sexta-feira, 21 de setembro de 2007

O Led Zeppelin volta a voar

É claro que Robert Plant não conserva a mesma voz e teria dificuldade para executar clássicos como “Rock and Roll”, “Whole Lotta Love” e “Black Dog”. A idade passa mesmo para quem é eterno. Ainda assim, assistir a uma reunião do Led Zeppelin ou pelo menos de três dos quatro membros que restaram – o baterista John Bonham não está mais entre nós há 27 anos – valeria mais do que qualquer macaquinho de R$ 180 que vá tocar no Tim Festival.

Num mundo chato e de música pasteurizada, a volta do Zeppelin, mesmo que apenas por uma noite, soa como dar uma tonalidade a um planeta tão incolor, sabor a uma música tão insípida. O Led Zeppelin é de um tempo em que o rock tinha personalidade e a música era mais diversificada.

Parece estranho, mas hoje há tantos termos para explicar um som meio preto e branco. É punk rock, indie rock, emo core, hard rock, nu metal, mauricinho rock, sei lá o que lá rock e tantos outros que não me lembro enquanto escrevo.

No tempo do Led Zeppelin, as mágicas décadas de 60 e 70, havia rock, rock progressivo, punk e metal, gênero a que o grupo de Robert Plant pertencia. Depois, com o surgimento de bandas mais pesadas, o Led Zeppelin ficou no grupo dos roqueiros.

O fato de 20 milhões terem se inscrito logo na primeira semana para pagar 125 libras (algo em torno de R$ 500) e outros 100 milhões terem congestionado o site com o formulário para terem a chance de ver Plant, o guitarrista Jimmy Page e o baixista John Paul Jones tocando juntos novamente, agora com a companhia de Jason Bonham, filho do antigo baterista, é um sinal de que não sou o único que tem saudade do tempo que o rock era rock mesmo.

Com tanta procura, já se fala até em estender por mais uma noite a apresentação da banda, que servirá para reunir fundos para fundação Ahmet Ertegun – o fundador Atlantic Records - , que paga bolsas a estudantes da Inglaterra e Turquia. Só cabem 20 mil no estádio O2, em Londres, que receberá o show do dia 26 de novembro. Um concerto, portanto, será pouco para tantos fãs. Dois também seriam. Precisávamos de uma turnê mundial – com passagem pelo Rio, é claro - para sentirmos que “the song remains the same”.
Uma lembrança dos bons tempos. O Led Zeppelin tocando "Rock and Roll" em 1973:


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