segunda-feira, 29 de abril de 2019

Que batalha em Winterfell!

Night King perto das chamas
Meus amigos, IMPACTADO estou pela Batalha de Winterfell. QUE BATALHA!! Foi tão ou mais épica do que a Batalha dos Bastardos. Foi 1h17min de tiro, porrada e fogo em que se não fosse pelos grunhidos e o andar de bêbado a gente mal reconheceria quem era quem, dado que este confronto aconteceu 11 séculos antes de Benjamin Franklin descobrir a energia elétrica.
Mas ainda assim canções serão feitas sobre os heróis deste dia. Trovadores passarão séculos difundindo os feitos dos vitoriosos desta que foi a mais longa noite de “Game of Thrones”Até que, em 1983, uma destas canções será adaptada para os tempo modernos e virará hit com o nome “Total eclipse of the heart”. Esmiucem a letra. “Total eclipse of the heart” é exatamente sobre esta noite.
Que semana, inclusive, para as grandes batalhas. “Vingadores: Ultimato” já tinha jogado uma pressão enorme sobre “Game of Thrones”. Mas o diretor Miguel Sapochnik virou para os irmãos Russo e disse: “EspereM pelo meu episódio. Esperem por “The Long Night”.
(E A PARTIR DE AGORA MUITO CUIDADO. HÁ TODA UMA FRENTE FRIA DE SPOILERS DE GAME OF THRONES E VINGADORES AQUI)
Comecemos por comentários aleatórios:
  1. 1. De quem foi a ideia de colocar mulheres, crianças, anões e eunucos na cripta? Tava na cara que ia dar problema. E foi exatamente o que aconteceu.
  2. 2. Quando o Night King mandou aquele sorriso maroto e cantou: “Cause this is thriller/thriller night/And no one’s gonna save you/from the beast about to strike”, eu pensei que a vaca tinha ido para o brejo. Pior. Que a vaca tinha ido para o brejo, ressuscitado e voltado para comer todo mundo vivo.
  3. 3. Mas por sorte nós temos…. Arya Stark! Queria ter uma filha assim! Essa mulher salvou o dia, a temporada, a produção. Era para “Game of Thrones” ter acabado ontem. Graças a Arya teremos mais três episódios.
  4. 4. Arya, Ned Stark teria orgulho de você. Você honrou a família. Para você, eu me levanto e digo: Oh, Captain, my Captain.
  5. 5. E para quem achava que seria uma semana horrível para os Starks, até que as perdas não foram tão grandes. Só o Tony morreu.
  6. 6. Mas acho que o melhor dessa batalha foi que ela foi o mais realista possível (descontados os dragões, zumbis, espadas de fogo e macumbas em geral). Não teve aquele momento deus ex-machina, quando tudo parece perdido e tira-se um coelho da cartola para virar o jogo. Nos “Vingadores” isso acontece duas vezes. E os dez minutos finais do confronto contra os White Walkers são pura poesia.
  7. 7. Daí chegamos ao ponto da escuridão. Estava escuro? Sim. Mas uma batalha na madrugada em plena idade média seria diferente disso? Claro que não! A luz naqueles tempos só a do fogo.
  8. 8. De resto, eu espero que Winterfell tenha seguro porque o estrago foi grande. E a conta do velório será alta.
  9. 9. Foi fofo e muito adulto o momento piada interna do ex-casal Tyrion e Sansa. Fiquei com pena da Sansa quando ela disse que Tyrion foi seu melhor marido. Ela merece um homem à altura dela. (Juro que estou falando de caráter e personalidade).
  10. 10. Vejam quantas vezes o Tyrion bebeu no episódio. Foram todos os momento “estou com o cu na mão” dele.
  11. 11. E o Brann olhando para o Night King com a cara de: “Eu sei o que vai acontecer. Esquece que você não vai me pegar”?
  12. 12. E não esqueçam da fala de Melisandre. Arya está destinada a fechar “olhos verdes”. “Ô Cersei, pode esperar! A sua hora vai chegar!”.
  13. Agora vamos as ATUAÇÕES das equipes:
  14. 1. Night King – atuação quase perfeita. Foi tipo o Oliver Kahn na Copa de 2002. Quando os humanos acharam que estavam ganhando, ele mandou uma frente fria para a galera. Usou de todas as armas necessárias para vencer, mas, na hora da decisão, falhou quando não podia. Levou uma bola nas costas e perdeu a vitória que parecia certa. Nota 8

  15. 2. Arya Stark – Nossa camisa 10, nosso Messi de many faces. Lutou magistralmente contra o apocalipse zumbi. Syrio Forel ficaria orgulhoso com a forma malemolente e silenciosa com que se mexia na batalha. Brincou de esconde-esconde com os zumbis e brilhou muito ao improvisar na hora H para fazer o gol do título. Nota 10.
  16. 3. Jon Snow – Não foi excelente como em outras partidas. Mas deu sua contribuição. Passou a impressão de ter matado menos do que na Batalha dos Bastardos. E quase morreu congelado. Nota 7.
  17. 4. Melisandre – This girl was on fire! Maior macumbeira de Westeros. Só não cuspiu mais fogo que os dragões. Nossa conexão foi tanta que eu adivinhei até as falas dela para a Arya. Cumpriu a missão e se entregou para sempre ao Lord of Light. Nota 8.
  18. 5. Davos Seaworth – Se escondeu do jogo, quase fez besteira e não foi útil na única função relevante que tinha. Atuou como um lateral burocrático. Para piorar, nem ajudou a Arya quando ela se viu cercada de zumbis. Nota 4,5.
  19. 6. Sor Jorah Mormont – Sor Friendzone foi derrotado no pontapé inicial, mas, se recuperou e, movido pelo amor, cumpriu a função de proteger Dany até o fim. Nem na hora da morte foi recompensado. Foi para o além BV da Mother of Dragons. Nota 7.
  20. 7. Lyanna Mormont – Com 10 anos de idade, matou um gigante. Tormund ficaria orgulhoso. Morreu e enterrou de vez a Casa Mormont, agora sem nenhum herdeiro. Nota 6,5.
  21. 8. Daenerys Targaryen – Burocrática. Passeou de dragão, cuspiu um fogo aqui e outro ali, mas na hora mais importante viu o Night King rir da cara dela. E ainda se distraiu, permitindo que os zumbis subissem no dragão. Precisa treinar mais a batalha corpo a corpo para não depender apenas de dragões. Nota 6.
  22. 9. Beric Dondarrion – Se entregou de corpo s alma como se fosse a sua última batalha. Lutou como um Gattuso no meio-campo para manter a Arya viva. Teve uma morte dramática e cruel. Mas nos encheu de orgulho. Nota 8.
  23. 10. Sandor Clegane – Superou o medo do fogo para selar com sangue de zumbi a parceria com Arya. Sem ele, a menina não estaria viva. Foi outro volante de contenção dessa batalha. Um Felipe Melo sem mais escrúpulos. Nota 7.
  24. 11. Samwell Tarly – Tremeu na base, causou a morte do amigo Edd Doloroso, mas fez algumas vítimas. Deu o máximo. Mas o seu máximo é pouco. Nota 5.
  25. 12. Brienne de Tarth – Todo mundo achava que ela ia morrer né? Acharam errado, otários! Sobreviveu matando muitos zumbis, mas sem grande destaque. Nota 6,5.
  26. 13. Jaime Lannister – Matou zilhões de zumbis usando apenas uma mão. Foi bem na dobradinha com Brienne, mas sem grande destaque. Nota 6,5.
  27. 14. Theon Greyjoy – Se redimiu das falhas em seu episódio derradeiro. Lutou com bravura contra os White Walkers. Mas podia ter sido mais esperto e não sair em missão suicida contra o Night King. Nota 7,5.
  28.    15. Verme Cinzento – Nunca fugiu da raia. Pau pra toda obra. É aquele zagueiro que você confia e nunca é driblado. Teve um insight decisivo e ainda teve que tomar a decisão difícil de condenar centenas de colegas a morte. Aliás, já repararam que o exército de eunucos dele nunca diminui mesmo com tantos morrendo nas últimas temporadas? Nota 7,5.
    16. Gendry e Tormund – pouco apareceram. Mataram dois ou três figurantes que nem vimos a cara. Sem nota.
    17. E agora? O Night King dizimou metade do exército de Winterfell. Como a galera vai encarar a Cersei e seus blonde caps? E o Norte? Vai pedir o referendo de independência? Dany vai engolir essa? E Jon? Vai ceder o trono por amor? Só faltam três episódios.
    18. Estatísticas do dia:
    13654738646 mortes
    45673863 mortes pela segunda vez
    Seis mortes importantes
    Zero nudes
    Zero piadas
    19. Cotação da Corneta: nota 9,5.

quinta-feira, 25 de abril de 2019

A grandiosa season finale dos Vingadores

Oh captain my captain
Foram 11 anos desde que a Marvel deu o pontapé inicial no seu universo cinematográfico. Em 22 filmes e duas décadas desde o primeiro “Homem de Ferro” (2008), a Marvel soube construir uma grande história (em todos os sentidos) de uma forma sem precedentes. “Vingadores: Ultimato” (“Vingadores: Endgame”, no original) é o ponto final desse grande arco narrativo que era a batalha contra o vilão Thanos (Josh Brolin). E o final desta saga com cara de “season finale” teve de tudo. É emocionante, bem feito e bem construído. É feliz e também triste. É grandioso. E não apenas pelas três horas de duração do filme. É por ser épico. É também saudosista, mas igualmente uma homenagem à trajetória de todos estes heróis até aqui.
Os diretores Anthony e Joe Russo e os roteiristas Christopher Markus e Stephen McFeely. conseguiram com muita habilidade dar o ponto final dessa primeira fase do universo Marvel praticamente sem pontas soltas. É muito difícil amarrar uma história deste tamanho e com tantos personagens. E o resultado foi bem sucedido.
(E ATENÇÃO, A PARTIR DE AGORA TEMOS POTENCIAIS SPOILERS)
A pergunta que fica a partir de agora é: como ficará o Universo Marvel daqui para frente. Do que vemos na tela, algumas respostas vem do filme da Capitã Marvel e do próprio “Ultimato”.
Já no mundo real, ele vem dos negócios. Com a compra da Fox pela Disney, a Marvel receberá de volta personagens cujos direitos ela havia vendido para superar a bancarrota da sua empresa de quadrinhos nos anos 90. Isso significa que nas mãos do mago Kevin Feige – porque é preciso ter poderes de Doutor Estranho para administrar tantos heróis e tantas histórias e conectar todas elas – cairão heróis queridos que não estavam no chapéu do seu Universo Cinematográfico. Em especial, os X-Men e o Quarteto Fantástico.
As primeiras pistas serão dadas por “Homem-Aranha: Longe de casa”, primeiro filme da próxima fase do Universo que, segundo a Marvel se passará pouco tempo depois dos acontecimentos de “Ultimato”. O filme estreia já no dia 4 de julho.
Outras pistas surgiram, como dissemos, do filme da Capitã Marvel, onde há uma menção indireta a Galactus, o devorador de mundos. Galactus poderia ser o próximo grande vilão do novo arco narrativo da Marvel e, assim, ajudar a introduzir o Quarteto Fantástico no universo. Já o que será feito com os X-Men ainda é um mistério e “Fênix Negra” talvez não dê muitas pistas.
Mas o que acontecerá com os Vingadores? A Marvel não dá ponto sem nó. Por mais que “Ultimato” tenha mostrado uma cara de “season finale” para a maioria deles. Em especial Capitão América, Homem de Ferro e Viúva Negra, é claro que sabemos que no mundo dos quadrinhos nada é permanente. Nem a morte. Como aprendemos no lançamento de “Guerra Infinita” lá no início dos anos 90, e com outras histórias como “A morte do Superman”. E o próprio filme dá pistas que se a Marvel quiser traz todo mundo de volta.
A julgar, no entanto, pelos passos que a Marvel dará a partir daqui, os Vingadores podem submergir um pouco. Dar um tempo para o público lembrar com carinho de atores que não mais voltarão aos seus personagens como Chris Evans, que foi um perfeito Capitão América, e Robert Downey Jr., que virou a cara de Tony Stark no cinema e soube incorporar e até melhorar em alguns aspectos o personagem dos quadrinhos.
Pelo que se especula, a tendência é que a Marvel aposte em duas vertentes de história. Uma cósmica capitaneada pela Capitã Marvel (Brie Larson) e pelos Guardiões da Galáxia, e outra urbana, tendo o Homem-Aranha (Tom Holland), por enquanto, como o principal vetor. O Quarteto Fantástico poderia ser a ligação entre os dois mundos. O que será feito dos demais personagens ainda é um mistério. Até porque tudo não passa de especulação. Mas confesso estar ansioso pelo que pode vir a acontecer.
Entre os planos de próximos lançamentos da Marvel, por exemplo, estão os lançamentos de “Viúva Negra”, “Os Eternos”, os segundos filmes de Doutor Estranho, Pantera Negra e Capitã Marvel, além do terceiro Guardiões da Galáxia. O que confirma a alternância entre o cósmico e o urbano.
E o filme?
Especificamente sobre “Ultimato”, tudo sempre foi sobre os Vingadores originais. Tanto que Thor (Chris Hemsworth), Hulk (Mark Ruffalo), Capitão América, Homem de Ferro, Viúva Negra (Scarlett Johansson) e Gavião Arqueiro (Jeremy Renner) sobreviveram ao estalar de dedos de Thanos.
Downey Jr brilhou como Homem de Ferro
Eles são os protagonistas desta história com coadjuvantes de luxo como Homem-Aranha, Pantera Negra (Chadwick Boseman), Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen), Máquina de Combate (Don Cheadle), Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch), Falcão (Anthony Mackie), Nebulosa (Karen Gillan) e Gamora (Zoe Saldana).
São eles que, ao lado do Homem-Formiga (Paul Rudd) vão traçar o plano ousado de viajar no tempo para recuperar as joias do infinito antes que Thanos a consiga para, aí sim, trazer de volta à vida as pessoas que foram assasinadas pelo vilão.
Um ponto positivo do filme que não é mostrado nos quadrinhos está na reflexão dos atos de Thanos. O filme reflete muito bem o estado de depressão profunda do planeta diante do extermínio de metade de sua população. Isso nunca é mostrado na história original, que vai de uma batalha a outra muito rapidamente. Mas é claro que a história original nada tem a ver com o que foi construído pela Marvel no cinema.
O filme, portanto, traz algumas reflexões importantes na sua primeira hora. A primeira é desmistificar a teoria da “evolução natural” de Thanos. Para o vilão, ao dizimar metade do universo, os sobreviventes encontrariam prosperidade e fartura. O que se vê, no entanto, são cinco anos de planetas em conflito, dor e profunda tristeza. Cinco anos de pessoas tentando se reerguer depois de terem visto existências ceifadas de uma forma abrupta e cruel.
Já os heróis precisam lidar com o sentimento da derrota que afeta a todos das mais diferentes maneiras. O Capitão América e a Viúva Negra estão ainda mais sem rumo. O Thor convive com o fracasso de ter falhado não apenas em proteger a Terra, mas também Asgard. O Gavião Arqueiro está numa jornada de vingança e mortes contra bandidos que sobreviveram a Thanos como forma de compensar a perda de sua família.
O Homem de Ferro, por sua vez, reconstruiu a sua vida a partir da derrota, o que nos traz a outro ponto: ele tem o que perder nessa jornada pelo tempo. Vale a pena sacrificar tudo para salvar a vida de bilhões de pessoas? Por outro lado, este não é o papel dos heróis?
A partir da segunda hora, é traçado o plano de recuperar as joias, o que nos leva a uma jornada saudosista sobre os últimos dez anos do Universo Marvel. Ao defrontarem-se com suas imagens no passado, os heróis, e nós mesmos, vemos o passado e o presente entrarem em conflito. E aí ficam algumas pontas soltas que embaralharam toda a história como a conhecemos. Por exemplo, Loki (Tom Hiddleston), não vai preso, mas desaparece. Tudo para que a Marvel possa construir outras linhas temporais. O que acontece quando o Capitão América fica preso em definitivo no passado? É impossível imaginar que ele tenha tido uma vida pacata e feliz com Peggy Cárter (Hayley Atwell).
Nesta jornada saudosista vemos a participação de uma série de coadjuvantes que acompanhamos com carinho nos últimos anos. A maga de Tilda Swinton, Jane Foster (Natalia Portman), a mãe de Thor (Rene Russo), Hank Pym (Michael Douglas). Todos ganham uma ponta, uma fala, enfim, são homenageados por suas participações no Universo Marvel. É emocionante acompanhar tudo e, ao mesmo tempo, excitante ver que eles, de fato, mexeram de tal forma na linha do tempo a ponto de tornarem passado e presente nebulosos.
É de onde eu extraio uma fala de Thanos no terceiro ato do filme. Quando ele diz que a consciência do que aconteceu torna aquilo real mesmo que nem todos tenham consciência daquilo. De fato, Thanos matou estas pessoas e elas estiveram ausentes por cinco anos. É de fato elas voltaram a vida para enfrentar um Thanos de cinco anos antes, um Thanos “inevitável”, mas para que o futuro sombrio possa ser evitado. Mas muitas alterações foram feitas na linha temporal. Definitivamente, eles não seguiram a regra do Homem-Formiga. E ao embaralhar as cartas, a Marvel sabe que pode fazer o que quiser a partir de agora, pois nem tudo pode ter acontecido.
Donde vem o terceiro ato. A batalha contra o Thanos de 2014. É um confronto épico do jeito que nós esperávamos. Mais uma vez, o Capitão América ganha um enorme e merecido destaque. Ele mais uma vez é a metáfora do homem comum que enfrenta o maior de todos os desafios com bravura, mesmo desconfiando de que a derrota é iminente. Pois o seu adversário é infinitamente mais poderoso que ele.
Mas o Capitão luta com a garra que se espera dele. E ganha uma homenagem e tanto ao conseguir empunhar o martelo de Thor. Está foi uma bonita referência a uma história dos quadrinhos de quando o Capitão, em uma batalha ao lado do Thor, consegue erguer o Mjolnir pela primeira vez. A inscrição no martelo de Thor diz que apenas os homens puros de coração e espírito podem erguê-lo. Além do próprio Thor, o Capitão América foi o único que conseguiu tal proeza. E essa referência no filme ficou incrível. Nos quadrinhos, quando isso acontece, é quase como se um laço eterno de amizade entre os dois tivesse sido selado pelo gesto. Aqui tem um significado semelhante e ajuda a eternizar estes dois símbolos dos Vingadores.
O Thor, aliás, é outro que ganha destaque na batalha. Assim como a Capitã Marvel, que surge no segundo momento deus ex-machina do confronto para salvar os Vingadores da derrota. O primeiro é quando o Doutor Estranho traz toda a cavalaria de heróis ressuscitados.
Tudo é muito bem coreografado é visualmente incrível. E culmina com o desfecho que todos esperavam.
O que fica de “Vingadores: Ultimato” é que a Marvel segue inigualável no comando do cinema de entretenimento. O desfecho dessa jornada ainda atiça a curiosidade sobre os próximos passos do estúdio. Há projetos de séries de TV no Disney+ do Loki, Feiticeira Escarlate e Falcão e Soldado Invernal, novos filmes a surgir ainda este ano e não sabemos como ficarão os heróis cortados da Netflix (Demolidor, Luke Cage, Punho de Ferro e Jessica Jones). Eles não tinham muita relação com o universo do cinema, mas tenho esperança que possam ser aproveitados. Mas parece-me que essa nova jornada tem tudo para ser tão bem sucedida quanto a que agora se encerrou.
Cotação da Corneta: nota 9.

segunda-feira, 22 de abril de 2019

"Game of Thrones" - The war is coming

Brienne, agora uma cavaleira 
É, amigos, já teve reencontro, já teve churrasco, já teve pagode, já teve feriadão de Páscoa… chegou a hora de trabalhar porque… THE WAR IS COMING! Agora chegou o momento “Avengers: Endgame” de “Game of Thrones”. Aquele momento em que nada mais será a mesma coisa e o mundo como o conhecíamos não será o mesmo.
Este é o momento em que precisaríamos do rei Leônidas para gritar: “Prepare your breakfast and eat well, because tonight WE DINE IN HELL!”
A partir de agora há um DIVISOR DE ÁGUAS neste história. Quem viver verá. Se é que alguém viverá.
(E a partir de agora CUIDADO!! THIS POST IS DARK AND FULL OF SPOILERS!)
  1. 1. Esse episódio foi lindo, pois desde sempre foi uma homenagem e um voo solo para Brienne de Tarth. Não é à toa que o nome do episódio é “A knight of a seven kingdoms”. Primeiro ela não teve nem um pouco de medo de Daenerys mother of dragons, rainha da porra toda e dona de 38 títulos de nobreza. Levantou, deu a cara a tapa e disse: “O Jaime é parça e mesmo sem uma mão seria o meu goleiro na pelada”.
  2. 2. E ela seguiu mostrando sua honradez nos diálogos e também uma malemolência ao lidar com os crushes. Não rejeita de todo o Tormund, dá uma mão ali para o Jaime. Afinal, ela só vai decidir com quem ficar quando a guerra acabar. Veja se ela promete algo a alguém e a pessoa morre. Como fica depois essa situação?
  3. 3. Foi maravilhoso ver o Jaime a UNGINDO cavaleira. Foda-se a tradição. Brienne merecia um título.
  4. 4. Timing também é um negócio que você tem ou não, não é verdade? Por exemplo, Jaime teve ao fazer a honraria a Brienne enquanto o Tormund era um selvagem babão tomando leitinho. Já o Jon não teve nenhum. Isso lá é hora para ele dizer para Dany que ele é o Aegon Targaryen? O que ele queria? Que a mulher aceitasse de boa depois de repetir aos quatro ventos que sentar no trono é a única motivação da vida dela?
  5. 5. Porra, Dany, por falar nisso, vamos estabelecer novas prioridades aí. Tua vida não pode se resumir a isso. Só quer trabalhar na diretoria de King’s Landing e nada mais? Tem que traçar outros planos, diversificar.
  6. 6. Vocês repararam que todos os personagens estão situados e sabemos onde está cada um deles. Menos um. Por onde anda a Melisandre???
  7. 7. Por falar em bruxos, eu amo o fato do Brann estar 150 passos à frente de todos, saber tudo, ser a memória do mundo e poder soltar piadinhas internas que só ele sabe do tipo: “ah, as coisas que fazemos por amor”. O Brann é o único que sabe o que vai acontecer enquanto nós teremos que esperar até o dia 19 de maio. E ele não solta spoilers. Incrível. Se bem que foi enigmático quando ele disse: “Como você sabe que há um depois?”.
  8. 8. Por falar no futuro, eu acho que depois daquele papo, o Tyrion também sabe o que irá acontecer. Afinal, o anão é outro que é bom de guardar segredo. E ficou mais confiante depois desse papo.
  9. 9. Também acho admirável a capacidade de perdão do Brann. Jaime, você me jogou do alto do castelo, mas tudo bem. Theon, você me roubou o castelo, mas tudo bem. Para o Brann, tudo tem um propósito na vida e em tudo há um ensinamento. Dany podia aprender essa qualidade com o garoto. Com ela não se pode cometer um mero equívoco que é só porrada e dracarys.
  10. 10. Acho incrível também a Dany questionar o fato do Brann ter visto a verdade viajando psicodelicamente no passado. Amiga, você é HUMANA e CHOCOU os ovos de três dragões. Era para acreditar até no Saci Pererê.
  11. 11. Eu não estava preparado para ver a Arya pelada. Para mim, ela sempre foi uma criança.
  12. 12. Ah, mas Arya matou 64 pessoas. Mas ainda é uma criança! Ah, mas ela tem poderes mágicos e many faces. Mas ainda é uma criança! Como assim. Ela agora transa assim com o cara que faz as armas?!
  13. 13. Aliás, Maisie Williams brilhando muito nesta temporada. Que bela atriz está virando.
  14. 14. O mesmo podemos dizer de Sophie Turner. Está engolindo a Emília Clarke a cada cena.
  15. 15. Esse climão entre Sansa e Dany, contudo, não vai dar em coisa boa. Sansa já mandou a real. Tu fica com o hemisfério sul, mas o hemisfério norte é Stark na veia. Você pode fazer o que quiser com meu irmão, mas tu cuida da tua galera e não se mete na minha quebrada. Vocês precisavam ver a cara de quem comeu cachorro quente com purê que a Dany fez ao ouvir isso. Foi tipo convidar ela para churrasco vegano.
  16. 16. Já repararam que a árvore sagrada é sempre o lugar dos grandes reencontros? Não é por acaso que o Brann marcou seu date com o Night King lá. E não se enganem. Ele já marcou e sabe o que acontecerá no date.
  17. 17. Sacanagem fazer piada com o Jon só porque ele é baixinho.
  18. 18. Todo mundo subestima os gordos. É impressionante. Go, Sam! Mostre o seu valor!
  19. 19. Eu amo a história do Tormund mamando nas tetas da gigante.
  20. 20. Que bela canção de Florence + The Machine. Consigo imaginar trovadores a repetindo em toda Westeros.
  21. 21. Estatísticas do episódio: zero mortes, duas piadas com deficiência, um peitinho.
  22. 22. Cotação da Corneta: nota 8.

segunda-feira, 15 de abril de 2019

A volta de "Game of Thrones"

O abraço entre Jon e Arya
Fala sério, um ano e sete meses, 595 fucking days esperando pela volta de “Game of Thrones” e quando ele volta vocês ficaram com a impressão de que mais parecia um episódio de “Barrados no Baile”?
(ATENÇÃO! BRACE YOURSELVES! TEMOS UMA CHUVA DE SPOILERS)
O primeiro episódio da temporada derradeira (lágrimas, choro de soluçar) foi um tal de reencontro atrás de reencontro após as férias de verão. Teve:
1. Jon Snow reencontrando Arya, sua irmã favorita (lágrimas, foi lindo demais, melhor momento do episódio)
2. Jon Snow reencontrando o gordinho Sam, seu best friend.
3. Jon Snow reencontrando Brann, o irmãozinho já não tão irmãozinho assim e agora com poderes de professor Xavier.
4. Arya reencontrando o cão de caça e ficando aquele climão. Arya olha para o poema da morte dela… “Joffrey, Cersei, Illyn Pane, The Hound…”, mas ela pensa que Sandor Clegane é até gente boa ao seu jeito, vai. Ele até me chamou de vaca. A gente se respeita.
5. E, por fim, Jaime Lannister vendo que ele não matou direito o Brann e sendo fitado WITH LASERS SOBRENATURAIS pelo jovem vidente mãe Dinah de Winterfell.
Ah, mas não teve só isso. Depois de ver duas vezes “Winterfell”, o episódio inaugural, podemos dizer que teve várias coisas interessantes. E outras nem tanto. Vamos a alguns comentários sem nenhuma pretensão estética:
  1. 1. Tivemos aquela que concorre ao prêmio de cena mais inútil desta temporada. O balé de Jon e Daenerys montados no dragão. Um misto de “Frozen” e “Como treinar seu dragão” para a HBO mostrar para a futura concorrente na seara do streaming, a Disney, que os nossos dragões são melhores que os deles. Pra que? Por que? Me irrita esse clima de romance no ar. Tem uma guerra para começar, porra. Não dá para ficar de beijinho, beijinho, tchau, tchau.
  2. 2. Pior mesmo foi a cara do Jon Snow com a Dany dizendo: “Fica tranquilo. Ele é mansinho. Não morde não”. É o que todo dono diz antes do cão te atacar traiçoeiramente.
  3. 3. A gente sabe, o amor é lindo. Mas também causa INVEJA das pessoas. Por isso que Jon e Dany são discretos e quando querem se beijar vão quase lá para a Muralha. Por que? A sociedade não pode ver dois jovens bonitos, a Fernanda Lima e o Rodrigo Hilbert de Westeros, terem uma vida de conto de fadas enquanto não chega a guerra contra o aquecimento global, que logo começam os mexericos, as intrigas, e as histórias para minar essa equação de príncipes e princesas. É um tal de fala daqui, puxa dali, Varys, o Leão Lobo de Westeros, soltando seus venenos…
  4. 4. Mas nenhum golpe foi mais mortal do que o dado por Sam. Amigo, quando o João das Neves soube a verdade que ele não era exatamente um bastardo, mas um cara de sangue azul, junção de duas casas poderosas, dono da porra toda, o messias dessa história, ele fez aquela cara de… aquela cara de…..
“CARALHO, EU TÔ COMENDO A MINHA TIA!”
Acontece, amigos. Quem nunca.
5. Tyrion também não viveu bom momento. Primeiro porque não bebeu um gole de álcool em todo o episódio. Segundo porque foi esculachado pela Sansa. E infelizmente tenho que concordar com a Sansa: só sendo muito ingênuo para acreditar que Cersei vai entrar na guerra.
6. Amamos Cersei, mas essa mulher não vale nada. Quem cometeu 199 assassinatos nesta série não dá ponto sem nó. Você acha que ela vai entrar na guerra? Ela vai deixar todo mundo se matar e depois vai linda e plena dar o golpe final no moribundo que sobrar. Basta ver o sorrisinho SÁDICO dela quando soube que a muralha tinha caído.
7. Cersei, aliás, só trepou com o alcoólatra do Euon Greyjoy, que só de olhar para ele, parece que fede a peixe, não tem nenhuma classe e nem é digno de sequer tocar os lençóis de fio egípcio dela, porque já está pensando nos próximos acontecimentos e alianças.
8. Por falar em Cersei, a gente sabe que um monarca está totalmente à vontade no poder quando ele começa a ter desejos exóticos. Tipo ELEFANTES. Eu nem sabia que elefantes existiam em Westeros
9. Eu já odiei profundamente Sansa, mas está série é capaz de mudar a gente (vide Jaime). Confesso que começo a gostar um pouquinho dela. Mas ela continua no final da lista dos Starks favoritos. Meu ranking ainda é Arya-Ned-Jon-Catelyn-Brann-Benjen-Sansa-Robb.
10. E adorei a tensão entre Sansa e Dany. “O que os dragões comem?”. “O que quiserem (inclusive você, bitch”).
11. “Game of Thrones”, aliás, não é muito diferente das correntes de discussão futebolísticas. Jon Snow é o cara que defende o legado e o jogo bonito. É aquela galera do tem que jogar bem e deixar uma semente. Corrente Fernando Diniz, Pochettino e os demais treinadores sem título. Mas tem toda uma galera que só quer saber de título, não importa como ganhar. É a corrente José Mourinho, Felipão, etc… inclusive a Dany que fica espalhando aos quatro cantos: “Eu sou a rainha, eu sou a rainha!”.
12. E tudo isso para sentar num trono que nem é CONFORTÁVEL. Eu não trocaria a minha cama mais ou menos da Ikea por esse trono.
13. Theon Greyjoy finalmente virou homem. Mas nunca terá balls para ser uma Yara Greyjoy. Que mulher!
14. Sacanagem o que fizeram com o Bronn. Não se interrompe uma orgia.
15. Como Jorah consegue ficar eternamente serviçal na friendzone?
16. Continuo amando e querendo ter uma espada de fogo como a do Beric Dondarrion. No mínimo, serviria para fazer um churrasco.
17. E o Night King, hein? Não apareceu, não deu as caras, mas deixou uma instalação na Muralha que é melhor do que toda a obra do Vik Muniz. Ele é um Duchamp abaixo de zero.
18. Estatísticas do episódio: duas piadas de eunuco, seis mortes irrelevantes, três peitinhos.
19. Nota final da Corneta: 7.

domingo, 14 de abril de 2019

Toda a maldade de Isabelle Huppert

Greta e seu fraco por sequestros
Este perfil é fã de Isabelle Huppert desde sempre. Mas este perfil agora vai ficar por uns tempos com medo de Isabelle Huppert. Tudo por culpa da viúva Greta Hedig, interpretado pela atriz de uma forma bastante convincente. 

Greta é a maluca psicopata que atazana a vida de Frances (Chloe Grace-Moretz), jovem de Boston que está tentando a vida em Nova York. Um belo dia, Frabces, encontra uma bolsa no metrô e resolve fazer a boa ação de devolvê-la a dona. Mal sabia ele que a dona era uma maníaca obsessiva por companhia que procurava com frequência filhas postiças para escravizar. 

Frances até não demora a descobrir as intenções de Greta, mas é tarde o suficiente para que a viúva passe a perseguir ela por todos os lugares de forma ensandecida. Daí para consequências graves é um pulo. 

O grande mérito do filme de Neil Jordan está na atuação de Huppert, uma atriz de muitos predicados. A quem a veja interpretando sempre a mesma persona francesa com cara de paisagem. Eu particularmente discordo. Entendo que Huppert diz muito a partir dos seus olhares. 

Em “Obsessão” ("Greta", no original), ela tem algumas passagens brilhantes. A cena do restaurante e, principalmente, a forma fria e quase sádica com que lida com um investigador em outra passagem do filme são momentos totalmente “priceless”. 

Huppert é genial num filme que não chega a ser propriamente incrível. Mas como thriller de suspense com a presença de uma assassinato tão incomum ao que estamos acostumados, o filme atinge alguns objetivos. 

Mas eu vou ter muito medo de Huppert por algum tempo. 


Cotação da Corneta: nota 7.

domingo, 7 de abril de 2019

O lado bem-humorado da DC

Pose para as fotos
Se faltava a DC um herói que apelasse ao bom-humor mais escrachado como o Deadpool, da Marvel-Fox e o Homem-Aranha e o Homem-Formiga, agora não falta mais. “Shazam!”, nova aposta do estúdio a entrar no universo cinematográfico da DC é uma aventura cool, divertida e descompromissada como aqueles velhos filmes de crianças e adolescentes da Sessão da Tarde. Quase um cruzamento de “Goonies” com “Curtindo a vida adoidado”. 

A história dirigida por David F. Sandberg opta por contar as origens do herói e o natural confronto do bem contra o mal a partir do jovem Billy Batson (Asher Angel), um desajustado que se perdeu da mãe, nunca conseguiu se firmar em nenhum lar e acaba sendo adotado por um casal que se dedica a cuidar de crianças sem país dando-lhes um lar. 

Batson acaba recebendo os poderes do feiticeiro Shazam (Djimon Hounsou) as portas da sua morte depois de uma longa procura por alguém de coração e alma puros. Mas como qualquer adolescente, ele ainda tem que lutar para entender os seus poderes e se adaptar à nova realidade de dizer a palavra mágica e transformar-se num adulto com super poderes - o Shazam vivido por Zachary Levi -, ainda que por dentro ainda seja uma criança de 14 abos. Afinal, vou pegar emprestado uma velha frase conhecida dos quadrinhos: grandes poderes trazem grandes responsabilidades 

O filme tenta alternar uma história clássica de heróis - tem seu vilão vingativo querendo dominar o mundo, a descoberta do potencial dos poderes o entendimento que é controlar o ego e ser a melhor versão de si mesmo etc -  com momentos cômicos. 

Alguns destes momentos são forçados e com piadas bastante bobas, mas outros funcionam a contento. Mas é o tipo de filme que pode agradar os jovens que sonham em ser super-heróis. Afinal, quem nunca se imaginou tendo superpoderes? Esta acaba sendo uma das premissas da história. 

Outro ponto divertido de “Shazam” são as referências aos demais heróis da DC. Batman, Superman, Aquaman, todos aparecem de alguma forma no filme e deixam a sensação que a DC em breve vai juntar aos poucos os heróis em algum momento. Algo que a Marvel faz com maestria nos seus filmes. 

“Shazam!” não é exatamente um grande filme, mas dentro da sua proposta, que é a de filme de herói com entretenimento e pegada nostálgica, funciona melhor do que “Aquaman”, por exemplo. Pôde-se dizer que desta vez a DC acertou bem. Estou ansioso para as próximas aventuras do herói. 

Cotação da Corneta: nota 7.