. Tão boa a ponto de conquistar um lugar no top-15 de 2023.

7- “A queda da casa de Usher” (The Fall of the House of Usher — EUA — Netflix) — Essa mistura de “Succession” com “Dope Sick” à moda Mike Flanagan deu muito certo. De todas as séries de Flanagan, acho que só coloco a Casa de Usher ligeiramente, e bem ligeiramente, abaixo de “A maldição da Residência Hill”.

8- “Maravilhosa Senhora Maisel” (The Marvelous Mrs. Maisel — EUA — Prime Vídeo) — Este também foi o ano de se despedir de Midge Maisel e toda a sua família. A quinta temporada foi uma bela despedida e ainda teve um episódio final muito bonito. Anseio pelos próximos projetos de Rachel Brosnahan, nossa futura Lois Lane.

9- “Mães da Máfia” (The Good Mothers — ITA, ING — Hulu) — Muito boa série sobre a história de mulheres que vivem sob o jugo e o medo da máfia italiana e precisam lidar com a eterna dualidade entre fugir e entrar para o programa de proteção à testemunha e ficar perto dos filhos e da família.

10- “Espião/Mestre” (Spy/Master — ROM — HBO) — Esta foi mais uma grata surpresa de 2023. Série de espionagem que se passa na Romênia durante a ditadura de Nicolae Ceaucescu. Tensa toda vida como uma boa série de espionagem deve ser.

11- “Falando a Real” (Shrinking — EUA — Apple TV) — Esta série roubou de “Ted Lasso” a cota good vibe do top-15. Se a série estrelada por Jason Sudeikis não teve lá uma grande temporada final, “Falando a Real” mostrou muita qualidade em sua primeira temporada, com um elenco muito bom e uma temática interessante sobre um terapeuta que está lidando com o luto pela morte da esposa e ao mesmo tempo está experimentando tratamentos alternativos para seus pacientes. A cereja no bolo é Harrison Ford, que quando quer, manda muito bem.

12- “Ahsoka” (Ahsoka — EUA — Disney Plus) — O que dizer sobre “Ahsoka” a não ser que é das melhores coisas feitas no universo de Star Wars nos últimos anos? Obviamente não tem o mesmo nível de excelência de “Andor”, mas esta primeira e, por enquanto, única temporada da série foi bem satisfatória. E fica aqui a nossa homenagem ao grande ator Ray Stevenson, que faleceu antes da série ir ao ar. Adorei o seu Baylan Skoll.

13- “Na mira do júri” (Jury Duty — EUA — Freevee) — Gosto de séries, mas não gosto e não vejo reality shows. Portanto, eu demorei muito a resolver a equação na minha cabeça se eu deveria ver “Na mira do júri”, que é uma série que parece um reality show. A criatividade dela e, até certo ponto, originalidade de sua premissa acabaram por prevalecer na hora de conferir esta série sobre um falso julgamento em que todos são atores com exceção de um indivíduo, que acha que tudo é real. O trabalho de improvisação dos atores foi realmente incrível e talvez seja o melhor trabalho da carreira de James Marsden.

14- “Servant” (Servant — EUA — Apple TV) — No ano passado, a terceira temporada de “Servant” já aparecia no meu top-15 e agora é a vez da quarta temporada aparecer aqui, comprovando que a série continua com muita qualidade.

15- “Loki” (Loki — EUA — Disney Plus) — Entre roteiros ruins, crise de relacionamento com empresas de efeitos visuais e atores com problemas na justiça, a Marvel respira por aparelhos, assim como o cinema de super-heróis parece dar sinais naturais de desgaste, mas “Loki” pode ser considerado um ponto positivo fora da curva descendente do estúdio. A segunda temporada foi muito boa e deu um bonito desfecho ao personagem vivido por Tom Hiddlestone, dando a Loki um dos melhores arcos de personagem no Universo Marvel, junto com o Capitão América e o Homem de Ferro.

Menções honrosas de 2023: “Treta” (Netflix), “Gen V” (Prime Video), “Lucky Hank” (AMC), “Slow Horses” (Apple TV) e “Rabo de Peixe” (Netflix).

E agora vamos ao prêmio “La casa de papel” de piores séries de 2023:

1- “The Idol” (The Idol — EUA — HBO) — Sam Levinson nos fez um favor com “The Idol”. Comprovou que até a HBO é capaz de apostar em porcarias incrivelmente ruins. O que dizer desta série? Eu tenho pena da Lily-Rose Depp, que defende o seu personagem como pode, mas todo o resto é uma das coisas mais pavorosas já feitas. Tanto que a série teve um episódio cortado e acabou antes do tempo. Infelizmente, isto não passou de uma viagem da dupla Levinson/The Weekend revelando todos os seus fetiches. Algo que não queríamos saber. E o final é de uma vergonha alheia atroz.

2- “Olhar Indiscreto” (Olhar Indiscreto — BRA — Netflix) — Não gosto de falar mal de produção brasileira porque é muito fácil bater em quem não tem uma cachoeira de dinheiro de um estúdio de Hollywood para trabalhar, mas esta série fica difícil de defender. Um soft porn de qualidade duvidosa com uma história ruim e interpretações um tanto quanto sofríveis. E acabei de perceber que o topo da lista deste ano ficou com duas séries regadas a sexo, mas eu prometo a vocês que eu não sou conservador.

3- “Gotham Knights” (Gotham Knights — EUA — CW) — A série tinha uma premissa interessante. Se situava numa Gotham em que o Batman morreu assassinado e um grupo de jovens se levanta para defender a cidade enquanto tenta provar a sua inocência no crime que matou Bruce Wayne. Mas tudo ficou só na premissa interessante, visto que “Gotham Knights” é um pesadelo de ruindade. Tanto que foi cancelada com apenas uma temporada.

4- “A lenda do tesouro perdido: No limiar da história” (EUA — Disney Plus) — Derivada do filme de mesmo nome estrelado pelo Nicolas Cage e que nem era assim uma obra-prima, esta série consegue tornar algo tão legal como o gênero de caçada de tesouro ser algo insuportável. Coitada da Catherine Zeta-Jones que se meteu nesta roubada. E pelo visto eu não fui o único que achei a série uma roubada, visto que ela foi cancelada com apenas uma temporada.

5- “Fubar” (Fubar — EUA — Netflix) — Sorry Schwarzenegger, mas foi muito difícil aturar e conseguir terminar “Fubar”. A história é bem fraquinha, algumas cenas são constrangedoras. Não deu para salvar do top-5 do horror, embora a última vaga tenha sido muito disputada com outras sete séries decepcionantes.

Por hoje é só. Amanhã voltamos com os melhores filmes de 2023.

quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

Música: Os melhores álbuns de 2023

Última semana do ano e é o momento de fazermos a retrospectiva de 2023. Hoje vamos para os meus álbuns favoritos do ano. Depois de uma dura disputa em uma pré-lista de 38 discos, assim ficou o meu top-20.

1- Corey Taylor — “CMF2” — Acho que o que mais me surpreendeu positivamente no segundo álbum solo do cantor do Slipknot é o fato de ele ser bem eclético, com faixas que vão do rock mais pesado até a uma sonoridade quase pop. E tudo com muita qualidade. Foi uma grata surpresa para mim e, por essa dose de ousadia de não fazer necessariamente o mesmo que ele faz no Slipknot e por tudo isso ser bem feito, ele fica no topo da minha lista.

2- Rolling Stones — “Hackney Diamonds” — Primeiro álbum de inéditas da banda desde “A Bigger Bang” (2005) e o primeiro disco desde a morte do baterista Charlie Watts, “Hackney Diamonds” foi outra grata surpresa. São os Stones fazendo com excelência a mistura de rock com blues que o tornou a banda gigante que conhecemos desde os anos 60. Não sou daqueles que acham que os álbuns dos Stones dos anos 90 e 2000 são ruins, embora, evidentemente, os melhores trabalhos do grupo tenham ficado entre os anos 60 e 80. E acho que “Hackney Diamonds” abraça muito bem todas as fases do grupo e com colaborações preciosas como as de Paul McCartney e Lady Gaga. Discaço.

3- Rival Sons — “Lightbringer” — Um disco impecável. Na verdade, foi muito difícil escolher qual dos dois álbuns que o Rival Sons lançou em 2023 foi melhor. Acabei optando pelo “Lightbringer” por uma questão de escolha pessoal, pois tanto este quanto o “Darkfighter” acabaram com seis músicas na minha playlist de 2023.

4- Queens of the Stone Age — “In times new roman…” — Mais um álbum impecável desta lista. Não sou propriamente fã da banda, mas este álbum realmente furou qualquer resistência que eu eventualmente pudesse ter com a banda. Excelente disco.

5-The Hives — “The Death of Randt Fitzsimmons” — Esse disco tem um que de Franz Ferdinand que me conquistou e acho que merecia um lugar no top-20 do ano. Não conhecia propriamente o The Hives, mas fiquei com vontade de ouvir mais da banda.

6- Metallica — “72 Sessions” — É um álbum com o DNA do Metallica. Não tem nada exatamente de diferente do que a banda costuma fazer, mas me pareceu uma evolução em comparação com o “Death Magnetic” (2008) e “Hardwired…to self-destruct” (2016). Estou curioso é para ver o modelo de show com duas apresentações que a banda está fazendo.

7- Within Temptation — “Bleed Out” — Muito bom e bastante político disco do Withim Temptation. Mais comentários na crítica que eu fiz para o site Rock on Board (Clique aqui para ler).

8- Rival Sons — “Darkfighter” — O que dizer mais do que já disse acima quando comentei sobre o “Lightbringer”? Uma banda que consegue colocar dois álbuns no top-10 realmente viveu um ano glorioso.

9- Greta van Fleet — “Starcatcher” — Muitos acusam esta banda de ser uma cópia do Led Zeppelin. Eu prefiro pensar como filho legítimo da dinastia iniciada pelo Zeppelin e seguida pelos Black Crowes. Contudo, vejo em “Starcatcher” uma evolução na sonoridade do grupo americano e em desenvolver uma própria voz sem deixar de perder a influência do rock de arena dos anos 70. Mais comentários na crítica que eu fiz para o site Rock on Board (Clique aqui para ler).

10- Dirty Honey — “Can´t find the breaks” — Esta banda entrou na lista aos 45 minutos do segundo tempo com um álbum de blues rock que me impactou muito forte logo na primeira vez que ouvi. “Can´t find the breaks” é o segundo disco desta banda que por vezes me lembrou um pouco o Black Crowes. Valeu o décimo lugar na lista.

11-Belle & Sebastian — “Late Developers” — Não sou exatamente um profundo conhecedor desta banda indie escocesa, mas o álbum me causou uma boa impressão. Foi o primeiro do ano que gostei logo na primeira vez que ouvi.

12-Pink — “Trustfall” — Aqui é mais uma cantora que não sou propriamente fã, mas o disco me surpreendeu positivamente. Um excelente álbum pop.

13-Jessie Ware — “That! Feels Good! — Não conhecia esta cantora inglesa e fiquei satisfeito em finalmente conhecê-la, pois ela canta muito bem e a mistura de R&B e soul do seu álbum funciona muito bem.

14-Duran Duran — “Danse Macabre” — O grupo inglês resolveu lançar um álbum com a temática de Halloween que incluía três canções novas, releituras de velhas músicas e alguns covers. O resultado ficou bem legal. Só não gostei mesmo foi da versão de “Paint it Black”, dos Stones.

15-Black Stone Cherry — “Screamin´ at the sky” — Tenho pouco a falar sobre esta banda de rock americana, pois foi o primeiro álbum deles que ouvi e achei o disco muito bom. Redondinho.

16- The Men — “New York City” — Um rock básico e direto com pitadas de punk muito bem feito. Foi o suficiente para ir para a lista.

17- Deathstars — “Everything destroys you” — Este é um álbum que não me ganhou de primeira, mas conforme eu fui ouvindo mais vezes, passei a apreciar melhor o rock pesado feito por esta banda sueca.

18- Miley Cyrus — “Endless Summer Vacation” — Mais uma cantora pop de quem eu nunca fui fã, mas preciso dizer que “Endless Summer Vacation” é um disco bem gostosinho de ouvir. Inclusive, fiquei durante uns dias viciado em ouvir “Flowers”.

19- Maneskin — “Rush!” — O Maneskin é uma banda que desafia os meus preconceitos contra artistas que surgem em programas de TV como os The Voice da vida. No caso do grupo italiano, eles estouraram no Eurovisão, mas assim que seguiram a carreira vêm mostrando evolução no trabalho e este álbum é a prova disso. “Rush!” é um belo e adorável representante do rock farofa.

20- The Damned — “Darkadelic” — Esta banda inglesa foi para mim mais uma surpresa positiva de 2023. Disco bem legal.

E é isso. Amanhã voltamos com as melhores séries e minisséries de 2023.

quinta-feira, 9 de março de 2023

Comentários e o ranking do Oscar – 2023


A inflação da guerra está galopante, anda sendo mais fácil ganhar na Euromilhões do que encontrar uma casa para morar, MAS o que não pode faltar todo ano é a análise final, definitiva e implacável do Oscar. A cerimônia é no próximo domingo, em Los Angeles. Enquanto não chega o meu pijama de gala encomendado na Versace para acompanhar a festa madrugada adentro, vamos ao que interessa: a análise MINUCIOSA de cada categoria.

Não há nada de novo no front (tum dum tsss) da Academia neste ano. Tem o filme de guerra, tem o filme autobiográfico, tem a homenagem ao cinema, tem o blockbuster para fazer o otário ver a cerimônia mesmo sabendo que o filme não vai ganhar nada, tem os filmes-sacrifício (olha como ele imita bem o Elvis, olha a quantidade de prótese que ele usou para fazer um obeso!), tem a cota índie, tem a crítica social foda, tem um monte de daddy e mommy issues. Talvez a coisa mais nova seja um filme sobre o multiverso, mas que não é da Marvel (por que choras?).

Quando os indicados saíram, houve quem dissesse que era a pior safra dos últimos anos. É coisa de quem não lembra que “Titanic”, “Crash” e “Spotlight” já ganharam um Oscar de melhor filme. É coisa de quem não lembra que AQUELE “Esquadrão Suicida” tem um Oscar e que “Bohemian Rhapsody”, o filme mais mal montado do universo tem um Oscar de MONTAGEM. Todavia, podemos comprovar por dados estatísticos como a safra é semelhante a outros anos. De acordo com o instituto CornetaStats, a nota média dos indicados a melhor filme deste ano é de 7,75. Isso é 0,35 acima da safra 2022, mas, claro, ainda longe dos 8,12 de média da safra 2021. Portanto, o índice “Spotlight” de potencial tragédia mantem-se preocupante, mas estável por mais um ano.

Contudo, deixemos de conversinhas. Vamos aos meus queridinhos e os meus odiados da lista deste ano (Alô Academia, computa os meus votos! Eu vejo mais filmes que muita gente que têm cédula para votar).

FILME – O apoio incontestável da Corneta neste ano é quase um momento de reconciliação. Há muito tempo eu não via um filme tão espetacular e tão bonito de Steven Spielberg quanto “Os Fabelmans”. Ele ainda teve a covardia de me colocar o David Lynch para uma participação especial. Aí é crueldade. Portanto, a sua ficção com tintas autobiográficas é o meu queridinho deste ano.

Claro que não seria nada mal se ganhasse “Os Banshees de Inisherin”, “Nada de novo no front” ou “Tár”. Eu também ia adorar uma certa dose de ousadia, por diferentes motivos, caso o vencedor fosse “Tudo em todo lugar ao mesmo tempo”, “Top Gun: Maverick”, “Triângulo da Tristeza” ou “Entre mulheres”. Agora, o que não pode acontecer é o careca dourado parar nas mãos azuis de “Avatar: o caminho da água” ou nos quadris rebolantes de “Elvis”, os candidatos a “Crash” deste ano. Ou seja, o Oscar tem 20% de chance de dar errado.

ATOR – Eu sei que Brendan Fraser (“A Baleia”) é barbada. Para completar, ele tem dois indicadores do bingo do sacrifício que o Oscar adora: seu filme é uma espécie de comeback da sua carreira e ele usou próteses pesadas para mudar a aparência. Fraser merece, mas se eu votasse eu daria o meu careca dourado para Paul Mescal, cujo “Aftersun” merecia estar concorrendo, inclusive, na categoria principal. Colin Farrell (“Os Banshees de Inisherin”) levaria a minha medalha de bronze.

ATRIZ – Minha grande pergunta nesta categoria é: o que faz Ana de Armas aqui? Nada contra ela, mas tudo contra “Blonde” e um trabalho que não é exatamente top. Com exceção dela, todas as outras quatro estão ótimas e é muito difícil escolher. Diz a lenda que Michelle Yeoh (“Tudo em todo lugar ao mesmo tempo”) é favorita e até seria merecido o seu Oscar, mas a minha preferida ainda é Cate Blanchett porque seu trabalho em “Tár” é fenomenal. Minha medalha de bronze aqui vai para Michelle Williams (“Os Fabelmans”).

DIRETOR – Steven Spielberg (“Os Fabelmans”) é disparado o meu favorito, mas ficaria satisfeito se Todd Field (“Tár”) ou Martin McDonagh (“Os Banshees de Inisherin”) levassem o Oscar.

ATRIZ COADJUVANTE – Nesta categoria, pouco se fala de Kerry Condon, mas ela é a minha favorita de todas. A sua personagem é uma das mais interessantes e uma espécie de voz da consciência e que deseja fugir de uma vida em que não se encaixa em nada “Os Banshees de Inisherin”.

ATOR COADJUVANTE – A participação de Judd Hirsch em “Os Fabelmans” é pequena, mas muito boa e marcante. Porém, aqui eu fico com o Brendan Gleeson por “Os Banshees de Inisherin”.

ROTEIRO ADAPTADO – A lista deste ano me pareceu um pouco preguiçosa. “Nada de novo no front”, “Glass Onion”, “Living” e “Top Gun: Maverick” (minha maior estranheza entre os cinco) são basicamente adaptados ou baseados em filmes anteriores. E não trazem exatamente nada de novo ou imperdível. Portanto, para valorizar a literatura o meu voto vai para “Entre mulheres”.

ROTEIRO ORIGINAL – Gosto muito de todos os cinco indicados, mas como não posso ficar em cima do muro vou votar em “Tár” pela forma como ele me enganou me fazendo acreditar que aquilo era uma cinebiografia real. “Os Banshees de Inisherin” e “Os Fabelmans” completaria o meu pódio imaginário.

FILME INTERNACIONAL – Adoro quatro dos cinco indicados: “Nada de novo no front”, “Argentina, 1985”, “Close” e “The Quiet Girl”. Não entendo o hype de “Eo”. Como eu tenho que escolher um, ficaria com o belga “Close”.

ANIMAÇÃO – Nunca vou entender o que se viu tanto no “Pinóquio” do Del Toro, mas parece que é um dos favoritos. Uma pena, porque a melhor animação disparada é “Marcel the Shell with Shoes On”. Logo abaixo, com a minha medalha de prata, fica “Red: Crescer é uma fera”. O resto é esquecível.

DOCUMENTÁRIO – Eu queria que “Navalny” ganhasse porque foi o que mais me surpreendeu entre os cinco indicados. Meu segundo favorito é “All the Beauty and the Bloodshed”, seguido da bela e trágica história de “Vulcões: A tragédia de Katia e Maurice Krafft”.

Agora vamos dar uma de gato-mestre nas categorias técnicas.

FOTOGRAFIA – “Império da Luz”, com “Nada de novo no front” e “Tár” logo atrás na minha lista de preferências.

MONTAGEM – “Tár” é disparada a minha montagem favorita. Foi das coisas que mais me chamou a atenção no filme.

TRILHA SONORA – Entre os cinco indicados, a minha favorita é a de “Nada de novo no front”.

FIGURINO – “Babilônia”, com “Pantera negra: Wakanda para sempre” ali na medalha de prata.

DIREÇÃO DE ARTE – “Nada de novo no front” é o meu favorito aqui, seguido de “Babilônia”.

CANÇÃO ORIGINAL – A minha favorita inicialmente era “Lift me up”, da Rihanna, do filme “Pantera Negra: Wakanda para sempre”. Aí eu fui ouvir de novo as cinco canções. Quando eu cheguei em “Hold my Hand”, da Lady Gaga, eu senti um imediato desejo de pegar óculos escuros Rayban e jaqueta de couro preta, sair de moto por aí sem capacete e com o pôr-do-sol ao fundo e me alistar na marinha americana para pilotar caças. Não é possível ficar contra “Top Gun: Maverick”.

EFEITOS VISUAIS – É provável que “Avatar” ganhe um Oscar aqui, mas eu não vou votar em filme meia-boca. Meu voto aqui é para “Nada de novo no front”, mas ficaria feliz se “Top Gun: Maverick” ganhasse aqui.

MAQUIAGEM E CABELO – “Elvis” e “A Baleia” podem chamar mais atenção, mas eu daria facilmente o meu voto para “Pantera Negra: Wakanda para sempre” nesta categoria.

SOM – “Top Gun: Maverick” e “Nada de novo no front” são os meus favoritos e ficaria satisfeito se um dos dois ganhasse.

Dito isso, assim ficaram distribuídos os carecas dourados da Corneta:

3 carecas – “Tár” e “Nada de novo no front”.

2 carecas – “Os Fabelmans”, “Os Banshees de Inisherin” e “Top Gun: Maverick”.

1 careca – “Aftersun”, “Entre mulheres”, “Close”, “Marcel The Shell with Shoes on”, “Navalny”, “Império da luz”, “Babilônia” e “Pantera Negra: Wakanda para sempre”.

Para finalizar, vamos ao RANKING do Oscar:

1- “Aftersun”

2- “Os Fabelmans”

3- “Tár”

4- “Os Banshees de Inisherin”

(Os filmes acima estão classificados para a Copa Libertadores)

5- “Close”

6- “The Quiet Girl”

7- “Triângulo da Tristeza”

8- “The Batman”

9- “Top Gun: Maverick”

10- “Nada de novo no front”

11- “Navalny”

12- “Entre mulheres”

(Os filmes acima estão classificados para a Copa Sul-Americana)

13- “To Leslie”

14- “Babilônia”

15- “Bardo: falsa crônica de algumas verdades”

16- “Tudo em todo lugar ao mesmo tempo”

17- “Argentina, 1985”

18- “A Baleia”

19- “Império da Luz”

20- “Viver”

21- “Marcel The Shell with Shoes On”

22- “All the Beauty and the Bloodshed”

23- “Red: Crescer é uma fera”

24- “Vulcões: a tragédia de Katia e Maurice Krafft”

25- “RRR: Revolta Rebelião Revolução”

26- “Pantera Negra: Wakanda para sempre”

27- “Sra. Harris vai a Paris”

28- “A house made of splinters”

29- “Glass Onion: um mistério Knives Out”

30- “Avatar: o caminho da água”

31- “Passagem”

32- “Elvis”

33- “Tell it like a Woman”

34- “A fera do mar”

35- “EO”

(Os filmes abaixo foram rebaixados para a segunda divisão)

36- “Pinóquio de Guillermo del Toro”

37- “Gato de Botas 2: o último pedido”

38- “Tudo o que respira”

39- “Blonde”