quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Sessão nostalgia

Tudo começou com um comentário de uma amiga totalmente excelente que vibrara ter um dia de folga que coincidia com a exibição de um dos seus filmes favoritos na “Sessão da Tarde”. No dia seguinte, tomado por um certo tom nostálgico, crise dos 30 ou qualquer coisa do gênero, pensei: Tem muitos anos que eu não fico em casa vendo um filme da "Sessão da Tarde".

Foi quando tive a ideia de reunir 30 filmes inesquecíveis da "Sessão da Tarde" num mega post aqui em Memórias da Alcova. Inicialmente seria apenas o meu top 10, mas um almoço com a mesma amiga e outras duas pessoas ampliaram o leque de tal forma que eu não resisti. Afinal, aqui no meu espaço a edição é como o gol para o Parreira, apenas um detalhe. Então vamos à minha lista.

1-“Curtindo a vida adoidado” (Ferris Bueller’s Day Off – 1986) – Disparado o número 1 da "Sessão da Tarde". Vi pelo menos umas 15 vezes. O filme conta a história de Ferris Bueller (Matthew Broderick), que num belo dia de sol de Chicago resolve inventar que está doente para matar aula e curtir o dia. Para acompanha-lo nas desventuras, Ferris convoca o melhor amigo, o hipocondríaco Cameron (Alan Ruck), e a namorada Sloane Peterson (Mia Sara), que ele tira da escola dando um dos seus muitos golpes. Dirigido por John Hughes e com diversas cenas antológicas, “Curtindo a vida adoidado” tem o seu ponto alto com Ferris cantando “Twisted and Shout”, dos Beatles, em uma parada alemã fazendo todos os cidadãos de Chicago dançarem com ele. Até o pai, que acha que o filho está doente em casa. Como todo bom filme de "Sessão da Tarde", “Curtindo a vida adoidado” tem a participação de um ator desconhecido que ganharia notoriedade depois. É Charlie Sheen, que aparece numa ponta na delegacia beijando a irmã de Ferris.



2- Gotcha! – uma arma do barulho (Gotcha! – 1985) –Um dos meus favoritos. Na trama dirigida por Jeff Kanew, Jonathan Moore (Anthony Edwards) é um estudante da UCLA que joga com seus amigos de faculdade um jogo muito popular chamado “Gotcha”, uma espécie de paintball jogado sempre em qualquer lugar. A cada vez que alguém acertava um alvo, ele dizia: “gotcha”. E isso valia para ela se vingar de garotinhas que lhe davam um fora manchando as roupas delas com a tinta vermelha. Um dia, Moore e seu colega de apartamento, o espanhol Manolo (Jsu Garcia), vão passar férias em Paris. Lá, o nosso herói conhece a sexy Sasha (Linda Fiorentino), uma gata tcheca que vai tirá-lo a virgindade, e leva-lo para Berlim. Mas tantas nights de sexo cobram um preço. Moore acaba envolvido em uma trama de espionagem na Alemanha envolvendo a CIA, soviéticos, enfim, todas essas coisas de antigamente de um tempo em que o mundo era mais simples. Com isso ele acaba tendo de lidar com uma arma de verdade, mas sua habilidade com o “Gotcha” vai acabar ajudando a se dar bem e ficar com a Sasha, porque, afinal, é um filme de "Sessão da Tarde".



3- “O grande dragão branco” (“Bloodsport” – 1988) – A melhor atuação da vida de Jean-Claude Van Damme! Não que isso seja grande coisa, mas “O grande dragão branco” é um clássico. No filme de Newt Arnold, Van Damme é Frank Dux, um jovem do exército que passou a vida inteira sendo treinado pelo pai adotivo Tanaka e deseja honrar o nome da família no Kumite, um torneio de artes marciais em Hong Kong. Van Damme dá seus melhores golpes neste filme, se apaixona por uma jovem jornalista que quer se infiltrar no local secreto para escrever uma reportagem (ô raça), e ainda faz de bobo os dois policiais que vão ao seu encalço. Um deles é vivido por Forest Whitaker 18 anos antes de ganhar um Oscar por “O último rei da Escócia”. É claro que tudo dá certo (finais felizes são fundamentais na "Sessão da Tarde"), Dux ganha o torneio, a mulher e ainda humilha o vilão caricato Chong Li (Bolo Yeung) fazendo-o dizer: “matêeeee”.



4- Karaté Kid – A hora da verdade (Karatê Kid – 1984) – Nós que éramos crianças e adolescentes nunca imaginamos, mas este filme tinha muita qualidade. Tanto é que Pat Morita foi indicado ao Oscar de ator coadjuvante em 1985. Dirigido por John G. Avildsen, o filme conta a história de Daniel San (Ralph Maccio), jovem nerd, fracote, idiota e boboca da escola, que apanha dos valentões, não consegue pegar ninguém e ainda me entra numa festa a fantasia vestido de banheiro. Mas a vida resolve sorrir para Daniel. Embora a dublagem faça a gente pensar que ele é gay, Daniel gosta de mulher e consegue até sair com Ali Mills (Elisabeth Shue, uma espécie de musa da "Sessão da Tarde"). Mas é o senhor Myagi que será fundamental na vida de Daniel. Usando técnicas revolucionárias de ensinar o karatê (coisa como limpar o carro e pintar cercas), o garoto aprenderá a se defender dos valentões e ainda vai vencer um torneio de karatê usando o famoso golpe do balé!



5- Top Gun – Ases Indomáveis (Top Gun – 1986) – Na minha adolescência, Tom Cruise era amado por todas as meninas (quer dizer, menos as mais roqueiras que idolatravam o Axl Rose). E a culpa disso é deste filme. “Top Gun” é um clássico da "Sessão da Tarde" onde um jovem Tom Cruise (ele tinha 24 anos) vivia o personagem Maverick, piloto de aviação que sonha em fazer parte dos ases indomáveis, da elite, dos Top Gun da Força Aérea americana. Mas é claro que nesta sua caminhada ele terá algumas pedras pelo caminho. A maior delas é Iceman, o vilãozinho do filme vivido por Val Kilmer. Como um bom filme de "Sessão da Tarde", nosso herói vai se apaixonar pela única mulher em cena em praticamente todo o filme e será correspondido após um pequeno momento de conflito. Esta mulher vem a ser Charlotte (Kelly McGills), uma das instrutoras do programa (olha a "Sessão da Tarde" nos ensinando que devemos pegar nossas professoras). É claro que no final Tom Cruise vai se dar bem e as menininhas vão suspirar ao som de “Take my breathe away”, do Berlin. Um verdadeiro clássico este filme de Tony Scott e agora se fala até numa sequência. Será que o velho Tom (hoje com 50 anos) ainda encara essa?



6- Caçadores de emoção (Point Break – 1991) – As mulheres amam “Dirty Dancing” e “Ghost”, mas o melhor filme de Patrick Swayze é este dirigido por, vejam só, Kathryn Bigelow muitos anos antes de sequer imaginar que um dia ganharia um Oscar, o que aconteceu há dois anos com “Guerra ao Terror”. No filme, Swayze é Bodhi, um surfista líder de uma quadrilha de assaltantes de banco que se disfarça de ex-presidentes americanos (Ronald Reagan, Lyndon Johnson, Richard Nixon e Jimmy Carter). Para tentar desmascarar a quadrilha dos Ex-presidentes, o agente do FBI Johnny Utah (Keanu Reeves) tem que se infiltrar nela. Mas para isso, este rauli tem que aprender a surfar e vai levar muitos caldos. Mas Bodhi é um “bandido-beleza”, um cara que rouba para realizar um sonho: ele quer viajar para Bells Beach, na Austrália, onde uma mega tempestade formará uma onda única e mortal que ele precisa surfar. Como na convivência os dois, bandido-surfista e policial-neo-surfista, atingem um ponto de camaradagem, tudo termina numa boa onda no mar. Uhuuu!!!



7 – Os Goonies (The Goonies – 1985) – Dirigido por Richard Donner, este é um verdadeiro clássico da "Sessão da Tarde". Mostra um grupo de garotos numa aventura atrás de um tesouro depois que eles encontram um mapa de um pirata qualquer. O mais legal de rever “Os Goonies” é perceber que alguns nomes que se envolveram nele viraram pessoas famosas. É o caso de Josh Brolin. O ator que já foi indicado ao Oscar de coadjuvante por “Milk” em 2009 e estrelou filmes como “Onde os fracos não tem vez”, “Bravura Indômita” e “W”, era uma das estrelas dos “Goonies”. Ele tinha 17 anos quando fez o papel de Brand Walsh. O nome de Sean Astin também pode não te trazer muitas lembranças, mas o ator que então tinha 14 anos e fez o irmão de Brand, Mikey Walsh, ficaria mais tarde conhecido por ser o Sam, o melhor amigo de Frodo na trilogia do “Senhor dos Anéis”. Verdadeira “divisão de base” do cinema, o filme tinha ainda como roteirista Chris Columbus, que ficaria conhecido por ser o diretor de dois filmes da série “Harry Potter”.



8 – Velocidade Máxima (Speed - 1994) – Um dos melhores filmes de Keanu Reeves. Dirigido por Jan de Bont, ele se passa em uma Los Angeles ameaçada por um terrorista maluco vivido por Dennis Hopper. Reeves é o policial Jack Traven que terá que salvar as pessoas que estão dentro de um ônibus desgovernado pelas ruas de LA. Ônibus que em parte do filme será dirigido pela mocinha Annie Porter (Sandra Bullock), por quem o policial vai se apaixonar e, bem, você sabe como essas coisas funcionam.



9 – Elvira – a rainha das trevas (Elvira – mistress of the dark – 1988) – Descrito com muita propriedade no YouTube como o primeiro pornô de toda criança, o filme é estrelado por Cassandra Peterson, que ficaria eternamente conhecida pela personagem que usava roupas com decotes generosíssimos. Era impossível não ficar vidrado nos peitos da Elvira. A história? Bem, em Los Angeles, Elvira deixa o emprego depois de ser assediada sexualmente pelo novo dono da TV que ela trabalhava. Se muda para a pequena e conservadora Fallwell, em Massachusetts, e logo provoca um verdadeiro auê na região com suas roupas e estilo, digamos, chocantes. Elvira acaba dando a volta por cima a tempo de nos premiar com a inesquecível cena dos peitos giratórios.



10 – De volta para o futuro (Back to the future – 1985) – Todo fã de "Sessão da Tarde" idolatra Michael J. Fox. Afinal, ele é o astro de uma das trilogias mais legais da história do cinema. Neste primeiro filme dirigido por Robert Zemeckis, Fox, ou melhor, o inesquecível Marty McFly, parte no carro invocado do doutor Emmett Brown (Christopher Lloyd) para o ano de 1955, e encontra os seus futuros pais no ginásio. Num verdadeiro drama freudiano, ele ainda tem que lidar com o interesse de sua futura mãe nele, romance que se fosse consumado mudaria completamente o futuro e o faria desaparecer! Ou ser pai dele mesmo! Na história, McFly descobre ainda que o pai sofria bullying na escola e os três acabam vivendo grandes aventuras. E McFly acaba se tornando involuntariamente o inventor do skate.



11 – Uma linda mulher (Pretty Woman – 1990) – Você que acha que Julia Roberts, o mais belo sorriso de Hollywood, é a “namoradinha da América”, saiba que ela já fez um papel de prostituta. Tudo bem que era uma puta de luxo e sem cenas quentes, afinal, os filmes da "Sessão da Tarde" são família. Pois neste filme de Garry Marshall com a bela trilha sonora de Roy Orbison Julia é Vivian Ward a linda prostituta por quem Edward Lewis (Richard Gere) vai passar o filme inteiro tentando conquistar. Ai vem aquelas coisas típicas de comédias românticas: os dois mundos em conflito, as diferenças, um tendo que aceitar o outro como ele é até viverem felizes para sempre. E pensar que originalmente o filme era para ser um drama sobre prostituição em Nova York. Acabou virando uma película light passada em Hollywood que deu a Julia uma indicação ao Oscar.



12 – Procura-se Susan Desesperadamente (Desperately Seeking Susan – 1985) - Tudo o que a Madonna faz no cinema é tosco. Mas este filme é tão tosco, mas tão tosco, que chega a ser bom. Quando fez este "Procura-se Susan desesperadamente", Madonna era uma estrela em ascensão na música. Tinha acabado de lançar “Like a Virgin” e começava a ser conhecida como a material girl que todo homem desejava. Ai a Susan Seidelman a escalou para ser a garota porra-louca Susan que marca encontros com o namorado por anúncios de jornal. Só que nisso surge Rosanna Arquette e sua Roberta, dona de casa de vida sem graça que mora em Nova Jersey e se mete na história para tentar dar alguma emoção a sua existência. As duas brigam, ficam amigas e no final tudo acaba bem. No meio dessa história toda, uma ponta de John Turturro, o mestre de cerimônias de um clube aonde as duas vão.



13 – As minas do Rei Salomão (King Solomon’s Mine – 1985) – Muito antes de Sharon Stone dar aquela cruzada de pernas inesquecível, ela já mostrava o seu potencial como a heroína que dá trabalho e leva Allan Quatermain (Richard Chamberlain) a loucura neste clássico da "Sessão da Tarde". Sharon era Jesse Huston, moça que contrata Quatermain para tentar encontrar o pai que teria desaparecido numa expedição na tal mina do título da película. A partir daí eles vão viver aventuras e passar por poucas e boas na tribo de Kukuana. E, claro, vai rolar um affair entre os dois.



14 – Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida (Raiders of the lost ark – 1981) – Mas quando se trata de aventuras em lugares bizarros, nada supera o grande Indiana Jones (Harrison Ford). Escolhi o primeiro filme para representar aqui toda a trilogia de Steven Spielberg e George Lucas. Neste trabalho, nosso bravo arqueólogo vai para o Nepal e o Cairo numa trama que envolve artefatos históricos, nazistas (o filme se passa em 1936), muita correria, algumas brigas e o seu velho chicote. “Os Caçadores da Arca Perdida” ganhou quatro Oscars em 1982, todos em categorias técnicas.



15 – Esqueceram de mim (Home Alone – 1990) – Chris Columbus dirige a jovem estrela (que ficou presa no passado) Macaulay Culkin no divertido filme sobre o garoto de oito anos (o ator tinha dez na época) que é abandonado pelos pais quando saem de viagem. Ai ele terá que aprontar muito para impedir que dois ladrões vividos por Joe Pesci e Daniel Stern roubem a casa de sua família. Como o filme se passava no Natal, era figurinha carimbada na "Sessão da Tarde" quando dezembro chegava.



16 – Meu primeiro amor (My Girl – 1991) – Mas o jovem Macaulay Culkin não sabia apenas fazer comédia. A estrela prodígio que naufragaria na idade adulta também sabia fazer um drama e o filme que tinha a trilha sonora da conhecida música dos Temptations fez muito marmanjo chorar. O filme se passa na Pensilvânia onde duas crianças vivem as experiências do primeiro amor. Fofo, né? O problema é que uma tragédia acontece e o luto fará Vada Suntelfuss (Anna Chlumsky) aprender muitas coisas sobre a vida com o pai Harry (Dan Aykroyd). Mas a grande questão disso tudo é: por onde anda Anna Chlumsky? Na época do filme ela tinha 11 anos. Três anos depois, estrelou a bizarra continuação “Meu primeiro amor 2” (não deveria ser Meu segundo amor?) e desapareceu. Participou de algumas séries e não fez nada de relevante no cinema. Será sempre lembrada pela garotinha do “Meu primeiro amor”.



17 – Os Caça-Fantasmas (Ghostbusters – 1984) – Muito antes do Gasparzinho, o Geleia também era um fantasminha camarada. Embora fosse um pouco gosmento. “Os Caça-Fantasmas” reunia um trio de malucos da Universidade de Columbia que, como o próprio nome dizia, saia pelas ruas de Nova York a caça de fantasmas. Com Dan Aykroyd, Bill Murray e Harold Ramis como astros, o filme de Ivan Reitman contava ainda com a participação de Sigourney Weaver e chegou a ter duas indicações no Oscar de 1985, uma delas para a música “Ghostbusters” que era um dos chicletes da "Sessão da Tarde". E quem não se lembra do inesquecível marshmallow gigante aterrorizando Nova York? Nunca houve um vilão tão, digamos, fofo.



18 – Máquina Mortífera (Lethal Weapon – 1987) – Martin Riggs é um dos meus heróis favoritos. O personagem de Mel Gibson em “Máquina Mortífera” sempre me divertia nas tardes com seu jeito insano e a maneira com ele se relacionava com o parceiro meio medroso Roger Murtough (Danny Glover). Os quatro filmes da série são de Richard Donner e resolvi escolher o primeiro para representar todos na lista como uma forma de homenagear a divertida série.



19 – Um tira da pesada (Beverly Hills Cop – 1984) – Por falar em policiais divertidos (filmes de policiais eram muito comuns na "Sessão da Tarde"), como não lembrar nesta lista de Eddie Murphy e seu Axel Foley? “Um tira da pesada” era tão bom, mas tão bom, que chegou a ganhar uma indicação ao Oscar de roteiro. “Um lugar no coração”, que ninguém lembra, acabou ganhando o prêmio num ano em que também concorria “Splash, uma sereia em minha vida” (meldels!). No filme de Martin Brest, Foley, um policial gaiato de Detroit vai até Beverly Hills investigar a morte de um amigo. Só que ele não está autorizado a fazer isso e durante o filme enrola o sargento John Taggart (John Ashton) e o detetive Billy Rosewood (Judge Reinhold), policiais encarregados de prendê-lo. Sem contar o tenente Andrew Bogomil (Ronny Cox). Era um tempo em que Eddie Murphy era diversão garantida.



20 – Corra que a polícia vem ai (The naked gun: from the files of police squad! – 1988) – Seguindo a linha de policiais inesquecíveis, Leslie Nielsen não poderia faltar nesta lista. Astro deste primeiro filme de uma trilogia, o ator é o detetive Frank Drebin, o policial mais atabalhoado que se tem notícia e que se mete em incontáveis e hilárias cenas. No elenco, a musa de Nielsen era a ex-mulher do Rei, Priscilla Presley. Sem contar O.J. Simpson, que apanhava bastante. O ex-jogador de futebol americano acabaria no futuro sendo preso e condenado a 33 anos de prisão pela morte de sua ex-mulher, Nicole Brown Simpson e um amigo dela, Ronald Goldman.



21 – Mad Max (Mad Max – 1979) – Continuemos na seara da lei para falar de um policial do futuro. Estrelado por um então menino de 23 anos chamado Mel Gibson, “Mad Max” fala de um policial num futuro apocalíptico em busca de uma vingança após uma gangue de motoqueiros ter matado a sua família. Gibson então vai fazer justiça com as próprias mãos e mostrar aos caras quem é que manda. Esse é o filme mais legal da trilogia. George Miller agora planeja um quarto filme, mas já disse que Mel Gibson está fora. Aí não tem graça. Ele é a alma do filme.



22 – Rambo – programado para matar (First Blood – 1982) – É claro que em qualquer lista de filmes da "Sessão da Tarde" não podia faltar algum do Sylvester Stallone. E o grande herói mentiroso (afinal, ele derruba um helicóptero sozinho no terceiro filme) John Rambo é o representante. Rambo é o herói amargurado das forças especiais do exército americano que descobre que um amigo morreu por causa da exposição ao agente laranja, arma química que os militares jogaram na população vietnamita. Rambo acaba se envolvendo com problemas com as autoridades da cidade de Hope, em Washington, é torturado e lembra dos seus tempos de prisioneiro de guerra. Tsc, tsc, péssimo momento para o xerife da cidade provocá-lo. Rambo vai mostrar que ele se meteu com o cara errado e iniciará uma jornada de vingança contra os caras e nem o Coronel Trautman (Richard Crenna) conseguirá impedí-lo.



23 – Edward, mãos de tesoura (Edward Scissorhands – 1990) – Este filme comprova que desde cedo Johnny Depp gosta de interpretar um tipo esquisito. No trabalho de Tim Burton, Depp é o personagem do título, homem gentil e melancólico por ser diferente, ter as mãos de tesoura. É ai que o filme faz o merchandising da Avon: é uma vendedora dos produtos vivida por Dianne Wiest quem resolve visitá-lo e ao vê-lo tão sozinho o leva para a sua casa. Logo Edward fica amigo do filho dela e do marido, vivido por Alan Arkin. Mas é pela filha deles, Kim (Winona Ryder antes da cleptomania) que ele vai se apaixonar. Ai é aquela história, amor impossível, dor e um desfecho melancólico para Edward e Kim. Mas o Avon deve ter faturado muito com a popularidade.




24 – Flashdance – em ritmo de embalo (Flashdance – 1983) – Um filme feito basicamente para mostrar como é dura a vida da bailarina. No filme de Adrian Lyne, Jennifer Beals é Alex Owens, mocinha de Pittsburgh que trabalha como soldadora durante o dia e à noite solta a franga dançando em um bar. Seu sonho? Virar uma dançarina famosa. Para isso ela tem que treinar muito para entrar para uma companhia de balé profissional. Não consegue em duas tentativas, perde a confiança, mas é aí que o filme nos ensina que não devemos desistir nunca dos nossos sonhos. Ou qualquer coisa do gênero. E no fim, ela dá um show na audição ao som da música-chiclete “What a feeling”. Depois deste filme, Jennifer, então com 20 anos, acabou desaparecendo, não fez nada muito relevante até reaparecer como uma lésbica no seriado “The L World”.



25 – Dirty Dancing – ritmo quente (Dirty Dancing - 1987) – Filme sobre dança, música-chiclete, bem temos outro representante desta safra aqui. Estrelado por Patrick Swayze e Jennifer Grey, “Dirty Dancing” é daqueles filmes que se você falar mal compra uma briga daquelas com sua patroa. Por quê? Ora, porque ele conta uma história de amor que todo mulher gosta. Swayze é o cara bonitão e forte que briga até o fim pela menina frágil mesmo com os pais sendo contra o relacionamento porque acham que ele é um vagabundo e não serve para a filha. No meio disso tudo tem gravidez, acusações falsas de roubo, demissão do instrutor de dança vivido por Swayze. Sabe como é, né, o clichê faz sucesso. E tome de Patrick Swayze rebolando ao som de “The time of my life”.



26 – Cocktail (Cocktail – 1988) – Esse papo de funcionário se apaixonar por uma mulher que está ali passando pelo seu emprego me lembrou de outro filme. No caso de “Cocktail” é o barman Tom Cruise quem vai para a Jamaica trabalhar e ai...ele conhece Elisabeth Shue, que estava ali passando férias. Papo vai, papo vem, Cruise exibe toda a sua técnica para preparar drinques e pronto, o amor está selado. Como numa novela da Globo, Cruise pisa na bola, Elisabeth não gosta, se separa, fica devastada, mas o herói vai atrás dela, enfrenta a sua família porque o que importa é o amor. Fica tudo bem e o casal até abre um barzinho no final.




27 – Robin Hood – o príncipe dos ladrões (Robin Hood – Prince of Thieves – 1991) – Esqueça a recente versão com Russell Crowe. Era até boa, mas muito mais legal é este filme estrelado por Kevin Costner. O ator faz o príncipe dos ladrões, cuja clássica história é contada pelo diretor Kevin Reynolds com a ajuda de um elenco conhecido, como Morgan Freeman (Azeem), Mary Elisabeth Mastrantonio (Lady Marian), Christian Slater (Will Scarlett) e Alan Rickman (xerife de Notthingham). A estragar apenas uma música chata do Bryan Adams, mas que rendeu à película uma indicação ao Oscar.



28 – Beethoven – o magnífico (Beethoven – 1992) – Eu detesto filme de bichinhos, mas tenho que reconhecer que não existe "Sessão da Tarde" sem filme de bichinhos (tá, fui também convencido a incluir um na lista). O filme conta a história do são bernardo com nome de compositor clássico que é adotado pela família Newton, mas tem uma galera que quer fazer experiências mortais com ele ou coisas assim. Beethoven faz todo o seu papel de cachorro fofo dos filmes de bichinho e todos vivem felizes para sempre no filme. Curiosidade da vez: os atores principais desapareceram na história do cinema. Foram os coadjuvantes que vingaram como Stanley Tucci e Oliver Platt, que aparecem como sequestradores de cães, e David Duchovny, que na época do filme ainda não tinha estreado no Arquivo X, série de TV que o tornaria famoso.



29 – Mudança de Hábito (Sister Act – 1992) – Não existe "Sessão da Tarde" sem Whoopi Goldberg. E “Mudança de Hábito” é o seu filme mais divertido. No filme, Whoopi é a cantora Deloris Van Cartier que acaba sendo colocada por um programa de proteção a testemunhas num convento em São Francisco para fugir do namorado mafioso, Vince (Harvey Keitel). Lá ela vai se meter em um monte de situações engraçadas que foram o riso garantido das nossas tardes.



30 – A Lagoa Azul (The Blue Lagoon – 1980) – Para fechar a lista, não poderia deixar de citar o filme mais repetido da história da "Sessão da Tarde". Tudo bem, eu não tenho estatística disso, mas alguém duvida? Estrelado por Brooke Shields e Christopher Atkins, o filme conta a história de dois jovens que ficam isolados numa ilha após uma tempestade destruir o seu barco. Os anos passam, eles descobrem o amor, fazem um sexo e, enfim, vocês conhecem o resto da história. Esta versão já é a refilmagem de um filme de 1949, mas prepare-se para o pior: algum louco está planejando uma nova versão do filme. Meu Deus! Depois de “A Lagoa Azul” tanto Brooke (hoje com 46 anos) quanto Atkins (hoje com 50) não fizeram nada de relevante. Ficaram eternamente presos na ilha da fantasia da Lagoa Azul.


Nenhum comentário: