sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Rock in Hell - primeiro dia

O show do Aerosmith/Marcelo Alves
Vocês acharem que a Corneta não vinha, mas lá estava ela em sua primeira incursão no Rock in Hell 2017. E o que é que podemos dizer do que vimos?
Tyler Bryant & The Shakedown - Esse amálgama de Steven Tyler com Kobe Bryant é a típica banda de rock com quatro caras cabeludos. Poderiam até fazer merchan do shampoo MONANGE. Eles são de Nashville, Tennessee. Então, por isso, de vez em quando, eles se sentem na obrigação de fazer um blues rock que os conecta com a cidade natal. São reis da onomatopeia. Em uma hora, pelo menos três músicas tinham um ô ô ô ô ô ôoooo. No fim, foi um aquecimento aceitável para o que viria nas horas vindouras. Mas não empolgou muito o povo.
The Kills - Me matou de tédio. Esse canto quase sussurrado, essa batida de trilha sonora de filme que se passa nas estepes do Canadá, esse jeitão indie de quem não tira todo o potencial das guitarras.... quase dormi. Quase pedi um "Volta Tyler Bryant".
Scalene - Eu não conhecia uma canção do Scalene até à noite desta quinta-feira (eu não vejo reality shows). Mas, movido pelos fogos de réveillon, fui de coração aberto assistir ao grupo que abriu os trabalhos no palco mundo. Bom, foi melhor que o The Kills, mas vou dar ao grupo o prêmio Kiara Rocks de escalação precipitada no Palco Mundo.
Alice Cooper convida Arthur Brown - Melhor show do dia! Estava tudo meio brochante, até o Alice Cooper chegar e injetar Viagra no Rock in Rio. Teve clássicos, teve participação de Joe Perry, teve guilhotina, teve boneco Frankenstein, teve presepada, teve o Arthur Brown com a cabeça em chamas e teve um solo da guitarrista dele que foi melhor que todo o show do The Kills. Só não precisava ter solo de bateria. Estamos em 2017 e ainda usam solo de bateria para o vocalista velhinho ir pegar um balão de oxigênio.
Fall out Boy - Um sub-Matchbox 20 com dois tons acima na guitarra, um Maroon 5 emo, ou como bem definiu um amigo meu, tipo Detonautas.
Def Leppard - Um show surpreendentemente divertido. Sabe aquela farofa sem compromisso que você respeita? A banda entrou no palco com o guitarrista sem camisa para mostrar que está em forma. E foi alternando o set list entre canções com cara de trilha sonora de novela da Globo dos anos 80 e 90 e músicas com cara de filmes de jovens garotos dos anos 80 e 90. Ainda mandou alguns hard rocks românticos. Se o Def Leppard fosse brasileiro claramente seria uma versão mais pesada do Roupa Nova.
Aerosmith - Steven Tyler, meu amigo, o que houve com a sua voz? Estava falhando mais que carro a álcool em dia frio. Esqueceu de fazer aquele gargarejo com limão? Ainda bem que não falta carisma para Tyler e a banda. E clássicos e hits. Muitos para compensar um show que até foi legal. Só não foi perfeito como esperávamos. Agora, precisava ter "I don't wanna miss a thing"? Nunca entenderei o hype dessa canção, espécie de "Anna Júlia" do Aerosmith. Chata demais.

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