domingo, 18 de abril de 2010

Um ótimo filme de ação

O cineasta inglês Paul Greengrass tem sido responsável por fazer alguns dos melhores filmes de ação dos últimos anos. As frutíferas parcerias com Matt Damon renderam os dois melhores filmes da trilogia Bourne, “A Supremacia Bourne” (2004) e “O Ultimato Bourne” (2007), e agora ele volta a filmar com o ator um excelente filme do gênero: “Zona Verde”.

Tendo como pano de fundo a busca americana pelas armas químicas no Iraque de Saddam Hussein, “Zona Verde” seria um ótimo filme com teorias conspiratórias e aspectos de informação e contra-informação se não fosse uma história absurdamente real. A manipulação americana da informação – aliada a um cenário de subserviência da imprensa em pleno governo Bush que pegou muito mal quando tudo foi revelado - para ganhar o apoio numa guerra infundada e derrubar a ditadura iraquiana foi mais do que ficção. Esteve escrita nas páginas dos jornais, nos sites e em qualquer lugar que circule a informação neste mundo.

Greengrass, aliás, não é nada amigável com os amigos da imprensa. Coloca na parede a jornalista Lawrie Dayne (Amy Ryan), personagem fictícia que trabalha para o “Wall Street Journal”, ao fazer o seu herói, o sargento Roy Miller (Matt Damon), questionar claramente: “Mas você não checou a informação”? É com essa pergunta seca que Miller joga a imprensa no banco dos réus e avisa que ela não fez o seu trabalho direito ao embarcar na doutrina Bush e não questionar fontes supostamente seguras vindas de um governo nada confiável representado no filme por um burocrata ambicioso vivido por Greg Kinnear.

Apesar da porradinha na imprensa, o alvo do diretor é mesmo o governo Bush. É contra ele que seu herói se insurge ao questionar informações furadas vindas da “inteligência” que levam sua infantaria a arriscar a vida por privadas velhas ao invés das armas de destruição em massa que jamais existiram. Para isso, ele conta com a ajuda de um veterano agente da CIA experiente em Oriente Médio que por suas idéias polêmicas de querer se unir ao exército local para reconstruir o país é marginalizado dentro do governo republicano.

É Martin Brown (Brendan Gleeson) quem vai dar a Miller o caminho para encontrar a verdade que ele almeja e desmascarar seu próprio governo e facções do seu próprio exército numa jornada em que ser ingênuo pode ser a diferença entre viver e morrer e deve-se observar tudo a sua volta, principalmente no terreno árido em que se pisa.

Ao sabermos como acaba essa história, pode-se até dizer que “Zona Verde” é um filme previsível. Mas ele agrada muito. Agrada pela maneira com Greengrass conduz a película com uma história bem escrita por Brian Helgeland a partir do livro de Rajiv Chandrasekaran. Agrada pela ótima atuação de Damon, um ator que tem talento para filmes de ação (mas não apenas para eles) e os ajuda a levá-los um pouco mais a sério ao contrário de Sylvester Stallone ou Jason Statham, que provocam risos em qualquer plateia.


“Zona Verde” é um trabalho superior até aos filmes Bourne e mais uma ótima colaboração de Greengrass à cinematografia de ação. De negativo que fica na película só a imagem do governo Bush. Mas isso não é novidade para ninguém e foi ela o que proporcionou a ascensão de Obama.

2 comentários:

Tati Rulêz disse...

Olá

Pra conhecer melhor o Majestike, esse aqui é o nosso myspace:

http://www.myspace.com/majestike

Lá tem, inclusive, um video feito com as cenas da apoteose!

Valeu!
Tati Rulêz

marcelo alves disse...

Obrigado Tati. Vou conferir com certeza.

marcelo