sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Falta um certo aracnídeo

Ele é mau, mas agora nem tanto
Não existem muitas razões diferentes da mercadológica para fazer um filme sobre o Venom. Tudo bem que a simbiose entre o alienígena e o jornalista Eddie Brock (vivido naquele esquema com um pé nas costas por Tom Hardy) é um dos vilōes mais populares do universo do Homem-Aranha. E aí é que está a questão. Como um vilão pode ser protagonista se ele nasceu para ser antagonista? 

A solução encontrada foi a pior possível. Sem a presença do Homem-Aranha, devidamente recolocado no chapéu do universo cinematográfico da Marvel, “Venom”, o filme, fica com um buraco difícil de tapar. E a solução para isso  foi transformar ele num quase herói, um loser tentando se encontrar no mundo, uma junção de dois corpos formados pelo bem (Eddie Brock) e o mau (Venom), transformando o personagem num anti-herói, ou uma versão pós-moderna do “médico e o monstro”. 

Dá certo? Só em parte. É difícil imaginar que um personagem que nasceu do ódio de ambos (organismo simbiótico e Eddie) por Peter Parker e o Homem-Aranha possam sair por aí agora salvando o universo. 

A verdadeira origem do Venom foi toda jogada fora em prol da criação de um filme feito para a Sony tentar explorar ao máximo o universo do Homem-Aranha sem usar o grande protagonista do mesmo. 

Venom, porém, não vai além de um filme meramente ok baseado nos quadrinhos da Marvel. Tem efeitos especiais que fazem a diferença para o Venom. E a evolução tecnológica só fez bem em relação à aparição do personagem em “Homem-Aranha 3” (2007). Mas sua história é esquizofrênica quase como que tentando ver o lado bom de Eddie Brock e vendo o jornalista como uma vítima do parasita alienígena. 

Venom certamente ganhará uma continuação. A presença do Carnificina (Woody Harrelson) nas cenas extras garantem essa possibilidade. Mas parece que sempre faltará algo em filmes como este. E esse algo é a presença do herói ou de um antagonista para o vilão sem que ele deixe de ser um vilão. Mas talvez o futuro filme do Coringa desminta a minha tese. 

Cotação da Corneta: nota 6

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