segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Best Of 2008 – Esportes

Fim de ano é sempre motivo para fazermos retrospectivas, listas de melhores, piores, etc. E Memórias da Alcova não foge a regra e faz pelo terceiro ano consecutivo sua edição do Best Of. Desta vez, porém, prometo ser mais sucinto e dividir os assuntos em posts diferentes. Assim sendo, hoje e nos próximos dois dias, escrevo sobre o que de melhor vi, li, ouvi, assisti, percebi, e vai por aí. Começarei pelos esportes. Vamos lá.

Grandes jogos:


Não foi um ano de muitos grandes jogos, mas deu para separar três deles. O melhor de todos, uma verdadeira aula de futebol, aconteceu no dia 5 de março deste ano. Maracanã lotado, primeira fase da Libertadores, e o Fluminense bateu o Arsenal, da Argentina, por 6 a 0. Foi o grande jogo do Dodô em sua passagem meteórica e de pouca saudade pelo clube. Ele marcou dois golaços num dia em que o Tricolor foi quase perfeito com uma defesa implacável, um meio de campo habilidoso e criativo e um ataque fulminante. Thiago Neves, Washington, Cícero e Gabriel completariam o placar.

O outro jogo que destaco também é do Flu e também pela Libertadores. Este foi no dia 28 de maio, primeiro jogo das semifinais contra o Boca Juniors na Argentina. Partida tensa e emocionante que acabou 2 a 2. Os Thiagos Silva e Neves marcaram para o Flu.

O terceiro jogo vem da Europa e também entrou pelo quesito emoção/dramaticidade. Foi a final da Liga dos Campeões entre Manchester United e Chelsea. Uma partida tensa disputada na Rússia que acabou 1 a 1. Na disputa de pênaltis, jogadores importantes como Cristiano Ronaldo e Terry desperdiçaram suas cobranças. No final, o goleiro Van der Sar defendeu o pênalti que garantiu o tricampeonato dos Red Devils.

Os grandes times:


Se não foi um ano de muitos grandes jogos, não foi também um ano em que um time brilhou intensamente de janeiro a dezembro. Mas alguns brilharam e merecem ser destacados.

O melhor de todos, na minha opinião, foi o Manchester United, que verdadeiramente encantou nos cinco primeiros meses do ano, quando a temporada na Europa chegava na sua reta final. Com Cristiano Ronaldo, Wayne Rooney e Tevez brilhando no ataque e um meio-campo de respeito que tinha Carrick como o grande destaque, a equipe de Sir Alex Ferguson deixava os amantes do futebol satisfeitos. Pena que o Manchester, que acaba de ser bicampeão do mundo, não conseguiu ainda repetir aquelas atuações na atual temporada.

No Brasil, o São Paulo foi campeão brasileiro com seu futebol chocho e nenhum outro clube mereceu elogios na disputa do torneio nacional. O time que jogou melhor no ano, mas somente na Libertadores, foi o Fluminense. Enquanto esteve inteiro, dava gosto ver jogar, principalmente pelo tom épico que a disputa ganhou. Uma pena que o desfecho tenha sido tão trágico.

O craque do ano:

O brasileiro anda realmente em baixa desde a última Copa do Mundo. Se eu tivesse que escolher os melhores jogadores do mundo hoje, não colocaria nenhum deles na minha lista tríplice. E o que é pior para uma certa rivalidade, entrariam dois argentinos.

Os dois primeiros da minha lista são óbvios: Cristiano Ronaldo e Messi. O terceiro é outro argentino que vem jogando muito bem e do qual se fala pouco, Agüero.
Embora não esteja exibindo um futebol brilhante nesta nova temporada, considero o português o melhor pelo que fez ao levar o Manchester United ao título inglês e da Liga dos Campeões. O atacante do Barcelona vem em seguida porque encanta quem gosta de futebol. O mesmo poderia dizer de Agüero, que se por enquanto é conhecido apenas como o genro de Maradona que joga no Atlético de Madrid, ainda vai dar o que falar no futebol. Aguardem.

Heróis:

Em ano de Olimpíada, tenho que eleger meus heróis olímpicos também. Por um momento, vamos fechar os olhos para o desrespeito aos direitos humanos e a censura na China e falar apenas de esporte. E esta Olimpíada de Pequim foi farta em heróis. Teve Liu Xiang, o herói chinês que sucumbiu às dores de uma contusão e não pôde competir os 400 metros com barreira. Teve o alemão Mathias Steiner, que superou a dor da morte da mulher para bater um recorde no levantamento de peso (225kg) e levar a medalha de ouro. Teve ainda os brasileiros César Cielo e Maurren Maggi, esta um exemplo de superação ao vencer o salto triplo.

Mas escolherei três personagens que foram as atrações máximas da Olimpíada. O americano Michael Phelps, porque nenhum nadador havia conquistado oito medalhas de ouro em uma edição dos Jogos como ele. Além de superar seu compatriota Mark Spitz, sete vezes campeão em Munique-72, algumas de suas vitórias foram épicas. Em especial um revezamento 4x100m medley, conquistado na última perna da piscina, e, claro, a dramática vitória sobre o sérvio Milorad Cavic nos 100m borboleta. A diferença no final: um centésimo a favor de Phelps, um fenômeno das piscinas.

Se o Cubo D’Água foi de Phelps, do Ninho do Pássaro vêm meus outros dois heróis. O jamaicano Usain Bolt devolveu a alegria ao esporte com sua marra, seu jeito de lidar com a torcida e a maneira debochada com que ganha suas provas e bate recordes. Deixou Pequim com três ouros e dono do título de o homem mais rápido do mundo.

No salto com vara, a musa Yelena Isinbayeva quebrou mais uma vez o recorde mundial ao saltar 5,05m, tornando-se bicampeã olímpica. Foi o 24º recorde da russa, que também é campeã de simpatia e doçura.

O mico do ano também é olímpico. O sumiço da vara de Fabiana Murer foi uma tremenda bola fora dos Jogos e só gerou piadas engraçadinhas. Lamentável.

Mas o king kong do ano foi a farra das reeleições do COB, da CBF, das federações. Todos os dirigentes se perpetuando no poder. Fica a pergunta de Memórias da Alcova: Até quando teremos que aturar Carlos Arthur Nuzman e Ricardo Teixeira a frente das duas principais entidades esportivas do país sem terem feito absolutamente nada? Quem em 2009 eles tomem simancol, embora ache difícil.

A primeira vez a gente nunca esquece:

Rafael Nadal pela primeira vez levantando o troféu de Wimbledon e assumindo o posto de número 1 do mundo de Roger Federer. O primeiro título de um piloto negro na história da Fórmula 1, Lewis Hamilton, da McLaren (e que decisão emocionante no GP de Interlagos). Hamilton também ultrapassou Alonso e se tornou o mais jovem piloto da história da F-1 a conquistar o mundial.

Amanhã abordarei os assuntos literários.

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