quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Só os dinossauros trazem a felicidade

Quatro dias depois do show do Police, o Led Zeppelin tocava de novo depois de 27 anos na O2 Arena para um público seleto, que pagou muito caro, um preço que faria os ingressos na Maracanã parecerem uma pechincha. Juntos novamente, o vocalista Robert Plant, o guitarrista Jimmy Page e o baixista John Paul Jones tocaram 16 dos seus muitos clássicos do rock. Quem viu, diz que o maior temor neste retorno, que a voz de Plant já não fosse mais a mesma, foi dissipado lá pela terceira música. Algo entre “Dazed and Confused” e “Black Dog”, acho.

Observando os vídeos do youtube (e tem vários no site sobre este concerto histórico), percebi que Plant está melhor do que eu poderia imaginar. É claro que ele não é mais um garoto e nem tem a voz dos tempos que o Zeppelin podia ser chamado de a maior banda do mundo. Mas o agora sexagenário Plant está cantando bem. O que é uma vitória numa banda como o Zeppelin de muitos agudos e desafios vocais.

É muito bom ver Plant, Page e John Paul Jones novamente reunidos sob o velho Zeppelin, uma das minhas bandas favoritas. Eu espero, tenho esperança, desejo profundamente e clamo por uma turnê mundial que passe pelo Brasil, pois seria a realização de um sonho vê-los tocar ao vivo.

Assistir aos três juntos com Jason Bonham, filho do eterno baterista John Bonham, que morreu em 1980 sufocado pelo próprio vômito, tocando novamente é mágico. Me faz refletir que na música só os dinossauros trazem felicidade. Somente eles têm alguma cara num mundinho muito igual e fútil em que a cada esquina surge uma banda dita maior do mundo.

Enquanto uma gravadora tenta lançar a última moda, o Police arrasta milhões. Quando a última febre é aquela banda do interior de Sheffield dita como a melhor, são os Stones que trazem a glória com seus “Satisfaction” e “Jumpin’Jack Flash”.

O mundo do rock é dos dinossauros porque só eles têm musicalidade. É muito fácil ter uma guitarra nos braços. Difícil é ter uma idéia na cabeça. As bandas de hoje em dia, salvo raras exceções, não tem gosto, não tem cara. Enquanto isso, qualquer um reconhece o som dos Stones, dos Beatles, do Pink Floyd, do The Who, dos Doors ou do Led Zeppelin.

Poucos conheceriam os grupos que não saem dos jornais hoje, tidos e havidos como a maior sensação, mas que eu não entendo como até agora não lançaram discos clássicos, álbuns obrigatórios em qualquer discografia roqueira.

Enquanto isso, Plant faz a pose que conhecemos e o ar de desprezo para cantar “Stairway to Heaven” e “Kashmir”. E o mais importante. Solta a voz em “Whole Lotta Love” e “Rock and roll”. Page, com um sobretudo e os cabelos brancos que só reforçam seu ar de mago do guitarra, um dos gigantes a já ter empunhado esse instrumento, sola como um garoto.

The song remains the same e que mais shows do Zeppelin surjam. Que uma turnê mundial venha e que o velho Zeppelin voe até o Brasil para seus fãs ávidos por ver uma megabanda que nunca pisou no país.

Clássicos e mais clássicos, o Zeppelin tocando “Black Dog”, “Stairway to Heaven” e “Rock and roll”:






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