terça-feira, 24 de junho de 2014

James Rodríguez, o enganche

James, um 10 clássico/Reprodução Instagram
A Copa do Mundo ainda nem chegou ao fim da primeira fase, mas eu já tenho os meus dois candidatos à craque. Não por acaso, eles vêm de duas seleções que estão com 100% de aproveitamento e vêm apresentando o melhor futebol do Mundial junto com França e Alemanha. Falo de Holanda e Colômbia. Falo de Robben e James Rodriguez.

O que o Robben tem jogado nesta Copa é brincadeira. Teve atuação de gala contra a Espanha, foi decisivo contra a Austrália e fundamental na vitória sobre o forte time do Chile na rodada que garantiu os holandeses na primeira colocação do grupo B e a vaga nas oitavas de final contra o México.

Mas de Robben eu já falei um pouco e outro dia escrevo mais sobre ele. Este post será dedicado ao meia de raro talento e que tem sido a alma da seleção colombiana.

Aos 22 anos, James Rodriguez assumiu para si a liderança de um time que há seis meses sofreu um duro golpe. A lesão no joelho esquerdo de Falcao García deixou a Colômbia sem o seu artilheiro e um dos principais craques. A equipe parecia ter murchado, embora as chances de classificação ainda fossem muito boas em um grupo que tinha Grécia, Costa do Marfim e Japão. Foi quando James Rodriguez resolveu mostrar que a seleção ainda tinha muita força e futebol para brilhar nesta Copa.

James é um meia clássico. O tipo de jogador que os argentinos chamam de enganche. Aquele camisa 10 que organiza e distribui o jogo e também aparece na área para fazer gols. Golaços como o quarto da goleada de 4 a 1 sobre o Japão nesta terça-feira.

A Copa do Mundo tem sido muito boa. Talvez a melhor que eu vi desde a de 1998, na França, mas não tem sido pródiga em camisas 10. O enganche é um tipo de jogador que raras seleções têm neste torneio. Rakitic, da já eliminada Croácia, é um deles. Messi é um gênio e camisa 10, mas não é um enganche. James Rodriguez proporciona esse prazer de ver um meia clássico comandar uma equipe no meio-campo, o setor de criação, a região pensante que determina a vitória ou a derrota de um time de futebol.

A Copa do meia do Monaco tem sido espetacular. Com passes precisos e belos gols, James é responsável por 66,6% dos gols da Colômbia no torneio. Além dos três gols marcados, deu três assistências que foram fundamentais para a boa campanha da seleção. Ou seja, ele é responsável por seis dos nove gols da seleção.

James começou no Envigado, da Colômbia, onde se profissionalizou em 2007. Após dois anos, se transferiu para um centro maior e foi jogar no Banfield, da Argentina. Naquele mesmo período já frequentava as seleções colombianas sub-17 e sub-20.

A estreia na equipe principal foi em 2011, quando o meia já brilhava no futebol europeu com a camisa do Porto, de Portugal. Em setembro daquele ano, ele entrou em campo pela primeira vez para uma partida contra a Bolívia e foi escolhido o melhor em campo após dar o passe para o gol da vitória pro 2 a 1 marcado por Falcao García.

James não saiu mais do time de José Pekerman e só viu o seu prestígio crescer na Europa. Em maio de 2013, o meia foi contratado pelo Monaco, da França, por 45 milhões de euros. Foi para o mesmo time do compatriota Falcao em uma das 20 transferências mais caras da história do futebol. Fez uma boa primeira temporada, embora o Monaco não tenha conseguido superar o PSG na disputa pelo título francês. Em compensação, garantiu a vaga na Liga dos Campeões.

Na próxima temporada, James Rodríguez estará de volta à elite do futebol mundial com o Monaco. Enquanto isso, o acompanhamos brilhando em gramados brasileiros. Nesta terça-feira, além do golaço que marcou, foi dele o passe para um dos dois gols de Jackson Martinez na partida. O meia já tinha sido decisivo na sofrida vitória sobre a Costa do Marfim por 2 a 1, o jogo mais difícil da Colômbia na primeira fase, ao fazer o cruzamento para o gol de Quintero e marcar outro gol. Contra a Grécia, brilhou numa tranquila vitória de 3 a 0.

Agora James Rodriguez terá pela frente o mais duro adversário desta Copa. O Uruguai do técnico Oscar Tabárez, do zagueiro Godín e dos atacantes Luís Suárez e Cavani. A Celeste renasceu após a derrota para a Costa Rica na primeira rodada. Derrotou Inglaterra e Itália e entrou no caminho dos colombianos. Se passar pelo Uruguai, a Colômbia depois terá pela frente Brasil ou Chile. Uma mini-Copa América para James Rodríguez confirmar o seu status de um dos craques do Mundial.

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