domingo, 26 de fevereiro de 2017

Os pré-comentários do Oscar-2017

Hoje é o grande dia. O dia de falarmos mal do Oscar. Enquanto a festinha não chega, vamos aos pré-comentários malemolentes para animar este domingo. Afinal, corneta é vida.
1- A gente sabe que "La La Land" vai passar o rodo na festa como galã de novela dos anos 90. Afinal, o filme é bonito, fofinho, muito bem feito e fala bem de Hollywood. É difícil acreditar que uma propaganda chapa branca de Hollywood não vá colecionar vários carecas dourados na festa de... Hollywood.
2- Logo... chegar na festa com 14 indicações e não faturar nada seria tipo um 7 a 1 cinematográfico. Não acontecerá.
3- Mas, porém, contudo, todavia, se eu tivesse que dar o meu voto para melhor filme seria para "A chegada". Mas se "Moonlight" ou "A qualquer custo" vencerem também está muito bem dado e aplaudiremos de pé. Só espero que os candidatos "Spotlight" da vez não vençam neste ano. Vamos evitar o erro do ano passado, por favor.
4- Sei que "Toni Erdmann" é favoritaço na categoria de filme estrangeiro, mas o meu preferido da leva desse ano foi "Um homem chamado Ove".
5- Aliás, o grande vacilo número 1 desta categoria é deixarem "Elle" de fora. O vacilo número 2 veio do governo brasileiro, que não indicou "Aquarius". Talvez não entrasse, mas ESTETICAMENTE falando, ele tinha bola para jogar nesse time.
6- Vou deixar já protocolada uma reclamação prévia de que a cerimônia é longa demais e passou da hora de cortarem os números musicais.
7- Minha torcida entre os atores vai para Viggo Mortensen ("Capitão Fantástico"), mas se o Denzel Washington ("Um limite entre nós") ganhar tudo bem. Se der Casey Affleck ("Manchester à beira-mar"), Ryan Gosling ("La La Land") ou Andrew Garfield ("Até o último homem") vou bater panela na janela e chamar a Academia de golpista.
8- Aliás, para indicar o Andrew Garfield era melhor ter apostado no seu trabalho em "Silêncio", que era melhor do que o de "Até o último homem". Quiçá, a única coisa relativamente boa deste que é um dos piores filmes do Martin Scorsese.
9- Gente, Isabelle Huppert ("Elle") NÃO PODE perder o careca dourado de atriz. Mas, ao que tudo indica vai. E pior. Para a Emma Stone. A vida é muito injusta. A vida é um bloco de carnaval tocando Los Hermanos.
10- Por falar nessa categoria, Amy Adams ("A chegada") e Annette Bening ("Mulheres do século XX") mereciam entrar nessa disputa. Foi vacilo do Oscar deixá-las de fora.
11- Damien Chazelle ("La La Land") fez um trabalho muito bonito, mas a minha torcida entre os diretores ficará com Dennis Villeneuve ("A chegada") e Barry Jenkins ("Moonlight").
12- A cota vacilão dessa categoria é a ausência de David Mackenzie ("A qualquer custo") na disputa.
13- As reportagens do "Hollywood Reporter" com pessoas que votam no Oscar utilizando argumentos toscos para justificarem seus votos comprovam que qualquer um pode votar nisso e sair impune. Então eu também vou dar os meus votos para as demais categorias.
14- Eu daria meu Oscar de ator coadjuvante para Jeff Bridges ("A qualquer custo"). Já o de atriz coadjuvante iria para Viola Davis ("Um limite entre nós"). Mas ficaria satisfeito se a dupla de "Moonlight" (Mahershala Ali e Naomie Harris) vencesse, pois eles estão muito bem no filme.
15- Em roteiro original, não tenho dúvida de que o de "A qualquer custo" é o mais brilhante dos concorrentes. Não li as obras originais dos candidatos a roteiro adaptado. Mas e dai? Eu duvido que o povo da Academia tenha comparado também. Logo, meu voto vai para "A chegada".
16- Não sei quem vai ganhar em trilha sonora. Mentira, eu sei que só pode ser "La La Land". Eu sei também que "Passageiros" não merece ganhar nem eleição para síndico de prédio.
17- Por falar em música, "City of Stars" é tão bonita que eu nem precisava ouvir o resto para torcer pela música de "La La Land" em canção original.
18- Efeitos visuais? "Doutor Estranho", Fotografia? "Moonlight". Figurino? "Aliados". Maquiagem e cabelo? Não, peraí, aí já é um pouco demais.
19- Graças aos deuses, esse ano não tem nenhum filme sobre jornalismo. Ninguém vai falar em vitória do jornalismo em nenhum momento. Ufa!

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