quarta-feira, 30 de março de 2011

Lope


Galanteador alcoviteiro,
Poeta de esmero
Admirado em todo o reino


Tragédia, comédia
Tudo misturara e...
Nos braços do povo
Se deitara

Mulheres eram o seu leito
Amores teve dois
A donzela sonhadora
E a amante cujo pai
em meretriz transformara

Versos que encantaram Madri
Dos telhados aos cantos mais fétidos
Palavras que o vento jogara aqui, ali
Fluindo em vagares lépido

Suas palavras traziam ódio ao poder
Mas em toda a península Ibérica
Apenas um nome era gritado:
Lope!

Autor prolífico
quanto iconoclasta
Incinerou pedras, madeiras
Em busca de um basta

A poesia de um artista
Pouco lido além-mar
Tem na câmera de Andrucha
Base para a prosa de Gasull e Moral
ganhar...o ar

A Lope de Vega adoram
Na pele de Alberto Ammann
Mas do Marquês de Navas vem o libelo
É o papel de Selton Mello

Película simpática
Por vezes errática
É na força das imagens
Que a história se impõe

Parcos versos resumem
o abismo entre o poeta e um bufão
O blogueiro não é Lope
Mas nem tanto uma negação

Finito

Gracias

Esta foi uma tentativa de crítica em versos inspirada num cena do filme em que Lope usa versos para explicar a própria lógica e a métrica da poesia. Não sei se deu certo. Pode ter sido uma grande cagada (tem grande chance disso), mas ao menos eu arrisquei fazer algo diferente. E foi de graça.

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