sábado, 30 de julho de 2016

Diário de guerra do Rio-2016 - 7º dia

Morango com creme de Londres/Reprodução
Diário de guerra da Olimpíada do Hell de Janeiro: 

7° dia

Cobrir Olimpíada é um inferno. Mas também é sensacional. É isso mesmo. Não tem meio termo. Tem hora que você quer desistir de tudo e ir para uma ilha com uma praia vazia para relaxar porque não aguenta mais tantas horas de trabalho. Mas quando você consegue aquela matéria que tanto quis fazer ou ver de perto aquele cara que sempre idolatrou (tá ouvindo, Roger Federer?), você até esquece os momentos em que passou elaborando a lista negra de quem gostaria de enviar para a missão de comprovar se Deus existe.

O conceito de histórico passa a ser relativo quando você está in loco. Pela TV, o que é histórico é tudo que para o mundo é histórico também. Os recordes do Bolt, as medalhas do Phelps...

Quando você está no olho do furacão, as lembranças históricas passam a ser as particulares. Ninguém lembra, só eu, do furacão Katie Taylor, que arrebatou a arena de boxe com uma torcida irlandesa incendiária e que conseguiu calar até os britânicos donos da casa. Nem do clima de Maracanã que foi o Velódromo de Londres, com direito a refrão de "Hey Jude" cantado em uníssono pela multidão. Muito menos da felicidade de Yane Marques por ter conquistado o bronze no pentatlo moderno. E o que dizer das quase 4h30min de jogo entre Federer e Juan Martin del Potro que fez os jornalistas suíços perderem a fleuma de tanto nervosismo em Wimbledon, na partida de tênis mais longa da história dos Jogos? E os gols de Peralta? Que momento!

O ouro do Bolt nos 100m? A decepção da medalha de bronze de Isinbayeva? Vi pela TV do quarto do hotel enquanto batia matérias sobre algo que não lembro mais e dava dentadas em sanduíches do Burger King comprados na estação de metrô mais próxima.

Sequer pisei no estádio Olímpico. Não tenho lembranças de lá. A ponto de desconhecer até 2014 a existência de Renaud Lavillenie, francês campeão de uma das minhas provas favoritas do atletismo, o salto com vara. No Parque Aquático, só fui uma vez.

Há ônus e bônus por estar in loco. Você trabalha feito um burro de carga. Mas tem a chance de experimentar o morango com creme de Wimbledon. E não vê nenhum jogo com narração do Galvão. O que é sempre uma vantagem.

Faltam 22 dias para o fim #cornetaonfire

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