domingo, 29 de dezembro de 2013

Best Of 2013 - Música

Bruce foi o cara em 2013/Reprodução
Fim de ano é sempre a mesma coisa. Todo mundo faz aquele balanço, lista de melhores e piores, e em Memórias da Alcova não poderia ser diferente. Este blog não esteve muito presente neste ano, mas seu signatário não deixou de acompanhar os eventos musicais e cinematográficos por aí.

E agora chegou o momento de apontar os melhores e piores do ano na tradicional cornetada máxima “Best Of”. Hora de prestar homenagens a quem fez bonito e dar aquela esculachada padrão “pá de cal” em quem escorregou em 2013. Comecemos pelos melhores e piores shows do ano.

Foi um ano de vários bons shows. Tanto é que as apresentações do Iron Maiden e do Metallica no Rock in Rio ficaram de fora da minha lista final. Mereciam estar nela, pois as duas bandas mantiveram o nível de excelência mais do que conhecido pelos seus fãs. Memórias da Alcova, no entanto, preferiu premiar o fator surpresa de alguns shows. Algumas bandas pelas quais pouco se esperava e simplesmente fizeram grandes concertos, de qualidade para entrar entre os melhores da temporada. Também privilegiei bandas que vi pela primeira vez.

Assim ficou, portanto, o ranking final dos melhores shows de 2013.

5º lugar – Aerosmith – Steven Tyler, Joe Perry e sua banda vieram ao Rio em outubro para a Global Warming World Tour. Com jeito de tiazonas, poucos acreditariam que a banda, há mais de 40 anos na estrada, faria um show marcante. Há décadas eles não se apresentavam na cidade e Tyler e seus colegas, todos na casa dos 60 anos, se esforçaram para compensar a espera com um showzaço inesquecível. Tocaram músicas novas, não deixaram faltar nenhum clássico (“Dream on”, “Janie’s got a gun”, “Walk this way”, “Cryin” e tantos outros) e entregaram uma apresentação impecável. Tyler parecia um garoto no palco cantando muito bem para um senhor de 65 anos. É uma banda que precisa voltar logo.

O Alice in Chains mandou bem no Rock in Rio/Reprodução
4º lugar – Alice in Chains – O Alice in Chains tinha duas missões complicadas no Rock in Rio em setembro. Fazer um show que chegasse perto do nível do Metallica, que fecharia a noite do dia 19, e tentar fazer com que os seus fãs lembrassem do antigo vocalista Layne Staley, morto em 2002, como uma saudade positiva, abraçando o novo vocalista William Duvall. Duvall cantava pela primeira vez no Rio, mas já estava no seu segundo disco com a banda, “The devil put dinosaurs here”, lançado neste ano. O resultado foi ainda melhor do que o esperado. O Alice in Chains conquistou facilmente a galera com uma apresentação poderosa. A confiança da banda era tanta que eles mandaram “Man in the box”, o grande clássico do grupo, entre as primeiras músicas do show. Duvall saiu do palco colhendo elogios da galera e o Alice in Chains consagrado com um dos shows marcantes do Rock in Rio.

3º lugar – Muse – Os ingleses de Devon fizeram o primeiro grande show do Rock in Rio. Headliners da noite do dia 14 de setembro, o trio formado por Matthew Bellamy (guitarra e vocal), Christopher Wolstenholme (baixo) e Dominic Howard (bateria) mostraram para os que olhavam desconfiados porque mereciam fechar uma das noites do festival. Bellamy mostrou todo o seu talento nas guitarras com distorções e solos e o Muse exibiu o melhor dos seus seis discos de estúdio. Com o Muse, o Rock in Rio finalmente começou.

Ozzy e Tony Iommi com o Black Sabbath/Reprodução
2º lugar – Black Sabbath – Depois do último show do Ozzy Osbourne em 2011, durante a turnê do disco “Scream”, confesso que temia pelo pior. Ozzy estava visivelmente cantando pior do que no show de 2008 e com a idade a tendência não é melhorar. Mas o cantor de 65 anos tem pacto com o “Coisa-ruim”. Ozzy chegou na Apoteozzy (sim, ela foi rebatizada) em outubro acompanhado de seus velhos amigos Tony Iommi (guitarra) e Geezer Butler (baixo) para a reencarnação do Black Sabbath em turnê do novo álbum, “13”. O que vimos foi um Iommi simplesmente bestial na guitarra e um Ozzy de volta à melhor forma que a sua mente sequelada pode produzir. Um grande show e o segundo melhor do ano, sem dúvida.

O melhor do ano – Bruce Springsteen e The E-Street Band – Não foi apenas o melhor show do Rock in Rio. Nem somente o melhor show do ano. Foi simplesmente um dos maiores concertos de rock que o Rio de Janeiro já viu em sua história. Tocando pela primeira vez na cidade, Bruce fez um show que eu poderia chamar de histórico e antológico sem que estas duas palavras pareçam tão desgastadas pelo tempo e excesso de uso para qualquer bundice que acontece por ai. O show de Bruce foi realmente tudo isso. Foi daqueles que serão lembrados para sempre na história do festival e por quem esteve presente naquele dia 21 de setembro. E se alguém foi embora depois da insossa apresentação de John Mayer deveria se arrepender amargamente. Bruce foi o cara em 2013.

O pior show do ano – O ano não foi apenas de alegrias. Algumas bombas passaram por aqui. Gostaria de eleger o Nickelback (ou seria Nickel don’t come back?) como o pior, mas as leis de Memórias da Alcova indicam que é preciso estar presente no evento para eleger os melhores e os piores do ano. Se tivesse um prêmio “vergonha alheia” por aqui, o comportamento de adolescente de 14 anos do Dinho no show do Capital Inicial no Rock in Rio seria o escolhido. E o show em si também foi bem fraco. Do mesmo festival também vieram shows desastrosos como Sebastian Bach, Phillip Phillips e Ghost B.C. Além de John Mayer, cujas canções têm tanto açúcar e “uiuiui” que mais parece filme baseado em livro de Jane Austin. Acho que muita gente saiu diabética de lá se não ficou para o Bruce Springsteen até o fim.

Mas é preciso eleger o pior, a bomba máxima e ai nenhum dos citados acima superou o conjunto da obra do 30 seconds to Mars. A banda do ator Jared Leto não fez apenas um show ruim, foi muito ruim. E como se não bastasse o show muito ruim, Leto foi o campeão das piores presepadas da história do Rock in Rio. Vestiu camisa da seleção brasileira, disse que amava o país, fez aquela média pavorosa com o seu público... E não é só isso. O cantor ainda andou de tirolesa no meio da galera. Olha, muito frufru, pouca música e muita presepada. Parabéns, Jared Leto, você se esforçou e merece receber o troféu abacaxi de 2013 do blog. E se é tão rápido assim para chegar, vocês podiam se mudar de vez para Marte.

Amanhã, os melhores (e os piores) no cinema.

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