sábado, 15 de agosto de 2009

Há 40 anos eu queria ter estado lá

Foi tudo meio improvisado, sujo, sem qualquer segurança. Enfim, tinha tudo para dar errado. Mas o festival de Woodstock realizado há 40 anos em uma fazenda em Bethel, Nova York, entrou para a história como um daqueles momentos que mudaram a história da música.

Mais de meio milhão de pessoas assistiram (quando não estavam chapadas) aos 32 shows realizados naqueles três dias de agosto de 1969. As drogas rolaram soltas em cima do palco e na platéia. Sexo não faltou. Teve banho de lama e muito, mas muito boa música.

Algumas imagens de Woodstock se tornaram marcantes como a de Jimi Hendrix tocando o hino americano de forma distorcida e intercalada com sons de bombas explodindo e tiros. Um protesto contra a Guerra do Vietnã, onde os Estados Unidos ainda afundavam.

A apresentação de Jimi Hendrix, que devido aos muitos atrasos só pôde acontecer na segunda-feira de manhã (o festival começara numa sexta), foi a mais longa de sua carreira (o set list durou duas horas) e entrou para a história como um dos grandes momentos do rock. Quem já teve a oportunidade de assistir sabe que foi um concerto espetacular. Dá inveja não ter estado lá. É possível invejar não ter nascido uns 18 anos antes do festival para poder ter estado lá.

O show de Hendrix fechou um festival que teve grandes nomes como Janis Joplin, Crosby, Stills Nash e Young, The Who, Santana, que tocou completamente chapado, Creedance Clearwater Revival, Jefferson Airplane, e Joe Cocker, cuja interpretação visceral de “With a little help from my friends”, dos Beatles, é reproduzida toda vez que Woodstock é lembrado. E o cardápio teria sido ainda mais qualificado se bandas como o The Doors, o Led Zeppelin e Bob Dylan não tivessem desistido de participar do festival por diferentes motivos.

No cômputo final também se registrou duas mortes, sendo uma por overdose de heroína, e dois nascimentos. Os vizinhos ficaram muito incomodados, houve engarrafamentos homéricos, mas foram três dias inesquecíveis para o mundo. Não é a toa que a revista Rolling Stone americana elegeu o festival como um dos 50 momentos que mudaram a história do rock.

Quem quiser ver como foi toda essa loucura é só correr para uma boa locadora e alugar “Woodstock”, documentário de 1970 de Michael Wadleigh que mostra tudo o que de bom e também de ruim aconteceu durante o evento. Uma curiosidade: um dos editores do filme é ninguém menos do que o jovem Martin Scorsese, que aos 28 anos já estava dando seus primeiros passos como diretor de cinema, mas ainda não era um nome conhecido nem tinha filmado qualquer película de destaque.

Woodstock foi um festival único para a música. Outras quatro edições foram realizadas em 1979, 1989, 1994 e 1999, mas sem o mesmo brilho daqueles dias de agosto de 1969. Quem viu e viveu tudo aquilo não deve estar arrependido. Aos desafortunados que estavam na hora errada, no lugar errado ou nasceram no tempo errado, só resta ver os vídeos abaixo para entender o porquê que Woodstock é tão celebrado.
Joe Cocker - "With a little help from my friends"

The Who - "My Generation"
The Who - "Pinball Wizzard"
Jimi Hendrix - hino americano distorcido
Jimi Hendrix - "Hey Joe"
Janis Joplin - "Work me lord"
Crosby, Stills, Nash e Young - "Helplessly Holping" e "Long Time Gone"

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