quarta-feira, 4 de agosto de 2010

A decadência de Tom Cruise

No post abaixo, falei sobre as escolhas equivocadas de Angelina Jolie. Mas ela ainda é uma estrela que pode cobrar fácil US$ 20 milhões por filme que pagam e dá retorno. Mas o que dizer de Tom Cruise? Astro da série de filmes “Missão Impossível” (que, aliás, ganhará o quarto filme e espero que seja melhor do que o último), o ator de 48 anos se perdeu na vida cinematográfica desde que subiu no sofá de Oprah Winfrey para declarar o seu amor a então nova namorada Katie Holmes.

Nos últimos anos, o ator que foi o queridinho das mulheres da minha geração (ao lado do Brad Pitt) raramente emplacou um grande filme ou uma atuação digna de elogio. E em “Encontro Explosivo”, filme que o fez vir ao Brasil para fazer a divulgação, ele é simplesmente constrangedor.

Na pele do agente secreto Roy Miller, Cruise é aquele herói da nação que tanto os americanos gostam de criar, que abre mão da vida com a família e é absolutamente dedicado à profissão, mas que num dado momento o destino lhe reserva um surpresa, uma paixão – no caso personificada em June Havens (Cameron Diaz) – e ele vai fazer toda uma reavaliação da sua existência e ver se vale a pena levar a vida que leva.

Ah, tudo isso acontece em meio a cenas de ação e de lutas fraquinhas, alguns tiros e explosões e momentos para Cruise e Cameron exibirem seus corpos dentro do que é permitido na censura de 12 anos.

Absolutamente mergulhado num oceano de clichês e formado por um roteiro que é uma verdadeira colagem de situações bastante repetitivas na história do cinema, “Encontro explosivo” é uma comédia romântica com distrações para os homens não ficarem tão entediados. Atende à mulher romântica média com um agente secreto forte, educado, sensível e que “pensa nas pequenas coisas que fazem a diferença”, com diz a personagem de Cameron, e atende ao homem médio com suas ceninhas de luta mirabolantes tentando puxar um pouco do talento de Ethan Hunt, o outro agente secreto que Cruise já interpretou. Mas nada disso funciona. O filme na realidade é formado por uma série de esquetes sonolentas da dupla que tentam ser engraçadinhas. Só tentam.

É muito pouco para um diretor que já fez trabalhos bem mais interessantes. Das mãos de James Mangold vieram, por exemplo, “Garota, Interrompida” (1999), filme que deu um Oscar para Angelina Jolie, “Johnny & June” (2005), muito boa cinebiografia do cantor Johnny Cash, que deu um Oscar de atriz para Reese Whiterspoon, e “Os Indomáveis” (2007), um bom western com suas pitadas de humor e excelente atuação de Russel Crowe.

Nada de bom destes três filmes podem ser encontrados em “Encontro Explosivo”. E quase nada de interessante pode ser visto no filme. Para Cruise, é mais um fracasso que se soma a “Operação Valquíria” (2008), “Leões e Cordeiros” (2007), muito bom filme, mas não por sua causa, “Missão Impossível III” (2006) e “Guerra dos Mundos” (2005). Seu último trabalho com algum destaque digno de nota foi “Collateral” (2004). Desde então, tirando a pequena e hilária participação em “Trovão Tropical” (2008), Cruise só fez películas dispensáveis.

2 comentários:

Anônimo disse...

Parece que vc não percebeu que se trata de um filme de comédia, tirando onda de maneira bem exagerada dos filmes de ação tradicionais. O "herói" de Cruise, é uma caricatura (propositadamente), isso fica claro em todas as cenas de tiros e mortes. A intenção era apenas de rir, e no caso de Cruise rir de si próprio. Esse é o charme do filme, que infelizmente, mal humorados não percebem.

marcelo alves disse...

Bom Anônimo, você poderia ao menos se identificar. Acho que o filme é ruim assim mesmo.
abs,
marcelo