domingo, 20 de setembro de 2015

Corneta Rock in Rio - segundo dia

O Metallica fechou a segunda noite/Marcelo Alves
Segundo dia de Rock in Hell, a Corneta vestiu o pretinho básico para acompanhar o primeiro dia de metaaaaaaalll (ler com voz gutural). Vejam como foi numa visão malemolente:
Noturnall + Michael Kiske - Os metaleiros fazem pose de mau e adoradores do diabo, mas por trás dessa atitude bate o coração de um filho que ama a mamãe. Foi para provar isso que Thiago Bianchi, vocalista do Noturnall, levou para o palco a grande atração do Rock in Hell (para ele), dona MARIA ODETE. E juntos, mãe e filho CHOCARAM os headbangers cantando a fofa "Woman in Chains", dos Tears for Fears, também conhecidos como Tias Fofinhas.
Mas o show não teve só momentos meigos. Tivemos também mulheres-zumbis possuídas pelo capeta fazendo POLE DANCE, muito Power Metal e a participação mais do que especial de Michael Kiske. Agora careca (aparentemente por opção), o ex-cabeludo e ex-vocalista do Helloween emocionou a galera alcançando agudos dignos da MARIAH CAREY dos bons tempos. E tudo acabou com a maravilhosa "I want out/To liiiiiiiiive my life alone/I want out..."
Angra + Dee Snider + Doro Pesch - Metal melódico exige alcance vocal, enfim, exige muito do GOGÓ. Foi por isso que o Angra resolveu contratar um cantor lírico italiano para substituir Edu Falaschi, o Fabio Lione.
Foi um show bem mais ou menos, mas paradoxalmente, cheio de momentos emocionantes. Era um dos últimos de Kiko Loureiro com a guitarra permanente do grupo. Kiko foi contratado pelo heavy metal americano e vai tocar no Megadeth a partir da próxima temporada "representando o Brasil e a família Angra". Teve ainda a presença de Doro Pesch, a Wanderléa do hevy metal, e de Dee Fuck It Snider, que entrou no palco a 250km/h e fez a alegria de todos nós cantando as únicas duas músicas que existem do Twisted Sisters: "I wanna rock" e (cantem comigo!) "We're not gonna take it/No we ain't gonna take it/Wer're not goona take it/anymoooooooore..
Ministry + Burton C. Bell - Se fosse para definir o Ministry em quatro palavras seria: Uma massa sonora disforme. A banda veio soltando muitos grunhidos, vômitos sonoros e gritos que ninguém entendia nada proferidos por um vocalista que tinha um monte de pregos na cara. E ainda tinha uma letra pornô que desejava um colar de pérolas para todo mundo. Foram agressivos e não conquistaram muito a galera com o seu aaarghgrghgfrhfdhgdaAaa a cada música.
Gojira - Até ontem eu não sabia que existia heavy metal na França. Cachecol e biquinho não combinam muito com o som, não é verdade? Mas o Gojira é da França, ainda que seu nome seja Godzila em japonês. Os franceses cantam em inglês porque, como eu já disse aqui, heavy metal é para ser cantado em inglês ou dialetos nórdicos antigos. O vocalista Joe Duplantier também sabe falar "Muito obrigado" perfeitamente. Deve ter aprendido quando foi baixista do Cavalera Conspiracy. Não empolgou muito, pois todas as músicas pareciam iguais.
Korn - O Korn consiste em músicas muito parecidas sendo cantadas pelo vocalista quase sempre na mesma postura: meio curvado e balançando os cabelos loucamente. Ganhou o prêmio Sepultura de escalação equivocada no Sunset. Pela quantidade de gente que estava lá (e não estava no fim do Gojira) deveriam ter tocado no palco mundo. A galera curtiu muito. Eu nem tanto.
Royal Blood - Rompendo preconceitos no Rock in Hell - parte II. Antes do show: Não dá para respeitar uma banda sem guitarra. Durante o show: Como esse cara tira esse som FEROZ com um baixo?!?!
O Sangue Real já vai para a lista dos melhores shows desse festival. A banda inglesa tem apenas um disco e consiste apenas em um duo de baixo e bateria, mas o que Mike Kerr faz com o baixo envenenado dele não existe. Parece que ele pegou tudo o que um guitarrista faz, olhou para o seu baixo e disse: por que não fazer? Até o riff de "Iron Man" do Black Sabbath teve. Showzaço.
Mötley Crüe - A banda está em sua última turnê como a lápide no fundo do palco indicava: 1981-2015. Foram mais de 30 anos de sexo, drogas e rock n'roll em doses cavalares. O grupo é um EXPOENTE do rock-farofa. E na sua última turnê faz de tudo para não perder o título. Abusa das presepadas, incendeia o palco, solta fogo da guitarra e ainda traz uma dupla de backing vocals para sensualizar rebolando e requebrando a cabeleira. Elas são tipo a Scheilla Carvalho e a Scheilla Mello desse É o tchan do rock.
Todos os "clássicos" estavam lá. A começar por "Girls, girls, girls". No fim, Vince Neil voltou ao palco para um momento fofo cantando "Home, sweet home". R.I.P. Mötley Crüe. O farofismo nunca mais será o mesmo.
Metallica - Depois de três Rock in Hell seguidos, a gente já conhece até as piadas e os trejeitos de James Hetfield. Sabemos que lá pelo meio do show ele vai fazer graça dizendo que vai embora. E sabemos que vai ter a brincadeirinha de mostrar a paleta em "Nothing Else Matters".
O que teve de novo? Bom, um estagiário fã do Dave Mustaine (sempre se coloca a culpa neles) tentou derrubar a banda desligando a tomada do som. Assim, por uns 45 tensos segundos, o Metallica ficou fazendo mímica no palco. Até então o show estava EXPLOSIVO. E assim continuou depois com a banda RASGANDO os tímpanos da plateia com o som pra lá de estourado. Novidades no set list? "King Nothing", do "Load", "Turn the page" e "Whiskey in the jar", música que devia tocar em toda festa. De resto algumas mudanças na ordem das músicas de sempre e a conhecida competência da banda, que sabe fazer um show espetacular. Poucos nesse festival têm capacidade para igualar o nível do Metallica.
É como alguém definiu no Twitter. Metallica e Iron Maiden são bandas que você pode ver 97568457537985 vezes com o mesmo set list que nunca vai enjoar. Portanto, só nos resta esperar o Medina confirmar os dois no Rock in Hell 2017.

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