sábado, 2 de abril de 2011

Iron Maiden IV

Para os meus seis leitores, o texto abaixo foi o publicado no site do GLOBO sobre o show do Iron Maiden. Não tenho mais o que dizer que não seja o que está nas linhas que se seguem. Foi um showzaço, cuja ideia vocês podem ter nos exemplos em vídeo no final do post.

O público aparentava ser ligeiramente inferior ao da noite de domingo, quando a quebra de uma grade na frente do palco frustrou mais de 12 mil fãs e causou o adiamento do show. Mas quem pôde voltar no dia seguinte e sobreviveu aos congestionamentos pela cidade para finalmente assistir à apresentação do Iron Maiden saiu da HSBC Arena de alma lavada. O Iron fez em duas horas na Barra da Tijuca um de seus melhores shows no Rio de Janeiro nesta que é a sua nona passagem pelo Brasil, a quarta só neste século.

A turnê que já passou por São Paulo no sábado agora segue para Brasília, onde a banda toca nesta quarta-feira, além de Belém (dia 1º), Recife (dia 3) e Curitiba (dia 5) antes de ir para Argentina e Chile.

O episódio da grade quebrada na véspera não passou despercebido pelo cantor Bruce Dickinson, que deu uma ironizada com a situação.

- Como vocês podem ver, nós temos aqui uma nova cerca. É uma liiiiiiinda cerca. E custou caro, mas vocês não tiveram que pagar. E melhor ainda, nós também não - disse Bruce, na primeira vez em que parou para conversar com o público após a quarta música, "The Talisman".

Em seguida, o vocalista agradeceu aos que tiveram condições de voltar à Arena para ver o show. Foi o suficiente para a horda de fãs vestindo camisas pretas (Havia também muitos com camisas do West Ham, o time de coração do baixista Steve Harris), ovacionarem o cantor. Seria apenas uma das muitas vezes em que o Iron seria homenageado.

Bruce ainda voltaria a mencionar a questão antes de "Blood Brothers", quando comparou os problemas que a banda teve no Rio com os que teve no Japão, onde o Iron não conseguiu tocar por causa do terremoto e do tsunami que causaram estragos no país. Como vem fazendo em todos os shows, ele aproveitou para dedicar a música aos japoneses e a todos os fãs do Iron independentemente de raça ou religião, citando países que passam por problemas de conflitos como Líbia e Egito.

Entre os fãs havia uma expectativa por uma espécie de compensação pelos problemas de domingo. Um set list um pouco maior com alguns clássicos que não estão na nova turnê do disco "The Final Frontier" como "Aces High" e "Run to the hills". E essa expectativa só aumentou quando o Iron terminou o show, mas as luzes demoraram um pouco mais a se acender enquanto o público clamava por "Run to the hills". Mas ficou para a próxima. Por outro lado, a banda pareceu ter suado ainda mais a camisa para agradar ao seu público que voltou à Arena.

O set list foi o mesmo que o Iron vinha tocando no México, Colômbia, Peru e em São Paulo. Dois anos depois de uma turnê de clássicos ("Somewhere back in time") que passou pela Apoteose e cuja canção mais nova era "Fear of the dark", o clássico dos clássicos e presença obrigatória em todo show do Iron até o fim dos tempos, a banda decidiu priorizar no novo espetáculo sua história recente.

Metade das 16 músicas do show saíram de discos lançados do ano 2000 para cá. Se não havia nada do "A matter of life and death" (2006), tinha duas do "Brave new world" (2000), uma do "Dance of death" (2003) e metade do novo álbum, "Final Frontier", o melhor desde que Bruce Dickinson voltou para a banda em 1999.

E é exatamente "Satellite 15...The Final Frontier" que abre os trabalhos na Arena após umas projeções futuristas no telão com Bruce cantando a primeira parte da música. No palco, o cenário é o de uma nova espacial com um céu estrelado que por vezes contrastava com imagens de diferentes fases do boneco Eddie, o mascote da banda, indicando qual seria a próxima música.

A recepção foi absolutamente calorosa. Provando que o "The Final Frontier" não chegou ao primeiro lugar em vendas em 28 países por acaso, o público cantou junto com Bruce. A empolgação não diminuiu com a música seguinte, "El Dorado", que tem uma poderosa entrada de baixo de Harris. Foi com essa música que o Iron ganhou o seu primeiro Grammy neste ano como melhor performance de metal.

No geral, as músicas novas tiveram boa aceitação. "Coming Home" também foi cantada por muitos em volta. Já "When the wild wind blows", embora muito bonita, deu uma dispersada no público ao longo dos seus quase 11 minutos (é a terceira canção mais longa do Iron, atrás apenas de "Rime of the ancient mariner" e "Sign of the cross").

Mas é claro que não dá para brigar com a história. A Arena explodiu de vez mesmo quando os primeiros acordes de "2 minutes to midnight", a terceira música, começaram a ser tocados. Ali, Bruce já tinha o público na mão e conduzia o espetáculo com a sua conhecida competência e muitos "Scream for me Rio de Janeiro", sua famosa frase para atiçar as multidões, trocando apenas a cidade em que está presente.

O Iron trouxe novidades, mas também não abre mão daqueles momentos que todo fã espera como Bruce balançando a bandeira britânica em frangalhos em "The Trooper" ou a chance de cantar junto toda a letra de "Fear of the dark" de novo. Muitas guitarras imaginárias também foram empunhadas a cada solo dos guitarristas Dave Murray, Adrian Smith e Janick Gears.

Em "The evil that man do", aliás, o Iron contou com um "quarto guitarrista". Como é de praxe, esta é uma das músicas em que o Eddie entra no palco. Para delírio dos presentes, o boneco de três metros pegou uma guitarra e arriscou brincar um pouco com o instrumento. Mas o que impressionou mesmo a plateia foi um Eddie gigante de oito metros que apareceu por trás do palco durante "Iron Maiden", que encerrou a primeira parte do show. Primeiro surgiam as mãos do mascote para em seguida se erguer o rosto e parte do tronco em sua nova versão alienígena do "Final Frontier".

"The number of the beast", "Hallowed be thy name" e "Running Free" encerraram a noite do Iron, que deixou a Arena ao som do "olê, olê, olê, olê, Maiden, Maiden!" cantado pelos seus fãs.


"The Final Frontier"


"El Dorado"


"2 minutos to midnight"


"The Talisman"


"Coming Home"


"Dance of death"


"The Trooper"


"The Wicker man"


"The evil that man do"


"Fear of the dark"


"Iron Maiden"

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