sábado, 28 de junho de 2008

Clichês que não incomodam

Há clichês que incomodam e outros que são necessários. Ver James Bond dizendo sua famosa frase “My name is Bond, James Bond”, pegando todas as mulheres e não falhando nunca na captura de bandidos é mais do que esperado por todo fã da série de filmes. É uma necessidade. É por isso que o agente secreto agora vivido por Daniel Craig me incomoda tanto. Ele é tudo de ruim e não tem qualquer classe.

Outro caso em que clichês são bem-vindos são nos filmes de faroeste. Não adianta fazer muita graça quando você vai filmar uma história do gênero. Tem que ter um mocinho carismático, um bandido sedutor, personagens interessantes e marcantes, mulheres frágeis e precisando ser salvas, muitos tiros, índios, duelos, etc.

Tudo bem que “Os Imperdoáveis” (1992), filmaço de Clint Eastwood, não tem muito disso e ainda assim é um dos melhores westerns da história, tendo conquistado, inclusive, cinco Oscars. Mas ele é de um tempo em que o faroeste era dado como morto e enterrado e foi ressuscitado com nova roupagem por alguém que iniciou a carreira exatamente fazendo esse tipo de filme. Eastwood conhece como poucos o gênero e soube ganhar novas platéias com maestria.

É válido, mas um faroeste ao estilo John Wayne para os que gostam do gênero também é agradável. É mais ou menos isso que o diretor James Mangold tenta nos oferecer em “Os Indomáveis”, filme baseado em conto do escritor Elmore Leonard, um especialista no gênero bangue-bangue.

O filme conta a história do carismático bandido Ben Wade, vivido por um sempre ótimo Russel Crowe. Com sua pistola imortal e um cavalo que o obedece com um mero assobio, ele lidera um bando que aterroriza os moradores de diversos condados e causa muitos prejuízos à ferrovia que está desbravando o Oeste.

A paixão por uma bela mulher acaba sendo fatal para ele que é preso e será levado para o trem que sai às 3h10m da tarde para o presídio de Yuma. Daí o título original do filme “3:10 to Yuma”. Para escoltá-lo um bando eclético que reúne um eterno inimigo de Wade, Byron McElroy, vivido por Peter Fonda, e o fazendeiro Dan Evans (Christian Bale), que entra na empreitada não apenas pelo dinheiro, mas para provar ao seu filho que ele também pode ser um herói.

No caminho para a cidade de Contention, Wade e Evans passam por diversas situações de perigo, são sempre perseguidos pelo bando de Wade e acabam descobrindo ter muitos pontos em comum. Mais do que uma rivalidade, desenvolvem um respeito mútuo a ponto de Wade se permitir correr riscos para ajudar este pai de família que ele nunca pôde ser devido à crueldade que a vida lhe impôs.

“Os Indomáveis” é um grande faroeste que não tem muitas preocupações estéticas e nem tem a intenção de fazer nada além do que entreter os fãs deste gênero. Um gênero que não morrerá jamais, por mais que tentem colocá-lo numa lápide.

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