sexta-feira, 30 de março de 2018

A volta de Lara Croft

Sou melhor com o arco que Katniss Everdeen
Adaptações de videogames para o cinema são quase sempre ruins, pois é quase sempre complicado transpor um jogo que é absolutamente linear e sem uma grande quantidade de camadas para a dramaturgia, justamente uma arte que necessita de um pouco mais de particularidades para fazer acontecer o mais raso dos filmes. Ainda mais quando estamos falando de jogos antigos e que não possuem o nível de complexidade e enredo dos criados neste século XXI. 

Em sua primeira versão com Angelina Jolie, Lara Croft ganhou dois filmes que nada mais eram que um videogame filmado com uma história capenga e vilões esquecíveis. O importante era criar situações para os fãs da aventureira saltar, lutar e resolver enigmas complexos com suas habilidades. 

Os filmes de 2001 e 2003 são esquecíveis. Mas Hollywood resolveu dar nova chance a Lara colocando a atriz Alicia Vikander no modelito camiseta e calça (e não mais shortinho) de Lara. 

O resultado do trabalho dó diretor Roar Uthaug é bem mais interessante que a grande maioria de adaptações do cinema. “Tomb Raider - a origem” está longe de ser um filme brilhante. Mas deu uma nova guinada para a história de Lara Croft ao impor uma nova mitologia, construir um passado mais sólido para a personagem  a partir da relação dela com o pai, Richard Croft (Dominic West), e abrir caminho, é claro, para a formação de uma nova franquia que pode vir a ser lucrativa se for mais bem apurada a combinação de aventura, enigmas, um certo misticismo e cenas de ação de tirar o fôlego. 

Pois é disso que se trata a história de Lara Croft. Mas não mais apenas disso. Além de uma caçadora de tesouros, quase uma Indiana Jones em versão feminina, ela agora parece que primeiro precisa arrumar a casa enquanto vive as suas aventuras. Seguir o legado do pai ao mesmo tempo em que tem que limpar as empresas do mesmo de um provável envolvimento com roubos e corrupção. Nos próximos filmes ainda saberemos mais sobre a Trinity e qual o papel de Anna Miller (Kristin Scott Thomas) nisso tudo. 

Enquanto isso, podemos nos deliciar com cenas de ação maravilhosamente absurdas e engenhosas como só o videogame consegue fazer. De fato, este parece ser o único vestígio do legado dos games nesta nova e promissora série de filmes de Lara Croft. 

Todo o resto é novo. E esse novo começo parece ser minimamente interessante para seguir acompanhando um pouco mais esta saga. 

Cotação da Corneta: nota 6,5


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