quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

As melhores séries e minisséries de 2022

O ano de 2022 está quase acabando, o governo do horror daquele que não deve ser nomeado está por um fio, mas o ano não vira sem a divulgação da terceira edição do prêmio Golden Cornetemmy Globe de melhores séries de 2022.

Este ano a disputa foi acirradíssima, voto a voto, com séries mudando de posição a cada mês, mas o júri do grupo Corneta Inc. nunca fica em cima do muro. E aqui está o top-15 do ano.

1- “Better Call Saul” (EUA — AMC/Netflix) — Se eu tivesse que resumir a sexta e última temporada da jornada de Saul Goodman em uma palavra seria IMPECÁVEL. “Better Call Saul” encerra as suas atividades alçado ao posto de terceira melhor série de todos os tempos, segundo o ranking da Corneta Inc., e merecidamente conquista o troféu máximo de melhor série de 2022.

2- “Ruptura” (Severance — EUA — 2022 — Apple TV) — Foi uma das coisas mais sensacionais que eu vi neste ano. É a série que tem a combinação da Crítica Social Foda em relação ao famigerado mercado de trabalho/capitalismo selvagem com o refrão de “A cera”, da banda Surto: “Um rosto lindo e um sorriso encantador/E um jeitinho de falar que me pirou, que me pirou o cabeção”.

3- “Pachinko” — (EUA, COR, CAN — Apple TV) — A relação predatória do Japão sobre a Coreia, o drama de imigrantes ao longo de quatro gerações, a busca por sobrevivência, prosperidade e o resgate de alguma identidade, “Pachinko” é brilhante e mereceu a disputadíssima medalha de bronze em um duelo que envolveu quatro candidatos.

4- “Euphoria” (EUA — HBO) — Ao invés de um texto, eu queria aqui colar aquele meme do Martin Scorsese com a frase “This is cinema” porque a segunda temporada é, como diria o atacante Bruno Henrique, “de oto patamar”. “Euphoria” só está aqui em quarto lugar porque o nível foi ali muito alto e o grupo Corneta Inc. precisava fazer um ranking.

5- “Casa do Dragão” (“House of the Dragon” — EUA — HBO) — Como foi maravilhoso voltar a Westeros, como foi covardia a HBO usar a mesma música tema de “Game of Thrones”. “Casa do Dragão” teve vários episódios icônicos já em sua primeira temporada e, em alguns aspectos, até superou momentos do livro “Fogo e Sangue”, no qual ela é baseada. Missão cumprida. Pode vir mais séries e temporadas que eu aceito.

6- “Andor” (EUA — Disney Plus) — Parafraseando “O Poderoso Chefão 3”, justamente quando pensávamos que Star Wars estava morto, a Disney nos dá uma série Star Wars quase perfeita. Depois das tristezas de Boba Fett e Obi-Wan, “Andor” foi o remédio para trazer de volta a esperança para a galáxia com uma trama política e atuações maravilhosas de Diego Luna e Stellan Skarsgard.

7- “O Urso” (“The Bear” — EUA — FX/Hulu) — Essa entrou na lista aos 45 do segundo tempo. Além de um monte de comida bonita, ela conquistou o seu lugar com o seu misto de pessoas caóticas, muito drama, desespero, dor e gente fodida tendo que lidar com o luto pela perda de uma pessoa muito importante enquanto administra um restaurante que vai de mal a pior. Ou seja, a série é a RECEITA (tum dum tsss) perfeita para dar certo na boca da intelectualidade.

8- “A cidade é nossa” (“We own this city” — EUA — HBO) — Aqui temos David Simon de volta à ribalta com mais uma minissérie sobre Baltimore, a corrupção da polícia e o Jon Bernthal perturbado como só ele sabe ser.

9- “Pacificador” (“Peacemaker” — EUA — HBO) — Se tivesse um prêmio para melhor abertura de série, “Pacificador” ganharia fácil. Mas ela não é só isso. A série do James Gunn é uma das melhores séries de super-heróis. Gunn fez com um único tiro o que a Marvel não alcançou em 756 lançamentos no ano. E não por acaso, a Marvel ficou de fora da lista final neste ano. “Pacificador” é anárquico, divertido, desbocado e com um protagonista carismático de quem o James Gunn conseguiu até tirar um fiapo de interpretação. A DC vive muito!

10- “Top Boy” (ING — Netflix) — A série inglesa sobre dois traficantes lucrando com o comércio de drogas em um conjunto habitacional de Londres ganhou o dinheiro da Netflix na quarta temporada, manteve a sua qualidade e ainda me deu um final de partir o coração.

11- “Sandman” — (ING, EUA — Netflix) — “Sandman”, “Wandinha”, “The Batman”… em 2022 ser gótico voltou a ser moda. Ainda bem que parou por aí e não saiu nenhum álbum do My Chemical Romance. Há limites. É uma vergonha que a Netflix tenha demorado tanto tempo para renovar esta série maravilhosa baseada nos quadrinhos de Neil Gaiman. A série é cara, mas três filmes do Adam Sandler bancariam facilmente a segunda temporada. Queremos muito mais Sandman nos próximos anos.

12- “Ozark” (EUA — Netflix) — Esta foi mais uma série que fechou com chave de ouro. Foram quatro temporadas em que eu nunca entendia de onde vinha e para onde ia todo o dinheiro porque afinal eu sou de Humanas. Contudo, a família Byrde fará falta. Uma das melhores séries da Netflix.

13- “Servant” (EUA — Apple TV) — Esta é uma série que só tem subido no meu conceito e esta terceira temporada foi o auge dela. E nada mais pode ser dito. Só que aparentemente e apesar de todo o seu esforço em provar o contrário, ainda há esperança para o Shyamalan.

14- “O senhor dos anéis: os anéis do poder” (“The Lord of the Rings: the rings of power” — EUA — Amazon) — Foi empolgante voltar para a Terra Média? Foi. Pode não ter sido perfeito, mas só o fato de a série ser bonita, da Galadriel ser muito maneira e ter um personagem tão foda quanto o Adar foi o suficiente para eu dar um voto de confiança por amor ao Tolkien na lista de 2022.

15- “The White Lotus” (EUA — HBO) — “These gays, they are trying to murder me” (ler com a voz da Tanya). Confesso que quando saiu a primeira temporada, eu assisti com certo desdenho e curti com moderação. Nesta segunda, fiquei completamente fã e já estou “whitelotuzado”. Ganhou o lugar final na minha lista de 2022.

Menções honrosas de 2022: “Entrevista com o vampiro” (AMC), “Tokyo Vice” (HBO), “The Offer” (Paramount), “The English” (BBC/Amazon) e “Mulher-Hulk” (Disney Plus).

E agora vamos ao prêmio “La Casa de Papel” de piores séries de 2022:

1- “La casa de papel: Coreia” (Money Heist: Korea — Joint Economic Area” — COR — Netflix) — Sim, amigos, é possível cometer o mesmo erro duas vezes. Eu sou a prova disso. Pior do que o original, só mesmo a cópia.

2- “The Umbrella Academy” (EUA, CAN — Netflix) — Meus olhos sangraram em cada minuto da terceira temporada, que atingiu escalas de ruindade poucas vezes vista na história da dramaturgia.

3- “Sem limites” (Sín limites — ESP — Amazon) — Isso tinha tudo para ser legal. Era para contar a história de como Fernão de Magalhães encontrou um caminho que liga os oceanos Atlântico e Pacífico, mas ela é permeada de uma visão colonizadora e todo um heroísmo duro de engolir. Menos né.

4- “Céu Noturno” (“Night Sky” — EUA — Amazon) — Taí uma série que eu só senti o vazio, a insignificância e a sensação de estar perdendo um tempo precioso da minha vida em torno do nada.

5- “Cobra Kai” (EUA — Netflix) — Espremeram tanto e até oo bagaço o suco de “Cobra Kai” que ela saiu de duas primeiras temporadas muito boas e dignas para uma quinta temporada que vai se arrastando pelas raias da irrelevância. É uma pena, mas ultrapassaram os limites. Esperamos que a próxima recupere um pouco o fôlego e tenha um final minimamente digno.

Por hoje é só. Amanhã voltamos com os melhores filmes de 2022.

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