quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Amor eterno amor

Quanto tempo você esperaria pelo amor da sua vida? É o que questiona o cartaz promocional do filme “O amor nos tempos de cólera”. Quanto tempo esperar por um amor? O amor resiste a tanto tempo ou este é apenas um capricho da ficção do escritor colombiano Gabriel Garcia Marquez (e outros tantos que já escreveram sobre o tema)?

Românticos otimistas, céticos realistas ou pessimistas convictos defenderiam apaixonadamente suas teses sem jamais chegar a um consenso sobre o tema. Diante disso, “O amor nos tempos de cólera” pode gerar sorrisos confidentes, desdém ou mera indiferença. Depende de qual corrente você faz parte.

Para mim, independentemente da finitude ou não deste sentimento tão confuso e enlouquecedor, “O amor nos tempo de cólera” é uma belíssima obra. É encantadora a delicadeza com a qual o diretor Mike Newell compõe a longa espera de Florentino Ariza (Javier Bardem, estupendo), pelo amor de Fermina (a belíssima Giovanna Mezzogiorno).

No filme, Florentino é um telegrafista sem dinheiro que se apaixona perdidamente por Fermina, com quem troca cartas banhadas em amor até que se sente encorajado a pedí-la em casamento. Seu pai, como em todas as histórias do gênero, é contrário. Deseja que a filha se case com um homem de posses e lhe dê uma vida de rainha. Para isso, a isola na casa da prima Hildebranda (Catalina Sandino Moreno).

Aí começa a dor de Florentino, que quando a reencontra alguns anos depois é inexplicavelmente rejeitado (um hiato que talvez o livro, que não li, possa explicar melhor). Por medo, Fermina diz secamente e sem qualquer convicção do que estava fazendo, que aquele amor juvenil não passara de ilusão.

Florentino sofre e se entrega a uma vida promíscua meio que por acaso e parte, involuntariamente, por incentivo de sua mãe, Transito (Fernanda Montenegro em ótima interpretação no seu primeiro papel internacional). Quatrocentas, 500, 600 mulheres passam por sua cama. Florentino depois justificaria seu sucesso com as mulheres pela carência que ele deixa transparecer. “Não sou uma ameaça”, quase lamenta.

Apesar disso, nunca fora perdido o amor por Fermina, agora casada com Juvenal Urbino (Benjamin Bratt), um importante médico da região de Cartágena, Colômbia, que ajudou a resolver os graves problemas de cólera da população.

Só o amor mantém Florentino vivo. É ele e a esperança de um dia finalmente se casar com Fermina que o movem, que o faz com que tenha forças para sobreviver. Não é difícil se emocionar com tanta devoção. O tempo passa, o século passa (do XIX para o XX), as coisas mudam radicalmente – como a instalação de energia elétrica no país – e diante de tanta modernidade, lá está Florentino sonhando com o dia em que terá o seu amor finalmente correspondido mesmo que os votos de fidelidade e virgindade tivessem sido quebrados.

Florentino responde à pergunta com uma única palavra: “Forever”. Só a história de cada um pode responder o quão eterno é o amor. Seja qual for, no entanto, a sua opinião, “O amor nos tempos de cólera” é capaz de quebrar qualquer barreira interna. Qualidades de uma obra absolutamente tocante.

3 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom, meu caro. ainda nao vi este, mas confesso que preciso tirar minha má impressão da última sessão de cinema, pois will smith bom, amigo, é só uma vez na vida... abs e parabéns!

Anônimo disse...

Muito bom, meu caro. ainda nao vi este, mas confesso que preciso tirar minha má impressão da última sessão de cinema, pois will smith bom, amigo, é só uma vez na vida... abs e parabéns!

Anônimo disse...

É um filme imperdível. E eu te avisei para não perder tempo com "Eu sou a lenda".