quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Best Of 2011 - Esportes

O Barça ergue o título europeu/Reprodução da internet

Tão tradicional quanto a corrida de São Silvestre ou o Réveillon de Copacabana é a lista dos melhores (e piores) do ano que está se encerrando feita por este signatário. Como é de praxe, começo pelos esportes. Amanhã falarei sobre os melhores shows e no derradeiro dia do ano sobre os melhores filmes da temporada. Sem mais delongas, vamos à lista.

Dez jogos marcantes de 2011 – Em ordem cronológica, dez partidas que entraram para os anais do esporte.

Espetáculo catalão na casa do rival – No dia 27 de abril, o Barcelona foi até o Santiago Bernabéu para enfrentar o Real Madrid no primeiro jogo das semifinais da Liga dos Campeões da Europa. E Messi acabou com a partida. Em mais um jogo em que o time catalão mostrou toda a sua superioridade sobre o rival, o argentino fez os dois gols, sendo um deles espetacular e ajudou o Barcelona a conseguir uma boa vantagem para a partida de volta no Camp Nou, quando em outra partida muito boa deixou o campo com o empate em 1 a 1 e a classificação para a final. O jogo foi o terceiro de uma série de quatro partidas que os rivais fizeram num intervalo de 18 dias. O Barça levou a melhor na Champions, empatou no Campeonato Espanhol, cujo título conquistaria, e perdeu na Copa do Rey por 1 a 0.

Emoção no rugby – Northampton Saints e Leinster Rugby entraram em campo no dia 21 de maio para decidirem a Heineken Cup, um dos tradicionais torneios do esporte. E o que se seguiu no estádio Millenium, em Cardiff, no País de Gales, foi um dos jogos mais emocionantes do ano. O Leinster começou perdendo, mas conseguiu uma espetacular virada e venceu a partida por 33 a 22. O destaque e personagem do jogo foi Jonathan Sexton, que na final marcou dois tries, três conversões e dois pênaltis, sendo responsável por um total de 28 pontos do Leinster e se tornando o segundo jogador da história em número de pontos em uma única partida da Heineken Cup. Foi uma grande atuação individual do atleta.



Uma aula de futebol – No dia 28 de maio, o Barcelona entrou em campo para dar mais uma aula de futebol na decisão da Liga dos Campeões da Europa. O time de Pep Guardiola engoliu o Manchester United em Wembley e conseguiu uma vitória por 3 a 1 que não disse o que foi o jogo tamanha a superioridade dos catalães sobre um dos melhores times do mundo. Foi uma partida espetacular coletivamente do Barça e mais uma atuação de gala do trio Messi, que fez um gol, Xavi e Iniesta. Pedro e David Villa marcaram os outros gols do Barcelona, com Wayne Rooney descontando. Para quem só descobriu o Barcelona na final do Mundial Interclubes, esta foi uma grande oportunidade perdida de uma aula de futebol-arte.



Nadal com o troféu/Reprodução da internet
A velha rivalidade no saibro francês – O ano foi de muitas grandes partidas no tênis, principalmente envolvendo os três principais nomes do esporte atualmente: o suíço Roger Federer, o espanhol Rafael Nadal e o número 1 do mundo, o sérvio Novak Djokovic. A final de Roland Garros no dia 5 de junho foi mais um daqueles duelos épicos entre Federer e Nadal. O suíço não fez uma boa temporada, mas vinha de uma vitória heroica sobre Djokovic na semifinal. Na decisão jogou muito, mas mais uma vez sucumbiu ao talento de Nadal, que venceu por 3 sets 1, parciais de 7/5, 7/6, 5/7 e 6/1. Com o título, o espanhol igualou a marca de seis conquistas de Bjorn Borg na lendária quadra francesa.

Basquete de alta qualidade – Dallas Mavericks e Miami Heat fizeram uma série de seis jogos fantásticos na decisão da NBA deste ano. O último deles foi disputado no dia 12 de junho, quando o Mavericks venceu por 105 a 95 e conquistou o primeiro título de sua história. Apesar de o Miami ter três astros (LeBron James, Dwayne Wade e Chris Bosh), quem brilhou muito nos playoffs e conduziu o Dallas ao campeonato foi o alemão Dirk Nowitzki, eleito o MVP das finais.

Mais uma vez na fila – Aqueles que acham que futebol feminino não é esporte deviam ver o VT de Brasil 2 x 2 Estados Unidos pela Copa do Mundo feminina disputada na Alemanha no dia 10 de julho. Brasileiras e americanas podem não ter feito um jogo de grande técnica, mas protagonizaram a partida mais emocionante do torneio. No final, as americanas venceram por 5 a 3 nos pênaltis, com duas cobranças defendidas pela goleira-musa Hope Solo e se classificaram para a semifinal. Na decisão, as americanas acabariam sendo derrotadas pelo Japão também nos pênaltis. As japonesas conquistaram o primeiro título de sua história.

Uruguai novamente protagonista – De volta ao futebol masculino, uma partida emocionante na soporífera Copa América. Argentina e Uruguai entraram em campo em Santa Fé, na Argentina, na disputa por uma das vagas nas semifinais da competição. Jogando em casa e com Messi tendo boa atuação, os argentinos perdem incontáveis gols. O Uruguai joga com a sua conhecida garra e leva a partida para os pênaltis após o empate em 1 a 1. Na decisão, brilha a estrela do goleiro Muslera, que garante a vitória uruguaia por 5 a 4. Mais um jogo emocionante protagonizado pela Celeste, que conquistaria o título da competição após derrotar o Paraguai por 3 a 0 na final.

O jogo do Campeonato Brasileiro – O Brasileirão foi emocionante como sempre, mais técnico do que o anterior e teve muitos bons jogos, embora nada que faça a crítica dizer que o Brasil está no topo do planeta. Por favor. O melhor jogo do torneio deste ano aconteceu na Vila Belmiro, onde o Santos de Neymar recebeu o Flamengo de Ronaldinho. A partida no dia 27 de julho foi um daqueles momentos que sempre serão lembrados no esporte. O Santos abre 3 a 0 com 30 minutos numa grande atuação e dá a impressão de que vai aplicar uma goleada histórica. Borges (2) e Neymar marcam os gols. Mas o Flamengo reage, faz dois gols com Ronaldinho e Thiago Neves e diminui. Um pênalti é marcado para o Santos, mas Elano dá uma cavadinha ridícula e é Felipe quem tira sarro do meia na defesa. Logo depois, Deivid empata para o Flamengo. No segundo tempo, Neymar faz um golaço e coloca o Santos na frente, mas Ronaldinho faz um gol genial e empata. Em seguida, o mesmo Ronaldinho na sua grande atuação do ano vira a partida para o Flamengo. O rubro-negro no fim perderia o fôlego na disputa do título. Já o Santos após essa derrota só fez figuração no Brasileiro, apesar de seguidas boas atuações de Neymar, e acabaria humilhado pelo Barcelona no Mundial no Japão.

Magnano e Marcelinho comemoram a vaga/Reprodução
Vitória emocionante no basquete – No dia 7 de setembro, o basquete brasileiro pareceu ter nascido de novo. Comandada pelo técnico Ruben Magnano, a seleção derrotou a Argentina de forma heroica em Mar del Plata por 73 a 71, triunfo que foi fundamental na campanha do Pré-Olímpico que levou a equipe masculina de volta às Olimpíadas depois de 16 anos. No ano que vem o Brasil estará em Londres. Tudo graças ao argentino Magnano e sua jovem equipe que superou tudo para arrancar uma vaga para Londres-2012.

Why Always me? – Fechando a minha lista, uma goleada histórica no dia 23 de outubro. O Manchester United recebeu o rival da cidade Manchester City em Old Trafford. O estádio conhecido como Teatro dos Sonhos foi palco do pesadelo da equipe de Sir Alex Ferguson impiedosamente goleada por 6 a 1, um chocolante que quebrou uma série de tabus: Desde 2008 o United não perdia para o rival no Campeonato Inglês, desde 1996 não tomava seis ou mais gols em casa e a goleada foi a pior derrota do United para o City desde janeiro de 1926. Foi também a pior derrota de Ferguson em 25 anos de Manchester United. “Foi o nosso pior dia na história”, resumiu o treinador escocês. E um dos personagens do chocolate foi o atacante Balotelli, que ao abrir o placar levantou a camisa e mostrou outra com a mensagem: “Why Always me?” (Por que sempre eu?), uma referência à polêmica que ele se envolvera naquela semana, quando colocou fogo na própria casa depois de “brincar” com fogos de artifício. Por que sempre você, Balotelli?

Messi, o craque, o mito/Reprodução da internet
O craque do ano – Tem alguma dúvida de que mais uma vez o prêmio de Memórias da Alcova vai para Lionel Messi? O cara continua decidindo tudo. Foi o craque e artilheiro da Liga dos Campeões, fez gol na final, foi decisivo no Campeonato Espanhol, foi decisivo nos confrontos contra o Real Madrid, foi decisivo no Mundial de Clubes. Messi é o cracaço do ano e tem tudo para conquistar pelo terceiro ano consecutivo a Bola de Ouro de melhor jogador do planeta. Que continue jogando muito por muitos e muitos anos.

O time do ano – Quantas equipes do mundo têm três craques? O Barcelona é uma delas com Messi, Xavi e Iniesta. Quantos times praticam o futebol-arte? O Barcelona é um deles e talvez o único que encante os amantes do futebol do Alaska a Nova Zelândia. Além disso, o Barcelona foi campeão espanhol, europeu, da Supercopa da Espanha, da Supercopa da Europa e no apagar das luzes ganhou só o título mundial com uma goleada acachapante sobre o Santos por 4 a 0. Ou seja, o Barcelona ainda é o time a ser batido e a equipe do ano.

O técnico do ano – Seguindo a mesma lógica culé, se você comanda o time do ano que pratica o futebol mais brilhante e tem os craques, tem como você não ser o treinador da temporada? Pep Guardiola é o cara por comandar uma equipe que está fazendo história.

O herói – Um herói, não, um super-herói. Novak Djokovic talvez tenha sido o esportista do ano. O cara assumiu o primeiro lugar do ranking do tênis, massacrou gente do porte de Rafael Nadal e Roger Federer e ganhou nada menos do que três dos quatro Grand Slams da temporada (Austrália, Wimbledom e Estados Unidos). Foi um monstro em quadra e um dos grandes nomes do esporte em 2011.

O vilão – José Mourinho é um grande treinador. Um dos melhores do mundo, certamente. Mas não se comportou dignamente em 2011. Quando enfrentava o Barcelona, o treinador do Real Madrid parecia um Eurico Miranda nos tempos de Vasco x Flamengo falando bobagens e sem focar no seu time. Pior, deixando o sua equipe pilhada, o que só a fez entrar na roda culé. Mas não foi só isso. Mourinho ainda deu uma dedada no olho do auxiliar de Guardiola. Pegou muito mal para o português. Quem em 2012 ele fique mais calminho.

O mico do ano – Eu poderia citar a derrota do Corinthians para o Tolima e a eliminação na Pré-Libertadores, mas o time paulista depois se recuperou e foi campeão brasileiro. Mico mesmo foi o do Atlético-MG, que poderia ter rebaixado o rival Cruzeiro, mas apanhou de 6 a 1 na última rodada do Brasileirão. Resultado, a Raposa ficou na elite e com a derrota o Galo ficou de fora até da Copa Sul-Americana. Micaço!

O tabu quebrado do ano – O recorde de jardas conquistadas em uma única temporada (5.084) estava há 27 anos nas mãos de Dan Marino. Mas o quarterback do New Orleans Saints, Drew Brees, o pulverizou com uma rodada de antecedência do fim da temporada regular da NFL durante a vitória da sua equipe sobre o Atlanta Falcons por 45 a 16. Agora são 5.087 jardas e ainda falta um jogo. Um grande feito para Brees, que celebrou a marca em grande estilo: com um passe para touchdown que você vê abaixo.



Balotelli e sua camisa/Reprodução da internet
O figuraçaMario Balotelli merece muito essa alcunha em 2011. Ele comemora gol com a camisa “Why Always me?”, ele não comemora gol, tira sarro fazendo gol de ombro, se mete em confusão fora de campo. É o personagem bizarro do ano. Coloca fogo na própria casa quando brinca com fogos de artifício, sai com atriz pornô, é flagrado comprando revistinha erótica. Balotelli, o rei dos tabloides ingleses e figuraça de 2011.

O golaço do ano – O gol de Neymar contra o Flamengo foi espetacular, o de Wayne Rooney contra o Manchester City foi sensacional, mas eu vou ficar com o gol de Messi nos 2 a 0 do Barcelona sobre o Real Madrid no Santiago Bernabéu. Serve para representar também os outros golaços espetaculares que o craque argentino fez no ano.





A jogada do ano – Não existe prêmio aqui para touchdown, mas não posso deixar de registrar o que Jerome Simpson, do Cincinnatti Bengals, fez no jogo contra o Arizona Cardinals, na NFL. O cara simplesmente deu uma cambalhota para marcar um touchdown. Foi a jogada de 2011. Veja no vídeo abaixo.



A seleção do ano – Minha equipe ideal de 2011 ficou assim: Neuer (Schalke 04), Daniel Alves (Barcelona), Piqué (Barcelona), Vidic (Manchester United) e Marcelo (Real Madrid); David Silva (Manchester City), Xavi (Barcelona) e Iniesta (Barcelona); Van Persie (Arsenal), Messi (Barcelona) e Cristiano Ronaldo (Real Madrid).

Amanhã, os melhores shows do ano.

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