domingo, 29 de setembro de 2019

Rock in Rio 2019 - segundo dia

O Weezer fez um dos melhores shows do festsival
Segundo dia de Rock in Rio e precisamos falar sobre uma coisa importante no mundo do rock. Solo de bateria? Por que? Para que? Se você não é o Neil Peart, não precisa fazer solo de bateria. Ponto final. Ontem, primeiro dia em que o pretinho básico saiu do guarda-roupa das pessoas, tivemos que aturar dois solos no Whitesnake e no Foo Fighters. Amigos, solo de bateria é chato. Só é legal para quem toca bateria.
Também precisamos falar sobre a moda do momento. Artista que pede para apagar a luz para economizar a energia do Medina e manda o povo acender a lanterna do celular. Eles acham bonito. De fato fica bonito. Mas isso come bateria e na Cidade do Rock não tem lugar para a galera dar aquela carguinha e reforçar a bateria dos seus celulares que já vai em coisa de 9% lá pela a meia-noite.
Feitas estas ressalvas, vamos ao que interessa. O que é que só a Corneta viu?
Detonautas & Pavilhão 9 - Tico Santa Cruz chegou numa moto AMARELA emulando as entradas de Rob Halford com sua Harley Davidson nos shows do Judas Priest. Acho que a ideia do Detonautas tocar no fim do dia era dar um clima legal quando a banda cantasse aquela letra de quando o sol se pôr blá-blá-blá, mas o tempo chuvoso não colaborou e ainda não vimos sol na City of Rock.
O discurso do Tico foi legal falando sobre intolerância, Jesus Cristo, etc... mas ele acabou se atrapalhando num momento em que foi citado um presidente cujo nome não devemos dizer para não dar ibope. Aí depois ele se corrigiu, mas aí já era tarde. A gafe estava lá e vão usar isso eternamente contra ele.
O Detonautas nunca me empolgou muito, mas fez lá o seu show honesto. A coisa ficou boa mesmo é quando entrou o Pavilhão 9. Como não recordar aquele show épico de 2001 que um millenium do meu lado teve a audácia de dizer que foi num tempo em que ele não se recorda. Como pode alguém não ter ido ao Rock in Rio de 2001? Naquele festival tinha dia com 250 mil pessoas.
CPM 22 e Raimundos - Confessa que o seu primeiro pensamento ao ver estas duas bandas foi: “Mas eles ainda existem?”. Então, existem. O Rodolfo pode ter virado roqueiro de Cristo, mas o Raimundos segue aí firme com o Digão nos vocais. Depois da segunda vez vendo a nova versão do Raimundos já estou mais acostumado. E não tinha como dar errado juntar os sucessos das duas bandas para um show de uma hora no Palco Mundo. O problema é que algumas músicas dos Raimundos envelheceram mal. Como a galera consegue cantar “Me lambe”? Rola um desconforto, vai. Isso, porém, não foi um problema para um cara do meu lado que berrava mais que o Badauí e se contorcia como se estivesse com uma dor de barriga homérica. Espero que ele tenha melhorado. As bandas só não precisavam babar ovo do Medina o tempo todo.
Titãs convidam Ana Cañas, Edi Rock e Érika Martins - É incrível como a cada ano que passa o palco dos Titãs fica mais vazio. Eu fico imaginando a reunião da banda a cada vez que alguém sai. “Então, galera, o fulano resolveu deixar a banda e ir para novos desafios. Como a gente faz? Continua? Vocês estão a fim? Ah, vamos tentar meus um pouco. Eu topo”. E eles continuam. Meu sonho hoje, inclusive, é ver no Palco Sunset um Titãs convida ex-integrante dos Titãs. Tomara que isso aconteça antes de a banda virar uma dupla sertaneja, pois da formação clássica só restaram Sérgio Britto, Branco Mello e Tony Belotto.
Mas para mostrar para os ex que eles estavam bem, convidaram duas mulheres e um cara dos Racionais para exibirem no palco. Até que funcionou cada um à sua maneira. Mas quem causou mesmo foi a Ana Cañas e seu striptease à moda atitude roqueira.
Um show dos Titãs é igual em todo Rock in Rio. Tem “Flores”. “Comida”, “Polícia”, “O Pulso”, “Lugar Nenhum”, etc... Enfim, é comfort food. É como comer açúcar. Mas confesso que gostaria de ver mais músicas dos dois últimos álbuns da banda, que eu acho bem legais.
Tenacious D - Quando foi que chegamos ao ponto de ter Jack Black no palco mundo? Quem deixou isso acontecer? Eu não consigo olhar para o Tenacious D e não pensar que é uma espécie de Massacration americano. Me disseram que fica melhor se eu ver o filme. Bom, então fica para a próxima.
Whitesnake - O Whitesnake é uma lenda do rock. É de um tempo onde o peso de uma banda era medido pelo cumprimento dos cabelos. Nada é mais brega que o Whitesnake, o Wando britânico. Mas como não amar? Na verdade, hoje em dia a gente vai ao show do Whitesnake para cantar o amor e se emocionar com três músicas: “Love ain’t no stranger”, “Is This Love” e “Here I for again”. E, claro, quebrar tudo com “Burn”. Até porque, conforme o tempo passa, o voz de David COVER DELE (vocês sabem quem) parece gradativamente piorar. Mas é impossível não amar o Whitesnake e todas as suas presepadas. Os movimentos fálicos de Coverdale com o microfone, o jeito de cantar com a mão no coração, os gritinhos de “Are you ready?”, os guitarristas. O Whitesnake é maravilhoso. Que venha o próximo show da banda. Estamos aguardando ansiosamente. Até porque já se passaram 24 horas desde a última vez que cantamos juntos “Is This Love”, “Love ain’t no stranger” e “Here I hoje again”.
Weezer - Que show FODA. Eu passaria cinco horas ouvindo esses nerds tocarem as músicas deles e seus covers. Foi por shows como esse que a gente vê um monte de porcaria nos festivais. É a moeda de compensação. Rivers Cuomo disse que “O Brasil é foda”. Amigo, fodas são vocês. Voltem sempre porque foi um show TRANSCENDENTAL. Eu só não entendi porque o guitarrista Brian Bell estava vestido de Severus Snape.
Foo Fighters - Eu queria saber qual é o suquinho de limão que o Dave Grohl toma para manter a voz intacta após 2h de show. Porque ele berra O TEMPO TODO. Eu fiquei sem voz só porque estava conversando com uns amigos.
Grohl está sempre possuído e faz cada show do Foo Fighters como se fosse uma sessão de descarrego. Ele continua tergiversando e estendendo as músicas para o infinito e além. Mas foi menos do que no último show que vi da banda, quando parecia que eles queriam quebrar todos os recordes do Dream Theather de canções mais longas. E como tinha tempo para tocar foi obrigado a cortar quatro músicas em relação ao set list originalmente divulgado.
Mas também é preciso dizer que o show foi bem divertido e bem melhor do que o de 2015, no Maracanã. Hoje ele deve estar sem voz, mas pelo menos fez jus ao alto salário que ganhou para ser um headliner.
É isso. E vamos para o terceiro dia. #CornetanoRockinRio

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