domingo, 31 de janeiro de 2016

Ingrid Bergman

Ingrid Bergman: seu doc é magnífico
Coisas que aprendemos no documentário "Eu sou Ingrid Bergman":

1. Ingrid Bergman era uma acumuladora. Simplesmente guardava tudo o que juntava desde a infância. Diários, cartas, fotos, filmes caseiros. Carregou tudo com ela até o fim da vida. 

2. Aliás, a atriz registrava absolutamente toda a vida em fotos ou vídeos. Imagina se já existisse internet e Facebook nos anos 40 e 50...

3. Não julguem mal os acumuladores. Foi essa postura que fez o documentário de Stig Björkman ser tão bom. Estava tudo lá. Bastou fazer umas entrevistas complementares, editar tudo e correr para o abraço. 

4. Ela parecia ser uma mulher cheia de vida e extremamente agradável. Amada pelos filhos mesmo quando passava meses distante trabalhando. Bom, a Pia, sua primeira filha, guarda um rancorzinho de ter sido abandonada quando deu a louca na Ingrid e ela foi morar na Itália, mas também a amava. 

5. Segundo Roberto Ingmar Rosselini, um dos seus filhos, ela era muito tímida e suava frio antes de entrar no palco. Mas uma vez nele, virava diva. 

6. Aparentemente Ingrid tinha um carinho pela figura de Joana D'Arc. Tanto que a interpretou no teatro e no cinema. 

7. Ingrid era um espírito livre. Em suas palavras, não gostava de criar raízes. Tanto que morou na Suécia, onde nasceu, Estados Unidos, Itália, França e Inglaterra. O mundo era sua casa. E tendo dinheiro tudo fica mais fácil.

8. Ao mesmo tempo que era cheia de vida, a atriz era um pouco solitária. Ou melhor, se impunha uma pequena carga de solidão em meio ao seu transbordamento de vida. 

9. Roberto Rosselini, meu caro, você não entendeu nada e perdeu uma grande mulher. Todo canário canta melhor quando está livre na floresta (provérbio chinês de filme de kung fu). 

10. Além de Rossellini, Ingrid pegou o fotógrafo de guerra Robert Capa. Pelo visto, ela tinha uma tara por lentes e câmeras em geral. 

11. Os EUA sempre foram a terra do conservadorismo e naquela época era ainda pior. É inacreditável que tenham crucificado a atriz com requintes de crueldade por simplesmente ter abandonado o primeiro marido para viver com Rossellini, diretor por quem ela se apaixonara. Para piorar, ela ainda estava grávida. Foi um escândalo de altos de páginas de jornais. Um senador chegou a dizer que das cinzas de Ingrid nasceria uma Hollywood melhor (sabe de nada, inocente). Que país estranho esse que transforma a vida pessoal de um artista em caso de segurança nacional. 

12. Sete anos depois do caso, uma TV americana ainda fez uma espécie de "Você Decide" para saber se deveria entrevista-la. É muito rancor. Mas ainda assim, Ingrid ganharia mais um Oscar. 

13. É curioso como Ingrid achava que Humprey Bogart era uma estrela, quase um deus do cinema arrogante e percebe que ele não era nada disso ao conhecê-lo nas filmagens de "Casablanca" (1942) e como a história se repete quando ela é a atriz consagrada e Sigourney Weaver é que pensa que vai lidar com um monstro em uma peça de teatro em Londres.

14. Que mulher fascinante era Ingrid Bergman. E que documentário muito interessante. Quero ter um na minha coleção de DVDs (sim, eu também sou um acumulador).

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