sexta-feira, 23 de abril de 2010

Triste ousadia

Chaga eterna
A não cessar
Uma cruz
A carregar

Sangue se esvaindo
Repetido bate-estaca
Interior gritando
Sufoco numa arma

Quando chora o coração
Apressam-se a indicar
Que esta é
A pior sensação

Fica a questão:
Quando virá a lágrima final?
Terá desfecho esse torpor?
O que diferencia...
Viver de sobreviver
É a intensidade da dor

Desejo é necessidade
O sofrimento com
Requintes de crueldade

Oceano de tristeza
Jorrados pelo sol
Outrora a profunda beleza
Eclipsada pela negação

Inocente adversidade
O jogou no purgatório...
Inesperado,
Infinidade

Dias de nada
Horas de vazio
Motivação alquebrada
Num horizonte sombrio

Ao olhar o relógio
O ponteiro gira ao contrário
Voltar no tempo
Ilusão definitiva

Abismo para a dor
Dias intermináveis não queria
Completa opacidade
Resultado da ousadia

2 comentários:

Lion disse...

Bonito isso, camarada

marcelo alves disse...

Obrigado. A gente se esforça