segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Cotação da corneta: '12 anos de escravidão'

Fassbender mostra a Ejiofor quem manda
A corneta hoje vai brincar de buzzfeed e traçar aqui 12 razões para explicar por que "12 anos de escravidão" é simplesmente excelente.

1 - É o melhor filme que eu já vi sobre o tema. Superior a clássicos como "Django Livre" (qualquer Tarantino nasce clássico) e "Amistad" (qualquer Spielberg que não tenha criancinhas, bichinhos e aliens fofos é um clássico). Tudo bem, talvez eu mude de ideia no dia que assistir à “Tempo de Glória” (1989), mas por enquanto é o melhor.

2 - É o melhor filme com número no título desde "Onze homens e um segredo" (2001).

3 - É o melhor filme com 12 no título desde "Doze homens e uma sentença" (1957).

4- Gente, o filme tem Michael Fassbender. Vocês já viram um filme com Michael Fassbender que seja abaixo de excelente?  (Fechem os olhos para "Prometheus" – 2012).

5- Fassbender, Benedict Cumberbatch, Brad Pitt... Você vai poder dizer para a sua namorada que escolheu um filme cheio de galãs só para para agradá-la porque a ama. Vai ganhar muitos pontos na relação (antes que as feministas atirem pedras em mim, calma! É só uma brincadeira)

6- É simplesmente incrível a atuação de Chiwetel Ejiofor, o melhor ator com nome diferenciado a concorrer ao careca dourado desde Djimon Hounsou por "Diamante de sangue" (2006). Por falar em nomes diferentes, o filme tem Quvenzhané Wallis, isso mesmo, aquela menininha de dez anos que concorreu ao Oscar de melhor atriz do ano passado por “Indomável sonhadora”, e Lupita Nyong’o, outra atriz que brilha no papel de uma escrava explorada cruelmente por um dos fazendeiros.

7- A trilha sonora tem uma canção instrumental belíssima que vai ficar o dia inteiro na sua cabeça.

8- É um filme de Steve McQueen, o cara que fez o espetacular “Shame”, melhor filme de 2012, e é o melhor diretor que existe com nome de ator famoso do passado.

9 - Não conheço aula de história melhor do que essa para entender a escravidão. De qualquer tipo e em qualquer lugar. E olha que eu tive bons professores de História. 

10- É um filme para provocar várias reflexões. Não vou citar todas, nem fazer críticas diretas. E cada um pode ser tocado pelo filme de um jeito diferente. Não vou criar polêmicas, mas reparem em uma cena como não é nada legal (e bastante ultrapassado) alguém apanhar e ser amarrado a um poste. De resto, é como diz o personagem de Brad Pitt: “Laws change. Social systems crumble. Universal truths are constant. It is a fact, it is a plain fact that what is true and right is true and right for all”. Todo o diálogo é bonito, eu garanto.

11- Não tem mimimi e nada romantizado em "12 anos de escravidão". É um filme cru, direto, que expõe em carne viva como a humanidade não presta.

12- É um filme tão tenso, intenso (teve gente chorando na sala) e importante que pela primeira vez em muito tempo não vi ninguém pegando no celular dentro do cinema. E notei algum constrangimento na pipoca, consumida com comedimento e pouco barulho pela plateia. Meus ouvidos agradeceram muito.

Tudo isso é para dizer para você que veja o filme, leia o livro, visite os locais de filmagem (Louisiana, fica a dica), compre souveniers, porque "12 anos de escravidão" tem potencial para ser o grande filme de 2014.  A nota da corneta é 9.

Ficha técnica: 12 anos de escravidão (12 years a slave – 2013 - Inglaterra) – Chiwetel Ejiofor (Solomon Northup), Kelsey Scott (Anne Northup), Quvenzhané Wallis (Margaret Northup), Cameron Zeigler (Alonzo Northup), Paul Giamatti (Freeman), Benedict Cumberbatch (Ford), Paul Dano (Tibeats), Michael Fassbender (Edwin Epps), Sarah Paulson (Mistress Epps), Lupita Nyong’o (Patsey), Brad Pitt (Bass). Escrito por John Ridley a partir do livro de Solomon Northup. Dirigido por Steve McQueen.

Indicações ao Oscar: Melhor filme, diretor (Steve McQueen), ator (Chiwetel Ejiofor), atriz coadjuvante (Lupita Nyong'o), ator coadjuvante (Michael Fassbender), roteiro adaptado, figurino, montagem e direção de arte.

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