segunda-feira, 7 de outubro de 2013

A mulher introspectiva

'Muchacha em la ventana', de Salvador Dalí

Sentada na cadeira
A tudo ela observa
Não se expõe,
Informações agrega

Facebook, Instagram
Não tem esse afã
Só um twitter aqui
Sob a sombra de Dali

É a garota de Madri

Prado, Sofia
Ela tudo clica
Seu paradeiro, ninguém desconfia
Enquanto admira o Guernica

Não compartilha, não curte
Não cutuca, nem discute
Foto na praia, já era
Nem a night a exaspera

Jamais teve Orkut
Nunca deu check-in
O nobre silêncio se impute
Muda como Chaplin

Olhos nos olhos
Não me leve a mal
Não tenho antolhos
Só prefiro a vida real

A discrição é sua arma
Com ela não se engana
O tipo fruta não a encarna
São os livros é que ama

É a mulher de Tijuana

Em outra parte do mundo
Mesmo hemisfério
No México profundo
Sem ouvir impropérios

Maia, Azteca
Observando Frida
Incas na biblioteca
Pimenta na comida

As estradas da vida
Ela não quer postar
A liberdade não é dividida
Um anonimato para ostentar

Sem regras ou aderência
Apenas novas perspectivas
Assim é a existência
Da mulher introspectiva

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