Confesso que temia pelo pior. Embora sempre fosse um sonho ver Ozzy Osbourne tocando ao vivo, suas recentes aparições como um indivíduo sequelado e pau-mandado da mulher Sharon aliadas às décadas de muito “fucking crazy”, drogas e rock and roll me fizeram esperar menos do que se podia por aquele que é conhecido como o Senhor das Trevas.
A voz é a primeira a pedir arrego depois de décadas de loucura e eu não esperava um Ozzy cantando perfeitamente. Mas queria vê-lo assim mesmo. Louco, com sua risada demoníaca e pedindo para a galera: “are you gonna fucking crazy?”.
E no palco o que eu vi foi um Ozzy Osbourne dominando cada alma da apaixonada platéia que enchera a HSBC Arena para vê-lo. Por mais que alguns tivessem tido simpatia pelo Black Label Society e outros tivessem curtido verdadeiramente a porcaria do show do Korn, todos foram lá para vê-lo. E acredito que assim como eu não só não saíram decepcionados, mas de alma lavada.
Em 1h45m no palco, Ozzy mostrou porque é um dos gigantes do metal. Tocando com paixão e muito prazer por estar no Rio de Janeiro pela terceira vez, o cantor de 59 anos mostrou que sabe dominar a platéia com maestria e que ainda canta melhor do que eu esperava e as drogas poderiam ter permitido.
Se ele não come mais morcegos como no passado – apesar da brincadeira com um tosco morcego de plástico jogado pela platéia – Ozzy sabe ser fiel às tradições do metal. Ele sabe que os fãs de rock pesado são tradicionais e não gostam dessas coisas moderninhas como pegada eletrônica e mistura com hip-hop como o nü metal. Metal que é metal envolve os bons e velhos temas medievais e satânicos, crucifixos, muita guitarra, um bom cantor e toda aquela cenografia que os fãs adoram.
Assim, seguindo o modelo muito bem traçado pelos deuses do metal, Ozzy abre o show com “Carmina Burana”, de Carl Orff, um clichê do gênero que eu já vir abrir apresentações do Iron Maiden e do Helloween. Não sem antes, porém, subverter um pouco as regras exibindo um divertido vídeo que surpreendeu a galera com Ozzy participando de cenas de diversos filmes e séries como “Piratas no Caribe”, em que ele aparece impagavelmente trajado de Jack Sparrow, “A Rainha” pagando um boquete inacreditável em Elizabeth, “The Sopranos” e “Entourage”, quando aparece em outra cena hilária segurando um pênis de plástico.
Feita a brincadeira, Ozzy, acompanhado do baterista Mike Bordin, ex-Faith no More, do baixista Rob Blesko Nicholson e do guitarrista-ídolo Zakk Wylde quebra tudo logo na primeira música, “I don’t wanna stop”, e não deixa a platéia respirar com a execução de “Bark at the moon” na sequência.
Ajudado pelos solos de Wylde e por baladas estrategicamente colocadas no set list como “Road to nowhere” e “Mama I’m coming home”, é Ozzy que pára para respirar de vez em quando. Depois de quase seis décadas, ele não é mais o menino de outrora, mas conduz como poucos um show.
Quando invoca “Mr. Crowley”, a platéia já está nas suas mãos e levando baldes d’água do cantor que, talvez animado com a empolgação da galera mostrada em “Crazy Train” e a aceitabilidade para suas músicas novas do disco “Black Rain”, lançado no ano passado, resolve mudar o script: “Ok, vocês querem “No more tears”. Vamos cantar “No more tears”.
É a deixa para o tecladista Alan Wakeman (isso mesmo, filho de Rick Wakeman, ex-Yes), executar a introdução soturna completada pelo show particular de Wylde. A platéia composta por pouco mais de 10 mil pessoas vai ao delírio.
Além de competente, Ozzy sabe agradar aos seus fãs e não esquece de tocar os clássicos do Black Sabbath. O Rio foi presenteado com três músicas: “War Pigs”, “Iron Man” e “Paranoid”. Todas cantadas em coro pela galera.
Claro que “Paranoid” ficou meio capenga. Música que fechou a apresentação de Ozzy, acabou virando uma inédita e não desejada versão sem guitarra devido a um incidente envolvendo a galera do gargarejo e Zakk Wylde.
Talvez por demais excitados pelos pedidos de Ozzy para ficarem “fucking crazy” e também fruto de uma inocência de Wylde, durante a execução da música, o guitarrista jogou seu instrumento para a galera que, obviamente, não devolveu (veja só no último vídeo abaixo). Para desespero de Wylde que pulou em busca da guitarra.
Enquanto se atracava com os fãs, Bordin e Blesko seguravam a cozinha repetindo insistentemente os acordes de “Paranoid” e Ozzy gritava “Come on”. E nada. Até que ele resolveu num momento semi-acústico cantar as duas estrofes que faltavam e encerrar o show. Wylde ficou evidentemente puto ao ver sua guitarra sendo devolvida completamente destruída e a galera ficou com uma “Paranoid” um tanto quanto prejudicada. Fica para a próxima vez, que o próprio Ozzy prometeu que não vai demorar muito para chegar.
Apesar disso e da falta que fez “Perry Mason” (aliás, nenhuma música do “Ozzmosis”, disco de 1995, foi tocada), ver Ozzy cantando valeu cada centavo. Diria até mais. Quem esteve no HSBC Arena saiu é no lucro por ver o que talvez será um dos melhores shows do ano.
Três grandes momentos da apresentação de Ozzy. Primeiro cantando “No more tears”; um momento Black Sabbath com “Iron Man” e no final do show, com “Paranoid”, numa versão inédita, sem guitarra, por causa do incidente com o Zakk Wylde.
A voz é a primeira a pedir arrego depois de décadas de loucura e eu não esperava um Ozzy cantando perfeitamente. Mas queria vê-lo assim mesmo. Louco, com sua risada demoníaca e pedindo para a galera: “are you gonna fucking crazy?”.
E no palco o que eu vi foi um Ozzy Osbourne dominando cada alma da apaixonada platéia que enchera a HSBC Arena para vê-lo. Por mais que alguns tivessem tido simpatia pelo Black Label Society e outros tivessem curtido verdadeiramente a porcaria do show do Korn, todos foram lá para vê-lo. E acredito que assim como eu não só não saíram decepcionados, mas de alma lavada.
Em 1h45m no palco, Ozzy mostrou porque é um dos gigantes do metal. Tocando com paixão e muito prazer por estar no Rio de Janeiro pela terceira vez, o cantor de 59 anos mostrou que sabe dominar a platéia com maestria e que ainda canta melhor do que eu esperava e as drogas poderiam ter permitido.
Se ele não come mais morcegos como no passado – apesar da brincadeira com um tosco morcego de plástico jogado pela platéia – Ozzy sabe ser fiel às tradições do metal. Ele sabe que os fãs de rock pesado são tradicionais e não gostam dessas coisas moderninhas como pegada eletrônica e mistura com hip-hop como o nü metal. Metal que é metal envolve os bons e velhos temas medievais e satânicos, crucifixos, muita guitarra, um bom cantor e toda aquela cenografia que os fãs adoram.
Assim, seguindo o modelo muito bem traçado pelos deuses do metal, Ozzy abre o show com “Carmina Burana”, de Carl Orff, um clichê do gênero que eu já vir abrir apresentações do Iron Maiden e do Helloween. Não sem antes, porém, subverter um pouco as regras exibindo um divertido vídeo que surpreendeu a galera com Ozzy participando de cenas de diversos filmes e séries como “Piratas no Caribe”, em que ele aparece impagavelmente trajado de Jack Sparrow, “A Rainha” pagando um boquete inacreditável em Elizabeth, “The Sopranos” e “Entourage”, quando aparece em outra cena hilária segurando um pênis de plástico.
Feita a brincadeira, Ozzy, acompanhado do baterista Mike Bordin, ex-Faith no More, do baixista Rob Blesko Nicholson e do guitarrista-ídolo Zakk Wylde quebra tudo logo na primeira música, “I don’t wanna stop”, e não deixa a platéia respirar com a execução de “Bark at the moon” na sequência.
Ajudado pelos solos de Wylde e por baladas estrategicamente colocadas no set list como “Road to nowhere” e “Mama I’m coming home”, é Ozzy que pára para respirar de vez em quando. Depois de quase seis décadas, ele não é mais o menino de outrora, mas conduz como poucos um show.
Quando invoca “Mr. Crowley”, a platéia já está nas suas mãos e levando baldes d’água do cantor que, talvez animado com a empolgação da galera mostrada em “Crazy Train” e a aceitabilidade para suas músicas novas do disco “Black Rain”, lançado no ano passado, resolve mudar o script: “Ok, vocês querem “No more tears”. Vamos cantar “No more tears”.
É a deixa para o tecladista Alan Wakeman (isso mesmo, filho de Rick Wakeman, ex-Yes), executar a introdução soturna completada pelo show particular de Wylde. A platéia composta por pouco mais de 10 mil pessoas vai ao delírio.
Além de competente, Ozzy sabe agradar aos seus fãs e não esquece de tocar os clássicos do Black Sabbath. O Rio foi presenteado com três músicas: “War Pigs”, “Iron Man” e “Paranoid”. Todas cantadas em coro pela galera.
Claro que “Paranoid” ficou meio capenga. Música que fechou a apresentação de Ozzy, acabou virando uma inédita e não desejada versão sem guitarra devido a um incidente envolvendo a galera do gargarejo e Zakk Wylde.
Talvez por demais excitados pelos pedidos de Ozzy para ficarem “fucking crazy” e também fruto de uma inocência de Wylde, durante a execução da música, o guitarrista jogou seu instrumento para a galera que, obviamente, não devolveu (veja só no último vídeo abaixo). Para desespero de Wylde que pulou em busca da guitarra.
Enquanto se atracava com os fãs, Bordin e Blesko seguravam a cozinha repetindo insistentemente os acordes de “Paranoid” e Ozzy gritava “Come on”. E nada. Até que ele resolveu num momento semi-acústico cantar as duas estrofes que faltavam e encerrar o show. Wylde ficou evidentemente puto ao ver sua guitarra sendo devolvida completamente destruída e a galera ficou com uma “Paranoid” um tanto quanto prejudicada. Fica para a próxima vez, que o próprio Ozzy prometeu que não vai demorar muito para chegar.
Apesar disso e da falta que fez “Perry Mason” (aliás, nenhuma música do “Ozzmosis”, disco de 1995, foi tocada), ver Ozzy cantando valeu cada centavo. Diria até mais. Quem esteve no HSBC Arena saiu é no lucro por ver o que talvez será um dos melhores shows do ano.
Três grandes momentos da apresentação de Ozzy. Primeiro cantando “No more tears”; um momento Black Sabbath com “Iron Man” e no final do show, com “Paranoid”, numa versão inédita, sem guitarra, por causa do incidente com o Zakk Wylde.
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