segunda-feira, 8 de setembro de 2008

A deusa e suas escolhas


Angelina Jolie não é má atriz. Ela pode não ser uma Helen Mirren ou uma Meryl Streep, mas tem seu valor. No entanto, por vezes ela faz cada escolha que é uma verdadeira bomba. Ultimamente então, ela tem se revezado entre um bom filme e outro absolutamente dispensável.

Fez “Alexandre” em 2004, no vergonhoso papel de mãe de Colin Farrel, a versão bicha louca daquele que outrora ficou conhecido como “O Grande”. Se recuperou em seguida com o divertido pipoca “Sr. e Srs. Smith” (2005), filme de ação em que contracena com o marido e ganhador da Mega Sena exatamente por isso Brad Pitt. Em seguida, um excelente filme de espionagem “O Bom Pastor” (2006), mas com uma atuação abaixo da crítica emendada posteriormente com outro filme constrangedor “Beowulf” (2007). No mesmo ano, a recuperação com a elogiada atuação em “A might heart” e uma indicação ao Oscar que ela já venceu em 1999 por “Garota, Interrompida”.

Entre filmes “sim” e filmes “não”, “O Procurado” é um filme não. Claro que a culpa deste filme dirigido pelo russo Timur Bekmambetov ser ruim não é da atuação piloto automático de La Jolie, que não faz muito esforço a não ser a cara de mau com aqueles lábios carnudos bem fechados, o olhar para o infinito e a maquiagem escura nos olhos fazendo o resto do serviço para que ela fique bem, digamos, “assassina” de uma Fraternidade. Pensando bem, precisa mais do que isso num filme de ação?

A culpa desta bomba também não é de Morgan Freeman, excelente ator que aparentemente estava ali ganhando uns trocados, ou de James McAvoy, elogiado por sua atuação no indicado ao Oscar “Desejo e reparação” (2007), outro ótimo filme, mas que nesta película não convence como um loser que vira um assassino. Taí outro problema da fita. Dá para confiar que um loser virará um assassino? É quase tão difícil quanto acreditar em balas que mudam de direção. Por essa nem os traficantes cariocas esperavam.

Enfim, o filme é ruim pelo conjunto da obra que vai da direção tosca que tenta imitar John Woo com suas câmeras lentas, que são mais sonolentas do que licença poética, ao roteiro sem pé nem cabeça do trio Michael Brendt, Derek Hass e Chris Morgan que, entre outras pérolas inventa a história de um grupo de assassinos que recebe ordens supostamente do destino com pedidos de assassinato vindo de marcas no tecido (será que a camisa que estou vestindo diz alguma coisa?).

Ainda há espaço para uma reflexão rala sobre livre arbítrio, fazer seu próprio destino e brincar de Deus. Ela acontece mais ou menos entre um salto e outro em câmera lenta e balas e contra-balas se chocando. Tudo muito estético, tudo muito viajante, so boring.

Linda e milionária, penso que Angelina não precisava disso. Mas ao lembrar de “Sr. e Srs. Smith”, um filme de ação com muito tiroteio, mas divertido como já disso, acho que só posso concluir que ela gosta de um pouco de adrenalina de vez em quando. Um pouco dessas injeções deve lhe fazer bem entre um filme sério e outro.

“O Procurado” é sem dúvida uma bola fora de nossa deusa. Para não dizer que o filme é uma completa perda de tempo e dinheiro, posso dizer que a câmera tem um ângulo um pouco maior do que o mostrado na foto acima. Afinal, alguma coisa tinha que ser nota 10 neste filme.

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PS: Sim, eu sei que prometi falar sobre o show da Tarja hoje, mas não pude concluir o comentário que estava preparando. Prometo que o próximo post será sobre ela.

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