sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Cotação da corneta: 'O ´Sétimo'

Darín ligando para você
Deve ter umas cinco pessoas no mundo que eu gostaria de ser. Eddie Vedder é uma delas. Outro é Ricardo Darín. Que homem não gostaria de ser Ricardo Darín? Sete em cada dez mulheres morrem de amores por ele (segundo estudo de pesquisadores britânicos). E o argentino não é apenas um rostinho bonito na telinha do cinema, mas também um ótimo ator que só faz filmes bons.

Quer dizer. Mais ou menos. Darín atingiu um status de celebridade tão grande que até os seus filmes ruins estreiam no Brasil. Sabe aqueles em que ele faz uma pequena participação, quase um favor para o diretor, mas se vende por aqui como um filme dele na maior picaretagem? Vocês sabem do que eu estou falando. Eu cai no conto nada chinês de “Amorosa Soledad”, um filme ruim de doer em que o ator faz uma participação tão insignificante que se você tirar um cochilo durante o filme acaba perdendo a participação dele.

Mas este não é o caso de seus dois filmes em cartaz no momento. "Relatos Selvagens" é simplesmente espetacular e um dos melhores de 2014 (aguardem o top 10 da corneta). E "O Sétimo" é também muito bom. Eu gostaria muito de dizer com qual filme totalmente excelente a trama de “O Sétimo” se parece, mas não posso para não estragar a história para vocês.

O curioso é que “O Sétimo” não tem nada de original para quem já viu dezenas de filmes sobre tema semelhante. É um trabalho do gênero "Quem matou Odete Roitman?". Só que ao invés do assassino temos que descobrir quem sequestrou duas crianças em um prédio de Buenos Aires.

Tudo começa quando Sebastián (Ricardo Darín), pai de Luna (Charo Dolz Doval) e Luca (Abel Dolz Doval), faz o que deve ser feito para que um filme desses dê certo. Desobedece uma ordem. No caso a da mãe das crianças, Délia (Belén Rueda), de não deixá-las correr pelas escadas do prédio. Pronto, Sebastián obviamente deixa os meninos fazerem o que quiserem e quando chega no térreo as crianças desapareceram.

Sebastián fica desesperado e começa a procurar pelo prédio inteiro. Nessa busca somos apresentados a uma gama de suspeitos. O policial supostamente corrupto, o cara estranho com jeito de pedófilo, o porteiro manco, o cara que odeia crianças, a mulher obsessiva pelos filhos alheios, todos, todos suspeitos e não há um Sherlock Holmes para cuidar do caso. Benedict Cumberbatch resolveria rapidamente este caso.

Até a polícia é suspeita, pois Sebastián é um advogado sem escrúpulos e lida frequentemente com policiais corruptos para obter vantagens. Deve ser difícil viver numa cidade com tanta corrupção como Buenos Aires.

Para piorar, o crime acontece no dia em que este pai desesperado tem um caso milionário e importante para resolver no tribunal. Realmente Sebastián vive um inferno astral.

Então passamos o filme inteiro pensando primeiro o que aconteceu com os chicos, depois sobre quem teria sequestrado eles. E o desfecho, ah o desfecho! Eu confesso que jamais imaginaria que aconteceria o que aconteceu. É só o que posso dizer.

“O Sétimo” é mais um bom filme estrelado por Darín a chegar por aqui. E para comprovar que o ator de “Nove Rainhas” (2000) só tem acertado, aqui vai a minha lista-dica só com filmes recentes dele para vocês se divertirem nas festas de fim de ano.

- “Relatos Selvagens” (2014)

- “Tese sobre um homicídio” (2013)

- “O que os homens falam” (2012)

- “Elefante Branco” (2012)

- “Um conto chinês” (2011)

- “A dançarina e o ladrão” (2009)

- “O segredo dos seus olhos” (2009)

Sobre “O Sétimo”, diria que é um filme que mantém Ricardo Darín em alta conta com a corneta, que sai do cinema satisfeita. Darei um 7,5 para combinar um pouco com o andar onde a família da história mora.

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