sexta-feira, 18 de julho de 2008

Rambo volta para casa

Antes de qualquer coisa, devo confessar que quando era criança tinha dois bonecos do Rambo. Um dele normal e outro quando se “transformava” realmente no exército de um homem só com direito aquela faixa vermelha na cabeça. Feita essa ressalva que o fará, nobre leitor, dirimir o que possa vir a ser um elogio mais exagerado, devo dizer que, movido por lembranças da infância, assisti ao velho Sylvester Stallone voltando ao papel de John Rambo e não me decepcionei.

Ao contrário de Rocky Balboa, outro personagem famoso de Sly que teve um retorno abaixo da crítica no ano passado, a volta de Rambo é, no mínimo, digna do personagem criado para lamber as feridas da humilhante derrota norte-americana no Vietnã na década de 60.

Nessa nova aventura, o veterano da guerra vive no sudeste asiático, onde sempre morou desde a segunda aventura de 1985, quando era buscado pelo coronel Trautman (Richard Crenna, morto em 2003, de câncer) para resolver algum problema para o exército americano.

Vinte anos depois da terceira aventura do herói no Afeganistão, com direito a vê-lo em uma cena histórica derrubando um helicóptero com uma metralhadora, Rambo dessa vez tem que se meter no conflito de Mianmar (Birmânia para alguns) para libertar alguns missionários que foram levar a boa nova e só receberam chumbo em troca.

O enredo se resume a isso. Rambo, o herói niilista. Qualidade que ele mantém nas duas expressões usadas por Stallone ou no roteiro fraquinho de frases feitas. Afinal, convenhamos, escrever nunca foi o forte de Stallone, que compôs o roteiro ao lado de Art Monterastelli, mais conhecido por escrever episódios de seriados de TV como “Brothers and Sisters”.

Os vilões são aqueles que bem conhecemos. Assassinos sanguinários que falam línguas que desconhecemos, não têm escrúpulos e não pensam duas vezes se tiverem a chance de matar inocentes ou estuprar mulheres e crianças.

Tudo muito óbvio como sempre foram as aventuras de Rambo, mas que eram uma diversão da Sessão da Tarde. É assim que Rambo parte para mais uma batalha – com direito a muito sangue despejado em cenas para lá de trash - quando perceberá que a paz que tanto buscava no local que muitos americanos caíram não será encontrada.

É aí que a história do herói avança. Antes um parêntesis. Muitos dizem que os filmes de Rambo não passavam de propaganda militarista e isso só se intensificou quando o ex-presidente republicano Ronald Reagan disse que se precisasse de alguma ajuda para definir as atividades militares dos Estados Unidos veria os filmes do herói.

Em parte, é verdade. Mas os três primeiros filmes são também (não riam) uma crítica ao próprio governo americano. Em uma cena de um dos filmes, Rambo, que nunca seguia as ordens de superiores que não fosse Trautman, discute com o próprio coronel e questiona por quê eles, os soldados, foram abandonados naquele atoleiro do Vietnã. “Eu nunca deixei de amar a América. Vocês é que nos abandonaram. Por que vocês nos abandonaram?”, pergunta o herói. Sem contar as inúmeras vezes que Rambo mete a porrada em oficiais americanos.

É por isso que Rambo resolve continuar vivendo no sudeste asiático, no meio da selva que foi sua algoz. Não se sente mais em casa na América, nem parte dela, pois se sente traído. É onde foi sua queda, que ele tenta reconstruir uma vida ou uma meia-vida. As marcas da guerra são muito profundas e ele quer esquecer que foi uma máquina de matar. Apesar dos apelos de Trautman, o herói nunca decidiu voltar para casa e nem sabíamos até agora se ele ainda tinha família.

Em “Rambo IV”, porém, descobrimos que ele tem um pai dono de um rancho no Arizona. Percebendo que o isolamento não curará suas feridas e que estes são fantasmas eternos na sua alma, John Rambo então resolve voltar para casa. Um desfecho dado à história que não contava apenas com um contratempo: o sucesso do filme nos Estados Unidos que já gera especulações sobre mais duas seqüências. Fazer o que se apesar dos clichês e obviedades, Stallone acertou a mão fazendo o simples e sem inventar muito.

Stallone não é um diretor de mão cheia, nem um roteirista de muitas virtudes, mas ao menos me deixou satisfeito com a retomada do personagem. É melhor que continue assim, fazendo o básico. Dizem que agora ele quer se arriscar filmando a biografia do poeta inglês Edgar Alan Poe. Aí o buraco é mais embaixo. Sinceramente, não consigo encontrar nele a delicadeza necessária para fazer um filme sobre um artista. Mas ele pode surpreender. É esperar para ver.

Um comentário:

Janice Aliena disse...

Olá Que trabalho milagroso de grande Amiso, eu sou Jose Nuno, minha esposa me deixou porque tenho câncer no corpo, então enviei um email para o Dr.Amiso e explico tudo para ele, ele cura a doença e devolve minha esposa de volta para mim , eu também disse ao meu amigo Olavo que sua esposa está se divorciando em três dias, ele também entrou em contato com o Dr.Amiso, reteve e viu sua esposa ligar para o advogado 2 dias antes do terceiro dia de assinar o documento de divórcio e disse que ela não estava Ao se divorciar do marido novamente, ele deve parar e procurar todos os documentos sobre a questão do divórcio, acredite: agora eles estão vivendo felizes como nunca antes. caso você esteja passando por um problema conjugal, entre em contato com Dr.Amiso pelo herbalisthome01@gmail.com