domingo, 9 de agosto de 2009

O gangster de Depp

Em 1933, John Dillinger (Johnny Depp, perfeito como quase sempre) era uma espécie de Robin Hood norte-americano. Roubava dos ricos (os bancos) e era idolatrado pelo povo que sofria o quarto ano da Grande Depressão americana e de quem ele não tirava um centavo. Idolatrado e popular, Dillinger contava com a cumplicidade de muitos para se esconder em meio a multidão em cidades como Indianápolis e Chicago, berço do “gangsterismo” do país e onde Al Capone, digamos, fez história.

Dillinger era também considerado o inimigo público número 1 pelo diretor-geral do FBI, o famoso e ambicioso J. Edgar Hoover (o insosso Billy Crudup), que recruta um dos seus melhores agentes, Melvin Purvis (Christian Bale, numa atuação ok e sem muito esforço), para capturá-lo vivo ou morto.

Assassinado na porta de um cinema após ser traído por uma prostituta amiga, mas ameaçada de deportação para a Romênia por ser imigrante ilegal, Dillinger entrou para a história como tantos outros gangsteres daquela época como o casal Bonnie e Clyde e Ma Barker. Sua vida mais do que conhecida nos Estados Unidos chega mais uma vez às telas do cinema - é o quarto filme já feito sobre ele - sem muitas novidades em relação a outras películas de gangsteres já feitas em "Inimigos Públicos".

O diretor Michael Mann de bons filmes como “Collateral” (2004), “Ali” (2001), “O Informante” (1999), “Fogo Contra Fogo” (1995) e “O Último dos Moicanos” (1992) optou por não inovar ou fazer qualquer leitura revolucionária neste seu novo trabalho. Apenas escalou bons atores e ajudou a construir um roteiro simples para contar a história da atuação de Dillinger e sua quadrilha naqueles anos particularmente terríveis para os Estados Unidos.

E o mérito de Mann está em exatamente não inventar muito. O roteiro também escrito por Ronan Bennett e Ann Biderman deixa que a história fale por si apoiada pelas boas atuações de Depp e da francesa Marion Cotillard, que faz a namorada de Dillinger, Billie Frechette.

No primeiro filme após o sucesso e o Oscar por “Piaf – Um hino ao amor” (2007), a cinebiografia da cantora Edith Piaf, Marion obviamente não precisou se sacrificar tanto para fazer Billie como na construção da cantora francesa, mas ela brilha em cada cena que aparece. É uma daquelas atrizes que mostra ter estrela. Se Depp já não surpreende ninguém pelo talento inigualável, Marion é uma atração a mais para quem gosta de ver o trabalho de bons atores. Vale a pena ver o filme por ela. Assim como “Inimigos Públicos” é um bom filme-pipoca que vale o dinheiro gasto com o ingresso.

Abaixo um documentário interessante de David Flitton dividido em três partes sobre John Dillinger.



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