sábado, 14 de junho de 2025

Film review: “Echo Valley” e “Mountainhead”

Não é nada fácil ser mãe

Echo Valley (Echo Valley — EUA — 2025)

Estrelado por: Julianne Moore (Kate Garretson), Sydney Sweeney (Claire Garretson), Domhnall Gleeson (Jackie Lawson), Fiona Shaw (Leslie), Edmund Donovan (Ryan Sinclair), Albert Jones (Detetive Ballard), Kyle MacLachlan (Richard Garretson).

Roteiro: Brad Ingelsby.

Direção: Michael Pearce.

Peguei este filme para ver somente por causa da sua dupla de atrizes: a consagrada e quase sempre excelente Julianne Moore e a estrela em ascensão Sydney Sweeney, que desde a série “Euphoria” (2019) vem me chamando a atenção. Aliás, muita gente boa saiu deste série da HBO estrelada pela Zendaya e têm constantemente aparecido em outras produções tanto de cinema quanto de TV/streaming.

Assim meio sem saber nada além de ter visto um trailer que não me dizia muita coisa para além de uma complexa relação entre mãe e filha, cada uma vivendo seus graves problemas, e da presença de um corpo, embarquei no filme. E que grata surpresa.

Escrito por Brad Ingelsby, que também escreveu a excelente série da HBO “Mare of Easttown” (2021)“Echo Valley” é um deleite para quem gosta daquele gênero de filmes que trata de um crime e a complexa situação para solucionar um problema em meio a dilemas éticos e morais.

No meio disso, temos uma mãe em luto pela morte da esposa e com problemas financeiros para manter a sua fazenda, uma filha viciada em drogas e imprevisível, e um bandido igualmente imprevisível vivido por Domhnall Gleeson, que está muito bem no filme.

E mais do que isso não se pode dizer para não estragar toda a experiência do filme. A única conclusão óbvia é a constatação de que não é nada fácil ser mãe.

Nota: 8/10

Estamos perdidos nas mãos de bilionários
Mountainhead (Mountainhead — EUA — 2025)

Estrelado por: Steve Carrell (Randall), Jason Schwartzman (Souper), Cory Michael Smith (Venis), Ramy Youssef (Jeff), Daniel Oreskes (Dr. Phillips), Hadley Robinson (Hester), Ava Kostia (Paula).

Roteiro: Jesse Armstrong.

Direção: Jesse Armstrong.

Havia muito potencial em “Mountainhead”, mas parece que faltou ao roteiro ser um pouco mais bem lapidado. Especialmente no terço final do filme.

A ideia de Jesse Armstrong, o criador da excelente série “Succession” (2018–2023), de falar da cultura extremamente tóxica dos tecnofascistas em meio a um cenário de caos mundial extremamente perturbador e realista causado por inteligência artificial e deep fake era um tiro certeiro para o momento absolutamente preocupante em que vivemos.

Se por um lado Armstrong foi feliz em deixar bem claro como estamos enquanto sociedade nas mãos de verdadeiros imbecis bilionários, por outro senti falta de um pouco mais de profundidade no roteiro. E também das tiradas espertinhas e dos jogos de câmera que tanto víamos em “Succession”.

Não que Armstrong precisasse se repetir, mas era muito claro que ao fazer “Mountainhead”, o diretor escolheu ficar em sua zona de conforto em sua estreia no mundo dos filmes. Ou seja, falar da vida de bilionários e os ridicularizar no processo.

No fim, o filme parece um episódio menor de “Succession”. Mas nenhum dos quatro bilionários chega perto do Logan Roy de Brian Cox e isso faz muita diferença.

Até certo ponto diverte. Mas em um mundo em que o fascismo avança de forma galopante enquanto tentamos nos segurar contra o colapso da sociedade, o filme não deixa de causar uma certa apreensão. Principalmente porque sabemos que estes tecnobilionários estão entre os grandes culpados por este momento complicado em que vivemos.

Nota: 6,5/10