domingo, 7 de dezembro de 2008

A hora de abrir o olho

Deixando um pouco de lado o problema da tentativa de manipulação de jogos, o Campeonato Brasileiro deste ano pode ser considerado um divisor de águas na história do futebol carioca. Há mais de uma década vivendo do passado glorioso, o Rio de Janeiro caminha para o nono ano sem ver um clube sequer ser campeão brasileiro. Desde que o Vasco de Romário, Juninho Pernambucano, Juninho Paulista, Euller, Viola e outros nomes de peso conquistaram a competição de 2000, o Rio bateu na trave algumas vezes com o Fluminense, neste ano com o Flamengo e foi muitas vezes ameaçado de rebaixamento. Além de cair com o Botafogo e agora com o Vasco.

Neste meio tempo, o São Paulo foi tricampeão (2006-07-08), o Santos foi bicampeão (2002 e 2004), e o Corinthians faturou o título de 2005. Os únicos a quebrar a hegemonia paulista foram o Atlético-PR em 2001 e o Cruzeiro em 2003. O Rio ficou chupando dedo ou vivendo de pequenas glórias nas Copas do Brasil de 2006 (Flamengo) e 2007 (Fluminense).

O Rio começou o ano de maneira promissora. Com dois times na Libertadores (Fla e Flu), parecia que seria a redenção. Apesar do vice-campeonato do Flu, um baque muito duro para o torcedor tricolor, mas de valor pela dificuldade da competição, o Fla liderava o Brasileiro e dava pinta de que poderia brigar por pelo menos uma nova participação na Libertadores.

O fim de ano ao invés de significar uma subida de degrau na corrida atrás do futebol paulista, representou muito mais do que um rebaixamento, no caso do Vasco, mas uma redução ainda maior do poderio fluminense.

Em 2009, o Rio de Janeiro terá três times na primeira divisão – contra seis dos paulistas – nenhum clube na Libertadores, após o patético fim de campeonato do Flamengo, que perdeu por 5 a 3 para o Atlético-PR, e apenas três times na Sul-Americana (a dupla Fla-Flu, “rebaixada” em âmbito internacional, e o Botafogo). Neste ano, os quatro grandes cariocas disputaram uma competição internacional.

Nem a história está mais ao lado do Rio. Por 16 anos, o Flamengo bateu no peito para dizer que era o maior vencedor de títulos brasileiros do país - embora isso sempre fosse discutível, pois essa conta simplesmente ignorava os títulos de Santos e Palmeiras na Taça Brasil e no Torneio Roberto Gomes Pedrosa, precursores do atual Brasileiro -, agora o São Paulo é hexa (acima, na foto de Wander Roberto, de divulgação da Vipcomm) e o Flamengo, apenas penta.

Por tudo isso, o futebol carioca termina o ano menor do que entrou. Menor do que estava no meio do ano. Será que o Rio continuará insistindo em dirigentes amadores e incompetentes? Até quando o mês terá 60 ou 90 dias por aqui? O Rio precisa reagir. Precisa abrir o olho. Do contrário, será um pôster amarelado na parede do bar.

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PS: O fim do Campeonato Brasileiro me fez adiar a postagem da crítica do shomzaço do Queen + Paul Rodgers. Mas na quinta-feira prometo pagar essa dívida.

2 comentários:

Renato Grandelle disse...

Bom texto, mas vamos corrigir. Ninguém é "apenas penta". E ficou faltando, na cerimônia de ontem, um troféu Pé na Cova para o Renato Gaúcho, pelo conjunto da obra.

Anônimo disse...

Depende do referencial. Para o são-paulino o Flamengo é apenas penta. E se tem alguém que não teve culpa da queda do Vasco foi o Renato Gaúcho. Pegou um time ruim na reta final do campeonato. Ele é treinador. Milagre, só santo que faz.
abraço,
marcelo