sábado, 5 de outubro de 2019

Rock in Rio 2019 - quinto dia

O Iron fez uma apresentação impecável
Scream for me Rock in Rio! Ontem foi o dia de celebrar as camisas pretas, as vozes finas e o maior de todos os Bruces. E um dia de despedidas. Obrigado por tudo, Slayer!
Ainda bem que o Dia do Metal voltou. E esperamos que não deixe nunca de fazer parte deste festival. Afinal, heavy metal é vida.
Dito isso vamos ao que interessa. Tudo o que vimos neste dia em que o povo passa calor, mas não deixa de usar a única cor possível: o preto.
Sepultura - Quando o Sepultura começou a tocar, o sol ainda estava se pondo. Logo, ainda não era a hora do capeta. A gente sabe que hoje em dia a banda é mais do Derrick Greene do que foi do Max Cavalera. Pelo menos pelo número de discos lançados. Mas sejamos francos, a galera só solta o grito da garganta com músicas como “Territory”, “Refuse/Resist” e “Roots Bloody Roots”. Afinal, quem foi rei no Sepultura nunca perde a majestade.
Anthrax - Eu tenho dificuldades em respeitar bandas que tiveram mais do que três vocalistas. O Anthrax teve seis. Sabemos que o Anthrax faz parte do big four, mas neste quarteto fantástico do thrash metal eles estão mais para Coisa do que para Senhor Fantástico, Mulher Invisível ou Tocha Humana.
Helloween - Quando uma banda atinge algumas décadas de carreira, a tendência é que comecem a surgir mais solos de guitarra e bateria para poupar a voz do seu vocalista. O Helloween, porém, fez diferente. Resolveu trazer seus dois cantores anteriores de volta e agora toca com três vocalistas e três guitarristas, visto que Kai Hansen também toca guitarra. Com sete membros, o Helloween virou o Titãs do power metal. Bom, pelo menos no tempo em que o Titãs era uma banda enorme. E deu certo? Bom, qualquer medida para não termos solos de bateria é válida. E três vozes finas fazem mais barulho do que uma.
Slayer - Acabou, amigos. Quem viu, viu. Quem não viu, agora só terá mais 22 oportunidades (duas no Chile e 20 nos Estados Unidos) antes do adeus final do Slayer. A banda resolveu se aposentar depois de três décadas e meia de bons serviços prestados ao thrash metal. O show foi ótimo, apesar de o Tom Araya ser esse trumpminion que conhecemos. Eu só não entendi o que o guitarrista Gary Holt tem contra as Kardashians para vestir uma camisa defendendo a morte delas. Será que é inveja? Ele queria ter um reality show só para ele? Vamos fazer aqui uma enquete sobre quem tem mais dor de cotovelo? Holt pelo sucesso das Kardashians ou Martin Scorsese pelo sucesso dos filmes da Marvel?
Iron Maiden - Bruce Dickinson tem 61 anos e já venceu um câncer na língua. E continua sendo um MONSTRO no palco. O show do Iron Maiden foi sem sombra de dúvidas um dos melhores da história do festival. Comparável, inclusive, aquele épico de 2001. Se a gente pensar que 18 anos separam as duas apresentações... O que esses caras fazem para manter o alto nível? Que suquinho de frutas que eles tomam? Não é só laranja com acerola, certamente. Só sei que o legado da besta está garantido e o Iron pode voltar quando quiser, tocar na hora que quiser e pedir a quantidade de toalhas brancas que quiser que a gente aceita tudo.
Scorpions - Quando acabou o show do Iron ficou aquela sensação de que tinha dado ruim para o Scorpions tocar depois. Tudo bem que fora um pedido da banda inglesa, mas como os alemães iam motivar a galera depois daquela apoteose catártica? A gente só esqueceu que o Scorpions não está nesta vida há 50 anos de graça. Tem que respeitar esta banda, que, inclusive, veio ao Rock in Rio de 1985, quando o mundo todo achava que o Brasil era só mato e areia. Klaus Meine, Rudolf Schenker e cia chegaram no palco e mandaram um “respeita a minha história” em formato de “Send me an angel”, “Wind of change”, “We built this house”, “Big City Nights”, “Still loving you”, “Rock you like a hurricane” e outras. Meine teve a galera tão na mão que fez até metaleiro cantar “Cidade Maravilhosa”.
E assim nos despedimos de mais um dia. Está acabando. #CornetanoRockinRio .

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