quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Um filme dispensável

Dupla dinâmica
Quando foi lançado, o primeiro filme do “Homem-Formiga” tinha uma mistura de ação com elementos lúdicos que o tornavam um filme divertido como outros tantos do universo Marvel. Algumas cenas eram realmente muito engraçadas como a batalha final no trenzinho de brinquedo. Era natural, portanto, que crescesse a expectativa por um segundo filme que trouxesse também a Vespa com um certo protagonismo. 

Mas “Homem-Formiga e Vespa” é um tanto decepcionante. Basicamente é um filme que só serviu para responder à pergunta que estava na cabeça de todo mundo que acompanha os filmes do universo Marvel: “Onde diabos estava o Homem-Formiga quando Thanos invadiu o planeta e estalou os seus dedos”? Agora sabemos a resposta. E podemos dizer que ele se meteu numa roubada e tanto. 

Embora lançado depois, o filme se passa antes - ou melhor dizendo, paralelamente - aos acontecimentos de “Guerra Infinita”. Scott Lang (Paul Rudd) está finalizando os seus dois anos de prisão domiciliar enquanto o doutor Hank Pym (Michael Douglas) descobre uma maneira de trazer de volta do, digamos, universo quântico, sua mulher Janet (Michelle Pfeiffer), perdida lá há 30 anos. Para isso, ele ainda contará com a ajuda da sua filha Hope (Evangeline Lilly), agora a nova Vespa. 

E aqui começam os problemas do filme. Enquanto trabalham em lições de física pesadas cuja capacidade eu não tenho para entender, surge no caminho deles um traficante caricato, a polícia sempre no encalço de Scott e esperando ele fazer alguma besteira e Ava (Hanna John-Kamen), também conhecida como Fantasma e pálida caricatura de antagonista. Ava é uma mulher que sofreu um acidente quântico na infância e vive com suas moléculas morrendo e renascendo o tempo inteiro. 

Nenhum deles estabelece de fato o antagonismo necessário para dar relevo ao filme. Apenas cada grupo segue solitário em busca dos seus interesses. Sejam eles nobres ou não. E aí o filme cansa um pouco porque fica a sensação de que se cada um (em especial Ava, que é quem tem superpoderes) se sentasse para conversar tudo se resolve em dois minutos. Menos com os bandidos, é claro. Mas eles não têm estofo para enfrentar os heróis. São bandidos comuns com armas comuns que ali estão para oferecerem situações que nos farão rir. Do cara que desmaia porque bateu no saleiro gigante ao que tomba da moto por causa de um pacote de bala infantil. 

Mesmo a busca por Janet é enfadonha. Tudo porque não é dada a dimensão do quão desafiador é atingir o nível molecular e trazer de volta uma pessoa que lá está presa há 30 anos. Tudo acontece sem muito desafio, tudo como se fosse uma viagem de fim de semana para rever os amigos. 

De resto, o filme oferece um par de boas cenas. A perseguição de carros é divertida com seus truques aumentando e diminuindo o veículo e a participação da Vespa deu um frescor à franquia em um filme que ficará apenas como uma doce aventura de comédia para a família. E nada mais. 

Cotação da Corneta: nota 5,5

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