domingo, 12 de fevereiro de 2012

O "Miss Sunshine" da vez

Clooney e Shailene no paradisíaco Havaí
Volta e meia o Oscar aparece com um filme fofinho, comédia leve e divertida e que tem uma lição positiva no fim concorrendo ao prêmio de melhor filme. Foi assim em 2007 com “Pequena Miss Sunshine” e no ano seguinte com “Juno”. Em 2010, “Amor sem escalas” chegava perto do gênero. Agora é a vez de “Os descendentes”.

Estrelado por George Clooney e passado em belas paisagens do Havaí (que vontade de conhecer o arquipélago), o filme de Alexander Payne recebeu cinco indicações ao Oscar, sendo até mais bem sucedido do que os três filmes citados acima em relação ao número de estatuetas a disputar. Resta saber se a película sairá com algum prêmio entre as indicações.

Se a minha opinião valesse mais do que uma nota de R$ 3, o filme sairia de mãos vazias da festa. Não que “Os descendentes” seja ruim. Mas tem concorrentes melhores.

O filme conta a história do riquinho Matt King. O advogado vivido numa boa por Clooney tem uma esposa que está à beira da morte após um acidente no mar e precisa reconstruir sua relação com as duas filhas, Scottie (Amara Miller) e Alexandra (Shailene Woodley). Ao mesmo tempo, Matt precisa decidir com uma penca de primos que vestem bermuda e camisas floridas a venda de uma área ainda virgem no Havaí que será transformada em hotéis, parques temáticos e tudo aquilo possível que serve para dar dinheiro.

Só que sua filha lhe faz uma revelação. A mãe ali agonizando no hospital não é flor que se cheire e estava dando bola nas costas do marido com um corretor de imóveis. Sim, Payne vende a ideia que Clooney também pode levar bola nas costas.

Essa é a senha para Clooney mostrar os valores de ser bom, praticar o bem e fazer a coisa certa, por mais bizarro que algumas de suas decisões possam parecer. E isso vale tanto para como ele vai lidar com a traição, quanto com a relação com as filhas e a venda do terreno. No meio disso tudo, algumas boas e divertidas cenas, piadas leves e a conclusão de que “Os descendentes” é um filme família.

Clooney está bem no filme? Sim (com sorriso amarelo e sem muita animação nesta afirmação). Mas tem trabalhos melhores. “Um homem misterioso” (2010) é um dos meus favoritos. Também gosto muito de “Conduta de risco” (2007), “Syriana” (2005) e "Boa noite e boa sorte” (2005), de modo que não concordo com o merchandising do filme que diz que é a melhor atuação da carreira dele. E se fosse para comparar com os filmes do Oscar que eu vi, Gary Oldman está melhor em “O espião que sabia demais”.

Mas nenhuma ressalva que eu possa fazer tira de “Os descendentes” a aura de filme fofo da vez. É uma boa diversão e em breve estará passando na TV na sua “Sessão da Tarde”. Tire folga no dia e divirta-se.

Indicações ao Oscar: melhor filme, diretor para Alexander Payne, ator para George Clooney, roteiro adaptado e montagem.

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