quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Diário de guerra do Rio-2016 - 10º dia

Mercado vazio/Marcelo Alves
Diário de guerra da Olimpíada do Hell de Janeiro:

10º dia

Os gringos hoje descobriram o significado do lema informal do Hell de Janeiro. O "choveu, fudeu". Toda vez que chove, a cidade para. Resultado disso? Ônibus que demorou mais do que o normal e ônibus improvisado fazendo todas as rotas para cobrir eventuais buracos. Imagina quando o Parque Olímpico estiver realmente cheio. E chover...

Por falar nisso, faltando pouco tempo para o início dos Jogos, o MPC, como é chamada a área de imprensa, começa a ficar com aquela cara de babel característica de toda olimpíada. Além das nações tradicionais e de peso olímpico (EUA, China, Rússia, Grã-Bretanha), já é possível ver indianos com turbante e tudo, jornalistas do Turcomenistão, da Grécia, da Argentina... Sem falar nos italianos. É impossível não notar os italianos. Eles sempre falam com alguns decibéis acima do normal.

Brasileiros também fazem uma certa algazarra. Ao lado da mesa designada para a firma para o qual eu escrevo fica o tradicional "The Times". Um jornal de 231 anos de história. Eles provavelmente cobriram os Jogos de Atenas-1896. Quando o "Times" nasceu, não existia nem energia elétrica. Agora a 367ª geração de jornalistas do veículo dividia o Wi-Fi conosco.

Fico me perguntando o que aqueles ingleses tão concentrados no computador e com seus cadernos de anotações absolutamente organizados pensam daqueles vizinhos falantes que reclamam que a internet não está funcionando. Mas no fim são todos humanos comendo sanduíche de frango e saladinha em porções de plástico.

Pareciam estar mais gostosas do que o hambúrguer frio e sem graça que eu comi. É dura a vida do operário das palavras.

Faltam 19 dias para o fim #cornetaonfire

PS: a foto do post podia ser de um mercado da Venezuela, mas é do mercadinho da mídia mesmo. Galera está consumindo bem, hein.

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