quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Best Of 2008 – Cinema

Finalizando os posts retrospectivos e com listas de melhores, falarei sobre o cinema em 2008. Como sempre, o ano foi bastante proveitoso para nós espectadores da sétima arte. No meu caso, foram 49 trabalhos assistidos dos 302 lançados. Certamente não vi todos os filmes que gostaria de ter visto, mas me esforcei para isso. E agora tenho mais uma difícil tarefa. Talvez a pior de todas. É a de apontar os melhores do cinema no ano.

Ao contrário dos dois últimos anos, quando apontei vários nomes sem ranquear muito, a não ser pelos três ou cinco primeiros, neste ano mudei as regras e vou apontar os cinco ou dez melhores em cada categoria, dependendo da demanda. O que tornou meu trabalho ainda mais hercúleo. Paciência. Talvez eu faça algumas ressalvas, afinal, o cinema é uma paixão dura de soltar, mas prometo ser o mais sucinto possível. Até porque, são muitas categorias.

Melhores filmes:
Foi complicado selecionar 10 filmes. Com muito esforço e dó no coração cheguei a 17. Dei um primeiro corte, e sobraram 11. Foi quando fiquei entre “Juno” e “Feliz Natal”. Dois filmes completamente diferentes e, portanto, impossíveis de comparar. A única semelhança é que são excelentes películas. Acabei optando por tirar “Juno” da minha lista apenas por eu ser mais afeito a dramas do que comédias. Vamos a lista.

10º lugar – “Feliz Natal”. A estréia de Selton Mello na direção é um dos melhores filmes brasileiros do ano. O drama de Caio (Leonardo Medeiros), que vai até a festa de Natal do irmão (Teo) e tenta se livrar de uma culpa enquanto toda a sua família vive suas próprias dores. Um excelente filme.

9º lugar – "Vicky Cristina Barcelona". A, digamos, primeira parceria de Woody Allen com Barcelona depois de inúmeros filmes sobre Nova York e alguns em Londres gera um dos roteiros mais criativos do ano. Sem falar no furacão Penélope Cruz, que rouba a cena de Scarlet Johansson.

8º lugar – “Fatal”. Mais uma vez Penélope Cruz aparece na minha lista (parece até que o ano foi dela), dessa vez vivendo uma jovem aluna que tem um intenso romance com o professor David Kepesh (Ben Kingsley), bem mais velho, que jamais pensa em viver as agruras da terceira idade, mas acaba abdicando dos pequenos prazeres da vida em troca de gozos fugazes. Um excelente trabalho dos dois num roteiro primoroso e uma participação luminar de Dennis Hopper no papel do poeta George O’Hearn, melhor amigo de Kepesh.

7º lugar – “Antes que o diabo saiba que você está morto”. Um filme praticamente esquecido nas listas deste fim de ano, mas uma grande obra de Sidney Lumet sobre dois irmãos, Andy (Philip Seymour Hoffman) e Hank (Ethan Hawke), que planejam roubar a joalheria do próprio pai, Charles Hanson (Albert Finney). Tudo dá errado e abre-se uma porta para discussões familiares enquanto escolhas são feitas. Diálogos primorosos e atuações marcantes.

6º lugar – “Batman – O Cavaleiro das Trevas”. Christopher Nolan fez um marco do cinema dos quadrinhos. Com este novo filme do Batman ele transpôs as histórias juvenis para a fase adulta ao criar um Coringa terrorista, um Batman amargurado, carregado de culpa, e uma Gotham City sombria. Parece Frank Miller, mas é Christopher Nolan, criando o que talvez seja o melhor filme já feito do gênero.

5º “Onde os fracos não têm vez”. O filme que rendeu aos irmãos Joel e Ethan Coen o Oscar de melhor filme é um faroeste como jamais foi feito. Muito comparado no início do ano a “Os Imperdoáveis” (1992), de Clint Eastwood, pela quebra de paradigmas do gênero, o trabalho não é apenas brilhante por causa dos diretores, mas também pelas atuações marcantes de Tommy Lee Jones (Ed Tom Bell) e Javier Bardem (Antoin Chigurh).

4º lugar – “Senhores do Crime”. Um inventário da máfia russa criado por David Cronenberg, que entregou um dos principais papéis, o do assassino Nikolai, a Viggo Mortensen, que cumpre uma de suas grandes atuações. Imperdível.

3º lugar – “Linha de Passe”. O segundo brasileiro da minha lista. Uma obra sensível criada por Walter Salles e Daniela Thomas sobre os desafios de uma mãe grávida para criar uma família de quatro irmãos de pais diferentes em São Paulo. A melhor de todas as histórias é a do aspirante a jogador de futebol Dario (Vinicius de Oliveira). Obra tocante que rendeu o Cannes de melhor atriz a Sandra Corveloni. Mas neste trabalho, é a história que conta mais do que qualquer atuação.

2º lugar – “Na natureza selvagem”. Uma vida enfadonha e uma sede de aventura levam o jovem Chris McCandless, vulgo Alex Supertramp (Emille Hirsch), a resolver largar a existência certinha de um futuro médico que seus pais desenharam para explorar o mundo. Amparado por uma bela trilha sonora de Eddie Vedder e lindas paisagens, este “Easy Rider” (1969) moderno é um incentivo a liberdade e a viver intensamente. Uma pena que Chris tenha ido além do limite. Mas sua curta história foi sem dúvida rica e intensa.

1º lugar – “Sangue Negro”. Um ganancioso produtor e uma história sobre os primórdios da corrida ao petróleo. O filme de Paul Thomas Anderson e a soberba atuação de Daniel Day-Lewis na pele de Daniel Plainview mereciam melhor sorte no Oscar. Um “Assim Caminha a Humanidade” (1956), mais sangrento, cruel, egoísta. Uma obra para se aplaudir de pé.

Piores filmes:
Incensado pela crítica, malhado por “Memórias da Alcova”. O que é “4 meses, 3 semanas e 2 dias”? O desgosto do cinema em que eu estava assistindo foi resumido por uma mulher na platéia: “Que filme ruim!!!”. É inacreditável que esta obra tenha conquistado o Cannes de melhor filme. Ou falta-me experiência, inteligência, sei lá, para ver qualidades no trabalho do romeno Cristian Mungiu.

Outro filme que deixa a desejar é “O Silêncio de Lorna”, trabalho dos irmãos Jean-Pierre e Luc Dardenne que é marcado por uma das mais insipientes cenas de sexo que eu já vi na vida. No cômputo geral, um filme muito chato.

Mas o título de pior filme do ano, até pela quantidade de estrelas que tinha, eu vou dar para “O Procurado”. Nem James McAvoy, nem Morgan Freeman, muito menos Angelina Jolie salvam o trabalho de Timur Bekmambetov. Apesar das cenas divertidas em câmera lenta e de Jolie nua, passe longe deste trabalho.

Decepções:
Ninguém nega o talento de Cate Blanchet, mas “Elizabeth – A era de ouro”, continuação do primeiro “Elizabeth” (1998) também feito por ela, que marcou um certo ineditismo por ser um filme histórico com continuação, decepcionou pelo potencial que tinha a explorar. Blanchet continuou perfeita como a rainha, mas o tom novelesco da obra em determinados momentos e uma constrangedora atuação de Clive Owen (Walter Raleigh) colocaram tudo por água abaixo.

“Ensaio sobre a cegueira” também decepcionou pelo potencial não explorado da obra de José Saramago ao transpô-la para a tela. Faltou ousadia a Fernando Meirelles e um roteiro mais bem trabalhado, ao contrário do feito por Don McKellar. Nem as boas atuações de seus atores principais salvaram o filme, que me deixou com um gosto amargo de insatisfação.

O herói do ano:
Num ano em que Harrison Ford voltou a viver o velho Indiana Jones em “Indiana Jones e o reino da caveira de cristal”, batendo assim de frente com seu adversário e aprendiz Rick O’Connell (Brendan Fraser) em “A múmia: Tumba do Imperador Dragão”, a escolha não foi fácil. Teve ainda um anti-herói, Ben Wade, brilhantemente vivido por Russel Crowe no faroeste “Os Indomáveis”.

Mas após pensar muito, resolvi colocar o meu lado nerd para decidir e dar o prêmio de herói do ano a um agora ex-agente do FBI que sempre buscou a verdade para tudo, mesmo que tivesse que passar por cima dos seus chefes ou se sacrificar pelo que acredita. Fox Mulder (David Duchovny) retornou aos cinemas em “Arquivo X – Eu quero acreditar” e mesmo que o filme não seja nada além de um episódio médio da velha série de TV, ele merece o título pela perseverança e por ser um pouco também anti-herói. Ao lado de Dana Scully (Gillian Anderson), ele forma uma das duplas mais marcantes do cinema e da TV. O velho Fox é o herói do ano.

O vilão do ano:
Aqui não tem discussão. Heath Ledger deu a vida por um papel e criou um Coringa superior até mesmo ao de Jack Nicholson, algo que parecia impossível. Seu Coringa sádico, terrorista, maquiavélico com sua risada debochada e aterrorizante foi a maior de suas criações. Uma pena que Ledger tenha sucumbido antes mesmo de ver seu trabalho ser merecidamente elogiado por nove entre dez críticos, fãs de cinema, etc. O Coringa é o grande vilão do ano e um dos maiores de toda a história do cinema.

A frase do ano: Atuação primorosa, título de vilão do ano, o que faltavam mais a Heath Ledger e seu Coringa? O troféu de frase do ano. Vai dizer que você não ficou aterrorizado quando ele virava para a câmera, dizia “Why so serious?” e cometia alguma atrocidade. Esta foi a grande frase do ano.

A musa:
Que escolha difícil. Marisa Tomei estava linda em “Antes que o diabo saiba que você está morto”, Emmanuelle Seigner, de “O escafandro e a borboleta”, é o meu fraco por francesas, Leandra Leal mostrou tudo, principalmente talento, é verdade, em “Nome Próprio”, Gillian Anderson (“Arquivo X – A verdade está lá fora”) é tara antiga de nerd, Claudia Abreu (“Os Desafinados”) tem a classe das musas e Scarlet Johansson (“Vicky Cristina Barcelona”), bem é Scarlet Johansson.

Mas na hora de escolher fiquei paralisado entre uma eterna musa, Angelina Jolie e toda a sua atitude de mulher fatal em “O Procurado” e Penélope Cruz, estrela de, vejam só, “Fatal” e “Vicky Cristina Barcelona”. A espanhola ou a americana? Que dúvida cruel. No critério beleza, Jolie ganha com alguma vantagem, mas no critério atuação e qualidade dos filmes, o que pesou na minha escolha, a vencedora é Penélope Cruz, minha musa de 2008.

Os melhores roteiros:
Se eu tirei “Juno” da minha lista final dos dez melhores filmes, aqui não posso deixar de reconhecer o talento da ex-stripper Diablo Cody ao criar os diálogos mais inteligentes já feitos em um filme com adolescentes em décadas. Conquistou merecidamente o Oscar da categoria, pois foi um dos roteiros mais criativos do ano.

Na contramão da comédia e da velocidade, o estilo bem pop de Cody, está o trabalho de Joel e Ethan Coen para “Onde os fracos não têm vez”. Destaque para os momentos contemplativos de Tommy Lee Jones.

Na minha lista entram ainda “Senhores do crime”, escrito por Steven Knight, “Antes que o diabo saiba que você está morto”, feito por Kelly Masterson, o trabalho de George Moura, Daniela Thomas e Bráulio Mantovani para “Linha de Passe”, Woody Allen ("Vicky Cristina Barcelona") e a fraterna parceria entre Christopher Nolan e Jonathan Nolan em “Batman – O Cavaleiro das Trevas”.

Mas o melhor de todos, para mim, também é o de “Sangue Negro”. Um trabalho impecável e envolvente assinado por Paul Thomas Anderson.

Os piores roteiros:
Sylvester Stallone nunca foi conhecido como um bom escritor. E “Rambo IV” reflete isso. Um roteiro superficial bem ao estilo de todos os que ele já criou.

Se “Rambo IV” é superficial, “A múmia: tumba do imperador dragão” peca pela obviedade. Tudo o que você vê ali, já viu em outros lugares e até mesmo nos dois primeiros filmes da múmia. Aquela historinha batida de pais ausentes, conflito entre gerações, velhos heróis que voltam a ativa por saudade dos bons tempos. Cheiro de naftalina que a série não merecia ter. Pareceu feito a toque de caixa para garantir o capital chinês (que foi grande) na produção.

Por fim, “Eu sou a lenda”. Quem leu o livro, diz que a história é excelente. Transposta para a tela por Mark Protosevich e Akiva Goldsman, ela fica confusa e ininteligível num filme que deixou a desejar pela expectativa criada em torno deste trabalho de Will Smith.

O francês do ano:
Fã do cinema francês, é praxe do blog indicar pelo menos um filme na língua da Marselhesa se ele não aparece na lista dos melhores. Neste ano, portanto, aponto “O escafandro e a borboleta”, bom trabalho de Julian Schnabel sobre um jornalista, Jean-Dominique Bauby, vivido por Mathieu Amalric, que sofre uma grave lesão no cérebro e desenvolve ao lado de sua enfermeira, Henriette (Marie-Josée Croze), uma linguagem baseada apenas no piscar de um olho, a única coisa que não ficou paralisada no seu corpo. Apenas com isso, ele escreve um livro, seu último ato antes de ser envolto em trevas. Trabalho tocante.

Foi ano de rock and roll:
Como não entraram na minha lista dos melhores, resolvi criar este espaço para comentar e indicar dois filmes musicais excelentes. Um é “The Rolling Stones – Shine a light” que mostra a banda de Mick Jagger e Keith Richards como jamais se viu. Trabalho nota 10 de Martin Scorsese, que capta uma maravilhosa performance dos Stones. Destaque para a parceria com Buddy Guy. De babar.

O outro é “Não estou lá”, cinebiografia extremamente livre de Todd Haynes sobre o gênio Bob Dylan. Estrelado por seis atores – Cate Blanchet, Bem Wishaw, Richard Gere, Christian Bale, Marcus Carl Franklin e Heath Ledger – eles mostram seis diferentes personalidades/fases da carreira de Dylan. É praticamente uma aventura romanceada de outro ótimo documentário de Scorsese, “No Direction Home” (2005). Destaque para as partes em que Dylan é vivido por Blanchet, Marcus Carl Franklin e Heath Ledger.

Os brasileiros:
Ano bom para os filmes brasileiros. Como já comentei sobre “Ensaio sobre a cegueira”, que embora falado em inglês é dirigido por Fernando Meirelles, e “Linha de Passe” e “Feliz Natal”, que entraram no meu top10, vou me ater aos outros cinco filmes nacionais que vi.

“Meu nome não é Johnny” faturou a maior bilheteria do ano pautada numa excelente atuação de Selton Mello como o traficante de classe média João Guilherme Estrela. Alguns podem até achar que o filme faz apologia às drogas (no que discordo), mas é um bom trabalho, divertido, como os melhores blockbusters americanos.

Em outro tom, “Nome Próprio” é um filme vivido intensamente por Leandra Leal na pele da blogueira Camila. A atriz teve que se expor bastante para fazer um trabalho que fica entre a ficção e a realidade da cabeça de Camila. Vale a pena assistir apenas por Leandra Leal.

“O mistério do samba” versa sobre um tema que não é muito a minha praia, mas o trabalho de Marisa Monte de resgate de boas histórias da velha guarda da Portela é de tirar o chapéu.

“Desafinados” é quase como seu nome sugere. Apesar do elenco conhecido, o filme de Walter Lima Jr. não decola. É um filme leve sobre os tempos da bossa nova, mas não vai além disso. Talvez nem fosse seu objetivo, mas ao expor os problemas da ditadura, fica-se com a expectativa de que ele vai avançar um pouco e não avança. Desafina um pouco.

“Última Parada – 174”, que conta a história de Sandro Nascimento e a tragédia do seqüestro do ônibus 174, é um bom filme de Bruno Barreto escrito por Bráulio Mantovani.

O retorno:
O grande retorno de 2008 foi o do velho Indiana Jones (Harrison Ford), herói de “Indiana Jones e o reino da caveira de cristal”. Estava com saudades daquela trilha sonora, do chicote e do chapéu de Indy. O melhor é que o filme ainda tem uma deixa para um novo trabalho. Vida longa a Indy.

O beijo:
Dentro dos meus quesitos alternativos, procurava uma cena de sexo para escolher como a melhor do ano. Não encontrei nada bombástico, mas tive algo quase tão bom quanto. Imagine a cena. Você sendo esculachado por uma ex-namorada na casa que dividia com ela e, não mais que de repente, é surpreendido com Angelina Jolie entrando no apartamento e lhe tascando um beijo erótico ao estilo desentupidor de pia. Que inveja de James McAvoy! Para ele deve ter valido a pena fazer “O Procurado”. Quero um beijo desse de Jolie.

Melhores diretores:
Não fujo muito dos já elogiados trabalhos de Joel e Ethan Coen (“Onde os fraco não têm vez”), David Cronenberg (“Senhores do Crime”), Christopher Nolan (“Batman – O cavaleiro das trevas”) e Sean Penn (“Na Natureza Selvagem”). Meu Oscar particular, no entanto, continua fazendo justiça a Paul Thomas Anderson e seu grande trabalho por “Sangue Negro”, praticamente o melhor tudo do ano.

Pior diretor:
Francis Lawrence vacilou ao filmar “Eu sou a Lenda”. Um trabalho que por vezes parece incompleto, em outros momentos é confuso e, por fim, risível. Fica para a próxima.

Melhores atuações masculinas:
Russel Crowe brilhou duas vezes por “O Gângster” e “Os indomáveis”, Javier Bardem só não levou o título de vilão do ano pelo seu Antoin Chigurh em “Onde os fracos não têm vez” porque havia um certo Coringa no meio do caminho. Denzel Washington também está muito bem como Frank Lucas em “O Gângster”, enquanto Viggo Mortensen brilhou em “Senhores do Crime” e Robert Downey Jr. na pele de Tony Stark em “Homem de Ferro”.

Não poderia faltar ainda Aaron Eckhart, o Harvey Dent/Duas-Caras de “Batman – O Cavaleiro das Trevas”, e Phillip Seymour Hoffman, por sua atuação em “Antes que o diabo saiba que você está morto”.

Mas se eu tivesse que escolher as três melhores atuações do ano ficaria, na ordem decrescente, com Ben Kingsley, por “Fatal”, Heath Ledger, por “Batman – O Cavaleiro das Trevas” e, claro, a melhor de todas, Daniel Day-Lewis por “Sangue Negro”.

Piores atuações masculinas:
As decepções não foram muitas, mas, bom, dá para considerar Sylvester Stallone um ator? Não é o que se vê em “Rambo IV”. Richard Gere é outro que não engulo, principalmente na pele de Billy the Kid, uma das “facetas” de Bob Dylan em “I’m not there”.

Mas as duas piores são as de Clive Owen por Walter Raleigh, em “Elizabeth” e, decepção das decepções, James McAvoy, por Wesley Gibson em “O Procurado”. Para quem brilhou no início do ano pelo bom filme “Desejo e Reparação”, ele poderia ter selecionado melhor seus trabalhos.

Melhores atuações femininas:
Não foi um ano de marcantes atuações femininas. Teve Cate Blanchet tentando salvar “Elizabeth – a era de ouro”, Leandra Leal, brilhando em “Nome Próprio” e Rachel Weisz e Natalie Portman roubando a cena de Norah Jones em “Um beijo roubado”. Teve ainda Ellen Page, ótima em “Juno”, mas num papel que não é muito desafiador.

Portanto, se tenho que escolher uma melhor atuação fico com uma dobradinha de Penélope Cruz em “Fatal” e em “Vicky Cristina Barcelona”, onde ela rouba a cena.

Piores atuações femininas:
Aqui foi mais fácil encontrar exemplos. Liv Tyler nem de longe lembra a ótima Jennifer Connely no papel de Betty Ross no novo “O Incrível Hulk”. Por que trocaram de atriz? Maggie Gyllenhall é insosa no papel de Rachel Dawson em “Batman – O Cavaleiro das Trevas”. Talvez seja o único ponto fraco do filme. Também não gostei do desempenho de Alessandra Negrini em “Os Desafinados”. Muito novela das 8, muito sem vida.

Mas a pior de todas é simplesmente Maria Bello. Aqui fica outra pergunta. Por que tiraram de Rachel Weisz o papel de Evelyn O’Connell em “A Múmia: Tumba do Imperador Dragão”? Sim, eu sei. Ela estava grávida e não queria cruzar o mundo gravando o filme. Mas não poderiam adaptá-lo? Não poderiam fazer algumas concessões e negociar com ela outras? O filme perdeu em brilho e graça, pois Maria Bello não convence nem um pouco. Lamentável.

Concluindo: Relendo todo esse tratado cinematográfico fiquei com uma impressão. O ano de 2008, na modesta opinião deste signatário, foi de Penélope Cruz, Heath Ledger e de “Sangue Negro”. Nada mal. De quem será 2009? Façam suas apostas.

3 comentários:

Anônimo disse...
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Anônimo disse...
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